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sábado, 17 de julho de 2010

POESIAS OPOSTAS
no blog PARCERIA PEQUENOS GRANDES POETAS!



EM PAZ

Sigamos em paz
o chamado de nosso coração
Tenhamos fé
na vida que ceifada ou alargada
é caminho
é movimento

Entendamos que a paz
é um chamado de nosso coração
De dentro pra fora
a vida se desenrola e acontece
é aqui
é agora

Espalhemos a paz
que modela nossos corações
Sem esperar
que o exterior nos contente
é responsabilidade
é tarefa nossa
a paz em nossos corações!

Anorkinda

.....


Em Guerra

contigo,
comigo,
com todos!

Em desequilíbrio,
contigo,
comigo,
com todos!

Não quero ver,
desconheço,
quero distância...
da Paz,

contigo,
comigo
com todos!

Equilíbrio,
nem pensar,
contigo,
comigo,
com todos!

Fazer amor,
contigo,
comigo,
com todos,
em perfeita,
em total,
loucura!

Este sonho,
foi apenas...
pesadelo!
Faça amor
Nunca guerra!

godila fernandes


VITÓRIA!

De uma vida vivida
de batalha em batalha
Fez-se o tempo da vitória
Onde celebra-se toda a trilha

De degrau em degrau
em luta pela sobrevivência
Deu-se o término das derrotas
Onde ganha-se muito em experiência

Anorkinda

......

DERROTA!

Eis um caminho sem volta,
Um andar com grandes muletas,
Um pedir esmolas por carência,
Um triste fim de (r) rota!

Uma cabeça que pende sobre o peito,
Um olhar enegrecido pela dor,
Um corpo sem viço, sem brilho, estreito,
Uma saída de (r) rota, em si, no amor!

Apenas um ser vazio, triste, sem fim...
Alguém que descrê em si próprio
E no abandono da matéria, enfim,

Uma obra de Deus, na Terra ao relento.
Um irmão que nem piedade implora...
Uma dor, uma saudade que lhe dê rota!

godila fernandes


DESILUSÃO

Foram poucos os momentos
encaixados na tristeza
nas lágrimas

Foram mais profusos
os sentimentos
liberados

Nas aprendizagens
desilusões
campeãs

Dos estímulos
cutucadas

Na alma embaçada
das multidões

Anorkinda

......

sexta-feira, 16 de julho de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * *

Encontro Marcado

Ora!
Chove lá fora
Meu burro olha pela janela
Com medo do luminar da vela.

As pás do velho moinho
Fazem tremer todo o vinho
Na taça norueguesa
Que espera encima da mesa.

As gotas que caem do telhado
Deixam meu vitrô riscado
Com o rastro da água de nuvem
E trovões ao fundo se ouvem

Balanço a caneca de cerveja
Que respinga nas frutas da bandeja
Tal uma tela de natureza morta
E um semblante se desenha na porta

A porta se abre, trepida e range
E ali esta você, roupa preta e alfanje
Com toda elegância finaliza o vinho
O dedo em riste me aponta o caminho


Do nada aparece um negro rio
Sua mão no meu ombro me mata de frio
E antes de engrossar a vil correnteza
Sinto que não tenho mais a alma presa

Tarcisio Mendes


* * *

NUANCES
.
Roçou, de leve, a memória de nós
Ao recordar-me daquela pintura:
Das nossas tardes entre mil girassóis
Cavaletes, pincéis, tintas e moldura
.
Cores, fortes e vivas, gritavam na tela
Faziam-se voz do nosso intenso amor
Retratando a cena em tons de aquarela
Numa coreografia de nuances; multicor

.
Mas não era forte, do amor, a estrutura
E o nosso quadro perdeu a textura...
.
Das nossas tardes manchadas de tinta
Restou-me sentir a saudade em relance
Rogo aos céus que tu também sintas
E volte a cobrir-me com tuas nuances
.
(Lena Ferreira)


* *

Opte

Bebe; sorve todo meu veneno
Embriaga de vez a tua alma
Toma-me; num só gole
Tenha a soberana coragem

ou

Negue; diga-me um não pleno
Afaga teu ego com calma
Cobra-me; num só tiro
Tenha uma digna vitória

Anorkinda


* *

A Primeira Vez

Nesta noite, anseio me perder.
Embriago-me de vinho e paixão.
Não pretendo hesitar, nem conter
O renitente desejo do meu coração.

