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sexta-feira, 5 de novembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * * *
Renascimento

Que seja entre os meus
Aqueles que se destinam a mim ...

Que seja no paraíso perdido
Do qual fui exilada...

Que seja de plenitude, enfim
Meu mundo, eternamente sonhado...

Que seja meu verdadeiro
E definitivo aconchego ...

Eliane Thomas


* * * * * *
Eva Maçã


Molhada de suor,
Metade do seu corpo,
Eva sorrindo paraíso.

Molhada de suor,
Eva macia,
Maçã que deu fruto.

Fruta devorada,
Que devora, minha
Eva
Macia.

Eva consome,
Molhada de suor,
Meu pedaço maçã.
Morde e sorri,
Macia boca veludo.

Macia a tua boca,
Morde, morde, desmorde.

Mordo-te, mordo e desmordo.

Eva maçã,
Molhada de suor,
Meu paraíso sonhado.

(Rod.Arcadia)


* * * * * *
O Renascer do Verso

E da angústia silente
Renasce o verso...
Não importa se mal trajado
Ou repetido.

Dando vida às palavras
Que desinibidas, se enfeitam
Para o grande espetáculo, imaginário...

Unido a rima, incita
E ostenta poesia...
Nem a angústia
O impede...

O velho verso, renasce das cinzas
Se recompõe nas entrelinhas
E surpreende, inédito
Em suntuosa Poesia.


Mavie Louzada.


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Meu porto...alegre

Deste berço, bem ao sul do Equador, parte porto de sonhos que singram Guaíbas águas, parte cárcere do tempo que ancora em mim, daqui lanço meus versos ao sabor do vento. E o vento parte, abençoado pela Mãe das Águas...
Escrevo meus suspiros de esperas, de amares, imito o náufrago em bilhetes e garrafas, envio beijos pelos ares. Meus sonhos me transformam sempre que inspiro o sopro destas águas, elas me recebem em carinho...
Adormeço sempre feliz depois de expor minhas crias, pois se elas partem pelo etéreo mundo, elas alcançam paragens que eu nunca verei, elas tocam e trocam vivências que jamais absorverei...
Tranquila, permaneço aqui, satisfeita partícula da Criação, vivendo no cais de todas as minhas fantasias.

Anorkinda


* * * *
Roubo

Furtaram-me aquelas cores
que eu nunca vi rebrilhar
Furtaram-me doces sabores
que jamais atiçaram meu paladar

Roubaram-me as estrelas
de um céu sempre escuro
Roubaram-me, por tê-las
a piscar brejeiras na imaginação

O ato do roubo
deu-se silente
notei-me em arroubo

Quando, do furto
ganiu de repente
um bramido de susto

Anorkinda


* * * *

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* * * *
ESPERO UMA CHANCE
.
Escrevo assim pequeno
porque meu canto é miúdo
porque meu verso é terreno
ainda de pesquisa e estudo.

Escrevo com timidez
com letra redonda e bordada
esperando chegar minha vez
de ser lida e colada
nas pérolas dos pequenos poetas
fazer parte daquela grande seleta.

Amélia de Morais


* * * *
Chora-se a falta!.

Ao amar, ama-se o toque,
o sentir da maciez da pele,
o perfume que exala a química
dos corpos, das peles em contato...
Choram corações vazios,
em cujos sonhos a fidelidade,
não faz morada eterna,
apenas momentos de alegria.
Caminhos que se resgatam,
através da dor e do sofrimento,
caminhos de cura divina...
É pela falta que tenho de ti,
que te perdôo e te amo mais!

Godila Fernandes


* * * *
Os poemas que passaram

Os poemas que passaram
Deixaram de ser lidos
Com certeza deixaram saudade
Entre rastros de felicidade

Os poemas que passaram
Ainda deixam o caminho
De serem redescobertos
Lidos e maravilhados

Os poemas que passaram
Sem ao menos ser visto
Ainda assim são raros feitos
Dos poetas que o fizeram

Os poemas que passaram
Entre páginas e mais páginas
Ainda estão lá de fato
Esperando ser aplaudido

Os poemas não morrem nunca
São essências que ficam sempre
Mesmo os que passaram
Nunca expiram... Nem se perde

E assim vou lendo a mim
Nunca passa o que escrevi
Num cantinho eu vou deixando
La no fundo! Vou amando.

André Fernandes


* * * *

POEMA ROSA PARA UM DIA DE SOL

A Rosa que anda
é a mulher que é a vida.
A Rosa que ama
é a Rosa ferida
exprimida no caule do teu
próprio espinho-mulher.

A rosa colorida
é a flor esperança meiga
da mulher Rosa apaixonada
dócil, singela, mimada...

A Rosa, rosa
é a Rosa flor-mulher
de espinhos indefesos
para uma vida de amor...

Ah, Rosa...
Prenda-me nas tuas pétalas
e ponha-me toda pureza
do teu desabrochar
perante o sol.

A J Cardiais


* * * *
A Roça.

