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sexta-feira, 2 de setembro de 2011



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * *
FALTA O SONHO

Somos pássaros canoros
De palavras e versos sonoros
A poesia exalando pelos poros

Se o silêncio nos invade duramente
É porque o sonho nos falta certamente
E nossas almas... escravas da mente

Então, choro
Somente


Amélia de Morais

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* * *
***Cantares***

Cantarei sim eu cantarei eternamente
Cantarei tão alto quanto eu puder cantar
Ora pois alegrarei e encantarei a tanta gente
Que nesta essência de amor quero embriagar

Tenho cá dentro do peito um amor que flameja
Tenho no pensamento um momento tão uno
Tenho uma boca sedenta que enseja
Tenho um coração á procura de um rumo

E nesta sede de amor tão infinito
Onde deponho minhálma entorpecida
Esparramo aos quatro ventos e grito

Não quero e nem desejo minhálma vencida
Pois eu vivo de um amor que eternamente
Tem doce abrigo em tu'alma prometida
by
***RosaMel***

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* *
O Amanhecer

Forjado pelo passado
incansável passado
o futuro recebeu
muitos presentes

Dourado amanhecer
abriu os embrulhos
esmerados embrulhos
feitos na paciência

dos dias antepassados

Sonhado pelas gentes
incansáveis gentes
o presente concebeu
muitos futuros

Prateado amanhecer
curtiu os barulhos
sinfônicos barulhos
afeitos à ciência

dos seres inteligentes

Anorkinda


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* *

***Inocência***

Nesta doce e tão pura inocência
que possa eu também assim cantar
Por sobre muros que gotejam essência
que possa eu por sobre eles volitar

Que ao sonhar eu sonhe lindo e colorido
que eu possa ver e também participar
Desta orquestra que emite um sonido
que fica envolta pela luz de um alvorar

Que do passado eu construa o presente
que o presente seja pleno de harmonia
a envolver-me assim tão docemente

E a luz divina que eu vejo nesta hora
clareia tudo em perfeita sintonia
a preparar belo futuro sem demora
by
***RosaMel***

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* *
SAUDADE...

Ah! Saudade...
Sentimento que invade
Em ritmo constante
Cortante
Batendo em teclas,
De notas mortas
Nas canções apagadas
Pelo tempo,mas gravadas,
Na memória das lembranças
De uma intensa dor,
Que aos poucos se refaz
Naturalmente
Livre, como mergulhar no mar...

(Lage,Mazéh)

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* *

COMO UMA CRIANÇA

Que o canto seja presente
do passado ao futuro
em coros de anjos-sementes
em noites claros e dias escuros

Que o amor esteja pelos campos
pelas ruas, sobre os muros
nas asas das borboletas e pirilampos
nas mãos dos homens puros

Que o sol a cada dia que nasça
seja a luz clara da esperança
que brilha e ilumina como graça
como um sorrir de criança


Amélia de Morais

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* *


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* *
Canção de Outono

Às vezes julgo ver nos seus olhos
as promessas que eu queria ouvir,
mas meu sonho sempre desfolho
como pétalas de rosas sedentas a cair.

Pus em suas mãos minha vida
como se fosse uma delicada flor,
entreguei-me com paixão desmedida
pensando que fosse colher só amor.

Mas colhi também tristeza e decepção
e como flor eu fui murchando
inclinada sobre seu árido coração.

Hoje sou pó que aduba a terra
e sob este sol que se põe brando
renasço como flor da serra.

Carmen Vervloet


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* *
DE OLHO


Não corra demais
Não estacione em calçadas
Não avance sinais
Contra mão, nem pensar
Aí já é demais

CUIDADO!
Existem bem te vis
Disfarçados de pardais.


LCPVALLE

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* *
É terno!.

A folha que cai,
a palavra que vai,
a paixão que se esvai,
um amor nunca mais!

O sempre, o todo,
o nunca, o nenhum,
o coração que chora,
a doce lembrança que foi!

