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sábado, 5 de junho de 2010



Poetisa TELMA MOREIRA

Recomeço

Sempre um desafio, recomeçar!
Mas, também uma nova chance...
Quando erramos, se perdemos,
se vamos mudar, como seremos?
Vem uma dúvida no novo lance,
porém, há uma LUZ a nos guiar!

Telma Moreira


ARCO E FLECHA

Há um quarto de século foi lançado,
Pelas mãos da vida, em definitivo,
Mas já lhe havia um destino certo
Traçado, rumo ao seu, o escolhido...

Desde então, voa livre e ao vento,
Por céus e mares, vias do infinito,
Entre a aventura e o compromisso,
A competência e o dever cumprido,

Leve, rápido, tão distante ou perto,
Através do tempo (ainda seu aliado)
E, sob o portal da noite, reluzente,
Deixa um rastro de brilho no trajeto...

Nessa rota, não há dúvida aparente,
Busca firme e seguro seu contento
E o arco, pelo qual foi arremessado,
Segue-o distante, de amor repleto!

Telma Moreira




sexta-feira, 4 de junho de 2010



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

Recomeço

De repente tudo vem abaixo
Não há nenhuma explicação
Desejamos usar golpe baixo
Não dar ouvidos ao coração

Melhor é inventar a solução
Sempre nos dar nova chance
Buscar esperança no coração
Isolar de vez essa avalanche

Recomeçar é sempre desafio
Achar e desvendar caminhos
É abrir o sorriso com carinho

Mãos a obra e seguir em frente
Sem reclamação , nada adianta
Ter força de atuar calmamente!

ღRaquel Ordonesღ

Amor perdido


Não posso impedir
que o sol se ponha no horizonte,
ou que o rio passe sob a ponte.
Mas sempre há saída
para o amor em nossa vida.

Das noites tristonhas
renascem os brilhos da lua.
Das noites medonhas
renascem os sonhos ocultos
do passado querido
revive o amor perdido.

Entre os flocos de nuvens
existe uma nesga de céu
por onde contemplamos o sol.
Entre as nuvens de dor
sempre surge um novo amor.


Joseph Dalmo

Inspiração de vidro


tal um cristal
minha inspiração verte hoje

frágil... entocada no peito
nem ousa mostrar-se!!!

teme ser estilhaçada
por um toque descuidado
um grito estridente direcionado
acontece! não, que ela queira

mas ela é assim

nutre-se do amor, do perdão
da solidão, da paixão
da contemplação

e quando falta tudo?

esvai-se por entre os poros
sem ter quem à detenha

quando escapada! voa
vai em busca de novos elementos

[...] quem sabe um novo poeta

creio sim, que ela volte, é claro!
e crendo... somente declaro

tão rara

essa inspiração de vidro


pedro costa

IDONEIDADE
.
De nada vale a beleza externa, quando o que vem de dentro, são apenas riscos que se auto-intitulam arte. E mesmo que colocados em quadros maravilhosos, com magníficas molduras e expostos no principal salão da mais aclamada galeria, ainda assim, não seriam...
Dignos da multidão.
.
Poeta Urbano

Mea Culpa

Minha culpa
Se me entreguei de corpo e alma
Se não medi conseqüências
Se não analisei ser lícito o que eu sentia
Se amei por todos os poros

Minha culpa
A dor que por vezes senti
O amor que não impedi
O sentimento que não sufoquei
As sensações a que me entreguei

Minha culpa
O universo em que adentrei
Os segredos que desvendei
Os milagres que presenciei
E tudo o que ainda não sei

E, sobretudo,
Minha culpa
O êxtase que me adentra
O amor que me alimenta
O olhar cúmplice que me sustenta
A certeza da recíproca que me alenta
O amor mútuo.

