PEQUENAS GRANDES PÉROLAS
Fênix
Nesse instante tudo brota
A veia poética do pássaro salta
Voa e das cinzas o seu passeio
E formam asas da imaginação
Sim! O poeta surge fênix...
Eu morri ontem!
E renasci hoje
Cada dia é um nascimento
E cada por do sol o descanso
Do nosso pássaro...
André Fernandes
Nesse instante tudo brota
A veia poética do pássaro salta
Voa e das cinzas o seu passeio
E formam asas da imaginação
Sim! O poeta surge fênix...
Eu morri ontem!
E renasci hoje
Cada dia é um nascimento
E cada por do sol o descanso
Do nosso pássaro...
André Fernandes
ANÚNCIO DES)CLASSIFICADO III
Vendo urgente,
por motivo de viagem,
por necessidade,
por sacanagem.
Um coração semi-velho,
bom estado de graça,
é premente.
vendê-lo,
enquanto ainda vivo.
com suave pirraça,
pequenas cicatrizes,
poucos arranhões,
tantos deslizes,
razoáveis condições.
Retificado recentemente,
fácil remoto, controle,
sensível a ave, ao amor,
persistente,
tingido de nova cor,
bate ameno,
como tambor africano,
ora mais,
outra menos,
pouca avarias,
quase sem dano,
desocupado,
procurando emprego,
esporádicas taquicardias,
isolado,
não funciona a seco.
Por desilusão,
Falta de inspiração,
Ser demente,
vendo urgente!
[gustavo drummond]
Vendo urgente,
por motivo de viagem,
por necessidade,
por sacanagem.
Um coração semi-velho,
bom estado de graça,
é premente.
vendê-lo,
enquanto ainda vivo.
com suave pirraça,
pequenas cicatrizes,
poucos arranhões,
tantos deslizes,
razoáveis condições.
Retificado recentemente,
fácil remoto, controle,
sensível a ave, ao amor,
persistente,
tingido de nova cor,
bate ameno,
como tambor africano,
ora mais,
outra menos,
pouca avarias,
quase sem dano,
desocupado,
procurando emprego,
esporádicas taquicardias,
isolado,
não funciona a seco.
Por desilusão,
Falta de inspiração,
Ser demente,
vendo urgente!
[gustavo drummond]
Apenas uma Ponderação
Raios do sol tocam uma face pela primeira vez
O milagre da vida
O cheiro de inferno e paz entrando pelos pulmões
E o paradoxo da tranquilidade de saber quem fez
Maravilhoso viver
Entre os desconfortos que criamos
Ser ou não ser
Surreal é o milagre de um pequeno coração bater
Mais do que ardente
O oxigênio liquefeito circulando o corpo
Não aceite que somos um estorvo
Talvez almas inconsequentes
Da nossa vida faz parte
Transformar tintas ou som
Letras ou barro
Em incríveis obras de arte
Alguns dão o nome de dom
Outros apenas levantam esse estandarte.
André Anlub
Raios do sol tocam uma face pela primeira vez
O milagre da vida
O cheiro de inferno e paz entrando pelos pulmões
E o paradoxo da tranquilidade de saber quem fez
Maravilhoso viver
Entre os desconfortos que criamos
Ser ou não ser
Surreal é o milagre de um pequeno coração bater
Mais do que ardente
O oxigênio liquefeito circulando o corpo
Não aceite que somos um estorvo
Talvez almas inconsequentes
Da nossa vida faz parte
Transformar tintas ou som
Letras ou barro
Em incríveis obras de arte
Alguns dão o nome de dom
Outros apenas levantam esse estandarte.
André Anlub
Tesouro valioso
O meu se mede na intensidade
De um abraço... De uma amizade
No desenrolar de uma conquista
No encontro de olhares
Na troca de sentimento quando o coração
Desperta...
O meu tesouro mais valioso é etéreo
Não existe barreira ele atravessa
E ele conforta
Ele almeja
Ele voa longe
Ele entrega o seu maior tesouro do baú
Do seu coração...
A amizade vem primeira
É o inicio de tudo...
É tesouro da alma...
O amor vem em seguida
É sentimento de amigos
Que se torna tesouro dos céus...
André Fernandes
O meu se mede na intensidade
De um abraço... De uma amizade
No desenrolar de uma conquista
No encontro de olhares
Na troca de sentimento quando o coração
Desperta...
O meu tesouro mais valioso é etéreo
Não existe barreira ele atravessa
E ele conforta
Ele almeja
Ele voa longe
Ele entrega o seu maior tesouro do baú
Do seu coração...
A amizade vem primeira
É o inicio de tudo...
É tesouro da alma...
O amor vem em seguida
É sentimento de amigos
Que se torna tesouro dos céus...
André Fernandes
***Belezas do Coração**
Há tanto o coração padece
Que chora triste a partida
Mas eleva-se em uma prece
Doce, amarga, sentida...
Quem determina a vida
Neste vai e vem inconstante
Para que seja feliz ou dorida
E acabe tudo num instante
Mas um olhar diferente sorrindo
Por entre as nesgas do céu
Diz: "Meu filho... olha que lindo"!
Permeie as linhas ao léu
Ultrapasse as dores terrenas
Vislumbre em toda a emoção
Que dores são coisas amenas
E amores "Belezas do coração".
***RosaMel***
Há tanto o coração padece
Que chora triste a partida
Mas eleva-se em uma prece
Doce, amarga, sentida...
Quem determina a vida
Neste vai e vem inconstante
Para que seja feliz ou dorida
E acabe tudo num instante
Mas um olhar diferente sorrindo
Por entre as nesgas do céu
Diz: "Meu filho... olha que lindo"!
