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sexta-feira, 9 de julho de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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CREPES E CREPUSCULOS


Gosto de sonhos e docinhos ao entardecer
Principalmente com uma jovem mulher
com seus cabelos longos
grampos
e pirilampos

Adoro crepes e crepúsculos ao anoitecer
Principalmente com uma bela mulher
com seus cabelos lisos
tantos
e pirilampos

Espero festas e penetras ao acontecer
Principalmente com uma toda mulher
com seus cabelos soltos
brancos
e pirilampos

Acordo em liras e folguedos ao amanhecer
Principalmente com uma doce mulher
ornada em crepes e crepúsculos
mantos
e pirilampos.

(LCPVALLE-06/07/10)


* * * *
UMA LÁGRIMA

Quando o dia chega assim,
Saudoso, triste, melancólico,
Trazendo consigo lembranças,
Que me invadem sem licença,
Abrindo as janelas do passado...

Obriga-me a viajar no tempo,
Mostra-me filmes já engavetados,
Perdidos entre bugigangas inertes,
Esquecidas, encobertas em poeiras,
Evitando angústias e lágrimas..

Involuntariamente assisto imagens,
Trazidas assim por esse dia cinzento,
Do primeiro olhar, do deslumbre,
Do primeiro toque, do primeiro beijo,
E do gosto doce do dia seguinte.

Assisto, mesmo relutando e sem querer,
Os dias correndo sempre ao nosso encontro,
Tardes, noites e madrugadas só nossas,
De conversas, afagos, carícias e amor pleno,
E as manhãs chegando formosas e brilhantes.

Mas resisto a assistir o que vem depois,
Não quero reviver a mágoa do desencontro,
Dos caminhos adversos que tomamos,
Só lembro do lenço branco e do aceno,
Mesmo assim sinto a lágrima que cai e dói.

EACOELHO


* * *
Samsara


Deixar o chão e alçar vôo
Alma dividida
Entre o ninho e a partida

Peregrino errante
Em luta constante
Quebrar o espelho

Rasgar os véus
Galgar os céus
Transpor limites

Aspirar a verdade
No sussurro do divino
No segredo do destino

Governar a própria sorte
Morrer além da morte
Abandonar a Roda

Até deixar de ser...
E então nascer
No Grande Coração


Helenice Priedols


* * *
Rasguei o verso

Sentada à beira do meu sentimento
molhando os pés da minh’alma
escrevi sem medo.
As letras escorriam entre os dedos
E penetrando no papel
Desvirginando o seu branco véu.
Ouvi o meu silêncio lendo;
folheei meus desejos
E no ato do beijo
que ascendia o meu universo
Ele não veio,
Então rasguei o meu verso
Sem receio.


ღRaquel Ordonesღ


* * *
PRECONCEITO
.
o homem feriu o homem
com a força da palavra
com a forca da exclusão
com a faca do desprezo

um pensamento podre
habita na rede de insultos
o homem cortou o laço
e o sangue cobriu esse espaço

Meu umbigo chora.

Amélia de Morais


* *
Sonho Pequenino

No teu sorriso de luminosidade
plantei minha felicidade
Me fiz criança
para colher um sonho
pequenino
cantando a melodia
da vida
em flauta
de esperança .

Ana Maria Marques
05-07-10


* *

Olhos rasos d’ água


Olhos espelho
da minha alma
Olhos serenos
espelha a calma
nos olhos imaculados
do Nazareno

Olho e vejo
um mar de lágrimas
no olhar profundo
de crianças com fome
no infeliz mundo

Fico triste, congesto
com os olhos rasos d’água,
Na poesia... faço
o meu protesto.


Joseph Dalmo (jul, 2010)


* *
Carinho

Não é algo que inventamos
É algo que vem e que sente
Carinho é coração de gente
É amor que conquistamos

Não é sentimento qualquer
Nem assunto pra comentar
É afeição que sente e quer
Pelo resto da vida namorar

Ele é sentido quando triste
Quando nos faz aparecer
Ele é tudo que possa ser

Menos mágoa que insiste
Amiga quando eu te amar
Que seja algo pra se lembrar

André Fernandes


* *
OLHOS DE CRIANÇA
.
Ai...Eu não quero mais essa neblina
Essa névoa a embaçar o pensamento
Causando irritação em minhas retinas
Meus olhos não aguentam o tormento
.
Ai...Eu não quero, na vida, mais tropeço
Quero enxergar meus passos; preciso
Essa neblina, turva; eu até me esqueço
De desenhar, em meu rosto, um sorriso
.
Ai...Eu queria, agora, olhos de criança
Que essa neblina tão traiçoeira e cara
Virasse chuva abundante; água mansa
.
Pois quando em chuva, vira a neblina
A visão dos fatos torna-se mais clara
Na mente confusa, a razão descortina

.
(Lena Ferreira)


* *
SERVÍS

Somos as falenas sem flores
o antídoto dos valores
que se perderam no tempo
somos (in)virtudes malévolas
guerrilheiros sem ter causas
justiceiros sem porvir...