Célia Sena


"Com tintas, telas e a caneta
Levo minha vida feliz
Com o tempero da alegria
E a humildade de ser sempre aprendiz." (André Anlub)

Minha Escrita II

De repouso entre um suspiro e outro
Acamado entre o amar e ser amado
Coração bate forte sendo fraco
Pensamentos voam soltos, indo alto

Minha escrita está submersa em azul anil
Com sentimentos verdadeiros e inventados
Vagueia entre o real e o senil
Persegue o concreto e o abstrato

Língua solta e comprida
Profere idiomas mal falados
E alados levam poemas declamados
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos

Uma dor quase sempre vira escrita
Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido
E o que é lido no respeito não se imita.

Segue assim até nascer do branco pó
O rebento que do chão fica de pé
Que se engasga com as empáfias, o alento
Por um momento ri de todos ao redor.

André Anlub

RETRATO DE UMA VIDA

Sou uma prostituta fabricada,
Que cresce destinada
À vida nua e crua!

Na vida, não tenho paz
E sobrevivem os meus pais,
Do dinheiro da minha carne nua!

Tenho 16 anos de idade
E sou discriminada pela sociedade
De toda e qualquer nação

Mas ninguém, pára e pensa,
Que estou expondo-me às doenças,
Com certeza, não por opção!

Durmo quase sempre, às 5:00 h da manhã,
Pedindo a Deus, para que minha irmã,
Jamais caia nesta vida...

Ter que dormir quase sempre nas ruas,
As vezes, vestida, outras, nua!
Dentro de si mesma, perdida!

Satisfaço os prazeres
Em gemidos e dizeres,
Sempre que o dinheiro “corre”!

E quando isso acontece,
A minha carne apodrece
E a minh’alma morre!

Sociedade injusta!
Que nos faz prostitutas,
Nas esquinas do seu calçadão

Por que tanto nos discrimina,
Se cada uma de nós, meninas,
Fomos jogadas das suas mãos?

Poeta Urbano

Dom sagrado

No princípio não lia nada
E nada me avalia
Não sabia o que algo ser
Muito eu via pelos cantos
Quintana e suas crias
Nem mesmo eu sabia
Que destino iria ter
Já ouvi de nome Leminski
Transgressor, de fato!
No início não sabia nada
Quanto indício foi me dado
Pra aprender com esses mestres
Que eu tenho um dom
Sagrado...

André Fernandes


Litoral


Agora me levanto ouvindo o seu cantar,
Maresias enfeitadas, vão silenciar meu espírito.
Suspira, perfume soprado, espumas brilhantes,
Bebo tal cheiro do ventinho que me atira,

Nos braços invisíveis de musa, Iara bonita,
Seu beijo um litoral de mar calmo,
Brisa que me chama me conduz aos teus braços,
E eu não nego, ventinho condutor,

Meu guia, aos braços dela, chama meu nome,
Ritmando a sedução, o batuque de suas palavras,
Um bate-bate nos meus encantos,
Minha viagem, espumas, o mar aplaude.

Chama o litoral, ventinho feitiço,
Nos encantos da musa, Iara bonita,
Caipora pierrô dança batuque, encanto do amor,
Bate palmas o mar, bate palmas o mar,
Viva, viva! Sonhada canção beira-mar!

(Rod.Arcadia)


(clique na imagem para ampliar)

.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Do tópico COM MAESTRIA...RUI E L TAVARES!



FOLHAS AMARELADAS

Tenho nas mãos, o tempo
mas não posso manipulá-lo
nem mesmo revertê-lo...

Apesar de tê-lo em mãos,
não posso tocá-lo,
nem ao menos vê-lo.

Posso apenas recordá-lo
nestas folhas amareladas
que reviro uma a uma...

Sem poder, no entanto
reviver, nem que seja,
por momento alguma.

Seguro o tempo que se foi
e que nestas folhas registrei
sem poder reverter-lhe a trajetória...

Em meio ao pó que a vida deixou
leio o que escrevi
contando a nossa história.

Em minhas mãos tanta felicidade,
tanta alegria transcorrida
naquelas horas passadas...