Permeie as linhas ao léu
Ultrapasse as dores terrenas
Vislumbre em toda a emoção
Que dores são coisas amenas
E amores "Belezas do coração".
***RosaMel***
Para ti
.
Há em ti uma vastidão insondável
Um poeta palpável, uma lírica veia
.
Há em ti um poema em penumbra
Há uma onda em brumas
Caravelas de mar
.
Há em ti um abraço ameno
Um coração que sonha
E que sempre sonhará
.
Há em ti, um olhar de menino
Um sorriso maroto
Um suspiro no ar
.
Eu te vejo, e me sinto absorta
.
Observo em cada linha...pedacinhos de ti
.
E a canção, que agora componho
Tem a melodia de um sonho
Acompanhada por bandolins.
.
Márcia Poesia de Sá
.
Há em ti uma vastidão insondável
Um poeta palpável, uma lírica veia
.
Há em ti um poema em penumbra
Há uma onda em brumas
Caravelas de mar
.
Há em ti um abraço ameno
Um coração que sonha
E que sempre sonhará
.
Há em ti, um olhar de menino
Um sorriso maroto
Um suspiro no ar
.
Eu te vejo, e me sinto absorta
.
Observo em cada linha...pedacinhos de ti
.
E a canção, que agora componho
Tem a melodia de um sonho
Acompanhada por bandolins.
.
Márcia Poesia de Sá
Dias Indecisos
Dias indecisos
Tecendo loas
procurando uma saída
prá vida sem graça...
Examinei as paredes da consciência,
Evidente luz,
Sem pó algum!
Indigestão de idéias...
Veio-me o sinal
de vida azul!
Sair por ai
Errar, acertar...
Sem, contudo, tornar-me
um ser envilecido.
E se alguém perguntar
quem sou, direi que...
Sou apenas um viajante!
Diná Fernandes
Dias indecisos
Tecendo loas
procurando uma saída
prá vida sem graça...
Examinei as paredes da consciência,
Evidente luz,
Sem pó algum!
Indigestão de idéias...
Veio-me o sinal
de vida azul!
Sair por ai
Errar, acertar...
Sem, contudo, tornar-me
um ser envilecido.
E se alguém perguntar
quem sou, direi que...
Sou apenas um viajante!
Diná Fernandes
AMIGOS DIZEM EU TE AMO
É aquele anjo particular
Que chega sem oração
Está sempre lado a lado
Em verdade, é mais que irmão
Acerta-nos pedradas verdadeiras
Mas, jamais falsos beijos
Tem palavras duras se preciso
Conhece os nossos mais íntimos desejos
Quando verdadeiro não nos trai
Não nos troca por ninguém
Aconselha-nos sempre para a paz
E quer sempre o nosso bem
É parte da família por escolha
Não tem sorteio, mas, merecimento
É a outra asa, que nos torna anjos
Vê-nos além dos olhos ou do tempo
Amigo de verdade é coisa rara
Cuide com carinho dos que você tem
Amigos também dizem eu te amo
Enche deles o teu coração e guarda-os bem.
Poeta Urbano
É aquele anjo particular
Que chega sem oração
Está sempre lado a lado
Em verdade, é mais que irmão
Acerta-nos pedradas verdadeiras
Mas, jamais falsos beijos
Tem palavras duras se preciso
Conhece os nossos mais íntimos desejos
Quando verdadeiro não nos trai
Não nos troca por ninguém
Aconselha-nos sempre para a paz
E quer sempre o nosso bem
É parte da família por escolha
Não tem sorteio, mas, merecimento
É a outra asa, que nos torna anjos
Vê-nos além dos olhos ou do tempo
Amigo de verdade é coisa rara
Cuide com carinho dos que você tem
Amigos também dizem eu te amo
Enche deles o teu coração e guarda-os bem.
Poeta Urbano
Quando eu te encontrar II
A praia dos meus sonhos
Estava ali a me esperar,
A frente de meus olhos.
Uma brisa a beira mar
Tranqüila e bela praia
Deserta, cheia de tua falta
O vento palavras trazia
De outro dia ou noite alta
De quando eu te encontrasse,
Quando estivéssemos juntos.
Encontrando-nos face a face,
Um encontro de dois mundos.
Um novo universo que nasce.
Quando eu te encontrar,
Uma canção as ondas trazem.
Põem-se triste todo o mar.
Não encontrei o teu sorriso,
Não estava tua magia.
Esqueceu nosso compromisso.
Onde te encontraria?
Riverstone - Pedro Rivero
Voce é quem?
Quem precisa
De um amigo que avisa,
Acaba atado
A um amor que escraviza
Quem se assusta
Ao saber quanto custa
Acaba dentro
De eterna saia justa
Quem se esconde
Depois que perde o bonde
Acaba preso
À pergunta: Aonde?
Se teu mundo é assim
E voce é o Quem
Acredite em mim
Ce tá mais pra ninguém.
Tarcisio Mendes
Sentimento
Tudo que nos vem
Que nos entra e invade
Desaba ou nos alarde
O amor quando ama
A solidão que reclama
Tudo é uma busca
Um acontecimento
Um acometimento
Meu sentimento?
Nada que me faltasse!
André Fernandes
Ando
Eu ando inalando fumaça
De motores
Ando sem graça
Furtivo e sem cores
Tudo que é certo
De mim se esvoaça
Como, no deserto,
A água escassa
Tudo que é vário
Toma-me parte
Deste ignóbil baluarte,
deste confuso estuário
Eu cercado sigo
Pelas palavras
Que nas lavras
Eu mesmo digo
Andado tanto tenho
Que já nem mais empenho
Em lembrar as formas do caminho
Eu ando andando em desalinho...
