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segunda-feira, 6 de setembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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Águas de março.

E a bossa fez jorrar as águas
Na voz de um brasileiro
Que março caiu o tempo
Inteiro...

E a bossa fez o fino molhar
A alegria estampada
Que março cantou com
Voz molhada...

Mas que a bossa é água de março
Que o verão secou de ti
Os versos que nos foram
Cantados por ti...

Mas que essa bossa é o trato
A letra marcada, a melodia
A chuva, os versos que tanto
Marcou-nos dia a dia...

São águas de março que tanto
Enfeitaram o verão, caíram
Feito poema dentro de mim
Em vozes calmas saíram...

E Tom deu o tom de seu dom
Foste a canção, foi a menção
Que suas águas de março
Cantou o verão...

André Fernandes


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Sementes que o vento semeia

Somos captadores
Poetas, atores, pintores...
Escritores.

Temos muitos amores
Pessoas, estações, estrelas e cometas
Não temas! Escrevas!

Há um jardim encantado
Pautado, desenhado, pintado
Escrito

Seja no coração do poeta
Ou nos telhados de vidro...

Nos olhos e mãos de todo um infinito
Sementes que o vento semeia
Molha, rega, aduba, prateia...

Ah! Quem me dera...
Que em meu jardim só nascessem camélias.
Mas há plantações de begônias...
Orquídeas e verberas

E em alguns raros momentos sem luz
Nascem também ervas daninhas
Que trato de retirar
Para que não poluam
Minhas mal traçadas linhas.

Sementes?
O vento leva...
Sopre alegria, amor, cortesia...
Quem sabe assim, algum dia
Tenhamos um jardim d’amour.

Márcia Poesia de Sá


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AQUI MESMO

Quero mesmo é criar aqui
neste mundo real
tudo aquilo que sonhei

Quero ver o lado bonito
que tudo tem
e saborear quitutes de rei

Quero consolar o aflito
e lhe dizer
que tudo é como convém

Quero ensinar o que li
mostrar o astral
que tem a palavra Amém

Quero mesmo é viajar
no alegre trem
da poesia em que entrei

Quero ter como namorado
o doce prazer
de viver com o que se tem

Quero ver imortalizado
tudo o que é natural
e sentir o vento que soprei

abrandar o coração de alguém!

Anorkinda


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Canção Para Ninar Uma Rosa

A rosa ao vento se despenteia.
Cabeleira agitada no ar glacial.
Qual rubras centelhas, as melenas
caem em procissão.
Pétalas vermelhas, um filão.
sem sangue nas veias
Veste cor invernal.
Rosa lívida em trajes de açucena.

Gota a gota foi dessangrando
a seiva em torrente carmim.
O mundo está em rebuliço;
Vergel convertido em deserto;
Coração a céu aberto.
Voz embargada vai rogando:
Que ressuscite o jardim!
Rosa anêmica. Perdeu o viço.

Plantada no meio do nada
com os espinhos, e mais ninguém,
ela compartilha amarguras de flor.
A tristeza de repente falece
É um doce canto que aparece,
faz a alma sentir-se ninada.
Adormece como um neném.
Rosa acariciada recupera a cor.

Abre os olhos. Vê seu novo amigo,
Ave sem teto nem guarida.
Ainda implume; um passarinho,
que traz nas asas sua canção,
e na garganta um sol, rincão
onde a alma encontra abrigo.
Com ternura, das pétalas caídas
A Rosa feliz lhe faz um ninho

Rosemarie Schossig Torres


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Tenho três inimigos

Por cinco anos, deixou-me livre, leve e solta a brincar pelas comunidades,
a fazer amizades mais do que reais...imortais, deixou-me versar dia e noite,
espalhar poesia! Mas certo dia, ouvindo más línguas, Sr Orkut se voltou
contra mim e excluiu-me!
Duas vezes, pois duplicada eu estava, tamanha era a liberdade!

