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sábado, 3 de julho de 2010

POETA ANDRÉ FERNANDES!



ser poeta

Já fui declarado tal...
Talvez apenas em um momento
Já fui destacado como “Ser”
Mas o poeta que há de me ser
A cada dia, a cada instante
Nasce pra aprender
Se hoje sou esse tal que me dizem ser
Amanhã serei mais que isso
Serei apenas um que diz
Ser poeta!
É aprender ser...

André Fernandes


Desculpe...

Desculpe minha falta
É que nasci ausência
Não tive a quem me criar
Fui desde pequeno a solidão
Fui taxado de deficiente
E mesmo sendo carente
Jamais deram a mim
Uma mão...

Desculpe meu silêncio
É que nasci mudo
Jamais falei meu nome
Nem pude gritar amém
Mas escrever... Eu pude
E delas jamais perdi
A minha voz...

André Fernandes
POETA ANDRÉ ANLUB!



Um pouco “d’eu”

Sou um personagem dramático em minha vida
Aceito todos os dias novas pessoas
Tento ter deveres e muitos direitos
Piso sempre em terras novas

Em vez de curar, evito feridas
Sinto o amor em verso e prosa
Sei que nem sempre tudo é um mar de rosas
Por isso procuro ter diversas saídas

Brinco, rio, dou um tapa na morte
E com sorte ela vai e não volta
Impossível mesmo é perder a alegria
Queria consertar no mundo todos os cortes

Não largo jamais a minha caneta
Com certeza tento ir pelos caminhos retos
Mas não ligo se houver curvas na minha meta
Quero ter mulher, filhos e muitos netos

Respeito-me e o mesmo reflito em todos
Humildade posso dizer que tenho um monte
Coloco a fé acima de tudo
Bom dia, boa tarde e boa noite

André Anlub


Cotidiano

Com idade de ser um homem feito
E com defeito que carregamos no peito
Faço uma rima com carinho e verdade
E não imagino como seria de outro jeito

E não aceito essa tal desigualdade
Com respeito durmo tranqüilo no meu leito
E acordo as cinco horas com muita vontade
Faço um verso para alegrar o meu dia

Vou correndo pra bendita labuta
Não vou xingado igual uns filhos da truta
Vou contente sabendo que mesmo tardio
O meu salário aparece no bolso

O meu esforço jamais é a esmo
Minha índole continua um colosso
Por um momento paro e escrevo
Por um segundo paro e te ouço

Me dá um abraço e me deseje bom dia
Pego a marmita e encho de novo
Carne moída e um bocado de ovo
Para dar sustância e também energia

Logo às seis horas largo esse batente
Vou ao dentista arrancar mais um dente
E chego em casa com uma fome danada
Marco presença com minha doce amada.

André Anlub

sexta-feira, 2 de julho de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

* * *
ESPELHO


reflexo quase estranho
vejo imagens variadas
como luzes dispersando
através de um cristal


um complexo de almas
na mais plena sintonia
entreolham-se parvas
dúvida ou agonia?


meu pleno modo de ser
na sua serenidade
contemplando o que supõe
verdadeira realidade


e mirando o espelho
entendo o meu universo
encontrando o infinito
encantado e extroverso !



Eliane Thomas


* * *

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* * *

Andem comigo, sonhadores!

Vivo em estradas de brilhantes ladrilhos
Canto das músicas apenas os estribilhos
Tenho na face um sorriso convidativo
Busco nos olhos o princípio ativo

Quero dançar o ballet dos astros
Chamo em versos o seguidor de rastros
Brinco com as religiões num afago
Distorço superstições sem embargo

Andem comigo, sonhadores
Faremos desenhos nas estrelas
E rodopiaremos os pudores

Entoem comigo, senhores
A melodia da luz das velas
E teremos a harmonia dos amores

Anorkinda


* *

Armadilha


Sairia como um andarilho
pelas ruas da vida
sem eira nem beira,
procuraria uma luz
que não teria sombras
nem mesmo brilho,
engoliria poeira
de tantos chãos,
passaria fome
na minha reclusão,
no silêncio de meus pensamentos
esqueceria meu nome,
ao sabor do vento
invadiria espaços
e buscaria respostas,
se fizesse isso assim
criaria uma armadilha para mim
e seria cobaia dos meus inventos.

Joseph Dalmo

* * *
O oásis de cada dia

Deseje-me sorte em voz alta
É como carregar o embuste no colo
Cegue-me com areia nos olhos
Envenene-me coma saliva mais farta

Consigo a solidão de um espinho
Tenho a companhia de uma flor
Sou seu brinquedo de menino
Esquecido em qualquer gaveta
Com uma etiqueta, escrito “dor”.

