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sexta-feira, 29 de abril de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

* * * * * * *
IMPOTÊNCIA

Já nem sei quem sou
E pouco importa
Diante da tristeza que perdura
Perdida no espaço de meu tempo
Mistura de saudade e amargura.

Das dores a mais triste e que sufoca
É ver o céu e não tocar as estrelas
É ser mantida com as portas abertas
E ser refém da vida, prisioneira...

A impotência segue amarga e crua
Reveste de nudez meus sentimentos
A noite reluz linda lá de fora
E eu não consigo se quer
Ver as estrelas...

Mavie Louzada.


* * * * *
Tudo o que dizemos

Onde caem nossas palavras?
Em que ouvidos?
Que sentidos elas tomam
nos receptores?

Tudo o que dizemos
se modela
conforme a forma
própria

forjada na vida de cada um

Anorkinda


* * * * *
Poesia verdade

Tenho pra mim
que o poeta
se revela...

Pode tentar
esconder-se,

mas a poesia entrega.

Venho por mim
dizer o que
se anela...

Posso tentar
fingir,

mas a emoção escorrega.

Tenho enfim
a secreta
mazela...

Ouso afugentá-la,

mas a verdade me carrega.

Anorkinda


* * *

A alma ainda dorme

Trago em mim a dureza e a teimosia da pedra
rolo montanha abaixo, corro nas águas dos rios
e assim vou me arredondando e alisando
um dia serei pedra preciosa – só não sei quando

Trago em mim aromas e ramagens verdes
oscilo ao vento, em ânsias de liberdade
há dias em que sou árvore, há dias em que sou flor
a seiva que me nutre tem o tempero do amor

Trago em mim a força e a coragem dos bichos
sigo por dias e noites, pela terra e pelo ar
ensaio amizades, carinho, devoção
dou forma de lágrima ao meu coração

Trago em mim o destino de ser humano
ainda em grades embora busque o céu
em sonhos e em sinas, em verso e reverso
minha alma aprendiz é criança no Universo

Helenice Priedols


* * *

Sonharam

Em silêncio, sem que saibas de mim
Esse amor ainda vive, e é todo seu
É aquele amor tão sonhado, sem fim
Que sempre existiu, entre você e eu.

Na noite, onde a solidão foi cruel, dorida
Pensei em nós, nessa mania de sonhar
E sonhei, como sempre fiz, nessa vida
E no sonho, lá estávamos, frente ao mar.

Testemunha valorosa, foi a lua tão bela
Fazendo a sombra desses dois amantes
Que dançavam e olhavam para ela

Felizes ali eles estavam, como antes
Buscando na poesia, a primavera
Vivendo seus momentos marcantes

Maria Rita Bomfim


* * *
MUDO


Se fosse um silêncio só
- solteiro, estéril e senil -
seria leve a lida e lida seria, levemente

Mas traz consigo o viço e o vício
das verdades absolutamente analíticas
vestidas de forma irretocável
...e ensina

Relativamente mudo
...aprendo

(Lena Ferreira)


* * *
Ah como é difícil

Saber tocar o intocável
Abrir baús empoeirados
Ver voar borboletas azuis
Que por tanto tempo
Pareciam cinza

Como é difícil abrir a alma
Conter as ondas nada calmas
Que moravam em lagos tranqüilos
Até a manhã do ontem

E ver que o redemoinho que as consome
Pode ser um sumidouro
Do sonho!
As levando para o infinito tristonho
Dos baús tão fundos do futuro

Ah como é difícil acreditar...
Após um tempo de descrença
Que as verdades inegáveis sempre dançam
Os bailes mais profundos da ilusão

Ah como é difícil impor a pena
Quando a alma chora, sofre pena...
Geme seus poemas em solidão.

Se ao menos o verde se fizesse presente...
Haveria um horizonte em minha mente
E meu veleiro branco
Navegaria em paz

Mas no fundo poço deste cais
Há apenas duvidas nada mais...

E o poeta voa sem querer
Um vôo chamado seu sofrer...
Por amar, e assim amando...
Se deixar morrer.