Ao voltar, sob olhares suspeitos e suspeitando também de todos os olhares,
Pensei em continuar em liberdade, mesmo que fingida, mas nada é igual quando
quebram-se os cristais!
Não consegui resgatar nem a metade dos contatos, nem a metade das comunidades
e fiquei com assuntos pendurados no vácuo virtual das palavras.

Muitos poemas meus voltaram a ser inéditos, estão fechadinhos nos cadernos
pequenos e espirais, eles gritam dia e noite pedindo ar. Sufocados, querem
espalhar versos a plenos pulmões.

Pensei: Podia ser a deixa pra publicá-los em livro impresso. Bastou pensar
e ele levantou-se a minha frente, dizendo um peremptório NÃO, o Sr Dinheiro
nunca gostou de minha cara insossa.

Não suporto ouvir meus poemas em choradeira, e voltei a digitá-los no orkut
mas também outras paragens. São 14 caderninhos repletos, tem poema até na vertical,na diagonal, nas capas...superlotação!

Problema: um dia de 24 horas não rende, a inspiração ainda quer poemas novos e
me azucrina com ideias. Eu a amo e nunca lhe digo não, mas às vezes, o verso novo
impaciente, vai embora sem nem despedidas por eu não tê-lo lapidado em tempo hábil.

Pedi, implorei ao Sr Tempo por um dia maior, eu também administro os Pequenos
Grandes Poetas, pois sem eles eu não vou a lugar nenhum, não voo sozinha.
Sabem o que ele disse: Te vira, guria!

Anorkinda


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Um lugar muito distante

Nada é distante quando amamos
E o lugar muito menos ainda
Um ambiente que imaginamos
Morar assim, por mais que não finda

Nada é longe, nem é tão perto
Nem longínquo nem mesmo remoto
Quando os dois se completam!
O lugar é o menos que se importam

André Fernandes


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Ah, saudades!!!

Misteriosa e complexa,
vilã e companheira,
a saudade vem anexa
à paixão pura e verdadeira

Também se une ao amor,
assim como à amizade,
machucando como dor
ou consolando, com bondade

Ah, saudade da minha terra,
saudades do meu pai, do meu irmão!
saudade que em si encerra
desterro ou abolição

Amélia de Morais


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AMOR

Amor,
que vejo no sol e na lua
que busco na língua tua
que sinto na pele, louca...

Amor,
que me deixa rouca
de tanto sussurrar
obscenas ternuras
no ato de te amar...

Amor,
que me eleva em enlevos
ao desvendar teu corpo
em malícia...

Amor,
livre de amarras
sem rótulo
sem medo...

Amor,
que transcende o desejo
que desnuda o corpo
que habita a alma
me eterniza tua.
.

Mavie Louzada.


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Céu aberto

Céu aberto
As andorinhas voam
Em céu de brigadeiro
Percorrem o infinito
Nas asas da liberdade
Quisera ser pássaro
A cortar o céu
Desenhar o firmamento
Com minhas asas
Voar feito um passarinho
Que sai do seu ninho
E pousa mansamente
Nos braços abertos
De nossa inspiração.

André Fernandes


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O TEMPO DO SIM

Porque chegaste tempo...sempre misterioso, efêmero, passageiro.Enigma.
Chegaste tempo do sim...sempre dadivoso, abundante, hospedeiro.Benigno.
Porque chegaste, sim...chegaste com o vento da mudança, com o sol da
temperança. Digno.
Chegaste, sim chegaste...com a mão estendida, com a vida refeita. Paradigma.
Porque chegaste pra querer o mais belo...pra vigorar como o broto singelo daquela flor do amor...Estigma

Anorkinda


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TEMPERANÇA
.
Um olhar passou e me arrastou
Conheci os mistérios do amar, amando
Entre o frio e o calor

Um vento passou e me levou
conheci os mistérios do ar, voando
entre a saudade e o amor

Amélia de Morais


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OBRIGADA!