Alexandre de Paula
Minha Escrita II
De repouso entre um suspiro e outro
Acamado entre o amar e ser amado
Coração bate forte sendo fraco
Pensamentos voam soltos, indo alto
Minha escrita está submersa em azul anil
Com sentimentos verdadeiros e inventados
Vagueia entre o real e o senil
Persegue o concreto e o abstrato
Língua solta e comprida
Profere idiomas mal falados
E alados levam poemas declamados
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos
Uma dor quase sempre vira escrita
Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido
E o que é lido no respeito não se imita.
Segue assim até nascer do branco pó
O rebento que do chão fica de pé
Que se engasga com as empáfias, o alento
Por um momento ri de todos ao redor.
André Anlub
Restauração...
Esse tempo não é meu
A ampulheta se gastou
Tanta areia corroeu
Até o amor que restou
Fora do tempo tu nasceu
Homem que abusou
De tanta colheita que roeu
Até do amor que ceifou
Eu me procuro e não me encontro
No espelho uma imagem distorcida
De um alguém que não sou eu
Neste lugar que não é o meu
Faço uma reflexão
Busco em mim o que restou
Uma recata do que não falhou
Um novo e mesmo ser nasce então...
Da plantação de que me fiz
Do valor que te formou
Refogo em miscelânia de sabores
Que mostrará quem sou e onde estou
Léo Messias e Anorkinda
Noite fria
A lua surge inibida, é noite de inverno
Através da vidraça vejo ofuscada a rua
Meu quarto é quente, chega a ser terno.
E do lado de fora, uma garota seminua.
A aragem fria toca o corpo e ela treme.
Não acredito no que vejo, é desumano
Um corpo franzino que padece e geme
Por falta de quaisquer pedaços de pano
Abro a porta e o vento frio me atropela
Chamo pela garota, pequena e humilde
Então toco a sua mão, minha alma gela.
Quanta injustiça, meu coração arranha.
Acomodo no meu corpo o pequeno ser
O seu olhar de ternura parece renascer!
ღRaquel Ordonesღ
SEM REMENDOS
Parece uma fuga do espírito
Este meu jeito de escrever
Saio por mundos, respiro.
Para a realidade não ver
São verdes todos os campos e floridos
O imenso céu sempre azul, o sol brilha.
Praias com brisas doces, o mar salgado.
Os olhos sempre lindos de uma rainha!
Minhas culpas nem as sinto
Meus defeitos e meus medos
Será que sou assim ou minto?
Pedaço de mim, sem remendos
Riverstone Pedrorivera
GRÃO DE AREIA
Eis-me aqui.
Diante de tudo o que há.
Em que traduzo-me?
Diante de todo o firmamento,
O que sou eu ?
Diante do cosmos
Dos corpos celestes
Dos campos agrestes
O que sou eu?
Diante do mar aberto
Da areia do deserto
Das coisas que nunca vi de perto
O que sou eu?
À luz que o sol irradia
Aos mistérios da noite e do dia
Quem sou eu?
Eu nada sou
Sou apenas um ser
Inundado de sentimentos
Sorvendo a seiva da vida
Amando a cada momento.
Célia Sena
INTIMAÇÃO
Venha urgente,
na primeira hora,
de tapete persa,
tobogã turbinado,
táxi lunar,
de carona no cometa.
É premente
te ver agora.
Mande um sinal
de fumaça,
Rufle tambores,
Pombo-sedex,
Via mar
numa canoa
nuclear.
É fundamental,
chegue cheia
de graça,
com seu chicletes
de canela,
a tempo da ceia
matinal.
Com a roupa nova,
branca, de griffe,
com decote em 'U'
A porta está aberta,
rua deserta,
Estou em desatino,
princípio de morte,
saudade letal.
Só voce vir,
tudo sara,
o tempo esquenta,
alegria aparece,
brotam sorrisos,
mereço, merece,
só necessito disso:
Voce
aqui
em
mim.
[gustavo drummond]
Respostas
Não estrague tudo perguntando demais
Se a resposta será sempre o meu amor
Não me faça responder que te amo
Porque as palavras não trazem meu amor
Prendemo-nos demais as palavras ditas
Elas nos fazem sofrer e ate nos deixam alegre
Mas não traz o amor que sinto por você
E nem é tão importante quanto à fala do coração
Tenho vivido de amores nas pontas dos dedos
Ate escrito em grafites nos muros da vida
Calejado de tanto apanhar das criticas diárias
De um amor que se prende tanto a palavras ditas
Não sou um papo apenas de conversa de botequim
Nem o riso de piadas um tanto sem graça
Não sou pra ser contado e nem pra ser falado
Quanto mais rir desse amor demonstrado
André Fernandes
RETRATO FALADO
Eu não quero ser injusto
Nem tampouco me omitir
Mas, fui sim, a testemunha
De um crime que eu cometi
Tragam lápis e papel!
E o melhor retratista,
Farei um retrato fiel
Sob o meu ponto de vista
Mas não duvidem de mim
Nem me queiram dar razão
Pois seja qual for meu relato
Mais que um fato, é uma versão!
Rozelane de Santis Morais
LUZ CEGA
Há uma luz que brilha
escandalosamente
em alguma parte
do meu corpo.
Que me queima
os lábios,
que me arde
os olhos,
que me dói todo o corpo
e a alma.
Há uma luz que brilha.
É preciso meter os dedos
em seus olhos
e cegá-la.
Ou não?
Terei sempre que
apagar a luz pra dormir?