Hoje apenas registros,
frases que viraram saudade
nestas folhas amareladas.

Rui E L Tavares

O TEMPO NO ESPELHO

Críticos
são os olhos do tempo
que te observam do espelho
por onde te refletes.

Essa imagem
é teu juíz,
a sentença transitada
à qual te submetes.

Esses cabelos brancos,
as pálpebras caídas,
a aparência cansada,
esse timbre de voz...

São marcas do tempo
que levou teus viços
como um contínuo vento,
impiedoso algoz.

O castelo que não erguestes,
a hora que não pregastes a paz,
o livro que não escrevestes,
a árvore que não plantastes...
Tudo ficou para trás.

E essa imagem no espelho,
como um credor determinado
faz no teu presente uma cobrança
de todas as dívidas do passado!

Rui E L Tavares

segunda-feira, 31 de maio de 2010



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS

Fênix

Nesse instante tudo brota
A veia poética do pássaro salta
Voa e das cinzas o seu passeio
E formam asas da imaginação
Sim! O poeta surge fênix...
Eu morri ontem!
E renasci hoje
Cada dia é um nascimento
E cada por do sol o descanso
Do nosso pássaro...

André Fernandes

ANÚNCIO DES)CLASSIFICADO III

Vendo urgente,
por motivo de viagem,
por necessidade,
por sacanagem.
Um coração semi-velho,
bom estado de graça,
é premente.
vendê-lo,
enquanto ainda vivo.
com suave pirraça,
pequenas cicatrizes,
poucos arranhões,
tantos deslizes,
razoáveis condições.

Retificado recentemente,
fácil remoto, controle,
sensível a ave, ao amor,
persistente,
tingido de nova cor,
bate ameno,
como tambor africano,
ora mais,
outra menos,
pouca avarias,
quase sem dano,
desocupado,
procurando emprego,
esporádicas taquicardias,
isolado,
não funciona a seco.

Por desilusão,
Falta de inspiração,
Ser demente,
vendo urgente!

[gustavo drummond]

Apenas uma Ponderação

Raios do sol tocam uma face pela primeira vez
O milagre da vida
O cheiro de inferno e paz entrando pelos pulmões
E o paradoxo da tranquilidade de saber quem fez

Maravilhoso viver
Entre os desconfortos que criamos
Ser ou não ser
Surreal é o milagre de um pequeno coração bater
Mais do que ardente
O oxigênio liquefeito circulando o corpo

Não aceite que somos um estorvo
Talvez almas inconsequentes
Da nossa vida faz parte
Transformar tintas ou som
Letras ou barro
Em incríveis obras de arte

Alguns dão o nome de dom
Outros apenas levantam esse estandarte.

André Anlub


Tesouro valioso

O meu se mede na intensidade
De um abraço... De uma amizade
No desenrolar de uma conquista
No encontro de olhares
Na troca de sentimento quando o coração
Desperta...

O meu tesouro mais valioso é etéreo
Não existe barreira ele atravessa
E ele conforta
Ele almeja
Ele voa longe
Ele entrega o seu maior tesouro do baú
Do seu coração...

A amizade vem primeira
É o inicio de tudo...
É tesouro da alma...

O amor vem em seguida
É sentimento de amigos
Que se torna tesouro dos céus...

André Fernandes

***Belezas do Coração**


Há tanto o coração padece
Que chora triste a partida
Mas eleva-se em uma prece
Doce, amarga, sentida...

Quem determina a vida
Neste vai e vem inconstante
Para que seja feliz ou dorida
E acabe tudo num instante

Mas um olhar diferente sorrindo
Por entre as nesgas do céu
Diz: "Meu filho... olha que lindo"!
Permeie as linhas ao léu

Ultrapasse as dores terrenas
Vislumbre em toda a emoção
Que dores são coisas amenas
E amores "Belezas do coração".

