PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!
* * * * * * *
RAIOS DE LUA CHEIA!
Dia desses
Saí por aí
A cabrestear...
Me vesti a contento
E busquei pelo mundo
Pedaços de certas histórias
Baú de memórias,
Guardadas lá no fundo...
Esporas de prata
Refletiam estrelas
Como um piscar
De vagalumes
A iluminar o mundo
Requinte de tanta beleza
Tal qual a vincha na testa
Atesta maior clareza !
Passei antes na bodega
Garantindo aquele trago
Prá sede que trago,latente,
Esperando romper a trilha,
Beijar meu chão farroupilha,
As boleadeiras arremessar,
O chapéu quebrado tirar,
Meu louvado santo saudar.
Desatando um grande laço
Do cinturão me desfaço
Me faço quase nua,em pelo,
Tal qual carretel de novelo
Despindo de toda vaidade
Da soberba, da peleia,
Tomei da noite, suas pilchas,
Me banhei em raios de lua cheia!
(Lage,Mazéh)
.
* *
A bronca do Saci Pererê
.
O Saci bem que tentou andar
sem pular em uma perna só
procurou o Curupira para ajudar
depois o Boitatá
e mesmo as deusas Parajás
não foi bem sucedido
foi atrás do diabo do Anhangá
mesmo sabendo que ele só ajuda os animais
o Saci não se deu por rogado
desacorçoado
foi falar com Tupã
por que foi injustiçado
nasceu com uma perna só
estava cansado de pular
Tupã o criador do mundo
disse-lhe que o tinha recompensado
lhe deu uma carapuça
que tinha um poder danado
e não tinha culpa
se ele a usava para fazer escaramuça.
Joseph Dalmo
.
* *
Com Meu Coração
Em meus sonhos subi às nuvens por ti.
Trouxe par de asas em cristal esculpidas.
Só para te cuidar, amor, com minha vida!
Ao teu lado dizer: eu vivo pra estar aqui.
Mas caíram por terra as minhas ilusões.
Quando tu me beijaste... Anjo? Jamais!
E senti-me o mais humano dos mortais.
Terminou o alado plano de ser Serafim.
Arrasado pedestal! Só quero ser ombro.
E no momento mais sofrido o teu esteio.
Contra as ferozes intempéries um freio.
Até que sejam os males só escombros.
E no instante em que falecem as dores,
onde a volição se encaixa com o desejo,
vou querer minha parte toda em beijos...
Com meu coração, irei inspirar-te amores.
Rosemarie Schossig Torres
.
* *
Resgate
Se deu mais um encontro
Cruzaram-se os destinos
Lembrando um resgaste sem fim
São as sombras do passado
Transitando por universos
Concretizando-se em amor
Talvez, quem sabe, incerto...
Mas o tempo e suas leis
Buscando acertar seus decretos
Assim se fez o amor, mais uma vez
Fortalecendo o que tenha sido
Anteriormente, perverso...
Mais um ciclo cumprido
Sem possibilidade de regresso
Após o confronto, o progresso
De almas em crescimento
Que sobreviveram aos seus desertos...
Eliane Thomas
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* *
LIBERDADE
De asas ao amor,
Deixe-o que voe.
Se o ninho que lhe ofereces,
Conter o afago que lhe apraz,
Ele voltará todo dia,
Sempre mais alegre e liberto.
Se lhe cortares as asas,
Temendo que voe e não volte,
O que terás no teu colo,
Será apenas um corpo sem alma,
Já que a alma nem precisa de asas,
Ela parte e se parte a cada partida.
EACOELHO
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