POETISA ROSEMARIE SCHOSSIG TORRES!
MUSA-LUA
Vejo a lua. Meu coração conquista.
Ladra do sol, avesso do alquimista,
que torna o raio de ouro em prata
e foge com ele pela avenida Láctea.
Musa selenita de tantas fragrâncias.
Par de minha deusa da inconstância.
Às vezes pródiga; outras, difusa.
Primeiro me dá, depois recusa.
Busco-te. Onde está ambígua diva?
Vaga idéia, de claridade evasiva.
Meus olhos revistam o meridiano.
Na escuridão vejo o sabre otomano.
Flash de menina entre a penumbra.
A folha vazia quase não alumbra.
Deixa no céu teu rastro turquesco
Imprime no verso alento fresco.
A foice ganha outra faixa. Crescente.
Fulges um pouco mais. Adolescente.
Mas o sortilégio ainda não entregas.
Vão clareando as faces negras...
Teu brilho de repente, me adora.
Uma esfera plena; minha senhora.
Então escrevo como quem ama.
Estás comigo. Rimas o céu derrama.
Iluminando em sentido contrário.
Sopra ao redor um vento falsário.
Partem-se ao meio os esplendores,
Tu já tiveste dias bem melhores...
O facho arde em quarto e… nada.
Agora me odeias... Enfadada.
A lâmpada dos astros se apaga.
Apontas para o exílio. Aziaga.
O ciclo encerra e recomeça.
Extremos da mesma peça.
Gêmeos em direção antagônica.
Hoje lauda farta; amanhã lacônica.
Indiferente a qualquer rogo
Impõe suas marés; seu jogo.
e a marionete se move
fluxo e refluxo que chove.
Ondas em um vaivém...
Às vezes aceito o que vem,
Ou a paciência é quem perde
na boca amargo versos verdes.
Rosemarie Schossig Torres
Vejo a lua. Meu coração conquista.
Ladra do sol, avesso do alquimista,
que torna o raio de ouro em prata
e foge com ele pela avenida Láctea.
Musa selenita de tantas fragrâncias.
Par de minha deusa da inconstância.
Às vezes pródiga; outras, difusa.
Primeiro me dá, depois recusa.
Busco-te. Onde está ambígua diva?
Vaga idéia, de claridade evasiva.
Meus olhos revistam o meridiano.
Na escuridão vejo o sabre otomano.
Flash de menina entre a penumbra.
A folha vazia quase não alumbra.
Deixa no céu teu rastro turquesco
Imprime no verso alento fresco.
A foice ganha outra faixa. Crescente.
Fulges um pouco mais. Adolescente.
Mas o sortilégio ainda não entregas.
Vão clareando as faces negras...
Teu brilho de repente, me adora.
Uma esfera plena; minha senhora.
Então escrevo como quem ama.
Estás comigo. Rimas o céu derrama.
Iluminando em sentido contrário.
Sopra ao redor um vento falsário.
Partem-se ao meio os esplendores,
Tu já tiveste dias bem melhores...
O facho arde em quarto e… nada.
Agora me odeias... Enfadada.
A lâmpada dos astros se apaga.
Apontas para o exílio. Aziaga.
O ciclo encerra e recomeça.
Extremos da mesma peça.
Gêmeos em direção antagônica.
Hoje lauda farta; amanhã lacônica.
Indiferente a qualquer rogo
Impõe suas marés; seu jogo.
e a marionete se move
fluxo e refluxo que chove.
Ondas em um vaivém...
Às vezes aceito o que vem,
Ou a paciência é quem perde
na boca amargo versos verdes.
Rosemarie Schossig Torres
Canção Para Ninar Uma Rosa
A rosa ao vento se despenteia.
Cabeleira agitada no ar glacial.
Qual rubras centelhas, as melenas
caem em procissão.
Pétalas vermelhas, um filão.
sem sangue nas veias
Veste cor invernal.
Rosa lívida em trajes de açucena.
Gota a gota foi dessangrando
a seiva em torrente carmim.
O mundo está em rebuliço;
Vergel convertido em deserto;
Coração a céu aberto.
Voz embargada vai rogando:
Que ressuscite o jardim!
Rosa anêmica. Perdeu o viço.
Plantada no meio do nada
com os espinhos, e mais ninguém,
ela compartilha amarguras de flor.
A tristeza de repente falece
É um doce canto que aparece,
faz a alma sentir-se ninada.
Adormece como um neném.
Rosa acariciada recupera a cor.
Abre os olhos. Vê seu novo amigo,
Ave sem teto nem guarida.
Ainda implume; um passarinho,
que traz nas asas sua canção,
e na garganta um sol, rincão
onde a alma encontra abrigo.
Com ternura, das pétalas caídas
A Rosa feliz lhe faz um ninho
Rosemarie Schossig Torres
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