Somos o passado enrustido
casta suja e não a nata
da coroa portuguesa...
Agimos como tolos de Babel
sem princípios...
Procuramos justificativas,
onde a razão não encontra pouso

Acreditamos no conto da carochinha
avalizamos políticos estúpidos
para depois lamentar tragédias
somos os vilões da raça
e, apontamos desgraças
mas, nada fazemos para o quadro mudar

Somos a perdição da história
seguimos alheios nessa luta inglória
sem perspectivas e sem horizontes
andamos por trilhas tortuosas
perdidos nas encostas perigosas
da procissão dos condenados.
.
Marçal Filho


* *
EU VOLTO


Bucólico
prisioneiro de mim
instala-se no meu peito
o tédio

mistura de abstinência
e coma induzido

envolto em nuvens opacas
eu - espião dos montes
carrego a certeza que me é imposta....

retomo o meu cetro
no caminho incerto

alerto
o meu ego
...ainda cego

há um vulto, envolto
mas: solto

inda que não me encontres
creia e confie em mim

com a certeza que: sim
-aliançados...

....eu volto.


pedro costa


* *
Emoção

Não entendo a emoção
Onde ficam os seus olhos?
A razão sucumbe ao coração
Poetas! Eis que faço a sensibilidade
Aferir meu sentimento
Já que a mente de um grande artista
Perde ao toque de uma
Delicadeza...

André Fernandes


* *
ARTE SEM VERGONHA

O pincel vai lambendo a tela
Que antes pálida
Agora vai adquirindo cor

E assim vai-se o dia todo
Essa “sem-vergonhice”
Os dois se esfregando
Sem nenhum pudor

Nasce então a arte
Nasce então mais um filho
O pincel virgem adquire experiência
O pincel outrora estéril
Agora produz como nunca

E após tudo feito
A tela sai a se exibir
Sem culpa nem pudor
Sem vergonha (...)

jota brasil


* *
CONSCIÊNCIA

Navego em letras,
percorro verbos
substantivos
alguns pronomes
e, de relance,
salto no escuro,
cônscia que a luz
é ousar sempre,
enquanto a vida
brinca de ser.

Aline de Mello Brandão


quinta-feira, 8 de julho de 2010

POETA ASSIS BUENO!


CAMINHADA

Nas manhãs, em minhas caminhadas pela areia da praia
Meus pensamentos vagueiam e chegam até você.
A meiguice do seu olhar.
Seu vai e vem são como as ondas do mar
Vão alimentando a minha mente na esperança de te encontrar!

Fico agitado em pensar que fui eu que causei nossa separação.
Hoje olho para o mar e vejo, sinto o desejo
De reparar esta situação...

Para novamente de mãos dadas
Fazer nossa caminhada juntos
Pela areia da praia com amor e emoção!

Assis Bueno

RETORNO

Vivia eu tão desiludido
Que nada mais tinha sentido
Minha vida pensava eu: estava perdida...
O amor em minha vida havia sumido
Não via mais solução para esta ferida.

Numa noite fria, saí de casa sem esperança
No salão de baile entrei e lá estava a morena mais bela!
Era alta,cabelos longos. beleza ímpar.

Aproximei-me da jovem e senti seu perfume
Fiquei inebriado e a convidei para dançar.
Ela vestia um lindo vestido de seda com alças,
A orquestra tocou e senti a leveza quente do seu corpo em minhas mãos.

Com o passar do tempo meu coração batia mais forte!
Era a paixão que havia sumido e estava de volta.
Hoje ela é o meu grande amor vive ao meu lado
Feliz com este ser que eu adoro pois eu a amo!

Di Assis
POETISA ARABELA MORAIS!

Por que somos poetas?


Porque é preciso mostrar
que o céu é azul...
mas de um azul intenso
ou de um azul zangado
até de um azul cinzento
ou de um azul iluminado...

Porque é preciso dizer
que a floresta é bela...
mas de uma beleza extrema
ou de uma beleza selvagem
até de uma beleza amena
ou mesmo uma beleza coragem...

Por que somos poetas?

Porque não há melhor maneira...
de dizer bem sutilmente
o que é tão descarado.
Ou dizer enfatizando
o que está bem escondido...

