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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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Salvo-Conduto

Os loucos são loucos
Por não temerem
O que virá depois

São, os loucos,
Os herdeiros do céu
Pois adentram o paraíso
Quando bem entendem, ao léu

Ao contrário dos "normais"
Criam, os loucos, seu céu particular
Sem carecer de senha para entrar
O céu é sua casa, sua senda,
Seu lar

Nisso reside sua verdade
Em habitar outros universos
Sem prestar contas à sanidade
Isso é o céu, com as portas abertas
Loucura ou realidade?
Quem se importa se há versão certa?

Célia Sena

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Peneira de Luzes

Pisa de leve meu sonho
de verão pelos caminhos.
Raios de sol na folhagem
Uma peneira de luzes ...
No filtro dessa miragem
Solto flechas, é fim de tarde
a ave prepara o ninho
eu cumpro com meu destino.
Repenso meu universo
Sou mera versejadora
rabiscadora de versos.

Gladis Deble

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Outra Bucólica Lembrança .


E ao entardecer, as aves,
trinam melancólica melodia,
despedem-se do Sol e do dia.

São pequenos soldados
aquartelados nas árvores
para que, ao Senhor, ores.

E outra vez agradecem a noite,
que como um estrelado véu,
os cobre de amor sob o céu.

Resta a lembrança do dia que finda,
em êxtase a Natureza se realiza,
no langor de um lindo por do sol.

A cada ser do Universo no amor Divino,
como no entardecer da Terra, a bucólica,
Luz da saudade do amor pleno vivido...

Com o cessar dos trinados e gorgeios,
minha'alma encerra em oração a gratidão,
por cada dia que finda ou começa no coração.

Senhor, em meu livre voo, em espiritual meditação,
agradeço-Te a benção de poder na Terra vivenciar,
mais esta experiência na jornada com meu irmão!

Godila Fernandes

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POR SI SÓ...

Por si só é infinito
Dos sentimentos
O mais bonito
É o amor.

Por si só é esplendor
Nada no amor é pequeno
Seja na alegria ou dor
Sempre inteiro, intenso.

Para o amor não existe hora
O seu momento é o agora
Intangível
Concreto...

Não espera hora oportuna
Para mostrar sua ternura
Sempre Livre
Pleno, eterno.

Mavie Louzada.

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Rito de Passagem

E assim tem sido
O que talvez
Jamais devesse ter acontecido
Se é para ser ranço
Com gosto de pão amanhecido,
Sensato então, seria
Não haver o amor comparecido

Mas esse é um jogo
Em que não cabem apostas
Sem ganhador ou perdedor
Apenas vidas expostas

Não há como ser diferente
Pois esse é um prato
Que deve-se comer quente
E queima a língua dos desavisados
Ingênuos, inocentes, apaixonados

Dá que todos querem provar
E, entre mortos e feridos
Todos os sobreviventes
Fariam tudo de novo
Pois ninguém chega ao céu
Sem antes haver morrido

Célia Sena

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Cores Quentes No azulejo Do Oceano

Desce ardente lava, fusão que esvai dos vulcões.
O mar azul desvanece; ondas agora são rubras;
coradas; sentem pejo de que o magma as cubra.
A cascata de lampejo ígneo arde aos borbotões.

Em jatos... Cores quentes no azulejo do oceano;
tintas vermelhas ressumam ;navio já é fantasma.
Centelhas, brumas de fogo, exalam mil miasmas.
Não há viva alma para chorar ao léu o desengano.

Um véu de fumo encarnado cinge todo o horizonte.
Tinge nuvens, são algodões embebidos de sangue.
Feroz cena estendida: do céu, terra até o mangue.
O aceso lume não desculpa nenhuma das fontes...

Daí esculpe no cenário flamas de um matiz unicolor.
Ave que se salvou por um triz agradece suas asas.
Pernas pra que te quero foram cair em covas rasas.
E já nada respira, chama não perdoa, nem faz favor.