A ti que devora
meu ser de agora,
que chora e chora,
a caixa de Pandora!

À noite eterna,
o adeus pra sempre,
enterro no peito,
um amor-perfeito!

Godila Fernandes

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RENASCER...

No bailar da Poesia
Nascem jardins
Onde a beleza
Semeia esperança
E livres versos
Bailam entre flores e rimas...

Flores e palavras
Palavras e verbos
[Re]colorem o azul infindo
Como se a cada instante tudo fosse novo...

E o renascer do [uni]Verso
Trajado em repetidas palavras
Não se cansa de ser poesia.


Mavie Louzada.

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* *
Volta ao passado



Milhões de palavras não saberiam descrever
os sons daquele ontem
com perfumes de frutos maduros
e cores radiantes como o sol

Milhões de palavras...
não saberiam guardar
o pouso lento das estrelas que viviam em teu olhar

Milhões de palavras calaram...
silenciaram na emoção resguardada
do toque macio entre o futuro e o passado

só uma gota de orvalho
conseguiu expressar
o brilho do tatear da vida

no âmago da partida...
um perfume invisível de volta

mais nada.

...

Milhões de palavras
trancafiadas

em diários de saudade.



Márcia Poesia de Sá

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* *
Mar Do Futuro

Se houvesse mesmo um livro do vento,
teria resmas de Matusalém, ancestrais
e a fênix ressuscitada borrando finais.
Alfarrábio recém-nascido e amarelento.

Caso existisse... Seria um calhamaço
de incontáveis virações antiquadas...
Restos de canções, afeições furtadas,
ditos de alguém lançados no espaço.

Um pedaço de mim quisera eu, auguro,
pôr nesse livro, na amplidão disperso,
nem que fosse um sopro, meio verso,
feito garrafa jogada no mar do futuro.

Rosemarie Schossig Torres

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* *

ETERNO

Amo sem medo
Sem Termo
Sem Término.

Amo inteiro
Intenso
Explícito.

E se preciso for
Sofro
Sem temer a dor

Choro até a última lágrima
Até lavar toda lástima
E Reviver de amor.

Mavie Louzada

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* *
MELODIA DE SENTIMENTO .

Recordo ainda o nosso lugar
Gravado em cheiro de mar
Soprado em vento de maresia
Buscado no peito dia a dia .

Mas veio um vento forte
Impreciso , inconveniente
Levando você para longe
Envelhecendo o dia de repente .

Em névoa de tristeza
Minha melodia é pranto
De quem vive sem amor , sem encanto .

Não queria declarar amarguras
Ressonâncias ... mas
Não te vejo , nem te falo : te respiro .

Ana Maria Marques

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011



POETA P.VIAJEI!




Às nove despertam-me os mortos, os corpos
as almas sem destino, morada de vermes
as carnes cranianas que estão na loucura
tortura entre vivos, a essência do mal
que isola pensamentos puros, vil desfruto.

Deixai a casa pútrida, logo meu cálido
pai retornará, logo primavera será
e os filhos queridos cairão na presença
do anjo, do arcanjo lívido, tão lúcido quanto
a dor, a maldade, o futuro da vida.

P. Viajei

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NOTURNOS

Vejo que tens um mistério, outro enigmático
segredo, lindo feito sonho e só
revela em desejo, feliz é este homem
Que tem por inteiro o que foi desde ontem.

Esta é a beleza que invalida, toda
A moral humana, até mesmo uma santa
Contem-se dessa ação mundana, límpida
É a criatura mortal, bela e irreal.

Foi-se o tempo onde virgens celestes
Trariam liberdade, agora é lubricidade,
Um ardor sem precedentes, sem destino.

Quero invadir-lhe todo o meu ser oculto
Fúria, gozo absoluto, para assim
Em tudo restar a incerteza que enluto.