***RosaMel***


Para ti
.
Há em ti uma vastidão insondável
Um poeta palpável, uma lírica veia
.
Há em ti um poema em penumbra
Há uma onda em brumas
Caravelas de mar
.
Há em ti um abraço ameno
Um coração que sonha
E que sempre sonhará
.
Há em ti, um olhar de menino
Um sorriso maroto
Um suspiro no ar
.
Eu te vejo, e me sinto absorta
.
Observo em cada linha...pedacinhos de ti
.
E a canção, que agora componho
Tem a melodia de um sonho
Acompanhada por bandolins.
.
Márcia Poesia de Sá

Dias Indecisos

Dias indecisos
Tecendo loas
procurando uma saída
prá vida sem graça...

Examinei as paredes da consciência,
Evidente luz,
Sem pó algum!
Indigestão de idéias...

Veio-me o sinal
de vida azul!

Sair por ai
Errar, acertar...
Sem, contudo, tornar-me
um ser envilecido.
E se alguém perguntar
quem sou, direi que...
Sou apenas um viajante!

Diná Fernandes


AMIGOS DIZEM EU TE AMO

É aquele anjo particular
Que chega sem oração
Está sempre lado a lado
Em verdade, é mais que irmão

Acerta-nos pedradas verdadeiras
Mas, jamais falsos beijos
Tem palavras duras se preciso
Conhece os nossos mais íntimos desejos

Quando verdadeiro não nos trai
Não nos troca por ninguém
Aconselha-nos sempre para a paz
E quer sempre o nosso bem

É parte da família por escolha
Não tem sorteio, mas, merecimento
É a outra asa, que nos torna anjos
Vê-nos além dos olhos ou do tempo

Amigo de verdade é coisa rara
Cuide com carinho dos que você tem
Amigos também dizem eu te amo
Enche deles o teu coração e guarda-os bem.

Poeta Urbano

Quando eu te encontrar II

A praia dos meus sonhos
Estava ali a me esperar,
A frente de meus olhos.
Uma brisa a beira mar

Tranqüila e bela praia
Deserta, cheia de tua falta
O vento palavras trazia
De outro dia ou noite alta

De quando eu te encontrasse,
Quando estivéssemos juntos.
Encontrando-nos face a face,
Um encontro de dois mundos.

Um novo universo que nasce.
Quando eu te encontrar,
Uma canção as ondas trazem.
Põem-se triste todo o mar.

Não encontrei o teu sorriso,
Não estava tua magia.
Esqueceu nosso compromisso.
Onde te encontraria?

Riverstone - Pedro Rivero


Voce é quem?

Quem precisa
De um amigo que avisa,
Acaba atado
A um amor que escraviza

Quem se assusta
Ao saber quanto custa
Acaba dentro
De eterna saia justa

Quem se esconde
Depois que perde o bonde
Acaba preso
À pergunta: Aonde?

Se teu mundo é assim
E voce é o Quem
Acredite em mim
Ce tá mais pra ninguém.

Tarcisio Mendes


Sentimento

Tudo que nos vem
Que nos entra e invade
Desaba ou nos alarde
O amor quando ama
A solidão que reclama
Tudo é uma busca
Um acontecimento
Um acometimento
Meu sentimento?
Nada que me faltasse!

André Fernandes



Ando


Eu ando inalando fumaça
De motores
Ando sem graça
Furtivo e sem cores

Tudo que é certo
De mim se esvoaça
Como, no deserto,
A água escassa

Tudo que é vário
Toma-me parte
Deste ignóbil baluarte,
deste confuso estuário

Eu cercado sigo
Pelas palavras
Que nas lavras
Eu mesmo digo

Andado tanto tenho
Que já nem mais empenho
Em lembrar as formas do caminho
Eu ando andando em desalinho...

Alexandre de Paula



Minha Escrita II

De repouso entre um suspiro e outro
Acamado entre o amar e ser amado
Coração bate forte sendo fraco
Pensamentos voam soltos, indo alto

Minha escrita está submersa em azul anil
Com sentimentos verdadeiros e inventados
Vagueia entre o real e o senil
Persegue o concreto e o abstrato

Língua solta e comprida
Profere idiomas mal falados
E alados levam poemas declamados
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos

Uma dor quase sempre vira escrita
Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido
E o que é lido no respeito não se imita.