Márcia Poesia de Sá


* * *
***Amor Cristalino***

Coração bate no peito ora conflito
nesta dor que angustia na espera
Ao saber que tão longe no infinito
mora um imenso amor de longa era

Esta luz que afaga e envolve a alma
desce em mim assim tão soberana
Vindo envolver com toda a sua calma
com a beleza deste amor que emana

Um amor que entre todas reflexões
vem assim acordar um sentimento
Quem sabe entre todas as paixões
venha encontrar na lágrima linimento

Alma doce és minha gentil quimera
que sofres por aqui não encontrar
A paixão que sempre teve á espera
na doçura que eu não quero renegar

Sois o efeito de um cristal rutilado
divina claridade em transparência
Quem me dera te amar e ser amado
mas de ti só absorvo pura essência
by
***RosaMel***


* * *
Amor Universal.

Lá estou, borboletas no estômago,
voando daqui pra lá, de lá pra cá,
vendo, ouvindo, flanando no amor
de toda a felicidade que transcorre!

E como tal sei que em algum lugar
há outros tantos seres humanos,
vibrando o mesmo e intenso amor meu,
em outras dimensões, plagas ou além-mar.

Nesta mesma sintonia seríamos únicos,
nesta perfeita interação de energias,
encontrar-mo-nos num plano de magias,

onde tudo e todos amar-se-iam em almas
mais que gêmeas, de uma mesma mônada,
no amor a Deus, beleza do UM...perfeitas!

Godila Fernandes

.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

POETISA HELENICE PRIEDOLS!



Afinidades

almas afins
estão sempre unidas
lado a lado
frente a frente
mãos dadas
ou ainda que jamais
se toquem
neste espaço
ou neste tempo

não importa

sempre haverá
um fio invisível
a enlaçá-las
e um leve sobressalto
nos roçares
e nos pressentimentos


Helenice Priedols





Os que não pertencem
nos cais dos portos
nos trens abarrotados
nas estradas poeirentas

nunca o travesseiro macio
nunca a conversa ao redor da mesa
nunca a palavra lar

trazem consigo
o incerto olhar da espera
e a dignidade silenciosa
diante das portas fechadas
da alheia desconfiança
da inútil piedade

só levam de si a própria sombra
e o peso do nome: refugiados

são homens que não pertencem
trilham os caminhos das nuvens
só olham para a frente
- e para baixo
desconhecem regressos
alimentam-se
da esperança do futuro

são homens que não pertencem

quando os vejo
me aperta no peito
uma pesada dúvida:
qual o real significado
de ser humano?

Helenice Priedols

.......................
(Inspirada nas fotografias do Livro Êxodos, de Sebastião Salgado)

.

POETA GUSTAVO DRUMMOND



RASCUNHO

Existem seres humanos,
que nunca estão prontos,
são semi, quase, talvez.
Se vestem de medo,
Não ousam ousar,
conhecer o novo,
fazer diferente,
vivem de imitar,
Nada criam,
não inovam,
não se renovam,
marcam só para depois...

Amanhã será o dia
de se tomar decisão,
agora está tão perto,
Imprecisos, incertos,
vivem se adiando,
odiando definir,
Subjetivos seres,
ser futuro abstrato,
esperam sentados,
nos meios-fios da vida,
cair do céu as graças.
Deslocados, desfocados,
Projetos inacabados,
Vivem na planta,
não se constroem nunca...

[gustavo drummond]




SEM TERRA

Uma vida completa
buscando uma gleba de terra,
para plantar sementes de sonhos,
ser dono
do próprio lar.
Ganham promessas,
engôdos dos políticos,
sem senso analitico,
Regam o cultivo
com suor.
Viver não é retroativo,
e pode ser pior.
Quando exauridos
pela inglória luta,
pobres deprimidos,
explorados por posseiros,
vezeiros em explorar,
terão que se contentar
com sete palmos de chão,
repouso derradeiro,
pagos á prestação.