A mão impertinente se conduz
Por um caminho impróprio.
A cálida boca seduz
Ditando suas regras ao corpo.

O corpo estupidamente resiste
Por segundos... imanente persiste
E teima ainda em relutar

A mão pega a caneta arredia
Ternamente rasga a nudez da folha fria
E se atreve a sonetar.

Viviane Ramos


* *

Morango


fruta de grande nobreza
cor e forma agradável
riqueza da natureza
um sabor inigualável

suculenta iguaria
muito bem acompanhada
d'um requintado champanhe
ou quiçá numa salada

e provando dessa fruta
lembro-me sempre de ti
o teu beijo tem a doçura
de morango com chantilly


Eliane Thomas


* *

O MISTÉRIO DAS LETRAS


Toco o intocável em doces sensações
Voo sem ser alado, visualizo um futuro
Sondo o insondável, infindas emoções
Se piso em cacos e me corto; me curo

(...)

Tateei, então, o saber, no escuro
Intentando desvendar o tal mistério
Das letras, tantas, que eu digo: juro
Me deixam provar, assim, do etéreo


E por mais que eu usasse o meu tato
O mistério das letras cada vez mais crescia
Então, minha mente gritou à razão ao ato:
São somente delírios vãos, mera utopia...

Minha alma, sempre atenta aos fatos
Desvendou-me o mistério: é poesia!

(Lena Ferreira)


* *

RIMA BOBA
.
Não é como comer yakisoba
É preciso ver além
Da rima boba.
.
LCPVALLE


* *

Cristalzinho!.

Criança, abra teus olhos azuis,
Cristal róseo multifacetado,
que desvenda todos os meus mistérios,
que me encontra no fundo dos olhos.

Criança lindo cristal risonho,
que embevece qualquer sonho,
de menina a mãe gentil,
Criança querida, grãozinho anil!

despenca de tuas asinhas,
feito passarinho em brincadeira
e desvenda o sonho a noite inteira...

Crianca cristal genuíno, puro, róseo,
menino, menina de meu bem querer,
Abraça as estrelas cavalgando o luar!

godila fernandes


* *

Quando voce chega:

Logo quebra o protocolo
Derrama poesia em meu colo
Sinto às narinas seus perfumes
Fecho os olhos pra ver vagalumes

Apesar de não sair em jornais
Escuto badalos celestiais
Se não ensurdecem, me deixam mudo
E espero lábios me untar de veludo

Madeixas me atacam ao sabor do vento
Assim como a letra se encaixa no acento.
Carmim, lá no peito, lateja o bólido
E o ar que procuro parece estar sólido.

O que não cabe em minha mente
É que há quem diga tão somente
Por ser amigo, ou da família:
"Vejam todos! Chegou a Cecília!"

Tarcisio Mendes


* *


(clique na imagem para ampliar)


* *


(clique na imagem para ampliar)


* *

Sussurro


Ainda ouço sussurrar meu nome!
Enquanto o mundo silencia lá fora
Peço não me faça despertar agora,
Pois se acordo, volta minha fome...

Deixe-me ficar assim, protegida,
No aconchego desse seu abraço,
Nele, eu descanso meu cansaço,
E nesse enlaço, eu fico aquecida...

Silencia a palavra com o sorriso,
Quero ouvir apenas a respiração
E acelerado o pulsar do coração
Que me fala mais do que preciso...

