PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!
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Dia e noite na pele
Quando quero um dia quente, abrasador
tua boca me traz o fogo e a chama do amor
Meus e teus beijos trocados, ardor
arde o dia, mesmo no inverno, calor
Quando necessito da noite amena
tua boca me faz tranquila e serena
Nossas bocas delicadas, açucenas
arte diáfana do amor, me drenas
Se quero tua pele em arrepios
largo-me de todos os brios
e faço-me correnteza de rios
Se necessito da pele macia
finjo-me morta, fria
e percorro-me em tua mão esguia
Anorkinda
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LIBERDADES
Livre
o espaço espalha
embaralha
seu corpo
no mar
Livre
a onda rola
embola
seu corpo
na areia
Livre
o tempo agrupa
ocupa
seu corpo
com o vento
Amélia de Morais
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Alinhamento perene
Por que me chamastes, Mãezinha,
neste alinhamento astral
as dimensões misturaram-se
em mim, pequenina fractal.
Por que me abraçastes, Jurema,
nesta tarde ensolarada,
os verdes misturaram-se
em mim, que sou nada.
Porque me enviastes os amigos
neste momento solitário,
os corações misturaram-se
em mim, ato voluntário.
Porque me amastes sempre
nesta vida solene,
as energias misturaram-se
em mim, de forma perene.
Anorkinda
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Tantos Segredos...
Tantos segredos...
Ai, tantos segredos espalhados,
Tatuados e machucados.
Tantos mistérios...
Ai, tantos mistérios pintados
Nas muralhas dos nossos corações.
E os olhos?
Ah, os olhos... eles são janelas trancadas
Nem o amigo sol toca nela
Nem os pingos da chuva batucam mais.
Ah, os olhos... os olhos são estradas bloqueadas
Nem o amigo sol o chama.
Tanta correria...
Ai, tanta correria pra acordar o mundo...
Mas hoje, hoje ele quer ficar quietinho
Debaixo dos cobertores
Não quer ouvir os lamentos da humanidade...
(Rod.Arcadia)
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É por todo sempre
Quando tiver que ir, vá
Siga seu caminho então
Comigo sempre ficará
Amor em meu coração!
Amizade é mesmo assim
É liberdade de escolha
E Jamais terá um fim
Não é no outono, folha
Ela não tem estação
Nem fases como a lua
Amizade é pura doação
Ela é minha, também sua
Algum tempo que vier
É bem vindo e é aceito
Faça o que bem quiser
Abraço sem preconceito.
ღRaquel Ordonesღ
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Amormar!.
Todas as noites a estrela do mar
subia à tona para a lua namorar.
Levantava uma das mãozinhas daqui
e de lá a lua começava a piscar...
De tanto amar e de tanto amor,
lua e estrela do mar queriam se visitar,
a lua prateava na noite, na água, o luar
e chorava de saudades a linda estrela do mar...
tanto fizeram, que deles se compadeceram
e Deus que é Pai de todas as coisas do mar,
para perpetuar este amor tão grande e sonhado,
fez a lua descer ao fundo do mar e com a estrela casar...
Lua virou sereia e a linda estrela juntou-se as demais
e o céu participou do mar, no mais lindo amormar...
Godila Fernandes
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Chuva no sertão
Inverso à dor
Que lhe vai n’alma
É o verbo
Que o poeta
Em verso
Gera com palavra calma
Avesso
Ao olho, morto gesso
Feito terra ressequida
Onde a chuva
Já não água
Ara o peito
E lavra o chão
Seco leito
Até sulcar artérias
E minar
Liquefeito
O sopro
Da divina inspiração
Que verte
Em palavras amalgamadas
Em versos
Feito chuva no sertão
Célia Sena
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SEM NOÇÃO DE NOVEMBRO
gosto de ler no escuro
e antecipar a luz
que traz o sol
gosto de café ralo
e contrastar o fel
do meu mate Barão
gosto do lusco fusco
e amo ler neblinas
nas chuvas de quintal
gosto de andar descalça
com bike e unhas vinho
e o tempo no varal
Nina Araújo
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Procurando Estrelas
Meus olhos insones perdidos no horizonte
tentando desvendar a ausência das estrelas
ancoram logo na primeira fonte
na ilusão de no espelho d’água vê-las.
Mas parece que a luz dorme cansada
coberta pelo negro manto da escuridão...
Meu olhar à deriva na água ondulada,
afoga na solidão, a breve inspiração.
Mas um anjo me viu nesse abandono
e nas suas asas de plumas trazendo aconchego
veio embalar mais uma vez meu sono
envolvendo-me em seus braços num doce chamego
Carmen Vervloet
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A NOITE ENORME;TUDO DORME
MENOS O SEU NOME.
No silêncio que a longa noite traz
Entre sonhos tão sonhados entre meus ais
A fria ausência a entorpecida ilusão
Grita seu nome como fosse oração
Eu me debato na saudade que me toma
E o peito clama recordando essa demora
O sono em pesadelo se transforma
E a minha alma alquebrada agora chora
Voce não vê não sente e nem se importa
Com a enorme noite que agora é meu tormento
Com as lembranças que retornam solidárias
Com esta dor que fez morada no meu peito
E no vazio da tua falta tudo dorme
Somente eu derramo lágrimas sentidas
Por esse adeus onde levastes os meus anseios
Deixando a noite que não adormece esta ferida
A ferro e fogo demarcando minha vida.
NICE CANINI
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POESIA CÁRCERE
Não caibo
na poesia cárcere!
Não, não compreendo tal paradoxo!
Se busco a liberdade
de usar a minha pena
sem penas
Se busco a vastidão do
espaço sem fronteiras
Se busco o lúdico a me
acalentar o espírito...
Não aceito limites!
Quero ter meu tempo
de dispor belezas
de compor certezas
e dúvidas
de medir o peso
ou leveza
Quero construir
fluir
na forma e no tempo
em que o poema surgir.
Arabela Morais
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