RESULTADO
Colcha de Retalhos
Descobri-me de recortes
Pequenos pedaços de vida
Lembranças, no tempo cerzidas
Pequenos retalhos, reminiscências reunidas
O cheiro do café torrando
Crianças, no quintal brincando
As pazes, depois das brigas
A avó, a lenha, o machado
Os golpes e os tocos rachados
No forno de barro, brasas queimando
E o pão caseiro assando
Pão quente com manteiga e café
Manga chupada no pé
Avô que dedilha viola
E com voz rouca, cantarola
Q suco de groselha
Frango assado e macarrão
Um banquete, eu pensava,
Devorando meu quinhão
Desses retalhos faço minha colcha
Mas, só costurei os bonitos
Joguei fora os feios,
Rasgados e aflitos
Porque quando envolver-me em seu todo
Serei eu, o todo nela
E serei saudade de lembranças idas
Gostos, cheiros e bons pedaços da vida.
Célia Sena
.Descobri-me de recortes
Pequenos pedaços de vida
Lembranças, no tempo cerzidas
Pequenos retalhos, reminiscências reunidas
O cheiro do café torrando
Crianças, no quintal brincando
As pazes, depois das brigas
A avó, a lenha, o machado
Os golpes e os tocos rachados
No forno de barro, brasas queimando
E o pão caseiro assando
Pão quente com manteiga e café
Manga chupada no pé
Avô que dedilha viola
E com voz rouca, cantarola
Q suco de groselha
Frango assado e macarrão
Um banquete, eu pensava,
Devorando meu quinhão
Desses retalhos faço minha colcha
Mas, só costurei os bonitos
Joguei fora os feios,
Rasgados e aflitos
Porque quando envolver-me em seu todo
Serei eu, o todo nela
E serei saudade de lembranças idas
Gostos, cheiros e bons pedaços da vida.
Célia Sena
O ALMOÇO
Quando menino,
eu brincava de pescar.
Era uma brincadeira séria
com direito a um almoço de verdade.
Divertido, que eu nem me importava
que o peixe fosse servido
só com farinha e sonho.
DANNIEL VALENTE
Quando menino,
eu brincava de pescar.
Era uma brincadeira séria
com direito a um almoço de verdade.
Divertido, que eu nem me importava
que o peixe fosse servido
só com farinha e sonho.
DANNIEL VALENTE
SOMBRIO
Ainda sou uma criança
mas
foram tantas
porradas
levadas
sentidas
incrustadas
No espetáculo sombrio
da minha vida
que o meu triste coração
só quer falar o que sente
Ele está cheio
Ainda
não encontrou uma mala
Uma sacola
com tamanho suficiente
para carregar o que esborrou do coração
Estou no abandono
Sou um "cão sem dono "
sem opção
O mundo não cuida de mim
ando humilhado
escanteado.
Aqui no lixão
Não encontro ninguém
Só me acho em Deus
Para dissipar os problemas meus
Uma esperança
UM ACREDITAR
para seguir meu caminhar.
Ana Maria Marques
Ainda sou uma criança
mas
foram tantas
porradas
levadas
sentidas
incrustadas
No espetáculo sombrio
da minha vida
que o meu triste coração
só quer falar o que sente
Ele está cheio
Ainda
não encontrou uma mala
Uma sacola
com tamanho suficiente
para carregar o que esborrou do coração
Estou no abandono
Sou um "cão sem dono "
sem opção
O mundo não cuida de mim
ando humilhado
escanteado.
Aqui no lixão
Não encontro ninguém
Só me acho em Deus
Para dissipar os problemas meus
Uma esperança
UM ACREDITAR
para seguir meu caminhar.
Ana Maria Marques
Nosso primeiro mergulho
Aquele tão vasto mar não me parecia em nada assustador
a proximidade de ti e tuas mãos a segurarem as minhas
me davam a exata sensação do que era estar segura
peixinhos coloridos a rodopiarem entre nós
e o grande peixe cinza que só a ti assustava
Na areis pequenas montainhas
pareciam uma eternidade de paz
e a leveza com qual dançavam as algas
me lembravam o balet...
mergulhei no azul daquelas águas
como se adentrasse teus sonhos
teu amor pelo mar era maior que o mesmo
Hoje este amor vive em mim
e de salgado, só a saudade de tuas mãos
E aquela sensação gostosa
que amantes do mar sempre se encontram novamente
nas luas cheias de sonhos
ou em alguma faixa branca de areia.
Márcia Poesia de Sá
Aquele tão vasto mar não me parecia em nada assustador
a proximidade de ti e tuas mãos a segurarem as minhas
me davam a exata sensação do que era estar segura
peixinhos coloridos a rodopiarem entre nós
e o grande peixe cinza que só a ti assustava
Na areis pequenas montainhas
pareciam uma eternidade de paz
e a leveza com qual dançavam as algas
me lembravam o balet...
mergulhei no azul daquelas águas
como se adentrasse teus sonhos
teu amor pelo mar era maior que o mesmo
Hoje este amor vive em mim
e de salgado, só a saudade de tuas mãos
E aquela sensação gostosa
que amantes do mar sempre se encontram novamente
nas luas cheias de sonhos
ou em alguma faixa branca de areia.
Márcia Poesia de Sá
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DE MÃOS DADAS
Minha paisagem é por inteiro!