Ouve o murmúrio da madrugada
Que plena da paz desse instante,
Sussurra aos lábios do amante,
O desejo do silêncio da amada!

Telma Moreira


* *

Abrigo de um poeta

Não carece de parede
Nem de uma porta que se fecha
Já que poeta escancara
Sua arte ameniza o frio
Que a noite lhe prepara

Não carece de um teto
Nem de uma casa ou canto
Já que seu abrigo lhe concede
O lar que tanto lhe cede
Acolhida e encanto

Não necessita de um chão
Onde possa andar, viajar
Já que tanto ele anda
Nas cantigas nos declames
Viaja nas rimas, no ar

Não necessita de uma cama
Onde cansado recosta o dorso
Já que poeta não dorme... Mas sonha
Ser a cama onde tantos lêem
Recostam quando o sono apanha

Abrigo de poeta é sarau de várias noites
É casa imaginária escrita por ele
É canto de repouso para os que
Precisam ser acolhidos.
É resguardo
É guarida
É amparo
De poeta!

André Fernandes


quarta-feira, 14 de julho de 2010

POETA CLAUDENIR!



(clique nas imagens para ampliá-las)

.
POETA CELSO MENDES!


A PROCURA

Andei procurando pelos quatro cantos
Embaixo do travesseiro
Acima da via láctea
Na luz que soprava em mim
No ramo deste alecrim

Eu andei girando como cata-vento
Como gira-mundo
Em cada esquina calada
Na densidade do nada
Onde o raso é o mais profundo

Andei até navegando
Em ventos, poeira e fumaça
Nos sete mares, silêncio
Em toda lua, a estrada

Atiro-me neste mistério
Persigo a minha morada
Da chama pretendo a calma
Do espelho, a minha alma

(Celso Mendes)

(clique na imagem para ampliar)

.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



* * * * * *

O POETA E A PAREDE

Continuarei aqui
Falando com a parede

Sei que a parede tem ouvidos
Mas não bebe comigo

Já vi poemas inteiros
Na parede em branco

Uma parede em branco
Parece um universo não criado
Mas vejo Big Bangs por todos os lados

Vejo a parede e a aparência
Vejo religião, filosofia e ciência
E é nesta ordem, paciência

Vejo a parede, parada
Vejo muita coisa
Onde muitos veem nada

Ninguem vê a parida da parede
A porrada de parêntesis
A pirraça da poética, parruda
Para muitos é só parede, não muda

A tinta que a parede pinta, desponta
Contanto que o poeta sinta
Que por trás dessa mistura, dura
Existe muito mais do que pintura

E todos morrem perguntando:
Onde é que tem história nisso tudo? Onde?
É que a parede tem ouvidos mas não fala, esconde
E só o poeta ouve...e responde.


(LCPVALLE-30/01/09)



* * * * *

Na palma da mão

Nos palmos da vida milímetros de tinta
Que a tela maior, fez a obra findar

Rasteiros desertos, carcomidas ceias
Terreiros de barro, amantes sem lume

A lua se cala, o mar evapora
A poesia chora, pedaços de mim...

O amor dita a hora
Caminhantes para fora
Negando a ausência, morrendo assim.

Nos palmos da vida, pedaços de mim.

A palma aberta...
Fumaça de cores, do fogo, os amores
Que queimaram sem fim

Pingando fumaça, embaçando a vidraça
Matando sem pena
O amor que teci...

Se for brincadeira, tiraram a cadeira
E na roda da vida,
Caímos sem fim.

Márcia Poesia de Sá

* * * *

Força estranha

que invade as entranhas
estado de ânimo perturbador
sequer sem saber o motivo
dessa angústia tamanha

no auge da agonia
num ato revelador
explode peito num frenesi
em busca da poesia...


