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sexta-feira, 13 de agosto de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



* * *


Querubim


Sábios, dotados de brilho e luz
Seres de alma limpa, de magia
Com sua leveza o vento seduz
Desabrocha sorriso de alegria!

Com o dedo risca o azul do céu
Com as asas faz uma brisa suave
Balança o branco cândido do véu
Voeja além no espaço feito nave!

Espalha amor por entre os entes
Mostra: A amizade é bem querer
Porque vale muito a pena viver!

No brilho dos olhos há esperança
Fé e espera com sonhos se alcança
Pueril, com expressão de criança!


ღRaquel Ordonesღ


* *


POETA OU FARSANTE?
.
o céu é perto
e é distante

o tempo é sempre
um só instante

o sol pequeno
é um gigante

o mar agita
e é calmante

a Terra gira
sem volante

o fogo arde
crepitante

o verso pobre
é aspirante

o verso rico
confiante

eu sigo em frente
viajante

sou poeta
ou farsante?

Amélia de Morais


* *

Reverência

Curvo-me
Àqueles aos quais
A música se curva

Porque estes
Hão de possuir
Um elo com Deus

Só assim
Há de se explicar
Um mortal
Compor uma sinfonia

Porque tal feito
É de fato,
Divino

Célia Sena


* *

Lugarejo

As campinas moram o querer brando.
Entram pela janela do meu mundo.
O horizonte acorda entre os olhos sonolentos
E a fuga é apenas uma fantasia valsando.

E há um sussurro assim calmo de mim mesmo.
O bocejo é um claustro que se desfaz em dia
Querendo esse lugar de fora da vida
Sem memória, sem despedida.

Um acordar tão simples e tão limiar
Como uma epopéia entre prazeres terrenos
E cantos de ilíadas que divagam-se plenos.

O corpo semi nu entre pedaços de pano
e a sensação de que a noite foi feita enfim
e tudo que basta é ser humano.

-Mateus Araujo


* *

DILEMAS

Nos tempos de outrora, a liberdade era o melhor presente
e em lembranças de alegria, hoje, a saudade pulsa latente...
Noites enluaradas, cirandas, estrelas e violas
e nos raios do luar qualquer tristeza ia embora.

Branca era a paz, cantávamos no mesmo compasso
e nos acordes da canção solfejávamos nosso destino
envolvíamos o mundo com nossos pequenos braços
e voávamos nos nossos sonhos quais colibris bailarinos

Agora reiterados dilemas, o medo... chora a viola!
Se eu saio sou ave ferida, se fico sou pássaro na gaiola.
Em cada lampejo de liberdade, a lâmina fria ameaça
e entre os dedos do pânico, a vida condenada passa.

Os sonhos desintegrados, plúmbeos, em densa fumaça
e eu suprindo o isolamento busco na internet amigos
ancoro no mundo virtual minha solitária barcaça,
resguardo-me dos achaques eminentes, mas abraço outros perigos...

Dilemas... quantos são os dilemas que a vida moderna trás!
Se eu saio sou ave abatida, se fico sou pálido lilás!
Como viver feliz refém de sangrenta violência,
presa entre quatro paredes,
prestando aos anjos do mal total obediência?


Emudece a poesia nesta gaiola de aço,
sufocada entre tantos dilemas
e afoga-se em lágrimas, nestas linhas molhadas que traço!

Carmen Vervloet


* *


(clique na imagem para ampliar)


* *

INTENSA LOUCURA
.
Corre no meu peito
uma coragem imensa
de viver sem causa e efeito
uma loucura intensa

Viver a noite e o dia
sem medo, nem recompensa
pelo prazer que arrepia
de estar na sua presença

Viver em cada estação
todo instante de avença
sem a menor aflição
de uma alegria pretensa

Amélia de Morais


* *

Espero o Lençol

Levarei teu amor aos lábios meus! Ao lado
do que foi mecionado e nos meios...
que me atreve à pintar nossa tela
colorindo o desejo oculto.

Se do sonho eterno... teus braços
De teus braços o abraço me aguarda
a lua no teto, no quarto e aqui
Sobre o lençol, seguindo a manhã.

P.Viajei


* *

Castrando o verbo

Calando o grito
Rasgando o céu
Em labirinto
Água no fogo
Óleo na água
Amor tão tosco
Palavra amarga
Frase sem rima
Nem de menina...
Derrama seca
Mais uma lágrima
Castraram a vida
Mataram a paz
Queimaram poesia
Beleza jamais
Golpe de facão
No peito da lua
Castraram a razão
Da embriaguês tua
Pingou gelo seco
No lago do tempo
Mataram meu verbo
Morreu meu momento

Márcia Poesia de Sá

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