Amélia de Morais
Não diga não
ou simplesmente sim
quero a inteira razão
princípio meio e fim
além da vulgo compreensão
seja na poesia
quiçá na filosofia
não tolero evasivas
muito menos sofismas
usual o argumento
não há fatos eternos
nem verdades absolutas
resoluta desafio
o cartesiano pensamento
Eliane Thomas
Sê compassivo
Violência
corpos em jornais
moleques em profusão
Cenário
relativo aos normais.
Há que se prestar atenção:
Mendicância
e pobreza são sinais
de falta da boa educação
Discursos
e revoltas demais
oferecem nenhuma solução
Exercício
salutar e bem mais
efetivo é respeitar a condição
De ser humano
em variedade de ideais
mas no fundo exatamente iguais
a eu e você que nos danamos de presunção!
Anorkinda
MILIMÉTRICO CAOS.
Nunca vi tamanho disparate:
teoria do caos organizar entendimentos,
sentir que um fractal esfusiante,
lança-nos a organizar pensamentos,
que milimetricamente somos o EU
e que a cada sistema solar pertencemos,
porém, sob a égide de nova mônada,
EU SOU, EU SOU, EU SOU!
Somos todos ecos sibilantes,
somos pedacinhos de amor,
somos o Pai, a Mãe e o Infante,
somos nós a falta de erro do caos,
a exatidão da Obra e Plano de Deus!
godila fernandes
VI - ANDANTES!.
E onde vamos, quando tudo terminar...
Sairemos alados espaço afora,
Criaremos raízes translúcidas agora,
Ou no nada nos transformaremos?!
Do argênteo, auri-purpúreo, espíritos
solidários, descerão em revoada,
a cada, tomarão nos braços energizando,
Ou lágrimas verterão, por perderem a tantos?!
Que rumo seguirão nossos bravos guerreiros,
tão altivos, tão nobres, tão valorosos, outrora,
Que armadura deixarão cair por sobre o pó,
Ou vencidos, nada restará, apenas escombros?!
De meu olhos auri-verdes, lágrimas descem em profusão...
Meninos cansados, meninas tristes, crianças imoladas,
Sujos e famintos, desolados na poeira das estradas,
Lá se vão almas penadas...triste fim de ilusória fama!
Godila Fernandes
Notívagos
A lua sozinha no céu sussurra aos poetas
Melodias de poemas, tantas histórias incertas
Navegam horas em linhas, enquanto ela observa
Somos almas encantadas, e a pena é nossa asa
Neste vôo rumo a ela...
Passam horas sem relógios, tic tacs sem limites...
E as linhas bailam soltas, nesta noite de apetite
Fome de verso e prosa... Mar de tanta inspiração
Corações tecem as rosas dos jardins de um amanhã
Mas o sol enciumado, vendo este amor entre eles
Sai rasgando a madrugada, apressado para vê-los
Pega a lua assim deitada, numa nuvem recostada
E os poetas ca em baixo escrevendo apaixonados.
Esta é a sina dos poetas, dos que podem ouvir a lua
Ela os busca toda noite, e vem vindo toda nua
Não há como resistir, é um amor que transcende
Comumente declamado em poemas recorrentes.
Márcia Poesia de Sá
Por onde eu ando?
Perdi o tempo, o leme... A direção
Emoção se faz de morta, perdi a concentração
Caminhei por caminhos cujo vento apagava minhas pegadas
Como se eu fosse apenas marola de vento em duna
E esta mesma duna, que a meus passos acolhiam
Era ela também engolida pelo vento e sumia de meus pés...
Perco-me facilmente de mim.
Acho que já ando me despedindo faz tempo...
Enjoei desta casca dourada. Queria ser novamente fluido
Apenas uma luz... Sem temperatura, nem escravatura, sem cansaço de ter de viver.
Ando tão exausta de continuar morrendo a cada dia
Perdi a luz daquela manhã, e o raio que despedaçou a árvore
Perdi a lágrima de amor, perdi a saudade... Perdi a idade e a sanidade...
A mim, abandonou...
Saiu sorrindo de mim, pela porta branca...
E num facho de luz do corredor apenas olhou-me de longe
Perdi os neurônios, os sonhos, a dançarina de neon, perdi o show do Oswaldo...
E um tanto de pecado, que me neguei a cometer...
por onde anda minh’alma, atordoada e
embora tão densamente amarrada, vaga sem rumo no ar...
Chego ao fim da duna... O dia já percorreu todos os meus labirintos
E sento exausta num raio de lua... Que me acarinha com a brisa fria
Como se tivesse até com medo de me tocar.
As estrelas me olham com ternura
E eu sei que a elas também perderei um dia...
Quando meus olhos não mais puderem enxergar
Então, as guardo nas gavetinhas da memória... Que andam já abarrotadas.
Pois só assim as terei para sempre
Como ainda tenho de algum modo, tudo aquilo que de fato já perdi.
Márcia Poesia de Sá
Despedida
Despencou das negras nuvens
chuvas ácidas de saudade
Tuas mãos frias condiziam
com o clima de sobriedade
Congelou o tempo das esperas
e ventos fortes predisseram
Tua presença era insana
como os olhos dos que erram
Sorvi a atmosfera lúgubre
e despedi-me de ti
Era preciso...assim sobrevivi
Abri o portal dos sonhos
num transe fecundo
Foi bonito...ganhei o mundo
Anorkinda
SEIOS
O que se esconde
por trás dos montes
dos teus seios?
A carne viva
quer repousar no vale
em teu meio.
Sedosa pele
envolvida pelo tecido
esconde e revela.
Beleza e tentação
diante da face
excita a mão.
Há descobertas
nessas fontes abertas
do puro prazer.