Eliane Thomas


* * * *

A Primeira Vez

Nesta noite, anseio me perder.
Embriago-me de vinho e paixão.
Não pretendo hesitar, nem conter
O renitente desejo do meu coração.

A mão impertinente se conduz
Por um caminho impróprio.
A cálida boca seduz
Ditando suas regras ao corpo.

O corpo estupidamente resiste
Por segundos... imanente persiste
E teima ainda em relutar

A mão pega a caneta arredia
Ternamente rasga a nudez da folha fria
E se atreve a sonetar.

Viviane Ramos


* * *

Sempre-vivas

Quando eu morrer
um dia
Não serei hóspede das minhas lembranças...
Sem precisar da minha matéria
lapidarei meu espírito bruto em sempre-vivas
Para ressurgir em outro corpo , em outro viver .

Ana Maria


* * *

Bandeja da Lua

É ainda aurora
O sol nem colabora
Em tingir a flora

Mas já balbucio seu nome
Já me devora essa fome
Sua sombra me consome
Sua imagem que não some

Se rei, viro um inseto
De monarca a sem teto
A marginal, de predileto
Ancião, a vez de feto
Jóia, a torpe objeto

E assim digiro o dia
Atrás de vã alvenaria
Engaiolando a utopia
E ela nem desconfia

E o céu se "apreteja"
A lua oferece na bandeja
Um órgão cor de cereja

Tarcisio Mendes


* * *

Opte

Bebe; sorve todo meu veneno
Embriaga de vez a tua alma
Toma-me; num só gole
Tenha a soberana coragem

ou

Negue; diga-me um não pleno
Afaga teu ego com calma
Cobra-me; num só tiro
Tenha uma digna vitória

Anorkinda


* * *

BOLERO

A névoa baila
sobre o espelho d'água
enquanto as nuvens passam
sobre a pista de dança
e os pássaros canoros
brincam com suas asas
como se fossem crianças

As flores e as florestas
despertam com a chuva
e a cachoeira se enche
de puras águas frias
saltando no compasso
para o palco da lagoa
onde um coral de bolhas
entoa linda sinfonia

Colibris entre os hibiscos
pequenos saguis de olhos grandes
e sons estranhos entre os bambus
festejam a natureza rica
com simplicidade divina...
A libélula sobre a folha de capim
a orquídea, no tronco, agarrada
as araras nas clareiras
os tucanos e maritacas
passeando em alegre revoada
no salão azul do palácio celestial
celebram a vida, o dom, o infinito
assim como eu, ouvindo um bolero de Ravel
compus mais um poema, orei com poesia...

Janete do Carmo


* * *


DEIXE-ME FALAR DE AMOR

D eixe-me falar de amor
E nquanto puder ler teu nome
I luminando as placas do meu coração.
X amânico, hispânico ou em que idioma for
E starei sempre lendo a palma da sua mão.

M eu amor por você é sincero
E spalhando sementes e colhendo no eterno.

F olhas ao vento sopram o perfume das flores
A tenta, espero com sofreguidão
L utando contra todas as dores
A umentando meu amor, minha paixão
R iscando do meu caderno o amor de outros amores.

D oando a minha essência em carinho
E spero refugiar-me em seu ninho.

A braços ternos, eternos, fraternos
M esclados de pura e intensa emoção
O uvem como o som dos passarinhos
R isos espalhados na canção.

May May


* * *

Eclipse

Quando o sol desaparece
E a lua fica enciumada
Ela se passa para frente
Se mostrando assim apagada

Um mistério então se mostra
A beleza da imensidão flagrada
Seres vivendo na terra...
E tantas grandezas aladas

O universo gigante
Além de nossa via láctea
Observa atento
A dança deste dueto

Quinta grandeza de brilho
Fazendo-se nulo num espelho

E os povos do passado
A este fato, temiam
Acreditavam serem sinais
Portais de Deuses sublimes

A humanidade reconhece
As energias da luz

O mar a ela, não se faz de rogado
Sobe suas águas cristalinas
Reverenciando este bailado

Márcia Poesia de Sá


* * *


Gravíssima Latente

Caduca poesia grandeva,
devias me ter fatigado.
Não que cansar-me não deva,
mas seja um cansar pelejado.

