
Visto-me da mais pura candura
Rebusco na emoção o que ao punho faltar
Meu peito é leito da imensa loucura
que a mente cria e que inunda o ar
Dispo-me da certeza que cura
Encontro-me na dúvida que quis mensurar
que, enfim, me mensura, a mim e a ventura
de poder fazer multicor todo o mar
Tomo para mim o perfume das flores
Os odores das dores dos homens tento apagar
Bem como o sangue marcado de cores e horrores
que já vi destruir até mesmo o lar
Mudo de rumo, aprumo, refaço a tessitura
Desfaço a tristeza que o barco rema
Mas, a alegria que surge tão plena não dura
mais, nada mais que um vão poema.
Alexandre de Paula
..
Perfídia
.
Vergaste-te à sedução da perfídia
Tornaste-te vil ao ver brilhante ouro
Maculaste de sangue o vinho mouro
Como se fosses tu cobarde ofídia
Entregaste quem sempre te afagara
E te fora piedoso em toda hora
A lua tola e triste agora chora
Vendo desfazer-se a verdade rara
No entanto, dissipou-se todo encanto
O ouro sujo já não mais reluz
Por fim, já nem sequer te vale tanto
Cravaste no chão tua sombria cruz
Antes o riso, hoje vasto pranto
Marcam a face que não tem mais luz
.
Alexandre de Paula
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Vergaste-te à sedução da perfídia
Tornaste-te vil ao ver brilhante ouro
Maculaste de sangue o vinho mouro
Como se fosses tu cobarde ofídia
Entregaste quem sempre te afagara
E te fora piedoso em toda hora
A lua tola e triste agora chora
Vendo desfazer-se a verdade rara
No entanto, dissipou-se todo encanto
O ouro sujo já não mais reluz
Por fim, já nem sequer te vale tanto
Cravaste no chão tua sombria cruz
Antes o riso, hoje vasto pranto
Marcam a face que não tem mais luz
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Alexandre de Paula
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