Quem suga o leite uma vez
sempre recorda a maciez
e bebe pela eternidade...
Janete do Carmo
Negação
Nego que eu não tenha coragem
Nego que eu não faça bobagem
Nego que eu não minta, às vezes
Nego que amar seja um mar de rosas
Nego querer perfeição
Nego ser frágil
Renego a violência
Renego a falsidade
Renego o abuso de poder
Aos meus pecados peço perdão
Peço à mim, a redenção
Célia Sena
Não me queixo
Não me olho
Não me nariz
Não me orelha
Escrevo
o que me der
na telha.
LCPVALLE
Sentido
Quando escrevo o sentido me comove
Como se eu fosse algo a ser notado
A ser sentido
Essa emoção que nos avaliam
O coração que nos olham
Olhos que nos despem
Os dizeres que são frutos
De nossa magnífica expressão
Que nos incita
Que nos impele a gostar
Somos fãs doídos
E doloridos somos
A arte que nos
Mata... Que nos
Ressuscita!
André Fernandes
LÁGRIMA
A lágrima que evapora
É o choro que perdeu lugar
Ninguém sabe onde está agora.
LCPVALLE
CHORO
Por vezes o choro que engolimos
Transforma-se em poemas
Poesias ou hinos.
LCPVALLE
Por prazer
Foi pelos teu olhos, sedução...
Troquei uma rotina calma
de tédio e companhia-solidão
Foi por tuas mãos, excitação...
Fraquejei em arrepios
de sensorial estímulo-tesão
Foi pelos teus beijos, provocação...
Suspirei desejos antigos
de fantasia e delírio-paixão
Foi por tuas carícias, dominação...
Gritei em prazer total
de completo gozo-satisfação
Anorkinda
VERSO ADORMECIDO.
Nascido de uma Lírica mãezinha
O Verso adormecido em seu berço
Recebeu a bênção da madrinha
Ganhou do padrinho, seu primeiro terço
-Parecido com o pai, disseram as tias.
Poema Inteligente era zeloso
Agradeceu o milagre sem ironias
Beijou o rosto do filho mimoso
O pequenino verso, inocente
sequer sabia ser ele vidente
Ele leria almas e mentes
De fina ascendência poética
ele derramaria, cheio de ética
a mais sublime das dialéticas!
Anorkinda
Cheiro
olhar lascivo
chama por mim
com perfume de jasmim
com suave aceno
o meu te responde
com cheiro de alecrim
e nessa troca de olhares
repleto de aromas
não dou mais conta de mim...
Eliane Thomas
CREPÚSCULOS
A brisa corria leve
Naquela tarde de outono
Meu corpo ardia em febre
Os olhos pesados de sono
O sonho viveu breve
Deixando total abandono
A lua sorria triste
Na noite que estava chegando
Um raio de prata em riste
Como se me acusando
"Como é que não assumiste
O amor que estava entrando?"
O vento batia forte
Na noite que agora tremia
Seu som era como um corte
No coração que gemia
Tamanha falta de sorte
Por que meu ouvido não ouvia?
Assim, chegou a madrugada
Tomou de vez o seu posto
Impassiva, cruel, invernada
Petrificando meu rosto
Já não esperava mais nada
Primeiro dia de agosto
A noite tem seu final
Vem o crepúsculo e arrima
O tempo correu normal
Apesar de mim e minha sina
De repente, ao natural
Você, inteira, na neblina.
Ela voltou ou não?
Tire sua conclusão.
LCPVALLE
A praia dos meus sonhos
Estava ali a me esperar,
A frente de meus olhos.
Uma brisa a beira mar
Tranqüila e bela praia
Deserta, cheia de tua falta
O vento palavras trazia
De outro dia ou noite alta
De quando eu te encontrasse,
Quando estivéssemos juntos.
Encontrando-nos face a face,
Um encontro de dois mundos.
Um novo universo que nasce.
Quando eu te encontrar,
Uma canção as ondas trazem.
Põem-se triste todo o mar.
Não encontrei o teu sorriso,
Não estava tua magia.
Esqueceu nosso compromisso.
Onde te encontraria?
Riverstone - Pedro Rivero
Voce é quem?
Quem precisa
De um amigo que avisa,
Acaba atado
A um amor que escraviza
Quem se assusta
Ao saber quanto custa
Acaba dentro
De eterna saia justa
Quem se esconde
Depois que perde o bonde
Acaba preso
À pergunta: Aonde?
Se teu mundo é assim
E voce é o Quem
Acredite em mim
Ce tá mais pra ninguém.
Tarcisio Mendes
Sentimento
Tudo que nos vem
Que nos entra e invade
Desaba ou nos alarde
O amor quando ama
A solidão que reclama
Tudo é uma busca
Um acontecimento
Um acometimento
Meu sentimento?
Nada que me faltasse!
André Fernandes
Ando
Eu ando inalando fumaça
De motores
Ando sem graça
Furtivo e sem cores
Tudo que é certo
De mim se esvoaça
Como, no deserto,
A água escassa
Tudo que é vário
Toma-me parte
Deste ignóbil baluarte,
deste confuso estuário
Eu cercado sigo
Pelas palavras
Que nas lavras
Eu mesmo digo
Andado tanto tenho
Que já nem mais empenho
Em lembrar as formas do caminho
Eu ando andando em desalinho...
Alexandre de Paula
Minha Escrita II
De repouso entre um suspiro e outro
Acamado entre o amar e ser amado
Coração bate forte sendo fraco
Pensamentos voam soltos, indo alto
Minha escrita está submersa em azul anil
Com sentimentos verdadeiros e inventados
Vagueia entre o real e o senil
Persegue o concreto e o abstrato
Língua solta e comprida
Profere idiomas mal falados
E alados levam poemas declamados
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos
Uma dor quase sempre vira escrita
Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido
E o que é lido no respeito não se imita.