Segue assim até nascer do branco pó
O rebento que do chão fica de pé
Que se engasga com as empáfias, o alento
Por um momento ri de todos ao redor.

André Anlub


Restauração...

Esse tempo não é meu
A ampulheta se gastou
Tanta areia corroeu
Até o amor que restou

Fora do tempo tu nasceu
Homem que abusou
De tanta colheita que roeu
Até do amor que ceifou

Eu me procuro e não me encontro
No espelho uma imagem distorcida
De um alguém que não sou eu
Neste lugar que não é o meu

Faço uma reflexão
Busco em mim o que restou
Uma recata do que não falhou
Um novo e mesmo ser nasce então...

Da plantação de que me fiz
Do valor que te formou
Refogo em miscelânia de sabores
Que mostrará quem sou e onde estou

Léo Messias e Anorkinda


Noite fria


A lua surge inibida, é noite de inverno
Através da vidraça vejo ofuscada a rua
Meu quarto é quente, chega a ser terno.
E do lado de fora, uma garota seminua.

A aragem fria toca o corpo e ela treme.
Não acredito no que vejo, é desumano
Um corpo franzino que padece e geme
Por falta de quaisquer pedaços de pano

Abro a porta e o vento frio me atropela
Chamo pela garota, pequena e humilde
Então toco a sua mão, minha alma gela.

Quanta injustiça, meu coração arranha.
Acomodo no meu corpo o pequeno ser
O seu olhar de ternura parece renascer!


ღRaquel Ordonesღ


SEM REMENDOS


Parece uma fuga do espírito
Este meu jeito de escrever
Saio por mundos, respiro.
Para a realidade não ver

São verdes todos os campos e floridos
O imenso céu sempre azul, o sol brilha.
Praias com brisas doces, o mar salgado.
Os olhos sempre lindos de uma rainha!

Minhas culpas nem as sinto
Meus defeitos e meus medos
Será que sou assim ou minto?
Pedaço de mim, sem remendos

Riverstone Pedrorivera


GRÃO DE AREIA

Eis-me aqui.
Diante de tudo o que há.
Em que traduzo-me?

Diante de todo o firmamento,
O que sou eu ?

Diante do cosmos
Dos corpos celestes
Dos campos agrestes
O que sou eu?

Diante do mar aberto
Da areia do deserto
Das coisas que nunca vi de perto
O que sou eu?

À luz que o sol irradia
Aos mistérios da noite e do dia
Quem sou eu?

Eu nada sou
Sou apenas um ser
Inundado de sentimentos
Sorvendo a seiva da vida
Amando a cada momento.

Célia Sena


INTIMAÇÃO

Venha urgente,
na primeira hora,
de tapete persa,
tobogã turbinado,
táxi lunar,
de carona no cometa.
É premente
te ver agora.
Mande um sinal
de fumaça,
Rufle tambores,
Pombo-sedex,
Via mar
numa canoa
nuclear.
É fundamental,
chegue cheia
de graça,
com seu chicletes
de canela,
a tempo da ceia
matinal.
Com a roupa nova,
branca, de griffe,
com decote em 'U'
A porta está aberta,
rua deserta,
Estou em desatino,
princípio de morte,
saudade letal.
Só voce vir,
tudo sara,
o tempo esquenta,
alegria aparece,
brotam sorrisos,
mereço, merece,
só necessito disso:
Voce
aqui
em
mim.