Gravíssima poesia latente,
estende, na folha, seus braços,
eivada de inumos dormentes
e sóbrios, e duros como aços.

Tratada de tantos trabalhos
do metro, do ritmo e rima
que ouso dizer-te, os teus bardos
são feitos de forças e limas.

Brandíssima e casta poesia
ornada de intentos versados,
se vens, fica a alma vazia...
Mas cheia de enleios e afagos.


A.R.S.


* *

Via láctea de fã

Ora! Via láctea nem mais meu pranto
Meu choro surgindo a ti em estrelas
Ora! Bondoso céu de elevado encanto
Das cantigas de grilo ao ouvir-te delas

Ora! Enegrecido tom em fria aurora
Faz se o levanto das minhas liras
Ouvis meu pranto já chegou à hora
Morreis no manto, que a mim atiras

Ora! Singelo e triste canto que tal
Morreste no infinito perto do criador
Abóboda celeste... Tu és sensacional!

Ora! Sensação que o corpo sem dor
Vestido pelo espaço já nem é recital
Viveu o tudo... Que a vida foi amor

André Fernandes


* *



* *

VENTO E AREIA

A dona da onda
Muda a duna.
Sem dano... nada!

A vaga, devagar
Navega o deserto
Decerto, em voga
Grava o mar na areia!

Janete do Carmo


* *

Raio Cristal!.

E os cristais fazem a festa,
atraem e ampliam energias.
E a Natureza se veste em cores,
banha-se em rios que transbordam,
muda a direção que o homem havia dado,
e com a força cristalina, como um Nilo,
recobre as encostas com humus.
E o homem de energia desqualificada,
boquiaberto assiste ao desequilibrio
de si próprio, e de suas inertes soluções.
Reluzem grandes cristais e as linhas de LEY,
aos poucos vão retomando sua jornada,
terrena, intraterrena e omniversal.
As sementes, lançadas ao solo, germinaram.
A Luz manifesta-se em todo o seu esplendor,
Agora em mãos treinadas para seguir...
Em mãos de grande amor por Todos e Tudo,
Deus Pai/Mãe em energia manifestada!

godila fernandes


* *



* *


MEUS CÁLCULOS

Faço cálculos milimétricos
Estudo objetos
Tentando controlar
O rumo incerto
Que a vida tende a traçar


Dá para isolar o abjeto
Quadriqualizar o obsoleto
E recomeçar?


Viviane Ramos


* *

Caminhos sem tempo....

Caminhos amplos,
vastidão na paisagem,
o coração desritmado,
e a saudades na viagem.

Mudo o rumo do pensar,
encontro telas no olhar,
trago o peito dolorido,
do amor quase perdido.

Mundos que descriminam,
poderosas armas letais,
curas mirabolantes,
de alguma forma fatais.

A estrada descortina meu mundo,
colorido, amplo, feliz, amado,
Desdobra-se em velozes pensamentos,
rouba a segurança da surpresa.

Como um ninho sobre frondosa árvore,
sou pássaro de muitos filhotes,
Trazendo no peito a vitória,
de uma trilha cheia de amor.

Moro num mundo sem tempo,
num tempo bastante diferente,
de um plano divinal de evolução,
sou raça azul na chispa que corta o vasto...

godila fernandes


* *

NOSSO CASO, MEU OCASO

N osso caso começou
O utro dia como amigos
S e deu certo, continuou?
S e acaso o céu brilhou?
O uvirei os seus sentidos.

C omo um pássaro no ar
A travessando o infinito
S erá que ouso sonhar
O u é apenas um grito?