Segue assim até nascer do branco pó
O rebento que do chão fica de pé
Que se engasga com as empáfias, o alento
Por um momento ri de todos ao redor.
André Anlub
Restauração...
Esse tempo não é meu
A ampulheta se gastou
Tanta areia corroeu
Até o amor que restou
Fora do tempo tu nasceu
Homem que abusou
De tanta colheita que roeu
Até do amor que ceifou
Eu me procuro e não me encontro
No espelho uma imagem distorcida
De um alguém que não sou eu
Neste lugar que não é o meu
Faço uma reflexão
Busco em mim o que restou
Uma recata do que não falhou
Um novo e mesmo ser nasce então...
Da plantação de que me fiz
Do valor que te formou
Refogo em miscelânia de sabores
Que mostrará quem sou e onde estou
Léo Messias e Anorkinda
Noite fria
A lua surge inibida, é noite de inverno
Através da vidraça vejo ofuscada a rua
Meu quarto é quente, chega a ser terno.
E do lado de fora, uma garota seminua.
A aragem fria toca o corpo e ela treme.
Não acredito no que vejo, é desumano
Um corpo franzino que padece e geme
Por falta de quaisquer pedaços de pano
Abro a porta e o vento frio me atropela
Chamo pela garota, pequena e humilde
Então toco a sua mão, minha alma gela.
Quanta injustiça, meu coração arranha.
Acomodo no meu corpo o pequeno ser
O seu olhar de ternura parece renascer!
ღRaquel Ordonesღ
SEM REMENDOS
Parece uma fuga do espírito
Este meu jeito de escrever
Saio por mundos, respiro.
Para a realidade não ver
São verdes todos os campos e floridos
O imenso céu sempre azul, o sol brilha.
Praias com brisas doces, o mar salgado.
Os olhos sempre lindos de uma rainha!
Minhas culpas nem as sinto
Meus defeitos e meus medos
Será que sou assim ou minto?
Pedaço de mim, sem remendos
Riverstone Pedrorivera
GRÃO DE AREIA
Eis-me aqui.
Diante de tudo o que há.
Em que traduzo-me?
Diante de todo o firmamento,
O que sou eu ?
Diante do cosmos
Dos corpos celestes
Dos campos agrestes
O que sou eu?
Diante do mar aberto
Da areia do deserto
Das coisas que nunca vi de perto
O que sou eu?
À luz que o sol irradia
Aos mistérios da noite e do dia
Quem sou eu?
Eu nada sou
Sou apenas um ser
Inundado de sentimentos
Sorvendo a seiva da vida
Amando a cada momento.
Célia Sena
INTIMAÇÃO
Venha urgente,
na primeira hora,
de tapete persa,
tobogã turbinado,
táxi lunar,
de carona no cometa.
É premente
te ver agora.
Mande um sinal
de fumaça,
Rufle tambores,
Pombo-sedex,
Via mar
numa canoa
nuclear.
É fundamental,
chegue cheia
de graça,
com seu chicletes
de canela,
a tempo da ceia
matinal.
Com a roupa nova,
branca, de griffe,
com decote em 'U'
A porta está aberta,
rua deserta,
Estou em desatino,
princípio de morte,
saudade letal.
Só voce vir,
tudo sara,
o tempo esquenta,
alegria aparece,
brotam sorrisos,
mereço, merece,
só necessito disso:
Voce
aqui
em
mim.
[gustavo drummond]
Respostas
Não estrague tudo perguntando demais
Se a resposta será sempre o meu amor
Não me faça responder que te amo
Porque as palavras não trazem meu amor
Prendemo-nos demais as palavras ditas
Elas nos fazem sofrer e ate nos deixam alegre
Mas não traz o amor que sinto por você
E nem é tão importante quanto à fala do coração
Tenho vivido de amores nas pontas dos dedos
Ate escrito em grafites nos muros da vida
Calejado de tanto apanhar das criticas diárias
De um amor que se prende tanto a palavras ditas
Não sou um papo apenas de conversa de botequim
Nem o riso de piadas um tanto sem graça
Não sou pra ser contado e nem pra ser falado
Quanto mais rir desse amor demonstrado
André Fernandes
RETRATO FALADO
Eu não quero ser injusto
Nem tampouco me omitir
Mas, fui sim, a testemunha
De um crime que eu cometi
Tragam lápis e papel!
E o melhor retratista,
Farei um retrato fiel
Sob o meu ponto de vista
Mas não duvidem de mim
Nem me queiram dar razão
Pois seja qual for meu relato
Mais que um fato, é uma versão!
Rozelane de Santis Morais
LUZ CEGA
Há uma luz que brilha
escandalosamente
em alguma parte
do meu corpo.
Que me queima
os lábios,
que me arde
os olhos,
que me dói todo o corpo
e a alma.
Há uma luz que brilha.
É preciso meter os dedos
em seus olhos
e cegá-la.
Ou não?
Terei sempre que
apagar a luz pra dormir?
Amélia de Morais
Não diga não
ou simplesmente sim
quero a inteira razão
princípio meio e fim
além da vulgo compreensão
seja na poesia
quiçá na filosofia
não tolero evasivas
muito menos sofismas
usual o argumento
não há fatos eternos
nem verdades absolutas
resoluta desafio
o cartesiano pensamento
Eliane Thomas
Sê compassivo
Violência
corpos em jornais
moleques em profusão
Cenário
relativo aos normais.