[gustavo drummond]


.

segunda-feira, 25 de abril de 2011



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * *

Os Ardis Do Tempo

O tempo passou e ninguém viu.
Vento que desfolha calendários,
vai despetalando as horas, a fio.
Uma por uma, feito um rosário.

Tempestade de areia importuna,
revoluciona a minha ampulheta.
Ranheta aciona as pás a fortuna.
No fim faz o que dá na veneta...

Velozes voam os dias, de roldão.
Deixam só no borrão os sonhos,
qual pipa que não sai do chão...
Restam miúdos planos tristonhos.

Prestos, vão precários anos, no ar.
Cai no desvão desse deserto diário
a semente que eu pensei plantar...
Nem sei aonde me leva esse fadário.

Só o espelho nada esconde de mim.
Em sua face burilada vejo a verdade:
As linhas que nascem sob o carmim;
ardis do tempo, sabotando vaidades.

Rosemarie Schossig Torres


* *
Sólida navalha

Fiz dos desenganos, ausência
O quarto sempre tão vazio
Dos desacertos sem paciência
E de minha cama sempre frio!

Fiz somente a incerteza de ti
De fugas insólitas, quase dó
Da falta do que poder sentir
Unicamente a certeza... O só!

Durmo com a solitária brisa
Adentra e corta feito navalha
Do aço, que frio saboreia e frisa

O enlevo da pele que te retalha
O corte de dentro, volta e reprisa
Novamente a lâmina, rasga e talha

André Fernandes



* *

“Quando o gato sai
O rato faz a festa”... No convés.

É no convés toda balburdia
Salão negro, verde, cheia de luzes
Mas os gatos, nada de trabalhar
No convés ninguém quer ficar
E deixam a mercê para os ratos
Um navio sem direção, sem rumo
Sem prumo
E os gatos gordos do cerrado
Do congresso... Ops, convés
Vão empurrando
Com a barriga

André Fernandes


* *

Mãos Dadas

Não quero versos caducos
nem cantares futuristas.
O fio que me prende a vida
tem um tempo para existir:
Invisível e resistente
ele tece o tempo presente
e percorre toda a estrada,
costura amor de mãos dadas
com os que estão na caminhada.

Gladis Deble

* *
E o palhaço disse adeus

Quando o palhaço pisou no picadeiro
para seu espetáculo derradeiro
uma torrente de emoções e visões
invadiu-lhe a mente e a alma.

Transportando-lhe na máquina do tempo
para outros momentos, vasculhados no passado
e o velho palhaço então emocionado
debruçou-se em lagrimas e fincou silencio.

Como que orando neste particular cenário
revivendo tantos espetáculos e movimentos
de uma trajetória que marcou seu tempo
e que a memória, insiste em homenagear.

E dentre tantas agruras relembradas
tantos arroubos e eletrizantes palhaçadas
veio a imagem de sua companheira,
sua paixão da vida inteira, trapezista faceira.

Que um dia ganhou seu coração,
e sua predileção em forma de amor
mas enfim, numa destas incompreensões da vida
ainda na flor da juventude, a trapezista partiu
chamada que foi por Deus para sua companhia.

Mas, a vida prosseguiu apesar da dor dilacerante
e o palhaço continuou naquele picadeiro
não como antes em seu intimo,
pois já não sentia-se completo.

Porém, o espetáculo não pode parar,
e como nas brumas de Brunel, revivendo o papel
que um dia Deus lhe concedeu:
o de palhaço de circo, continuou seu picadeiro.

Na tradução mais altruísta que um artista pode ter
tal qual um Chaplin em grandes filões
de “Grande Ditador” a Vagabundo
o palhaço reacendeu em segundos,
tantas lembranças, tão intensas,
tão verdadeiras e densas,
que o velho coração não resistiu.

E do centro daquele picadeiro
o palhaço embarcou inteiro
para seu espetáculo definitivo
o encontro com a sua trapezista,
seu amor, da vida inteira.