M as a resposta almejada
E nfim pode revelar.
O que o poeta procurava?
U m alguém pra ele amar.

O perando em sintonia
C omo acordes, um solfejo
A lço a voz em harmonia
S e realizará o desejo do poeta com a poesia
O rnamentando o ensejo.

Mary May


* *

Essa luz

Que nasce expande e irradia
Inebria...
Esse amor
Que cresce, prolifera, aquece
Extasia...
Essa vida
Que segue, retorna e segue
Ensina...
Este perdão
Que implora, pede, é dado...
Alegria!
Este mundo
Que gira, e gira, vai parar
Num segundo!
Quando o homem
Que morre, morre, morre
Renascerá..
E essa luz
Que até parece apagar...
Explodirá!
Em raios de amor
Por sobre toda
A humanidade.

Márcia Poesia de Sá


* *


* *

SONETO DA ESCOLHA

Se hoje eu pudesse decidir
e escolher o bem como final
Quem sabe poderia definir
e acabar de vez com todo o mal.

Talvez, então, pudesse distinguir
a irrealidade do real
A estrada poderia prosseguir
num sentimento puro e leal.

O fim de uma guerra é atitude
A mente se define em plenitude
O início finaliza o que é fatal.

A vida se mostrando um tanto rude
Escolhe o amor como sinal
E atingirás, então, um bom final.

Mary May


* *


É certo que:

Quanto mais eu peço
Mas o mundo me esquece
Quanto mais eu desço
Mais o abismo engrandece
Quanto mais eu vejo
Mais a vista esvanece
Quanto mais eu beijo
Mais saliva entorpece
Quanto mais eu luto
Mais porrada acontece
Quanto mais eu escuto
Mais o todo emudece
Quanto mais eu peco
Mais eu devo em prece
Quanto mais espremo
Mais a espinha cresce
Quanto mais eu fujo
Mais a aranha me tece
Quanto mais engulo
Mais sapo me desce
Quanto mais enfezo
Mais ruga floresce
Quanto mais eu suo
Mais a ira me aquece
Quanto mais eu rezo
Mais demônio aparece

Porém:

Quanto mais poeto
Mais rima se oferece.

Ainda bem.

Tarcisio Mendes





POETISA CÉLIA SENA!

Mar de Amor


Quisera eu amar
Amar como se o mar fosse
Amar de um amor profundo
Amar além da vida
Sentir além do mundo.

E eis que o amor chega
Me encontra e me deixa tonta
Tonta de amor
Amor que cega e cala
Fala e exala sentidos e desejos

Ondas revoltas
De odores e sensações.
Mar de amor
Águas ora mansas
Ora tempestuosas.
Cabeça, corpo e coração
Em correntezas distintas
Seguindo direções opostas:
Mar adentro, oceano ou costa

E assim deixo de ser eu
Deixo de ser um ser.
Sou sua como se nada fosse.

Sem saber enfim, o que é de mim
Vou ao fundo desse mar
Mar de amor profundo
Mar que me toma
E me torna nada.
Nada que a correnteza leva
Leve como a brisa
Breve como a bruma
Mas, repleta de amor
Encharcada de mar
E amar...


Célia Sena


Morgue


É impossível vencer uma luta
Na qual não se conhece as regras.
Nem posso dizer que nadei e morri na praia
Eu apenas nadei contra a correnteza
E fui arrastada de volta.
Agora sou um corpo inerte
Esperando a morte chegar.

Meu Deus...
Permita que depois disso tudo
Eu ainda consiga ser eu.
Permita que depois da tempestade
Eu ainda consiga me encontrar
Embaixo desse mar de lama.

Que meus olhos ainda possam
Enxergar o que é belo,
Que meus ouvidos consigam ouvir sussurros,
Que minhas mãos possam
Sentir o calor que por hora, não existe mais.
Sou como um corpo estirado no mármore
Sem vida
Sem alma


Célia Sena