PEQUENAS GRANDE PÉROLAS!
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* * *
GESTAÇÃO DAS FLORES
Floreia a dança da primavera
Nesse sonho de “quem dera”
No solo ansioso dessa espera
Onde a cor agora lhe tempera!
Brota a semente mais tinhosa
Em gloxínias, papoula ou rosa...
Perplexo pela mais perfumosa,
O beija-flor namora em prosa...
Floresce a hera nos barrancos
E sempre vivas sobem flancos
Jorram copos de leite brancos
Nasce amor perfeito em bancos
Pintam violetas suas aquarelas
Com tulipas rubras e amarelas...
Sonha o girassol à luz de velas
Pelo olhar das orquídeas belas...
Baila a brisa entre tantas cores,
Ritmando pétalas com amores
E o silvo do vento são tenores
Do cântico grávido das flores!
Telma Moreira
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* *
PRIMAVERIL
Jardins em festa,
cores múltiplas,
dança de rosas,
roda de lírios,
ciranda de guirlandas,
delírio em flor,
enfeita o clima,
verso e prosa,
estação amor,
rotação floral,
Sorrisos vegetais,
visão natural,
planeta aromado,
retreta de ipês,
trepadeiras elegantes,
abraçam o pau Brasil,
fator determinante,
céu primaveril,
cacho de cáctos,
casa de acácias,
colcha de cravos,
enfim...
Primaverou geral!
[gustavo drummond]
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* *
Amor E Arte
Menino, tu que tens o coração de passarinho!
Vem com alegria e não te enchas de mágoas.
Que o guia seja quem te ama, abra caminhos.
Que a vereda não seja pura pedra, mas água.
Seguindo, na peleja, de um cristalino saber...
Esse que num grande rio da vida deságua.
E com aquele que te educa, aprendas a viver,
sempre no rumo do coração, que se oferta...
Em vocação sincera, livre, de honesto proceder.
Pois não nos prende a sabedoria e sim liberta.
cuidado com gaiolas que o ensinar repartem.
A escola legítima mantém as janelas abertas...
Não aprendas a lição amarga de controlar-te!
Aquela que tua mente engaiola... Mas solta...
Na tela de tua existência escreva amor e arte.
Rosemarie Schossig Torres
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* *
ESPELHO
Olho fixamente o que o espelho me mostra,
Os cabelos já embranquecidos pelos tantos dias,
Olhos lerdos, ou mais atentos, aos instantes,
E a pele enrugada pelas memórias das gavetas.
Reconheço-me sim no reflexo e me apraz o que vejo,
O semblante é de quem muito viveu e teve e se deu,
A juventude já não brilha, o viço já não encanta,
A vaidade já não irradia, a pressa já não apressa,
O riso ainda é o mesmo que eu via no velho espelho.
É sempre assim, sempre essa viagem,
O espelho se encanta e assisto encantado,
As imagens que minhas lembranças projetam,
Rio e me acalento no desenrolar do enredo,
Entristeço e me vanglorio nas memórias espelhadas,
E sorrio satisfeito, por não assistir arrependimento.
Quase sempre é assim, no meu espelho encantado,
Um projetor de vida, da minha vida, que assisto só,
E só, rememoro a vida, a minha vida, que não foi só,
Solidão somente nas frestas de lapsos de momentos,
Construídas pela necessidade de medir os ventos,
Refazer rumos, ajustar bússolas e continuar navegando,
Pela vida afora, pelos dias afora que agora fico a assistir.
E sem perder o jeito, dou um jeito no cabelo,
Sorrio para meu riso satisfeito pelo que vejo,
E saio para continuar o enredo que assistirei outro dia.
EACOELHO
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* *
Cai, cai Balão!
Olho para cima,
céu de brigadeiro,
dia ótimo pra rima,
melhor ainda voltar a mim,
em meu espírito aventureiro,
numa infância sem fim...
Um toque sutil,
uma poesia linda, infantil,
e um mundo inteiro se abre,
e a comparação arde,
numa tentativa vã,
de nivelar na lembrança o afã!
A criança ainda canta,
ainda chora ao soltar o balão,
ainda o céu olha,
na triste esperança
de que aquele balão da infância,
volte cheinho de amor e grita:
CAI, CAI BALÃO! CAI, CAI BALÃO!
Godila Fernandes
.