Afogo-me
Num mar de reconhecimento
Afagam-me
Tantas ondas de carinho

Pelo caminho das águas
Rio de emoção
Pela curva do abraço
Um lago largo de afeição

Danço leve
Sob uma chuva de aplausos
Giro e me elevo
Sob o efeito dum tornado que me cerca

Assim, sempre
Inundada, encharcada, úmida
Por inúmeros sentimentos
Chega-me, também
A busca, o desejo, a dificuldade
Para encontrar um agradecimento
Que carregue uma enxurrada de gratidão

Então, derramo poucas palavras:

Pingo d'água! Pingo d'água!

Janete do Carmo


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NOITE ROMÂNTICA

Acendemos velas
E belas
Chamas

Abrimos champanha
E sorrisos
Borbulhantes

Provamos a maciez
Do tapete
E dos pelos

Respiramos nossos anseios
E o perfume do meio
Ambiente

Degustamos frutas
Maduras e doces
Ilusões

Saciamo-nos na água
No fogo, no ar
Na terra, no céu

Assim foi nossa noite
Foi ontem
Mas a vela ainda chama...

Janete do Carmo


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DIA DE SORTE...

Hoje acordei
Com a cabeça
Nas nuvens...
Pensamentos brancos
Feito algodão
Entre o lázuli do céu
O esmeralda da folhagem

Olhei no entorno
A paisagem
Convite a uma viagem
Pelas veias preciosas
Do artista
Através de pinceladas
Precisas,vibrantes...

Ditando o norte
Deste dia de sorte,
Pedra preciosa,
Bela qual diamante,
Lapidado,
Surge majestade
Em perfeito brilhante!

Lage,Mazéh

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PRIVILÉGIO

A vida é plena em mistérios
desvendáveis a todo o disposto
a retirar a fina máscara do rosto
e enxergar além do tudo etéreo

Visão aguçada é um privilégio
para poucos mas é apreendível
absorvida e muito compreensível
à quem tem amor inteiro, régio

À vida, dê somente passagem
para bons fluidos e muita energia
não acumule em sua bagagem
o que não pode transpor em poesia

(Lena Ferreira)


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PÉROLA

Era uma vez uma perolinha
de cor bem branquinha
Nascida em concha fina
onda do mar era cortina

Espiava a vida praiana
seus sonhos, seu prana
Oferecia seu pequeno brilho
ao mar, inocente vitrilho

Da poeira dos dias
incorporava harmonias
Canções pequeninas
entoava às meninas

dos olhos da lua

Anorkinda


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O INSTANTE DO NADA
.
tu és
o vácuo
o instante do nada
o silêncio da dor
a carta sem resposta
a tela branca
o poema não escrito
a flor sem corola
a ostra vazia
quando se espera uma pérola

Amélia de Morais


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Nãovoltomais...nãovoltomais!

A paisagem vista da janela do trem
diz que ficou lá longe um grande amor,
uma esperança cinza de sonho vão,
diz: tealcançojá, tealcançojá, tealcançojá...

E a luz do sol que adentra o vidro da janela,
impede de ver a verde paisagem lá fora,
e a melancólica, porém doce vida que há nela,
diz: nãová, nãová, nãová, nãová, nãová...

O coração escorregando pelo peito afora,
grita de dor em plena janela contra a paisagem,
vemcá,vemcá,vem,vemcá, vem cávemcá vemcá...

A paisagem mudando sempre, deixa pra trás você,
que perfeito, puro e ingênuo deu-me o único amor,
que com o trem diz: jáfuiembora,fuiemborafuiembora...

Godila Fernandes


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LETRAS BAILARINAS

Letras são bailarinas perfeitas
que bailam lépidas no papel
em piruetas chegam ao céu
e a toda alma enfeitam

Formando versos tão bonitos
em sincronia maravilhosa
escrevem, poemas e prosa
e alcançam o além, o infinito

Letras nos fazer voar tão alto
advertimos ao leitor incauto
que desprezam a imaginação:

Letras são perfeitas bailarinas
que embriagam as nossas retinas
se o poeta é pleno em inspiração

(Lena Ferreira)


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Um comentário:

Dina a Ciganinha disse...

OH! kindinha, tá show isso aqu i, até a ciganinha fpoi perolada!!
Lindo demais esse teu empenho com a poesia miguinha!E fazes com tto carinho!!

bjs flor!