Do tópico
PARCERIA LIVRE
Muito cedo
Na última noite
em que eu te vi,
tal um bem-te-vi,
sinalizou-se a sorte
Eu me inscrevi
nos apaixonados
anônimos e alados
esse momento eu vivi
Mas, rapidamente
tu fugiste de mim
deixando-me assim
tão só e descontente
Então eu descobri
que paixão é fugaz
morre cedo demais
tal qual o bem-te-vi!
Anorkinda e Telma Moreira
Centelhas do Tempo
O futuro ali está
A um minuto de nós
Um passo à frente
Ao alcance das mãos
Aliás, mostra-me as suas
Esquerda, direita ou as duas
Te direi o que te espera
A verdade nua e crua
Por detrás do destino
nas linhas que te marcam
Te digo o que crias:
A realidade e o desatino
O futuro aqui está
no próximo segundo
ele quase não existe
é tão efêmero!
Célia Sena e Anorkinda
ALMAS INQUIETAS
Somos feitos de contradições...
entre o sim, o não e o talvez
assim, aprendendo as lições,
no acerto e no erro que se fez
Somos sim, almas duvidosas
que buscam crescer na incerteza...
Caindo em teias ardilosas,
tentando acertar na sutileza
Somos todos de vindas e idas
De conflitos ardidos tantos
De querer questionar a vida
E conhecer seus sutis recantos
Somos eterna inquietude
Desbravando tudo com o peito aberto
Somos do mundo, poetas
Imprimindo marcas nestes vastos versos
Telma Moreira e Célia Sena
NOSSA POESIA
.
Debaixo do pano da manga
Escondeu-se um verso
Tímido, em pele de pitanga
Espiava os movimentos
fluidos e inversos
dos puros encantamentos
Esperava o momento exato
de ser parte do universo
no grito forte do parto
Nos dedos da minha e da sua mão
estava ele imerso
até a revelação
Ei-lo que surge, então.
Anorkinda Neide & Amélia de Morais
A ÚLTIMA NOTA
Ir embora, pra quê?
Troquemos a rota
Retire da viola
a última nota
Cubra-nos de melodia
Oriente o rumo
deste pedido uno
retiremos da fruta, o sumo
Sustenta-nos com sustenidos
compassos e bemóis
recorda dos tempos idos
entre tantas luas e sóis
Façamos juntos a refeição
das palavras e das cores
liberta a solidão
no leito dos nossos amores
Anorkinda Neide & Amélia de Morais
.
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