(Francisco Córdula)
* *
VENTO ESTELAR

Este que trouxe a cor do tempo
lilás momento...
Deixou um recado no firmamento

Este vento soprou em sussurro
brando e curto...
Deixou no coração um lamento.

Anorkinda


* *

Queria

Que não fosse o túnel
A luz a me servir
Queria o céu, a luz divina
Queria poder morrer
E viver eternamente
Nas pradarias de meu
Paraíso
Queria que o túnel iluminasse
Todo o seu caminho
E não fosse apenas o fim
A luz do nosso
Destino

André Fernandes

* *


Amor
Em volta tudo igual,
a paisagem bucólica na alma,
revela a dor de amor dorido, ausência!
o poeta saudoso de sua amada, no exílio chora,
implora a alma que por ele chora que o espere, que volta...
pobre poeta que não se reconforta com a linda natureza a volta
e sua alma romântica afeita a venturosos feitos, aprisonado
por desdém, por um Calabar, que em desdita eterna trai
envolve amigos de ideais e amores eternos e joviais.
Alguns são enviados a plagas distantes do torrão
outros a prisão do tempo, em fuga avilta-se,
mas ele por sua bela chora, implora,
porém ela na espera de seu poeta,
no final de suas forças,
se abala e fala alto
sua dor!


Godila Fernandes

* *

Freios na Solidão

Que freios utilizar
para conter a solidão?
Se ela me alimenta, me enriquece
torna-se companhia, me da vida.

Que freios conterão
este turbilhão de lembranças?
Em Flashes que espocam,
Vozes que ecoam
entre tristezas e alegrias.

Que freios, enfim, segurarão
sentimentos diversos que se fundem?
E que formam todo um ser
vinculando alma e carne.

(Francisco Córdula) * *
Tic-tac de Amizade

Deixo o dia entrar
na folha branca da minha vida
Sem sentido
Caminhando sem rumo
Um cão passa por mim
Olha-me
Como um unguento
Acaricia meus pés
Fico sem entender
Porque aquele cão reparou em mim ?
Quero guardar e aguardar aqueles olhos
De bicho vivo de amor sem fim
invadindo minha alma
ruas e muros
Fazendo-me escrever
Um caminho
Uma rota
Joguei fora os objetos fúteis
De uma vida
Antes
Tingida
Sem afeição
Preferi chamar o cão
Para partilhar comigo uma refeição
O dia finda
Estou tentando colocar no papel
Um azul-púrpura
Da minha letra
Carregada
de sentimentos
Feito uma chuva batendo
No vidro
Arrumo minha vida
Aquele novo amigo
Conseguiu ativar os ponteiros
Do meu relógio .


Ana Maria Marques

* *


MESTRE

Cantaremos um hino de glória
a Jesus nosso Mestre maior.
Revestido da espécie corpórea
deu exemplos de vida e de amor.

Muito simples,andou entre nós
multiplicou pães e peixes.
Fez da água, o vinho da festa.

Abriu as portas da casa do pai
onde teremos sempre guarida.
É amorosa a partilha do pão:
Ele é o Caminho,a Verdade e a Vida!

Gladis Deble

* *

***Perfeição***

Quem não viu
um beija flor
Voando bem ligeirinho
e flutuando no ar
com suas pequenas asinhas
parecendo ventoinhas
Delas se vê tão somente
as sombras a tremular
e o silêncio
do suave farfalhar
Do canto doce sereno
do beijo de flor em flor
me parece tão ameno
pedindo permissão
Tão singelo e profundo
com certeza o criador
nos deu a perfeição
de um pequeno
e grande amor
Nas asas do beija flor.

***Rosa Mel***


* *

A cura na arte

Nas mãos, o cinzel
que modela, cria
em suave ação

O artista, do céu
traz a lembrança
memória-harmonia

É bênção, o mel
que propaga, sacia
em formosa visão

A obra, sem véu
traz a mudança
cura-cortesia

Anorkinda


* *

FALTA!


Tem gente
que faz muita falta
na vida da gente

Faz tanta falta
que a gente acaba tendo
que mostrar o cartão vermelho

e seguir em frente.