Lua e estrela, combinação astral.
Brilho e beleza, só falta você.
No espelho d’água, trilogia perfeita
Tudo absolutamente normal

É a delicadeza que constrói você, seu quebra cabeça
É a pureza que circula por dentro
Na certeza de estar certa na seta que acerta o alvo
Tudo no seu devido momento

Agora vou indo com seus votos e coragem
Embriagado de otimismo e muita energia
Em uma vida que passa a minha frente como uma miragem
Buscando o oásis nosso de cada dia

André Anlub


* *
ODISSÉIA

A caravela dançava, inconstante,
pelo sétimo céu de Netuno,
entre sargaços, lixo flutuante,
Rumo a galáxia ignorada,
Tripulação boa o bastante,
para se ir a lugar nenhum.
Mercenários práticos,
piratas gatunos,
relé da armada
da Macedônia.
Convés imundo,
Sem instrumentos
básicos para navegar;
forte cheiro de amônia,
ratos de porão, resto de mar.

A cada novo momento
a procela virava a nau,
como fosse de isopor.
Velas apagadas,
Timão danificado,
Proa sem cor,
corroída por sal.
A sede trincava os lábios,
formava quadrados na pele;
Pena não ter olhado
para os sábios
conselhos dos astrólogos,
não ter consultados o astrólabio,
verificado a bussóla, a barca,
o mapa rasgado.
Raios riscavam o horizonte
como espadas chinesas.
Perdida esperança ...
Engasgado com um grito de socorro,
vem a certeza:
logo, logo,
nós, argonautas viveremos
o último sono, no piso irregular
do Oceano inexistente ...

[gustavo drummond]


* *

Vai estar tudo bem
Posso dizer que é lindo
escorregar em seu rosto
Posso dizer que é sutil
a linha curva do imposto.

E dizer-te dos lábios,
que me seduzes as moléculas
ou as películas alvoroças,
cheios dos passos sábios.

Que passo é passo mesmo torto
e sou feliz a encurvar-me pelas bochechas
e que se caminho é porque me movo
e que sempre me deixo às tuas deixas.

Mesmo se hoje não me quiseres
Digo ainda que posso dizer:
Para uma lágrima
Tudo é doce.

-Mateus Araujo



* *

DE FRENTE AO MAR

Queria estar na varanda...
Ah! Essa brisa que vem da tua poesia
Embala a minha rede

Janete do Carmo


* *
SEGREDOS


Não há, quem não os tenha
faços deles meu cofre
minha senha

trato-os como meu talismã
sempre ternos
trunfos do meu amanhã

se os abro, fico só
nem pensem
tenham dó

sou fechado? nem tanto
as vezes só capa
de santo

e o manto?
as vezes consigo prende-lo
no canto

do meu esboço
quando levanto o pescoço

pra alinhar meu cabelo


pedro costa


* *


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* *


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quarta-feira, 30 de junho de 2010

POETISA ANA MARIA MARQUES!



CÍRCULO VICIOSO

A poesia me pega
num círculo vicioso.

Nela , entendo meus sentires.

Sua cumplicidade é a salvação
do meu íntimo.

Faz uma trituração nas minhas
emoções .


Em palavras e frases , fujo das
terapias ...tradicionais.

Contraregra da minha vida .

Ela me salva
De um cinzento de penumbra.

Para um alaranjar de alegria .

Ana Maria Marques

PALAVRAS AO VENTO


Manhã de verão
pipa no céu
azul
voa feliz .
De tanta beleza
O poeta resplandece
Escreve frases soltas...
Fragmentos de seu sentimento
Expandem o seu sentir
Um pouco adormecido
Os raios de sol
Em palavras ao destino
do vento.


Ana Maria Marques

POETISA AMÉLIA DE MORAIS!


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segunda-feira, 28 de junho de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS


* * * *

Há um bem

Discreto, descrito em cada olhar
Há um bem que reside no verbo amar.

Há um bem, faminto, delicado
Aguardando o momento exato
Para no mundo, proliferar.

Há um bem, escondido, rasteiro
Trabalhando na campanha
Do político verdadeiro.

Há um bem, á nascer todos os dias
Nas maternidades da vida
O bem é sempre um bebê.

Enquanto o mal grita, vocifera...
O bem sabe, muito bem, a maneira de falar
Fala manso e infinitamente...
Reescrevendo a verdade
Na profundeza de cada olhar.