O amanhecer é quando canta o galo,
se agradece a Deus o novo dia,
o coração da gente pula satisfeito,
e da janela da varanda o sol espia.

Nossa casinha é toda caiada de branco,
acendemos o fogão a lenha para o café,
enquanto ordenhamos Mimosa, a vaca.
Manhãs quentes ou frias, cedo em pé.

Alimentamos os animais e vamos ao eito,
carpir, limpar o mato em torno a plantação.
É maravilhoso amar a terra e a produção.

Colhemos a fruta madura, e também a verdura,
ovos, queijo, leite, pão quentinho e, até rapadura,
é o alimento, que de bom grado, nos dá o Criador!

Godila Fernandes


* * * *
Jardim

Talvez voce não entenda
um poema escrito com nuvens.

Esse estranho jogo de palavras,
uma primavera atravessada no outono.

Talvez não entenda esses caminhos
que se mostram e se escondem.

mas creia,
mesmo nas confusas cavernas
nos labirintos da escrita,

Ainda que
entre arbustos
ou na musicalidade da metáfora,

Há o seu rosto
esculpido no meu poema.


DANNIEL VALENTE
.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


POETISA VIVIANE RAMOS!



Rosa Ardida


Vês que moça recatada,
Que seduz até calada.
Despudoradamente encantadora,
Bela menina arrebatadora.


Santa pecadora,
Que está sempre a rezar
A poesia promissora,
A qual há de te libertar.


És tantas em uma
E traçando um caminho juntas
Em busca de coisa alguma...
Revelando em uma só face, muitas.


Mulher menina...
Ardente pequenina.
A espera de quem te versará.


Doce felina...
Rosa ardida...
Virgem ainda no seu amar.


Viviane Ramos



CAMUFLAGEM


Acordo... espelhos...
Como primeiro ato do dia,
Contemplar a minha imagem.


Batom... vermelho...
A face se irradia,
Sob o efeito da maquiagem.


Penteio... o cabelo...
Visto-me de alegria...
Para completar a camuflagem!


Viviane Ramos

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segunda-feira, 1 de novembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * *
SOL EM MIM

Da minha janela
Olho o dia passar em
tom de cinza .
Minha alma carregada
de nuvem
entristece
fica em silêncio .
Da fresta da
minha coragem
Dou um chute no balde
Faço surgir uma lamparina
de atitude
Pego minha sandália havaiana
De cor amarela
Estou de novo
frente ao mar
E o sol faz pouso
para me acalentar
e de repente sou mulher
maravilha
ave de rapina
a voar.


Ana Maria Marques


* * * * *
Trocando Culpa Por Carinho

Ancorastes no meu coração
sem permissão; sem aviso...
Te perdôo; ganhei tua afeição.

Em teu enxoval veio o inciso:
As aulas de castelhano...
Que não pedi e nem preciso.

Absolvido estás ‘’Hermano’’.
Junto vieram tantos magos;
ilustres literatos peruanos...

Em ti depositei mil afagos;
te dei minhas horas perdidas
e abusei do teu tempo vago.

Tropeças; são minhas as caídas.
Juntos estamos nesse caminho,
que costumam chamar de vida.

Vamos sem pressa, devagarzinho.
Você me perdoa e eu te desculpo.
Trocamos as culpas por carinho.

Rosemarie Schossig Torres


* * * * *
"INACRIATIVIDADE"

Deitado em meu leito de morte
Há meses sem nada escrever
Não cicatriza o meu corte
Navalha da "inacriaticvidade" do meu ser.

Sinto que a vida irá esvair-se
Quando a inspiração acabar
Escutarei berros no ar
E tomará posse a mesmice.

Sinto toda pureza explodindo
O doce do mel foi-se à fel
Bocas banguelas sorrindo
Pintado de ocre o céu.

Sinto o poeta moribundo
Tentando achar no avesso do mundo
Sua força e vontade de viver.

Me acorde desse pensamento ruim
Que me veio em um estalo assim
Pesadelo que nunca irá ocorrer.

André Anlub


* * * * *

Senilidade

Passeando no passado,
minha mente hoje pensa
nas manhãs da minha idade
a tarde dela agora é propensa.
As estrelas não são refletidas
como antes em meus olhos
os campos parecem maiores
o tempo parece mais longo
meu hiato abraçado ao ditongo;
Primaveras passadas não voltam mais
mas ainda assim há flores, há roseirais.
O nascer do dia me parece,
mais ofuscado que outrora,
minhas pernas agora em prece
andam devagar, sei que demoram.
Mas aqui no meu coração,
ainda existe o calor da emoção.
Se meus abraços não são tão abrasivos
serão ainda assim aconchegantes
em nova fase de amantes
em que o carinho é nosso maior gozo
e a atenção é o cigarro do depois.

Axills /Raquel Ordones


* * * *

RITMO DA VIDA

Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério da morte que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...

Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...

Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros

Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço

Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...

O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.

Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.