Há que se prestar atenção:
Mendicância
e pobreza são sinais
de falta da boa educação
Discursos
e revoltas demais
oferecem nenhuma solução
Exercício
salutar e bem mais
efetivo é respeitar a condição
De ser humano
em variedade de ideais
mas no fundo exatamente iguais
a eu e você que nos danamos de presunção!
Anorkinda
MILIMÉTRICO CAOS.
Nunca vi tamanho disparate:
teoria do caos organizar entendimentos,
sentir que um fractal esfusiante,
lança-nos a organizar pensamentos,
que milimetricamente somos o EU
e que a cada sistema solar pertencemos,
porém, sob a égide de nova mônada,
EU SOU, EU SOU, EU SOU!
Somos todos ecos sibilantes,
somos pedacinhos de amor,
somos o Pai, a Mãe e o Infante,
somos nós a falta de erro do caos,
a exatidão da Obra e Plano de Deus!
godila fernandes
VI - ANDANTES!.
E onde vamos, quando tudo terminar...
Sairemos alados espaço afora,
Criaremos raízes translúcidas agora,
Ou no nada nos transformaremos?!
Do argênteo, auri-purpúreo, espíritos
solidários, descerão em revoada,
a cada, tomarão nos braços energizando,
Ou lágrimas verterão, por perderem a tantos?!
Que rumo seguirão nossos bravos guerreiros,
tão altivos, tão nobres, tão valorosos, outrora,
Que armadura deixarão cair por sobre o pó,
Ou vencidos, nada restará, apenas escombros?!
De meu olhos auri-verdes, lágrimas descem em profusão...
Meninos cansados, meninas tristes, crianças imoladas,
Sujos e famintos, desolados na poeira das estradas,
Lá se vão almas penadas...triste fim de ilusória fama!
Godila Fernandes
Notívagos
A lua sozinha no céu sussurra aos poetas
Melodias de poemas, tantas histórias incertas
Navegam horas em linhas, enquanto ela observa
Somos almas encantadas, e a pena é nossa asa
Neste vôo rumo a ela...
Passam horas sem relógios, tic tacs sem limites...
E as linhas bailam soltas, nesta noite de apetite
Fome de verso e prosa... Mar de tanta inspiração
Corações tecem as rosas dos jardins de um amanhã
Mas o sol enciumado, vendo este amor entre eles
Sai rasgando a madrugada, apressado para vê-los
Pega a lua assim deitada, numa nuvem recostada
E os poetas ca em baixo escrevendo apaixonados.
Esta é a sina dos poetas, dos que podem ouvir a lua
Ela os busca toda noite, e vem vindo toda nua
Não há como resistir, é um amor que transcende
Comumente declamado em poemas recorrentes.
Márcia Poesia de Sá
Por onde eu ando?
Perdi o tempo, o leme... A direção
Emoção se faz de morta, perdi a concentração
Caminhei por caminhos cujo vento apagava minhas pegadas
Como se eu fosse apenas marola de vento em duna
E esta mesma duna, que a meus passos acolhiam
Era ela também engolida pelo vento e sumia de meus pés...
Perco-me facilmente de mim.
Acho que já ando me despedindo faz tempo...
Enjoei desta casca dourada. Queria ser novamente fluido
Apenas uma luz... Sem temperatura, nem escravatura, sem cansaço de ter de viver.
Ando tão exausta de continuar morrendo a cada dia
Perdi a luz daquela manhã, e o raio que despedaçou a árvore
Perdi a lágrima de amor, perdi a saudade... Perdi a idade e a sanidade...
A mim, abandonou...
Saiu sorrindo de mim, pela porta branca...
E num facho de luz do corredor apenas olhou-me de longe
Perdi os neurônios, os sonhos, a dançarina de neon, perdi o show do Oswaldo...
E um tanto de pecado, que me neguei a cometer...
por onde anda minh’alma, atordoada e
embora tão densamente amarrada, vaga sem rumo no ar...
Chego ao fim da duna... O dia já percorreu todos os meus labirintos
E sento exausta num raio de lua... Que me acarinha com a brisa fria
Como se tivesse até com medo de me tocar.
As estrelas me olham com ternura
E eu sei que a elas também perderei um dia...
Quando meus olhos não mais puderem enxergar
Então, as guardo nas gavetinhas da memória... Que andam já abarrotadas.
Pois só assim as terei para sempre
Como ainda tenho de algum modo, tudo aquilo que de fato já perdi.
Márcia Poesia de Sá
Despedida
Despencou das negras nuvens
chuvas ácidas de saudade
Tuas mãos frias condiziam
com o clima de sobriedade
Congelou o tempo das esperas
e ventos fortes predisseram
Tua presença era insana
como os olhos dos que erram
Sorvi a atmosfera lúgubre
e despedi-me de ti
Era preciso...assim sobrevivi
Abri o portal dos sonhos
num transe fecundo
Foi bonito...ganhei o mundo
Anorkinda
SEIOS
O que se esconde
por trás dos montes
dos teus seios?
A carne viva
quer repousar no vale
em teu meio.
Sedosa pele
envolvida pelo tecido
esconde e revela.
Beleza e tentação
diante da face
excita a mão.
Há descobertas
nessas fontes abertas
do puro prazer.
Quem suga o leite uma vez
sempre recorda a maciez
e bebe pela eternidade...
Janete do Carmo
Negação
Nego que eu não tenha coragem
Nego que eu não faça bobagem
Nego que eu não minta, às vezes
Nego que amar seja um mar de rosas
Nego querer perfeição
Nego ser frágil
Renego a violência
Renego a falsidade
Renego o abuso de poder
Aos meus pecados peço perdão
Peço à mim, a redenção
Célia Sena
Não me queixo
Não me olho
Não me nariz
Não me orelha
Escrevo
o que me der
na telha.