* *
Necrológios
Junto-me ao poeta
de minha terra
em Quintanares
A maldizer
dos relógios
abjetos necrológios
Junto-me à natureza
e sua grande beleza
em terras e mares
A desprezar
o ponteiro das horas
marcador de demoras
Junto-me aos anjos
e todos arcanjos
em louvores
A marcar
meus passos
no compasso
contínuo das esferas!
Anorkinda
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PRIMAVERIL
Jardins em festa,
cores múltiplas,
dança de rosas,
roda de lírios,
ciranda de guirlandas,
delírio em flor,
enfeita o clima,
verso e prosa,
estação amor,
rotação floral,
Sorrisos vegetais,
visão natural,
planeta aromado,
retreta de ipês,
trepadeiras elegantes,
abraçam o pau Brasil,
fator determinante,
céu primaveril,
cacho de cáctos,
casa de acácias,
colcha de cravos,
enfim...
Primaverou geral!
[gustavo drummond]
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Amor E Arte
Menino, tu que tens o coração de passarinho!
Vem com alegria e não te enchas de mágoas.
Que o guia seja quem te ama, abra caminhos.
Que a vereda não seja pura pedra, mas água.
Seguindo, na peleja, de um cristalino saber...
Esse que num grande rio da vida deságua.
E com aquele que te educa, aprendas a viver,
sempre no rumo do coração, que se oferta...
Em vocação sincera, livre, de honesto proceder.
Pois não nos prende a sabedoria e sim liberta.
cuidado com gaiolas que o ensinar repartem.
A escola legítima mantém as janelas abertas...
Não aprendas a lição amarga de controlar-te!
Aquela que tua mente engaiola... Mas solta...
Na tela de tua existência escreva amor e arte.
Rosemarie Schossig Torres
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ESPELHO
Olho fixamente o que o espelho me mostra,
Os cabelos já embranquecidos pelos tantos dias,
Olhos lerdos, ou mais atentos, aos instantes,
E a pele enrugada pelas memórias das gavetas.
Reconheço-me sim no reflexo e me apraz o que vejo,
O semblante é de quem muito viveu e teve e se deu,
A juventude já não brilha, o viço já não encanta,
A vaidade já não irradia, a pressa já não apressa,
O riso ainda é o mesmo que eu via no velho espelho.
É sempre assim, sempre essa viagem,
O espelho se encanta e assisto encantado,
As imagens que minhas lembranças projetam,
Rio e me acalento no desenrolar do enredo,
Entristeço e me vanglorio nas memórias espelhadas,
E sorrio satisfeito, por não assistir arrependimento.
Quase sempre é assim, no meu espelho encantado,
Um projetor de vida, da minha vida, que assisto só,
E só, rememoro a vida, a minha vida, que não foi só,
Solidão somente nas frestas de lapsos de momentos,
Construídas pela necessidade de medir os ventos,
Refazer rumos, ajustar bússolas e continuar navegando,
Pela vida afora, pelos dias afora que agora fico a assistir.
E sem perder o jeito, dou um jeito no cabelo,
Sorrio para meu riso satisfeito pelo que vejo,
E saio para continuar o enredo que assistirei outro dia.
EACOELHO
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Cai, cai Balão!
Olho para cima,
céu de brigadeiro,
dia ótimo pra rima,
melhor ainda voltar a mim,
em meu espírito aventureiro,
numa infância sem fim...
Um toque sutil,
uma poesia linda, infantil,
e um mundo inteiro se abre,
e a comparação arde,
numa tentativa vã,
de nivelar na lembrança o afã!
A criança ainda canta,
ainda chora ao soltar o balão,
ainda o céu olha,
na triste esperança
de que aquele balão da infância,
volte cheinho de amor e grita:
CAI, CAI BALÃO! CAI, CAI BALÃO!
Godila Fernandes
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Necrológios
Junto-me ao poeta
de minha terra
em Quintanares
A maldizer
dos relógios
abjetos necrológios
Junto-me à natureza
e sua grande beleza
em terras e mares
A desprezar
o ponteiro das horas
marcador de demoras
Junto-me aos anjos
e todos arcanjos
em louvores
A marcar
meus passos
no compasso
contínuo das esferas!
Anorkinda
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Um comentário:
deliiiicia de espaço florido...quanta flor linda...quando plantador de sementes de versos!!! beijos
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