O bem é o bem, e se basta
Na casta mente que o abraça
Sentindo a paz o invadir

E que o amém seja escutado
Em todos os corações do mundo
Um aquecido sentimento profundo
Onde o amor, é a raiz.

Márcia Poesia de Sá


* * *

EUTANÁSIA

Olho dentro de mim
Sopro de uma auto crítica
Sei que nem sempre me expressei assim
Falo muitas vezes em mímica

Quase sempre não me entendo
Jamais confessarei isso a alguém
Lindo é lutar para ser, já não sendo
Terrível é querer ser maior, e ser ninguém.

Me bato, com um tapa na cara
Me calo, berro para dentro
Me mudo, faço as malas
Me chamo, sou bem desatento

Por fim me castigo por inteiro
Espero que alguém me impeça
Faço promessa em um outeiro
Arranco de vez minha cabeça

André Anlub


* * *

REALIDADE E SONHOS

Verdade seja dita
A mentira é mais sedutora
Sempre há quem acredita
Numa vida sonhadora

Seja na ilusão que se propicia
Num palco de espetáculo
Ou na sorte que anuncia
As previsões do oráculo

Pensar que um sonho é mais bonito
Verdade dói e é muito chata
Melhor criar uma lenda, um mito
E culpar a vida de ser ingrata

JOTA BRASIL


* * *



* * *

Mãos

Seres que sentem, descrevem, rabiscam
Pintam, inventam, tocam... Tateiam
Seres de luz, mágicos seres
Mãos de fada, de anjo, de reis
Reescrevem histórias, apagam os erros
Mãos que declamam seus devaneios
Arte do toque, sutil ninar
Mãos de mães sempre a bailar
Toque da vida, poetizar
Mãos são milagres que ouso versar
Belas criaturas que tanto falam...
Apertam, abraçam, se fecham se abrem
Como flores do corpo que cala
Embalam...
Fazem dormir ou acordar
Mãos de poetas, sempre a voar.

Márcia Poesia de Sá


* *

ACENDER X ASCENDER


Quer ampliar
seu coração?

Acenda a luz
da imensidão.


Quer conhecer
seu coração?

Ascenda à Luz
da Imensidão.

(LCPVALLE-2007)


* *


TRISTEZA
.
Bebida amarga
que traga a alma
um gole travoso
na garganta
.
Resseca palavras
abraça retinas
desbaratina a mente
e engole a calma
.
(Lena Ferreira)


* *

SE EU FOSSE UMA LÁGRIMA...

Se eu fosse uma lágrima
queria ser de alegria
e nascer dos teus olhos...

Escorrer por teu rosto,
passar por teus lábios
e cair ao chão.

Se eu fosse uma lágrima,
ainda assim seria Poeta,
pois ao cair, escreveria...

No solo, pergaminho,
uma bela poesia
sobre o meu doce caminho!

Rui E L Tavares


* *

FALANDO DE AMOR

Somos duas pétalas de rosas diferentes,
Duas folhas de mesmo caderno,
Sou o que voce, agora, sente,
Verão se sobrepondo ao inverno.
Partimos da estação da doce magia,
Rumo ao nosso jardim íntimo, florido.
Onde brotam as nossas fantasias,
Cultivadas com todos sentidos.
Gerânios gerando férteis sementes,
Orquídeas abraçando a gente.

[gustavo drummond]


* *

Ele não sabe

ele não sabe
que as flores
têm olhos
e que os pássaros
rezam
ao pousar nos galhos

ele não sabe
que melancolia
é um remédio
prescrito
aos poetas
cuja dose certa
são algumas gotas
sob a língua
da alma
todas as noites

ele não sabe
do que está guardado
nos cofres
do vento
e por que sorrio
quando um
pequeno segredo
escapa
e passa
por mim
sussurado

ele não sabe
nem nunca
vai saber
que os olhares
contam
histórias

que as mãos
foram feitas
para libertar
o amor
que há
no coração

que a dor
do outro
é um nó
que não consigo
desatar
e me sufoca

e que a poesia
está em cada
música
que eu respiro
em cada
palavra
que aparece
no céu
e está colada
em mim
como o silêncio

Helenice Priedols


* *

O Som da Vida

como notas numa partitura
que ao se unirem viram música
da mão divina a urdidura

assim é a humanidade
tentando compor o som da vida
na pauta do cotidiano
em que resvala a verdade:

breves, colcheias, semifusas,
em disposição tanto confusa,
notas nem sempre harmônicas,
acordes às vezes discordantes,
melodia instigante,
orquestra sinfônica
procurando sua tônica;

então vem uma criança
faz de tudo bela dança
e reaviva nossa crença:

quem espera sempre alcança,
o som da vida é a esperança.