De mostrar que
como as cores,
as emoções têm nuances
E como o universo-homem
é por elas afetado...

E que o perfume das flores,
num poema, bem descrito,
quase pode ser sentido
e, por vezes, ser tocado...

E o amor, assim falado,
colocado num poema,
é amor que vale a pena.

Por que somos poetas?
Porque o universo-homem
Necessita ser amado.

Arabela Morais

Pedido ao tempo


Pára tempo!
Cansei de brincar
De gente grande...

É sempre mais uma resposta
a dar
É sempre mais uma decisão
a tomar
É sempre mais um horário
a cumprir
É sempre mais um peso
a carregar

Pára tempo!
Retroceder é pedir demais?

Quero a tranquilidade
da infância
Quando dilema mais atroz
era decidir
entre pêra, uva ou maçã...
Quando a maior responsabilidade
era chegar em casa
com o boletim todo azul...

Pára tempo!
Estátua!
Fica assim bem paradinho!

E talvez eu recupere
a beleza do arco-íris
pra que minhas notas
hoje
sejam multicoloridas

E talvez eu colha as frutas
do pomar de
minhas brincadeiras
de infância
e faça deliciosa salada
pros amores atuais

E talvez depois
desse sonho
dessa viagem
eu volte melhor e mais forte

E possa correr pra marca
na brincadeira de esconder
dizendo:
- Batida tempo!
- Te achei!

E na brincadeira de pega-pega
ainda que te aproximes
não me possas pegar
pois vou dizer:
- TÔ DE CESSA!

Arabela Morais
*
Obs.: "Tô de Cessa" era a expressão usada nas brincadeiras de infância quando precisávamos sair um pouco para fazer qualquer coisa fora da brincadeira. Quando dizíamos "Tô de cessa", não podíamos ser pegos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

POETISA ANORKINDA!


Escutando...

Silencio...paro e apenas silencio...
Ao ouvir as asas de um beija-flor
me envolvo na música cósmica...

Absorvo...sinto e apenas absorvo...
O sentido da vida e do amor
revela-se sem palavras escolhidas...

Pouso...relaxo e apenas pouso...
Ao escutar a canção de esplendor
me permito ser divina e bucólica...

Pulso...atento e apenas pulso...
O coração no compasso do amor
manifesta-se em canções de vida!

Anorkinda


Não sou só de poesias leves!

Minha alma também golpeia com força
O âmago de questões controversas
Um grito eloquente nas conversas
Onde minha vontade se reforça

Meus versos também tem luta
A ânsia de desejos sufocados
Rimas de corações compartilhados
Onde expresso em pedra bruta

Minha poesia nada leve
A busca de mais respostas
As angústias por mim impostas
Onde libero meu ódio breve

Anorkinda


segunda-feira, 5 de julho de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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UNÍSSONO


Poeta!
não pertences à ninguém
não tens dono

tu és, das estrelas
da lua do vento

um ponto, vírgula, acento
crase, em dado momento

corpo na imensidão
regendo nebulosas

indeléveis, imantadas
impregnadas

postas e sobrepostas
aglutinadas

amostras desmemorizadas
ditas de formas benditas

poeta !
aglutinas perfis
dá à eles movimentos

[...] mas:

[ele]... sem que a gente queira
esvai-se por entre os dedos
deixa apenas uma lembrança

esse, unguento... a poesia criança

gerada: sem nenhum sofrimento


pedro costa


* *

Mais vale um pássaro voando
do que mil homens na gaiola


Se eu fosse de outro planeta
De um planeta-passarinho
Prenderia um ser humano
Num cubículo apertadinho
Só pra ver como faria
Tão distante do seu ninho

Mas no outro dia bem cedo
Já com dor no coração
Ao olhar o seu semblante
Com pesar e compaixão
Lembrar-me-ia de pronto
Somos todos criação

E num gesto instantâneo
Que nunca aprendi em escola
Ao ver o sol despontando
Eu quebraria a gaiola
E veria o ser humano
Pra sua casa ir embora

Estou certo que a liberdade
É a mais linda canção
É um vôo pra eternidade
É a mais sublime oração
Então arriscaria uma fala
Eu te perdôo, meu irmão!

LCPVALLE

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AMOR INCONDICIONAL!.

Menino, por quais caminhos,
nossos descaminhos cruzaram,
como duas folhas outonais
bailando ao sabor do vento...

Onde, insisto na pergunta,
teu abraço deu-me segurança,
teu olhar espelhou firmeza,
tua boca soprou amor...

Que penas deveremos receber,
por termos de clarear outras jornadas,
abstermo-nos da presença física,
por todos que nos necessitam?