[gustavo drummond]


Respostas

Não estrague tudo perguntando demais
Se a resposta será sempre o meu amor
Não me faça responder que te amo
Porque as palavras não trazem meu amor

Prendemo-nos demais as palavras ditas
Elas nos fazem sofrer e ate nos deixam alegre
Mas não traz o amor que sinto por você
E nem é tão importante quanto à fala do coração

Tenho vivido de amores nas pontas dos dedos
Ate escrito em grafites nos muros da vida
Calejado de tanto apanhar das criticas diárias
De um amor que se prende tanto a palavras ditas

Não sou um papo apenas de conversa de botequim
Nem o riso de piadas um tanto sem graça
Não sou pra ser contado e nem pra ser falado
Quanto mais rir desse amor demonstrado

André Fernandes


RETRATO FALADO


Eu não quero ser injusto
Nem tampouco me omitir
Mas, fui sim, a testemunha
De um crime que eu cometi

Tragam lápis e papel!
E o melhor retratista,
Farei um retrato fiel
Sob o meu ponto de vista

Mas não duvidem de mim
Nem me queiram dar razão
Pois seja qual for meu relato
Mais que um fato, é uma versão!


Rozelane de Santis Morais



LUZ CEGA

Há uma luz que brilha
escandalosamente
em alguma parte
do meu corpo.
Que me queima
os lábios,
que me arde
os olhos,
que me dói todo o corpo
e a alma.
Há uma luz que brilha.
É preciso meter os dedos
em seus olhos
e cegá-la.
Ou não?
Terei sempre que
apagar a luz pra dormir?

Amélia de Morais


Não diga não


ou simplesmente sim
quero a inteira razão
princípio meio e fim
além da vulgo compreensão

seja na poesia
quiçá na filosofia
não tolero evasivas
muito menos sofismas

usual o argumento
não há fatos eternos
nem verdades absolutas
resoluta desafio
o cartesiano pensamento


Eliane Thomas


Sê compassivo

Violência
corpos em jornais
moleques em profusão

Cenário
relativo aos normais.
Há que se prestar atenção:

Mendicância
e pobreza são sinais
de falta da boa educação

Discursos
e revoltas demais
oferecem nenhuma solução

Exercício
salutar e bem mais
efetivo é respeitar a condição

De ser humano
em variedade de ideais
mas no fundo exatamente iguais
a eu e você que nos danamos de presunção!

Anorkinda


MILIMÉTRICO CAOS.

Nunca vi tamanho disparate:
teoria do caos organizar entendimentos,
sentir que um fractal esfusiante,
lança-nos a organizar pensamentos,
que milimetricamente somos o EU
e que a cada sistema solar pertencemos,
porém, sob a égide de nova mônada,
EU SOU, EU SOU, EU SOU!
Somos todos ecos sibilantes,
somos pedacinhos de amor,
somos o Pai, a Mãe e o Infante,
somos nós a falta de erro do caos,
a exatidão da Obra e Plano de Deus!

godila fernandes


VI - ANDANTES!.

E onde vamos, quando tudo terminar...
Sairemos alados espaço afora,
Criaremos raízes translúcidas agora,
Ou no nada nos transformaremos?!

Do argênteo, auri-purpúreo, espíritos
solidários, descerão em revoada,
a cada, tomarão nos braços energizando,
Ou lágrimas verterão, por perderem a tantos?!

Que rumo seguirão nossos bravos guerreiros,
tão altivos, tão nobres, tão valorosos, outrora,
Que armadura deixarão cair por sobre o pó,
Ou vencidos, nada restará, apenas escombros?!

De meu olhos auri-verdes, lágrimas descem em profusão...
Meninos cansados, meninas tristes, crianças imoladas,
Sujos e famintos, desolados na poeira das estradas,
Lá se vão almas penadas...triste fim de ilusória fama!


Godila Fernandes


Notívagos

A lua sozinha no céu sussurra aos poetas
Melodias de poemas, tantas histórias incertas
Navegam horas em linhas, enquanto ela observa

Somos almas encantadas, e a pena é nossa asa
Neste vôo rumo a ela...