Helenice Priedols


* *

A poesia é uma causa...

Temos que conviver com o que temos de melhor
E também coexistir junto com as nossas falhas
Somos sentimentais propensos a mudanças
A poesia causa mudança
Move e até nos faz melhor
Quando não vivemos sem a poesia
É como se falássemos sem ser ouvido
Numa escrita onde a principal arte
É a de nos entender.

André Fernandes


* *



* *

Ah! Velho baú...
Adoro remexer-te quando sinto saudade,
parece que me encontro nos caminhos do mundo!
Velho companheiro que guarda tantas das minhas intimidades...
Quem será que roubou o teu fundo?

Rui E L Tavares




domingo, 27 de junho de 2010

POETA ALEXANDRE DE PAULA!

Dos Quereres

Eu quero ser livre
Mais, bem mais que qualquer moderno
Para fazer meu verso terno
Ou ríspido quando assim o quiser

Quero-me liberto
Para usar a rima rica
Ou a pobre quando a mim
For aprazível

Quero o vocábulo raro
E o léxico vulgar
Para falar do povo que agora chora
Ou para cantar as dores de outrora

Quero a métrica perfeita
E o verso livre, branco
Para louvar as sutilezas
Da rosa a desabrochar

Quero o arcaísmo
Que há muito fora guardado
E o neologismo
Qu'inda vou criar

Quero a mesóclise
Colocar-me-ei perfeito
Mas, também imperfeito
Me colocaria, por que não?

Eu quero ser o momento
O que a arte pedir
Rabiscos dispersos numa folha
Ou formas claras num céu qu'inda não há.

Alexandre de Paula


Pranto natural

Sei que choras a rasgar o alvo céu
Finas gotas dum pranto cáustico e ácido
Derramas sobre nós num gesto plácido
A dor que te causara pobre réu

A ganância, o desejo vil, tão flácido
Queimaram tua densa mata ao léu
E já na boca agora está teu fel
Fenecem com o ardor do viscoso ácido

Já não pode-se apenas explorar-te
Degradar-te, destruir-te em toda parte
Agonizas, porém inda resistes

Levantar-te-ás ao fim dos cantos tristes
Saberão, enfim, que nada teu foi vão
Teu choro há de lavar a podridão.

Alexandre de Paula

POETA ALEX URBANO!

O DESPERTAR DE UM ANJO

Acorda meu anjo para o queimar dos desejos
És fogo santo, desperta e vem!
Inteira sinto-a, entretanto, não a vejo
Beijos, caricias... Fazes tão bem!

Não sei onde estás, apenas sei que te quero
Tal qual intensidade que tu podes sentir
Ouço quando gemes ou sussurras
Não digas nada! Eu te vou traduzir

Desperta meu anjo tuas vontades dormidas
Que sei que tens e as quero em tua flora
Abre os olhos e rufla tuas asas
Estás ancorada em mim, não vais embora

O que me fazes que me possui
E sinto saudades antes mesmo de partir?
O que tens que me seduz
E toca-me e beija-me sem nem mesmo estar aqui?

O despertar de um anjo é vencer tantos medos
Qual tamanhos segredos da “Arca de Indiana”
Mas ao amanhecer somes por entre os dedos
Adormece o anjo e persiste a chama...

Poeta Urbano

TRANSPARÊNCIAS

Dos tantos prazeres que traz o corpo
O corpo em si, tão pouco revela
O invisível, ao qual buscam tão pouco
Quando irracionais perante a matéria.

Tantos “te amo” dizem os lábios
Qual deles, é mais que Judas, sincero?
Se querem apenas sexo, os loucos e os sábios
E eu, será que não só quero?

Tantas vezes, juntam-se os seres
E os grandes momentos, não duram um mero segundo!
Outros, ao encontrar o prazer
Poucos instantes... E lhes pertence o mundo!

Tantas noites foram perdidas,
Pelo gozo, pelo sexo, pela dança!
Tantas sensações sentidas,
A quantas, vale um só segundo de lembrança?

Quantos sentem, quantos sujam!
E dizem sentir o mesmo prazer?
Pois a beleza, assim como a vida,
Está nos olhos de quem a vê.

Poeta Urbano