Carmen Vervloet


* * * *
LAÇOS DA AMIZADE.

Quero unir-me ao lado claro
Evidente do saber
Onde nasce o bem querer
E mora a felicidade.

Andar firme e conhecer
Os caminhos da alegria
Junto a fantasia
Onde não se tem idade.

Entre flores e espinhos
Cultivar a gentileza
Semear a esperança
Desfrutar desta beleza.

Priorizar o respeito
Sempre em pé de igualdade
Estar unido, atado e firme
Nos laços da amizade.

Mavie Louzada.


* * * *
Te amo, não por quem tu és

Recordáis de nossos copos?
Corpos de gaivotas
Libertos em pleno ar
do azul celeste?

Fazes com que tua alma
Seja também a minha,
Que o desejo que em ti habita
Revele sua condição.

Passaremos por beijos,
Aventuras da meia noite,
Taças de romantismo
E um abraço da eternidade.

P. Viajei


* * * *

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* * * *
Preste bem atenção


Meu tempero é assim, escasso
Minha altura é baixa
Sou meio sem graça

Meu discurso não tem compasso
Minha resposta não encaixa
Sou meio sem tempo

Meu estímulo é assim, embaraço
Minha pele não racha
Sou meio sem norte

Meu recado não tem todo o espaço
Minha poesia é borracha
Sou meio sem noção

Portanto, não aperte o laço
Minha alma se acha
Meio sufocada

Mesmo quando o rótulo é admiração

Anorkinda


* * * *
O ENTORNAR POÉTICO


asas membranosas de versos diversos
que voam , que voam, que vão...

metamorfose de doses, de cores, de sons.


crisálida de sonhos em versos livres,
mil temas e lemas...
soltam poemas polinizadores
que voam , que voam, que vão...


JULENI ANDRADE


* * * *
***Triste Espera***

Mais uma falsa ilusão
Mais um sorriso torto
E um olhar que brilha
Fora do coração

Não atraco neste porto
Pois vejo do barco a quilha
E os nós que enrodilha
Nos pés fincados no chão
Que se passem um milênio
Ou apenas um decênio
Mas que venha o que eu quero

Onde estás amor sincero
Por ti lamento e espero

Que seja por toda a vida
O amor dos sonhos e cores
Dos poetas de alma em flores
Que fazem da sua lida
Sua estrela preferida.

***Rosa Mel***


* * * *
ESFERA

Quero sair pra qualquer lugar,
Caminhar sozinha ao vento,
Sem ter hora de chegar...

Quero viajar voando no tempo,
pro passado ou pro futuro;
mas, no presente, não vou mais ficar!

Já não sou eu mesma...
Tenho certeza, sou outro alguém.
Antes era íntima; hoje, extrovertida.

Derrubei minhas barreiras;
A razão é persuasiva,
Porém, é a emoção que me quer bem.

Quando eu chegar aonde não sei
E perder o calendário e o tempo
Voltarei a ser eu somente
Para não ser mais ninguém...

Janete do Carmo


* * * *

Em Diagonal!.

Amor verdadeiro
ama, dia inteiro,
em zigue-zague...

Amor verdadeiro
não mente...
faz de si semente.

Amor verdadeiro
sonha ser sempre,
eternamente...

Amor verdadeiro
busca caminhos
diagonais...

supera retas
e círculos e
vive na transversal.

amor de verdade
é puro, é justo,
seleta amizades...

amor de verdade
é o que sinto por ti,
aqui, fora da verticalidade...

Godila Fernandes


* * * *

PROCURA!

Procuro a poesia
Que se perdeu nas estradas
Tantas vezes caminhadas
Poesia envelhecida
De quando eu ainda sonhava

Procuro a poesia
Que se perdeu entre os beijos
De bocas já tão beijadas
Poesia amorosa
De bocas tão mentirosas

Procuro a poesia
Que se perdeu na lembrança
Por tanto tempo lembradas
Poesia carinhosa
Que traz de volta a saudade
De um tempo em que fui criança!


NICE CANINI.


* * * *
O SENHOR POETA

Só existe em seus poemas,
quando abraça a poesia,
as reparte com os comensais,
quando singulariza os fonemas,
lustra, encera, dá brilho,
desata em heresias,
informais.
se veste de soneto ou estribilho,
se corta com metafóras agudas,
se esconde nas elipses da vida,
finge eclipses, idílios, mazelas.
as estações, ele, os ciclos, muda,
interfere na dimensão e humor da lua,
conta sobre lances, linces, gazelas,
delira desnudo pela rua,
encharcado de absinto,
abarrotado de abismos,
enlameado de absurdos,
leva seu canto para os quintos,
com despudor e ecletismo,
um vate senegalês, ou curdo,
a qualquer hora semeia,
versos brancos ou roxos no quintal,
ignora palavra meia,
encanta o banal,
quando lido, se inquieta,
premio maior de um menestrel,
alvo e meta,
semelhante a passeio no céu.

[gustavo drummond]

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