Passam horas sem relógios, tic tacs sem limites...
E as linhas bailam soltas, nesta noite de apetite
Fome de verso e prosa... Mar de tanta inspiração
Corações tecem as rosas dos jardins de um amanhã

Mas o sol enciumado, vendo este amor entre eles
Sai rasgando a madrugada, apressado para vê-los
Pega a lua assim deitada, numa nuvem recostada
E os poetas ca em baixo escrevendo apaixonados.

Esta é a sina dos poetas, dos que podem ouvir a lua
Ela os busca toda noite, e vem vindo toda nua
Não há como resistir, é um amor que transcende
Comumente declamado em poemas recorrentes.

Márcia Poesia de Sá


Por onde eu ando?

Perdi o tempo, o leme... A direção
Emoção se faz de morta, perdi a concentração
Caminhei por caminhos cujo vento apagava minhas pegadas
Como se eu fosse apenas marola de vento em duna

E esta mesma duna, que a meus passos acolhiam
Era ela também engolida pelo vento e sumia de meus pés...
Perco-me facilmente de mim.

Acho que já ando me despedindo faz tempo...
Enjoei desta casca dourada. Queria ser novamente fluido
Apenas uma luz... Sem temperatura, nem escravatura, sem cansaço de ter de viver.
Ando tão exausta de continuar morrendo a cada dia
Perdi a luz daquela manhã, e o raio que despedaçou a árvore
Perdi a lágrima de amor, perdi a saudade... Perdi a idade e a sanidade...

A mim, abandonou...

Saiu sorrindo de mim, pela porta branca...
E num facho de luz do corredor apenas olhou-me de longe
Perdi os neurônios, os sonhos, a dançarina de neon, perdi o show do Oswaldo...
E um tanto de pecado, que me neguei a cometer...

por onde anda minh’alma, atordoada e
embora tão densamente amarrada, vaga sem rumo no ar...

Chego ao fim da duna... O dia já percorreu todos os meus labirintos
E sento exausta num raio de lua... Que me acarinha com a brisa fria
Como se tivesse até com medo de me tocar.

As estrelas me olham com ternura
E eu sei que a elas também perderei um dia...
Quando meus olhos não mais puderem enxergar

Então, as guardo nas gavetinhas da memória... Que andam já abarrotadas.
Pois só assim as terei para sempre
Como ainda tenho de algum modo, tudo aquilo que de fato já perdi.

Márcia Poesia de Sá


Despedida

Despencou das negras nuvens
chuvas ácidas de saudade
Tuas mãos frias condiziam
com o clima de sobriedade

Congelou o tempo das esperas
e ventos fortes predisseram
Tua presença era insana
como os olhos dos que erram

Sorvi a atmosfera lúgubre
e despedi-me de ti
Era preciso...assim sobrevivi

Abri o portal dos sonhos
num transe fecundo
Foi bonito...ganhei o mundo

Anorkinda


SEIOS

O que se esconde
por trás dos montes
dos teus seios?

A carne viva
quer repousar no vale
em teu meio.

Sedosa pele
envolvida pelo tecido
esconde e revela.

Beleza e tentação
diante da face
excita a mão.

Há descobertas
nessas fontes abertas
do puro prazer.

Quem suga o leite uma vez
sempre recorda a maciez
e bebe pela eternidade...

Janete do Carmo


Negação

Nego que eu não tenha coragem
Nego que eu não faça bobagem
Nego que eu não minta, às vezes
Nego que amar seja um mar de rosas
Nego querer perfeição
Nego ser frágil

Renego a violência
Renego a falsidade
Renego o abuso de poder

Aos meus pecados peço perdão
Peço à mim, a redenção

Célia Sena



Não me queixo
Não me olho
Não me nariz
Não me orelha

Escrevo
o que me der
na telha.

LCPVALLE


Sentido

Quando escrevo o sentido me comove
Como se eu fosse algo a ser notado
A ser sentido
Essa emoção que nos avaliam
O coração que nos olham
Olhos que nos despem
Os dizeres que são frutos
De nossa magnífica expressão
Que nos incita
Que nos impele a gostar
Somos fãs doídos
E doloridos somos
A arte que nos
Mata... Que nos
Ressuscita!