P. Viajei

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POETISA MAZEH LAGE






MINHA MINEIRICE

A criança mineira assim que nasce
Se apresenta ao mundo com a meiguice
De balbuciar ao invés de papai
A estranha palavra Uai!
Espia o mundo disconfiado
Óia de cá , óia de lá e pergunta:
- On qui ô tô ? On qui eu vô ?
Mal sabe que vai embarcar num trem.

Ô trem bão sô!
Tamãe dum coração
Cabe o mundo e
Todo mundo!

Mundo de montanhas
Que carrega a gente para o alto
Sempre alto,cada vez mais alto
E dependendo do salto
Caimos nas asas de um anjo
Recebendo dele um abraço
Ou damos de cara com Deus
Que nos oferece o regaço.

Aí a mineirice se instala
Como um perfume que exala
Tomando conta da sala
Nesse instante tudo se acalma.

Em silêncio,ao Senhor,
A gente então agradece
O aconchego que um lar oferece
A beleza do céu quando anoitece
O grão que cai no chão, feito prece
E o milagre do pão acontece
Que a verdade aqui seja dita
Eita que terra bendita!

Terra de Mil...tons do tempo
na música
na história
na arte
na poesia
na alegria que contagia.
Ser mineiro é ser assim
Limpin...Quetin...Amiguin...

Na cozinha
Frita o ai no ói,bem fritim
Cuidando prá num espirrá nos óio
Mexe bem um anguzimn
Prá cumê com torresmin
Da cachaça bebe um gulim
Sobremesa é rapadura
Com queijim de meia cura.

Se você chega a qualquer hora
Ô de casa! Vai gritando de fora
Pode entrar que a casa é sua
Cafezin e pão de queijo sem demora
Tá na mesa com certeza,qui beleza!
E à criança que perguntou on cô tô
Respondemos bem alto e preciso
Você agora está num paraíso

Isto é minha mineirice...um tema
Estado da alma...Quase um poema!

(Lage, Mazeh)




DORES DO MUNDO.

É vasto
É mundo
É imundo
É dor espalhada
Pelos cantos
Tantos...

Desencantos...
Prantos...
Borbotões de desilusões
Num universo
Povoado de sonhos
Bisonhos...estranhos...

Para quem não sabe
Da simplicidade
Da vida
Simples de ser
Vivida...
Chega o homem...e complica!

(Lage,Mazéh)


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segunda-feira, 29 de agosto de 2011



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * *
Estrela Maior

Às vezes eu sou qual um navio à deriva.
Quando não ouço a bússola que tenho,
batendo minúscula no peito, brasa viva.
Músculo que diz aonde vou... E venho...

Quando te escuto coração: velho realejo,
não preciso de constelações, nem mapas.
Não existe estrela maior que meu desejo.
Nenhum porto ou ancoradouro me escapa.

Mas à socapa um infortúnio; tudo escurece.
seu vento derruba; efeito de canto de sereia,
e eu vou ao fundo; a miragem me ensurdece.
A sorte me larga; azar vem com a maré cheia.

E então eu sou o náufrago que envia garrafas.
Quem diria a mensagem é prá mim; nova lição.
Saída está comigo, sem eu saber;miopia abafa.
Preciso achar a porta, já tenho a chave na mão.

Rosemarie Schossig Torres

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* * *
Chuva de Lembranças

Como é bom ter olhos para ver o mundo!
O céu nublado, olhado de um jeito profundo,
escoando chuva miúda, límpida, fina...
Regando meu amado jardim, com água tão cristalina!
O verde relaxante das folhagens que vem e vão
contrastando com flores coloridas que gratuitamente se dão...
Flores e folhagens unidas num perfeito casamento,
embalando sonhos lindos, trazendo a tona latente sentimento.

Volto ao tempo de infância
e a chuva, as flores, o cheiro de terra molhada,
me trazem a saudade, o perfume, a fragrância
dos tempos felizes de criança, vividos na casa caiada.