LCPVALLE


* *
Nada a dizer

O que fazer?
Quando faltam as palavras.
Faltam os sentidos.
O sopro, o ar, o delírio.
A inebriante forma criativa?

O que fazer?
Quando bate a saudade.
A tristeza, a depressão,
A solidão inesperada,
Roubando o sentido da narrativa?

O que fazer?
Quando se torna o silêncio,
Arma única de ressonância,
E o ócio, na sua mansidão,
Única tolerância afirmativa?

O que fazer?
O que fazer?
O que fazer?

(Francisco Córdula)


* *
Outro Tanto



Entre
Não peça licença...
Eu já lhe mostrei o caminho
Já lhe convidei faz bem tempo
Já lhe esperei outro tanto

Chegue
Não tem cerimônia...
Se acerque do que é meu domínio
Se cerque de muito carinho
Que aqui lhe ofereço outro tanto

Mostre
Que trouxe de seu
Não lembre do que já perdeu
Me conte o que encontrou
E encontre aqui outro tanto

Junte
As coisas que suas
Ás minhas se confundirão
Unidos, dois mundos inteiros
Compartilharão outro tanto

Um tanto de amor que se dá
Um tanto de pura paixão
Um tanto de afeto trocado
Um tanto de grande emoção
Um tanto de mim, de você
Outro tanto, não seja ilusão


Arabela Morais

.

domingo, 24 de abril de 2011

A Páscoa Santa na

PEQUENOS GRANDES POETAS!



CREDO...

Creio em Deus
Na sua bondade infinita
Na força do Criador
E em toda criação

Creio na natureza
Mistério profundo e sagrado
Na força divina que rege
O que Lhe foi consagrado

Creio nos vários caminhos
Que levam a um único Deus
No poder do livre arbítrio
Na escolha do saber

Creio na convicção
Que o amor vence a guerra
Que a luz finda as trevas
Que a morte eterniza a vida

Creio na lei do retorno
No reflexo imediato
Dos atos que praticamos
Na força da intenção

Creio no poder do perdão
No caminho da salvação
Na força da igualdade

Porque Deus é Omnipotente
Seu amor é omnipresente
Independe de credo
Templo
Seita
Dissidências
Religião.

Mavie Louzada.




É dia
de festa
lá no céu.
É tempo de renovação.

Jane Moreira



Páscoa e Renascimento

Muito
Triste
seria a vida
se a morte não fosse
a porta para a outra vida

Jane Moreira




REFLEXÃO SOBRE A PÁSCOA

No passado... num tempo muito distante
um ser mais que especial sonhou um dia
por fim a qualquer sofrimento asfixiante,
fazer florescer a paz, a plenitude, a alegria!

Pensou somente na gente,
em nos conceder a libertação
para que caminhássemos libertos em frente
colhendo os frutos da redenção.

Queria que crêssemos na vida.
Que fizéssemos outro recomeço...
Que semeássemos o bem, com generosidade desmedida,
que pelo próximo tivéssemos sempre apreço.

Entregou sua vida... seu sangue...
Por nós, seus filhos... ofereceu-se à cruz.
Caiu intrépido, dorido, exangue...
Seu nome... Cristo Jesus!

Fez a passagem do bem contra o mal...
Enunciou conceitos completos, suficientes...
Foi para nós o supremo exemplo, afinal,
mas nem sempre O seguimos, tristemente!

Carmen Vervloet




P áscoa, renovação de vida e de sentimentos!
A mor ao Irmão, nosso próximo, renascimentos!
S enhor Jesus, Rei da Luz, mestre e irmão,
C reio em Ti, Semeador da Paz!
O Amigo incondicional de todas as horas.
A mor foi a Tua Palavra. Perdão foi a Tua Resposta.

Jane Moreira


LEMBRANÇAS COM SABOR DE CHOCOLATE

Os ovos de chocolate escondidos no jardim...
O dia é brando, renasce a criança!
Coelhinho da Páscoa o que traz para mim?
Delícias, sabores, felizes lembranças!