Menino, realmente, perguntar é vão,
sentirmos nossas almas de Luz,
clareando feito estrela de luzeiro
torna-nos plenos, puros e felizes...

Menino, querido, somos da Terra o sal,
Um lá outro cá, almas esfuziantes,
almas ternas e bem conscientes
de nosso retorno, através do raio cristal!

godila fernandes


* *

(clique para ampliar)


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(clique para ampliar)


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Meu Dia Nublado


Hoje o dia é triste, nublado
Em dias assim lembro de você
Do amor que tivemos, nada vivemos
Dos planos que escrevemos, nada fizemos
Daquele tudo tão nosso
Que hoje é nada, passado!


Mas eu lembro de você
Das juras, dos beijos
Do toque, o ensejo abrasado
E é isto que aquece
O meu dia nublado.


Viviane Ramos


* *

Um nó em nós!.


Abra porta,
não dê conta ao ruído,
a passos adentre,
observe o silencio,
parece vazio,
sinta o pulsar,
conseguiu ouvir?!
É meu coração
escondido atrás da porta,
a espera do teu!

godila fernandes


* *

ANIME-SE...

Se voce está cabisbaixa,
desanimada,
desmotivada,
a vida não encaixa,
problemas aos montes,
conformada com o nada,
atravesse a ponte
que leva ao máximo,
dê uma guinada
de 360 graus.
Mude,
Ouse,
Tenta,
Menos mal...

Afronte,
Encare de frente,
Vire a mesa,
Jogue o jogo,
ame sem freios,
beije diferente,
rompa
o cordão vital,
suba a rampa,
do sucesso,
se eleve ao pódio,
dance um samba
tropical.
Entre no expresso
que vai para Nairobi,
Venha,
vestida de rócio,
sem ódio,
saber o nome
do negócio,
que te eleva o ânimo,
assuma...


Tome
chá de erva-cidreira,
com espuma.
Absinto,
Saquê,
Qualquer nome,
seja a primeira,
O porquê,
razão,
a causa,
a favorecida,
com estas medidas,
Arraze
nos saltos,
domine,
desatine
rumo ao zênite.

[gustavo drummond]


* *

Soneto, intento da admiração!

Canduras caem, voz do céu revolto.
A dissipar a palidez da distração.
Que foi um dia, um tanto fria, e de emoção,
E de intenção fez-se infinda, e foi aos poucos.

E foi-se embora. Mas força tanta não seria
Um desperdício no ofício de encantar...
Pois teu estar já conjugado e sem par,
Fez-se importante, e a cada instante, e a cada dia.

Ora, diriam menestréis, a divagar,
Vendo e ouvindo em toda parte fenecer
As dores todas, todavia, todas tantas...

Que deste espanto que se tem ao te saber:
- Quando tu cantas e os nossos prantos, faz cessar,
Caem canduras do céu revolto, quando tu cantas...

A.R.S.


domingo, 4 de julho de 2010

POETA ÂNDERLO STRWSK!


O silêncio das palavras

A palavra emanada da boca
Sussurra-nos um grito de dor
Em ondas que figuram ao longe
Num passado um grito de amor

A palavra emanada da boca
É fugaz, num minuto se vai
Despercebida, por vezes inútil
Uníssono que o instante retrai

A palavra tem forma e força
E viva, é o doce e o fel
E mais forte que a palavra da boca
É a palavra escrita no papel

A palavra quando em branca folha
Nos exige maior atenção
Entendida só é por escolha
Porque é lida com coração

Em termos, pausas, versos
Se resumem num pensamento
Que ao invés de sons diversos
Nos atingem em meio ao silêncio

Outono/2006

A.R.S.

Já que os versos são imortais

"... não serei o cantor de uma mulher,
de uma história, não direi os suspiros
ao anoitecer, a paisagem vista da janela..."
(Mãos Dadas - Carlos Drummond de Andrade)

Não vou cantar os cinzas dos prédios
Ou as nuances de seus velhos ventiladores
Nem falar do vento que toca o rosto
Ante a noite fria no inverno das cidades

Não quero parecer com aquele ou outro,
tão pouco viver das lembranças não minhas
chorar tudo o que não experimentei
ou olhar as paredes úmidas do quarto

Queria só que vissem nessas tolas palavras
Alguma razão bela e implícita, um mistério
Talvez das palavras avulsas e fugazes
Ou da simplicidade com que fujo à realidade

"Não serei o cantor da paisagem vista da janela"
Algo assim me veio aos olhos,
Talvez repita alguém já morto, ou vivo,
já que os versos são imortais...

A.R.S.