Vejo-me a caçar borboletas...
O riso fácil, os pés descalços pisando a lama macia!
Ouço a voz de mamãe: “Menina sem juízo, vais ficar doente”!
E a voz de papai, que para ouvir novamente tudo daria:
“Velha, deixe a menina, isto faz bem, ela está contente”!

E nas noites bordadas de chuva,
papai, velhas histórias de família, a contar...
E eu agachada a seus pés, excitada,
com os olhos quais raios de sol a brilhar,
queria saber de tudo, queria eternizar o momento,
para sentir da sua voz o calor...
Que no frio da minha terra me aquecia com amor.

E em cada gota de chuva, que cai no meu jardim,
lembranças de momentos vividos
brancos, imaculados como o jasmim.
Momentos de ternura que voaram ligeiros
como os pássaros que agora da chuva querem se abrigar...
Momentos de aconchego
que só o calor de uma família feliz pôde dar!

Momentos que no tempo passaram...
Mas em mim eternamente ficaram...
Momentos do passado, mas que em mim estão presentes...
Momentos que me questionam,
quando num futuro ameaçador penso estar ausente.
Tantos momentos felizes,
incontáveis como as gotas de chuva
que agora o céu escoa...
Momentos cristalizados no coração da menina
que continua correndo atrás da borboleta esperança que voa...

Carmen Vervloet

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"PASSARINHANDO"

Pelas bandas
Dos brejos
À sombra de árvores
Na curva de um rio
Eu passarinho
Feito passarinhos
Em busca da fruta
Madura...
Voando só
Ou em bandos
Às vezes em fuga
Como Bach,
Eternizando momentos...

(Lage,Mazéh)

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***Dores da Alma***

Na minhálma foi escrito a ferro e fogo
a tortura de um desejo incontido
Soterrado em terra branda derretia
por entre musgos do canteiro revolvido

E a fonte negra convertida que fazia
um borbulhar num silencio efervescente
Em densos vapores que ali efervecia
na imagem crente que meu olhar então via

Endoidecida num murmúrio desconexo
vejo a vida rodopiando num só plexo
e minha alma de sonhar estremecida

Gerando amor que na resposta em tormento
lava em lágrimas sem nenhuma piedade
o sorriso morto sem nenhum contentamento.
by
***RosaMel***

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(CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)

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* *
POEMARIE

(sobre o belo trabalho de Rosemarie Schossig Torres)


Ora, Poeta, foi o sol que convidou a chuva
a lavar a paisagem e deixar respingos
para que ele pudesse se fazer pequenininho
e provocar efeitos incomparáveis em cada
gota, feito prismas diminutos e gigantescos
em luz e poesia.

Eu não disse? Até o céu tornou-se cúmplice
dessa obra magnífica que encantou você e
todos mais que tem no peito um poema
ao invés de um coração.

Desculpe, mas estou me servindo aqui
de um drinque dessas miragens, dessas levezas
desses tons, dessa paisagem e desse panorama,
porque não deu pra resistir.

Sinto muito, mas você não me engana.
Será que pensa que não sabe, que o coração
de cada poeta é um céu ilimitado?
Será que pensa que não sabe, que o que há
por trás do véu do horizonte é o que você quiser?
Sinto muito, mas você não me engana.

Ah, se entregou, né? Quem foi que pintou de azul
a serra verde? Quem foi que transformou em fantasia
a realidade ( ou vice e versa )? Quem foi que deixou
os olhos se perderem no espaço, sabendo que o vento
que faz curvas os levariam para além do véu do horizonte?
Quem foi que disse que o vento não faz curvas?
O vento do poeta faz. E você sabe disso.

LCPVALLE

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CORRER O RISCO


Minha vida sempre foi feita de riscos,
De desafios e de muita paixão!
Quero correr contigo o maior de todos eles,
O risco dessa proibida paixão!

Envolver-me contigo totalmente sem freio
Abrir-me a todo tipo de penetração
Quero tua carne adentrando na minha
Enquanto tua alma na minha se aninha!