André Fernandes


LÁGRIMA

A lágrima que evapora
É o choro que perdeu lugar
Ninguém sabe onde está agora.


LCPVALLE


CHORO

Por vezes o choro que engolimos
Transforma-se em poemas
Poesias ou hinos.


LCPVALLE


Por prazer

Foi pelos teu olhos, sedução...
Troquei uma rotina calma
de tédio e companhia-solidão

Foi por tuas mãos, excitação...
Fraquejei em arrepios
de sensorial estímulo-tesão

Foi pelos teus beijos, provocação...
Suspirei desejos antigos
de fantasia e delírio-paixão

Foi por tuas carícias, dominação...
Gritei em prazer total
de completo gozo-satisfação

Anorkinda


VERSO ADORMECIDO.

Nascido de uma Lírica mãezinha
O Verso adormecido em seu berço
Recebeu a bênção da madrinha
Ganhou do padrinho, seu primeiro terço

-Parecido com o pai, disseram as tias.
Poema Inteligente era zeloso
Agradeceu o milagre sem ironias
Beijou o rosto do filho mimoso

O pequenino verso, inocente
sequer sabia ser ele vidente
Ele leria almas e mentes

De fina ascendência poética
ele derramaria, cheio de ética
a mais sublime das dialéticas!

Anorkinda


Cheiro


olhar lascivo
chama por mim
com perfume de jasmim

com suave aceno
o meu te responde
com cheiro de alecrim


e nessa troca de olhares
repleto de aromas
não dou mais conta de mim...



Eliane Thomas


CREPÚSCULOS


A brisa corria leve
Naquela tarde de outono
Meu corpo ardia em febre
Os olhos pesados de sono
O sonho viveu breve
Deixando total abandono

A lua sorria triste
Na noite que estava chegando
Um raio de prata em riste
Como se me acusando
"Como é que não assumiste
O amor que estava entrando?"

O vento batia forte
Na noite que agora tremia
Seu som era como um corte
No coração que gemia
Tamanha falta de sorte
Por que meu ouvido não ouvia?

Assim, chegou a madrugada
Tomou de vez o seu posto
Impassiva, cruel, invernada
Petrificando meu rosto
Já não esperava mais nada
Primeiro dia de agosto

A noite tem seu final
Vem o crepúsculo e arrima
O tempo correu normal
Apesar de mim e minha sina
De repente, ao natural
Você, inteira, na neblina.

Ela voltou ou não?
Tire sua conclusão.

LCPVALLE


Olho o céu


olho o céu
vejo rasgos de luz
bordando o firmamento

olho o céu
vejo anjos
tecendo estrelas

olho o céu
vejo esperança
prenúncio da bonança

olho o céu
vejo o inexplicável
indistinto a visão

procuro o céu
das infindáveis buscas
que trago no coração


Eliane Thomas


O DESPERTAR DE UM ANJO

Acorda meu anjo para o queimar dos desejos
És fogo santo, desperta e vem!
Inteira sinto-a, entretanto, não a vejo
Beijos, caricias... Fazes tão bem!

Não sei onde estás, apenas sei que te quero
Tal qual intensidade que tu podes sentir
Ouço quando gemes ou sussurras
Não digas nada! Eu te vou traduzir

Desperta meu anjo tuas vontades dormidas
Que sei que tens e as quero em tua flora
Abre os olhos e rufla tuas asas
Estás ancorada em mim, não vais embora

O que me fazes que me possui
E sinto saudades antes mesmo de partir?
O que tens que me seduz
E toca-me e beija-me sem nem mesmo estar aqui?

O despertar de um anjo é vencer tantos medos
Qual tamanhos segredos da “Arca de Indiana”
Mas ao amanhecer somes por entre os dedos
Adormece o anjo e persiste a chama...

Poeta Urbano



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