Rosemarie Schossig Torres

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*** "Eu Louvável" ***

Não esqueço o sorriso que bendizes ser a luz
Sorrirei quando preciso já que dizes que reluz
Se as lágrimas que descem e apagam as dores d´alma
Sorrisos já não fenecem vindos em preces calmas

Espero que o sonho voe bem alto e dançarino
Que minhálma sempre entoe o meu sonho de menino
Esqueço que tenho rosto sulcado por veios fortes
Amargo pelo desgosto perdido por entre cortes

Mas penso que minha glória provém de muita atitude
Registro da minha história onde há a plenitude
Eu sou o que sou enfim vigia de um ser moldável
Em busca de ter um fim ao lado do "Eu" louvável
by
***RosaMel***

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NO QUEBRA MAR

Há casais no quebra mar!
O vento passa deixando rastros
Dos sussurros_de perfumes
que se misturam na ginga
dos corpos que se tocam
num vai e vem,feito ondas
lambendo orla_saciando fome
Matando sede de desejos,
urgentes_prenhes de paixão!

(Lage,Mazéh)

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TEMPO.

Quando o tempo risca a pena
E desenha nossas vidas...
Na caminhada faz bordados.
Faz brocados coloridos, faz pontos
caracois, caseando faz desenhos.
Encontra o fio da meada e, faz de
novo, nova trama!

Tempo, inventaste o destino!...
Lapida e, faz brilhar...
Faz o tempo escultura na pedra,
Com o atrito ela fica lisa, embeleza
Faz o tempo a maravilha da época.
Tira leite de pedra...apara-se as arestas.
A poesia está escrita...lê-se conforme a era!

Zia Marinho

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Nosso amor

Sendo mais sensato e apregoando com ênfase o meu amor
Vejo-me mais feliz e completo, caminhando na trilha de gigantes
Sinto-me brioso no melhor sentido que faz a vida
Sentimento vindo e não indo, lindo... Como já foi um dia!

No adereço implícito dessa paixão sublime
No adjunto das minhas ações e sensações... Esconde-se um menino
De pés descalços, sujo de barro se sente um deus
Extremamente feliz e compreendido.

Mas se há perigo, se há ciúme... A calentura
Minha sepultura se intensifica e grita meu nome
Falsa semeadura, enterrando bem fundo os versos meus
E no espelho vejo-me embaçado e pequenino.

Mesmo apoucado sou passarinho que voa alto
Sem exageros - com muito afeto - sem desatinos
Conquisto-lhe, debicando a mais pura lealdade.
Tudo entre nós se torna pleno e primazia, se torna de fato.

André Anlub

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POR CERTO
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Quem criou o limite
a fronteira, a parede?

Por certo não tinha
o mar, o vento ... uma rede

Amélia de Morais

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Profilaxia

Entre as dores mais profundas
Estão aquelas cujas feridas são invisíveis,
As dores da alma.
Estas, ao contrário daquelas
São as que causam maiores sequelas
Porque matam desejos, sonhos, quimeras

Contradizendo a lógica,
O antídoto é simples
Onde o emplastro já não alcança
E a medicina não afiança,
Doai afeto em doses fartas,
Pratique amor, promova a paz
O resto, aos poucos, o tempo faz.

Célia Sena

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Entre atos


Entre os equinócios e solstícios
Na busca de bons indícios
Eu ajo com meus princípios
Para exterminar meus vícios.


Entre invernos e verões
Eu vivo em busca de informações
Procurando algumas soluções
Para todas minhas preocupações.


Entre vivos e desencarnados
Todos meus atos são registrados
Evitando muitos passos errados
Protejo-me de alguns pecados


Entre tantas épocas e prazos
Pelas mudanças da lua entre os ocasos
Com algumas demoras e atrasos
Vou vivendo esta vida cheia de acasos.


(Fábio Granville)

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