Quero que mergulhes nas minhas profundezas,
E que arranques as emoções mais lindas,
E que extraias do meu sexo as belezas,
E também todas as possíveis safadesas.

Viver intensamente como quem ama,
Correndo o risco de se apaixonar
Passear de mãos dadas na praia,
E, comovida, ao por do sol, poder chorar!

Marlene Caminhoto Nassa

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* *
Pra Não Sofrer...

Procuro, com afinco, o lado bom da vida.
Nunca brinco com fogo... Sou precavida.
Por isso, fico longe dos jogos perigosos.
Fujo dos pontos nevrálgicos, nervosos...

Pra não sofrer eu tranco bem as janelas.
Evito a televisão; todas as suas mazelas.
Nada de surpresas ou finais dramáticos.
Sobre a mesa eternas flores de plástico.

Pela paz leio livros que só terminam bem.
Bela pequena ilha, onde tudo acaba zen.
Mas se o caos acena com a inevitável dor,
analgésicos sempre a mão para o que for.

Rosemarie Schossig Torres

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* *
Vácuo

Deve ser o tal do sopro,
A produzir tal falha leve
E arrancar-me em tranco oco,
Esta busca doída e breve
Pelo ar que já não vem
Quando tento respirar

Defeito de um coração frouxo,
Escravo do afago farto,
A falar-te da saudade
Que lacera-me o juízo.
Coração dilacerado,
Dividido, esfacelado,
Ciente do mal que tem.

Este espaço esvaziado
De onde até o ar recua,
É o lugar da casa tua
Esperando-te voltar
De sol à sol, de lua à lua.

Célia Sena

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CHUVA NOS RIOS

Aqui em Caruaru
Cidade do Estado de Pernambuco
Marieta moça prendada
De vida um tanto amansada
Pra sua infelicidade
Apaixonou-se por um moço maluco
Sem capacidade
De arranjar trabalho
Só vivia jogando baralho
Seu pai arretado
Falado em toda cidade
Sabia que essa moda
Daria conversa e sururu
Ele tinha a boca banguela
Não sabia falar com uma donzela
Marieta um tanto triste e segurando a anágua
Chorava feito uma chuva nos rios...
Ela não tinha opção
Vivia em comoção
Queria conhecer o Zé
Da cabeça e ponta do pé
Zé já havia feito um juramento
Com a fome que tava
Só atirava no lugar certo
Marieta um tanto aperriada
Quando a mocidade explode
Pode dar o maior bode
Não me importo de ficar
Namorar
Xambregar
Com o Zé jumento
Ele promete ser bom de angu
Em todo Caruaru .

Ana Maria Marques

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* *

O casório do Zé

Zé e Maria se casaro
sacumé, povo da roça
não viaja na lua de mér,
já vai direto pra sua palhoça.

Chegano lá no seu casebre
Zé e Maria vão para o quartinho
a Maria, muito tímida,
vira para Zé e fala baixinho

-Ó Zé num gosto di ficar exposta
mais ocê num mi óia,
nem ieu ti óio,
vamu tirar a rôpa dis costa.

- Zé responde: Tá bão.
Intaum eu num ti óio
e ocê num mi óia, tá cumbinado.
Nisso Maria abre a malinha de papelão

tira a camisola de algodão
que tinha comprado fiado
ao vestir a camisola notou
que a mãe tinha lavado,

ponhou no sór pra módi quará
e ficá bem branquinha..
só que a véia
pra mode a camisola branquiá

lavô dimais qui incurtô
prá mais di parmo, a danada
usando goma demais prá passar
deixando muito engomada.

Maria então diz: desconsolada
cum o esforço que a mãe fez

- Meu Deusducéu,
cumé qui eu vô pro ninho
com um trem desse
duro e curtinho?

Aí o Zé chia:
- Ah Muié!
ocê mi oiô, né?.......
qui putaria!

Joseph Dalmo

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