LCPVALLE
Sentido
Quando escrevo o sentido me comove
Como se eu fosse algo a ser notado
A ser sentido
Essa emoção que nos avaliam
O coração que nos olham
Olhos que nos despem
Os dizeres que são frutos
De nossa magnífica expressão
Que nos incita
Que nos impele a gostar
Somos fãs doídos
E doloridos somos
A arte que nos
Mata... Que nos
Ressuscita!
André Fernandes
LÁGRIMA
A lágrima que evapora
É o choro que perdeu lugar
Ninguém sabe onde está agora.
LCPVALLE
CHORO
Por vezes o choro que engolimos
Transforma-se em poemas
Poesias ou hinos.
LCPVALLE
Por prazer
Foi pelos teu olhos, sedução...
Troquei uma rotina calma
de tédio e companhia-solidão
Foi por tuas mãos, excitação...
Fraquejei em arrepios
de sensorial estímulo-tesão
Foi pelos teus beijos, provocação...
Suspirei desejos antigos
de fantasia e delírio-paixão
Foi por tuas carícias, dominação...
Gritei em prazer total
de completo gozo-satisfação
Anorkinda
VERSO ADORMECIDO.
Nascido de uma Lírica mãezinha
O Verso adormecido em seu berço
Recebeu a bênção da madrinha
Ganhou do padrinho, seu primeiro terço
-Parecido com o pai, disseram as tias.
Poema Inteligente era zeloso
Agradeceu o milagre sem ironias
Beijou o rosto do filho mimoso
O pequenino verso, inocente
sequer sabia ser ele vidente
Ele leria almas e mentes
De fina ascendência poética
ele derramaria, cheio de ética
a mais sublime das dialéticas!
Anorkinda
Cheiro
olhar lascivo
chama por mim
com perfume de jasmim
com suave aceno
o meu te responde
com cheiro de alecrim
e nessa troca de olhares
repleto de aromas
não dou mais conta de mim...
Eliane Thomas
CREPÚSCULOS
A brisa corria leve
Naquela tarde de outono
Meu corpo ardia em febre
Os olhos pesados de sono
O sonho viveu breve
Deixando total abandono
A lua sorria triste
Na noite que estava chegando
Um raio de prata em riste
Como se me acusando
"Como é que não assumiste
O amor que estava entrando?"
O vento batia forte
Na noite que agora tremia
Seu som era como um corte
No coração que gemia
Tamanha falta de sorte
Por que meu ouvido não ouvia?
Assim, chegou a madrugada
Tomou de vez o seu posto
Impassiva, cruel, invernada
Petrificando meu rosto
Já não esperava mais nada
Primeiro dia de agosto
A noite tem seu final
Vem o crepúsculo e arrima
O tempo correu normal
Apesar de mim e minha sina
De repente, ao natural
Você, inteira, na neblina.
Ela voltou ou não?
Tire sua conclusão.
LCPVALLE
Olho o céu
olho o céu
vejo rasgos de luz
bordando o firmamento
olho o céu
vejo anjos
tecendo estrelas
olho o céu
vejo esperança
prenúncio da bonança
olho o céu
vejo o inexplicável
indistinto a visão
procuro o céu
das infindáveis buscas
que trago no coração
Eliane Thomas
olho o céu
vejo rasgos de luz
bordando o firmamento
olho o céu
vejo anjos
tecendo estrelas
olho o céu
vejo esperança
prenúncio da bonança
olho o céu
vejo o inexplicável
indistinto a visão
procuro o céu
das infindáveis buscas
que trago no coração
Eliane Thomas
O DESPERTAR DE UM ANJO
Acorda meu anjo para o queimar dos desejos
És fogo santo, desperta e vem!
Inteira sinto-a, entretanto, não a vejo
Beijos, caricias... Fazes tão bem!
Não sei onde estás, apenas sei que te quero
Tal qual intensidade que tu podes sentir
Ouço quando gemes ou sussurras
Não digas nada! Eu te vou traduzir
Desperta meu anjo tuas vontades dormidas
Que sei que tens e as quero em tua flora
Abre os olhos e rufla tuas asas
Estás ancorada em mim, não vais embora
O que me fazes que me possui
E sinto saudades antes mesmo de partir?
O que tens que me seduz
E toca-me e beija-me sem nem mesmo estar aqui?
O despertar de um anjo é vencer tantos medos
Qual tamanhos segredos da “Arca de Indiana”
Mas ao amanhecer somes por entre os dedos
Adormece o anjo e persiste a chama...
Poeta Urbano
(clique para ampliar)
Acorda meu anjo para o queimar dos desejos
És fogo santo, desperta e vem!
Inteira sinto-a, entretanto, não a vejo
Beijos, caricias... Fazes tão bem!
Não sei onde estás, apenas sei que te quero
Tal qual intensidade que tu podes sentir
Ouço quando gemes ou sussurras
Não digas nada! Eu te vou traduzir
Desperta meu anjo tuas vontades dormidas
Que sei que tens e as quero em tua flora
Abre os olhos e rufla tuas asas
Estás ancorada em mim, não vais embora
O que me fazes que me possui
E sinto saudades antes mesmo de partir?
O que tens que me seduz
E toca-me e beija-me sem nem mesmo estar aqui?
O despertar de um anjo é vencer tantos medos
Qual tamanhos segredos da “Arca de Indiana”
Mas ao amanhecer somes por entre os dedos
Adormece o anjo e persiste a chama...
Poeta Urbano
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