Sem ovelhas nem pastores,
Mas com galinhas brancas no galinheiro,
O abacateiro...
Roupas coloridas no varal
O pé de amoras, o formigueiro...
Até o cheiro do quintal!
Tudo fica numa caixinha,
Bem ao lado da ladainha
Que minha mãe punha-se a rezar,
Lá no fundo da memória.
E quando eu quero recordar,
Abro, devagar, a caixinha,
E a menina que está lá dentro,
Vem correndo me buscar!
E nós saímos de mãos dadas,
Ela me ensina a temer nada,
E numa cúmplice parceria,
Ela me reconstrói a alegria,
Do pé descalço na enxurrada,
De olhar o arco íris
Logo depois da chuvarada!
E quando ela volta pra caixinha,
Que gracinha!
Bem velhinha!
Aí sou eu que começo a engatinhar!
Marlene Caminhoto Nassa
Minha paisagem é por inteiro!
Sem ovelhas nem pastores,
Mas com galinhas brancas no galinheiro,
O abacateiro...
Roupas coloridas no varal
O pé de amoras, o formigueiro...
Até o cheiro do quintal!
Tudo fica numa caixinha,
Bem ao lado da ladainha
Que minha mãe punha-se a rezar,
Lá no fundo da memória.
E quando eu quero recordar,
Abro, devagar, a caixinha,
E a menina que está lá dentro,
Vem correndo me buscar!
E nós saímos de mãos dadas,
Ela me ensina a temer nada,
E numa cúmplice parceria,
Ela me reconstrói a alegria,
Do pé descalço na enxurrada,
De olhar o arco íris
Logo depois da chuvarada!
E quando ela volta pra caixinha,
Que gracinha!
Bem velhinha!
Aí sou eu que começo a engatinhar!
Marlene Caminhoto Nassa
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O Voo das lembranças
A aura era lilás
o lilás dos mistérios...
E de repente me vi
abrindo um baú interior...
A primeira lembrança
que voou faceira,
foi de meu vestido
de bolinhas...
De uma fase vaidosa.
Junto a ele estava
a caixinha branca
de bijouterias...
Com gaveta e figurinha.
Depois vieram lágrimas
a querer expurgar
dores passageiras...
Daquelas que criança
verte sem querer.
A cachorrinha Lolita
veio, meiga, ladrar
com saudade do tempo
em que era filhote...
Muito dengo recebia.
Junto dela os canários
Espoleta e Camões
cantaram alto...
Como nas tardes febris.
Minha vó passando roupa
e meus desenhos a giz
espalhados sobre a mesa...
Rabiscos de doce sabor.
Foram os flashs mais vivos
que voejaram a minha frente...
Fechei depressa esta fonte
inesgotável de saudades...
Anorkinda
A aura era lilás
o lilás dos mistérios...
E de repente me vi
abrindo um baú interior...
A primeira lembrança
que voou faceira,
foi de meu vestido
de bolinhas...
De uma fase vaidosa.
Junto a ele estava
a caixinha branca
de bijouterias...
Com gaveta e figurinha.
Depois vieram lágrimas
a querer expurgar
dores passageiras...
Daquelas que criança
verte sem querer.
A cachorrinha Lolita
veio, meiga, ladrar
com saudade do tempo
em que era filhote...
Muito dengo recebia.
Junto dela os canários
Espoleta e Camões
cantaram alto...
Como nas tardes febris.
Minha vó passando roupa
e meus desenhos a giz
espalhados sobre a mesa...
Rabiscos de doce sabor.
Foram os flashs mais vivos
que voejaram a minha frente...
Fechei depressa esta fonte
inesgotável de saudades...
Anorkinda
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Lembranças
Chegamos a tempo
em tempo de sermos lembranças
em tempo de tê-las,
de ouví-las, nossas crianças.
Nem sempre o diabo foi diabo
e o mandacaru da palavra
foi de comer;
Chegamos a tempo de viver,
Não morra.
E quem disse que devemos aplaudir
quem nos tem como lembranças?
Nós não somos crianças?
Não viemos mesmo aqui pra rir?
Os reis do pedaço
não do bolo inteiro
Chegamos em primeiro
na falta de espaço
Até a princesinha
Vir até mim, e se despedir
Pegar aquela lembrancinha
E, sozinha, ter de sumir.
Chegamos a tempo
em tempo de rir do que a nós não coube
Eu me lembrei sim, de ti
Você é que nunca soube.
(John Borovisque)
Chegamos a tempo
em tempo de sermos lembranças
em tempo de tê-las,
de ouví-las, nossas crianças.
Nem sempre o diabo foi diabo
e o mandacaru da palavra
foi de comer;
Chegamos a tempo de viver,
Não morra.
E quem disse que devemos aplaudir
quem nos tem como lembranças?
Nós não somos crianças?
Não viemos mesmo aqui pra rir?
Os reis do pedaço
não do bolo inteiro
Chegamos em primeiro
na falta de espaço
Até a princesinha
Vir até mim, e se despedir
Pegar aquela lembrancinha
E, sozinha, ter de sumir.
Chegamos a tempo
em tempo de rir do que a nós não coube
Eu me lembrei sim, de ti
Você é que nunca soube.
(John Borovisque)
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2 comentários:
Parabéns a todos. São lindos e tocantes.
Que linda tua presença, Ranyele! volte sempre!
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