Família reunida em torno da imensa mesa,
as guloseimas substituindo o jejum obrigatório...
Vovô num largo sorriso distribuindo gentilezas,
vovó descobrindo imagens no seu sacro oratório.

Depois da refeição, a calorosa confraternização.
A algazarra da meninada buscando os ovos no jardim!
O espírito de união transbordando do coração,
cirandas, músicas, brincadeiras, alegrias que não tinham fim!

O tempo manifesta-se tatuado no peito,
grande é o amor guardado no coração...
Ressuscita a esperança desmaiada no leito,
lembranças do que somos no vácuo da contradição.

Quem deste coração fechado nos liberta?
Ser ver... sentimos a presença do Senhor!
A fé em Cristo deixa a porta aberta,
a ressurreição ressurge em todo seu esplendor.

Carmen Vervloet

PERDÃO, MEU PAI!

Perdoe-me, Pai...
Por um ínfimo percalço no caminho
Ferir-me tanto e por esbravejar à toa,
Se me livrou de tal pequeno espinho,
Cravando-o com outros na Sua coroa...

Perdoe-me, Pai...
Por esse meu fardo insignificante
Parecer-me, por vezes, tão pesado,
Se o carregou na Sua cruz gigante,
Amenizando o peso do meu pecado...

Perdoe-me, Pai...
Por Sua lágrima ser vertida em vão,
Por cada gota de sangue escorrida,
Se ainda choro, sem a menor razão
E se lastimo qualquer dor na vida!

Oh, Pai!
A cada renascer do dia, imploro Seu perdão...
Renove a minha alma com Sua compaixão!

Telma Moreira



REDENÇÃO

Torturado, humilhado,
traido, punido, dividido,,
para se cumprir as escrituras,
Salvador do mundo,
Divina Criatura,
Redenção dos pecados
humanos, imundos;
Morte de dor,
Morte de cruz,
Sofreu por amor,
Serviência ao Pai,
Sempre a mesma luz.
Morto, ressurge vivo,
No Horto, agonia da hora;
Entrega e doação,
Oração de sangue e fel,
A Santa Mãe que chora,
Bendita ressurreição,
Volta ao céu,
Na terra reacende,
a fé num tempo novo,
Vida onipresente,
Na alma do povo.

[gustavo drummond]



VIGÍLIA PASCAL.


Cantarei aleluias ao Senhor!
Espero, neste sábado, a Sua Luz!
Vigilante, respiro o Esplendor:
Sei que ressurgirás, Cristo Jesus!

Logo despontará a madrugada,
E o Teu sepulcro ficará vazio...
a Aurora ficará mais enluarada;
E meu Coração alegre como um rio...

Os anjos cantarão os Seus louvores.
A Natureza jubilosa, em cores,
E tudo que há louvarão Tua glória!

Jesus Ressuscitado, Autor da Vida,
És o fulgor da minh'alma sofrida,
Que me traz Paz, Amor e áurea Vitória!

J. Udine
A Páscoa Infantil na

PEQUENOS GRANDES POETAS!

Desejo-lhe:
Um eu que transborde de felicidade,
uma Páscoa plena de paz e harmonia
um baú sem fundo de doces amizades,
um arco-íres pincelado em alegrias.

Desejo-lhe:
Uma lua cheia de largos sorrisos,
uma onda suave de ternos carinhos,
um dia que seja um mágico paraíso
e que boas novas lhe traga o coelhinho.

Desejo-lhe:
Uma comemoração com muita confraternização
onde o amor ocupe todo o espaço
e que abundante expanda-se do coração
envolvendo ao próximo num fraternal abraço.

