PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!
* * *ESPELHO
reflexo quase estranho
vejo imagens variadas
como luzes dispersando
através de um cristal
um complexo de almas
na mais plena sintonia
entreolham-se parvas
dúvida ou agonia?
meu pleno modo de ser
na sua serenidade
contemplando o que supõe
verdadeira realidade
e mirando o espelho
entendo o meu universo
encontrando o infinito
encantado e extroverso !
Eliane Thomas

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* * *
Andem comigo, sonhadores!
Vivo em estradas de brilhantes ladrilhos
Canto das músicas apenas os estribilhos
Tenho na face um sorriso convidativo
Busco nos olhos o princípio ativo
Quero dançar o ballet dos astros
Chamo em versos o seguidor de rastros
Brinco com as religiões num afago
Distorço superstições sem embargo
Andem comigo, sonhadores
Faremos desenhos nas estrelas
E rodopiaremos os pudores
Entoem comigo, senhores
A melodia da luz das velas
E teremos a harmonia dos amores
Anorkinda

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Armadilha
Sairia como um andarilho
pelas ruas da vida
sem eira nem beira,
procuraria uma luz
que não teria sombras
nem mesmo brilho,
engoliria poeira
de tantos chãos,
passaria fome
na minha reclusão,
no silêncio de meus pensamentos
esqueceria meu nome,
ao sabor do vento
invadiria espaços
e buscaria respostas,
se fizesse isso assim
criaria uma armadilha para mim
e seria cobaia dos meus inventos.
Joseph Dalmo
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O oásis de cada diaDeseje-me sorte em voz altaÉ como carregar o embuste no coloCegue-me com areia nos olhosEnvenene-me coma saliva mais fartaConsigo a solidão de um espinhoTenho a companhia de uma florSou seu brinquedo de meninoEsquecido em qualquer gavetaCom uma etiqueta, escrito “dor”.Lua e estrela, combinação astral.Brilho e beleza, só falta você.No espelho d’água, trilogia perfeitaTudo absolutamente normalÉ a delicadeza que constrói você, seu quebra cabeçaÉ a pureza que circula por dentroNa certeza de estar certa na seta que acerta o alvoTudo no seu devido momentoAgora vou indo com seus votos e coragemEmbriagado de otimismo e muita energiaEm uma vida que passa a minha frente como uma miragemBuscando o oásis nosso de cada diaAndré Anlub
* * ODISSÉIAA caravela dançava, inconstante,pelo sétimo céu de Netuno,entre sargaços, lixo flutuante,Rumo a galáxia ignorada,Tripulação boa o bastante,para se ir a lugar nenhum.Mercenários práticos,piratas gatunos,relé da armadada Macedônia.Convés imundo,Sem instrumentosbásicos para navegar;forte cheiro de amônia,ratos de porão, resto de mar.A cada novo momentoa procela virava a nau,como fosse de isopor.Velas apagadas,Timão danificado,Proa sem cor,corroída por sal.A sede trincava os lábios,formava quadrados na pele;Pena não ter olhadopara os sábiosconselhos dos astrólogos,não ter consultados o astrólabio,verificado a bussóla, a barca,o mapa rasgado.Raios riscavam o horizontecomo espadas chinesas.Perdida esperança ...Engasgado com um grito de socorro,vem a certeza:logo, logo,nós, argonautas viveremoso último sono, no piso irregulardo Oceano inexistente ...[gustavo drummond]
* * Vai estar tudo bemPosso dizer que é lindoescorregar em seu rostoPosso dizer que é sutila linha curva do imposto.E dizer-te dos lábios,que me seduzes as moléculasou as películas alvoroças,cheios dos passos sábios.Que passo é passo mesmo tortoe sou feliz a encurvar-me pelas bochechase que se caminho é porque me movoe que sempre me deixo às tuas deixas.Mesmo se hoje não me quiseresDigo ainda que posso dizer:Para uma lágrimaTudo é doce.-Mateus Araujo
* * DE FRENTE AO MARQueria estar na varanda...Ah! Essa brisa que vem da tua poesiaEmbala a minha redeJanete do Carmo
* * SEGREDOSNão há, quem não os tenhafaços deles meu cofreminha senhatrato-os como meu talismãsempre ternostrunfos do meu amanhãse os abro, fico sónem pensemtenham dósou fechado? nem tantoas vezes só capade santoe o manto?as vezes consigo prende-lono cantodo meu esboçoquando levanto o pescoçopra alinhar meu cabelopedro costa
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