Carmen Vervloet




Roendo a Páscoa

Acordo cedo no domingo de Páscoa
porque o coelhinho passa cedo por aqui
Não consigo vê-lo, mas sigo seus passos

Ele corre e corre para que logo, logo
ele possa voltar às suas cenouras tenrinhas

Já eu corro logo para a cesta colorida
e me ponho a escolher o chocolate mais gostoso

E aqui estou eu, roendo a Páscoa
lambusado e feliz, agradecido
pelas alegrias da vida

Anorkinda

Ninho no jardim

O domingo amanheceu
com sabor divertido:
o coelhinho escondeu
meu ovo sortido

O sol até esperou
um pouco mais...
o coelho combinou
com meus pais

O ninho colorido
lá no jardim
foi escondido:
'que difícil pra mim!"

Corri e dei risada
me atrapalhava...
muita pista errada
a fome aumentava!

No meio da floreira
o ninho que era meu
finalmente apareceu!

Talvez o coelho queira
um presente meu
lhe dei uma cenoura...e ele desapareceu!

Neide Escada da Rosa




CARA DE PÁSCOA

Hoje acordamos
com aquela cara de páscoa,
aquela cara alegre
a espera da surpresa...

Hoje soubemos
do recomeço da vida,
o recomeço da esperança,
do amor que triunfou!

Hoje cantamos
de contente,
rostos sorridentes,
vozes satisfeitas
com Cristo que voltou!

Neide Escada da Rosa




Coelhinho

Pula coelhinho
Pula sem parar
Vai levando de mansinho
Vai o ovo lhe entregar

Pula coelhinho
Do focinho vermelhinho
Vai levando a surpresa
Desta páscoa com carinho

André Fernandes

.
A Páscoa crítica na

PEQUENOS GRANDES POETAS!


O MAIS CRUEL DOS MESES TAMBÉM PARA OS COELHOS

... abril, T. S. Eliot, é também para o coelhos
o mais cruel os meses...
É aquele em que eles, coitados,
são estuprados literalmente de dentro para fora
e vice versa,
ou seja, são obrigados, tadinhos, a ingerir
pela flor-do-parque-de-trás
(como diriam os chineses) cacau em demasia
para em seguida botarem antinatural e analmente
uns ovos de chocolate tão grandes
que o menor deles deixaria traumatizada
a mais poedeira e "analzuda" das seriemas...


José Lindomar Cabral



MACUNAÍMA SOBRE A PÁSCOA

Depois que Jesus Cristo,
na companhia de Seus 12 apóstolos
(inclusive e obviamente na do trágico
- e preventivamente destituído
de livre-arbítrio – Judas Escariotes)
nos isentou da Páscoa,
naquela terrível noite em que Ele,
O Grande Mestre (às vésperas
de sua profetizada crucificação)
comemorou a última delas,
e, enquanto a comemorava, ia,
simultaneamente, instituindo a Santa Ceia.

A partir de então, transgredir Seu mandamento,
deixando de comemorar o Santo Jantar
(que simboliza a libertação - dos que descendem
de Abraão, inclusive apenas espiritualmente –
de um Egito chamado Pecado e de um faraó
que agora se chama Lúcifer, Satanás, Oxalá ou Diabo)
para dar ocasião à comemoração da improcedente
e transgressora Páscoa, tornou-se aos olhos do Senhor Jesus
algo tão endemoniado, ou seja, tão explicitamente possuído
por um espírito pagão, que até os coelhos, tadinhos,
foram sexual e abominavelmente modificados a ponto
de, agora, coitados, os inocentes e referidos leporídeos,
todo ano, todo ano, todo ano, durante a Semana Profana
e Mercantilista, que eles (os pais da Diabólica Inquisição)
batizaram hipnoticamente de Santa, são obrigados a ingerir
pelo ânus grandes, duros , grossos e embrutecidos
bastões de cacau
para, em seguida, serem forçados a expelir analmente
uns ovos de chocolate tão avantajados, que o menor deles
seria capaz de deixar a fêmea mais poedeira e “analzuda”
dos avestruzes de olhos irreversivelmente esbugalhados
e cu imprestável
ou reduzido irrecuperavelmente a frangalhos para sempre...
(Glup!... reduzido “irrecuperavelmente’”
a frangalhos “para sempre” , acho eu, é pleonasmo!)


José Lindomar Cabral