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sexta-feira, 15 de abril de 2011



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!




Dance em mim

Dance comigo,
usa meu corpo e escreva.
Dance essa música,
me rodopie e se atreva.
Me faça voar e
seja o meu pé no chão.
Me leve à lua,
me mostre o sol do seu coração.

Me jogue ao centro do seu ser,
me conduza.
A cada passo da sua mão por meu corpo,
me seduza.
Me faça bailarina aprendiz
nas asas da sua imaginação.
Que sua boca baile por minha tez
inda que no chão.

Com dedos cadenciados
Me dispa de todo acorde e nota,
me reserve ,
me reja,
e sinta o meu desejo que brota.

ღRaquel Ordonesღ


Incompletude

Sou como a folha solta ao vento,
Teu corpo assim tão perto
E a alma é um deserto...

Sou como o orvalho que cai
Da folha direto no chão,
Quando sinto que tudo se esvai...

Sou como o vento que vem,
Mas não volta.
E o prematuro corte.

É o amor pela metade
Incompleto
Árido
Rarefeito
Imperfeito

De nós dois
Esta incompletude
É a corrente que nos liga e nos ilude...

Jane Moreira


Vôo Solo

O que é a liberdade?
Expliquem-me, por favor
Digam-me que é ter asas
E voar pela eternidade
Asas, possuo tantas
Voeja meu pensamento
Futuro, passado, presente
Flutuo onde a vida consente
Mas, raízes prendem-me ao chão
Onde o bulbo se alimenta
Pra gerar nova florada
Pétalas, asas lilás-magenta
Assim como os tais nenúfares
A deslizar sobre as águas
Com saias esvoaçantes
Miúdas, mudas bailarinas
Cataventos navegantes
Presos ao pé da rama
Lírios d'água flutuantes
Talvez isso seja ser livre
Voar, leve pandorga benta
Mas voltar para terra firme
Quando se achega a tormenta.

Célia Sena


O sorriso de uma estrela

o sorriso de uma estrela
aquela estrela cadente que voava
antes que fosse apagada
jogava sorrisos coloridos no ar

A lua prateada
que beijava os mares
vestiu-se de nuvens
só para não ver aquele sorriso
apagado em águas abissais

Carinhosamente a lua
solidária, vestiu-se de nuvens
ocultando o seu brilho

Ah! Como eu queria
ter o senso da
cumplicidade da lua
e o sorriso colorido
de uma estrela

Diná Fernandes



Impossível é desistir

Inda que pese o instrumento
Nem por isso eu vou chorar
Dele, a música sei arrancar!

Mesmo que não me queira
Que para ti sou só um vento
Moras em meu pensamento!

Meu coração é sempre por ti
Inda que teu amor me negue
Minh’alma é tua, é entregue!

Não quero trucidar a emoção
Impossível é viver sem amar
e não ter lágrima para chorar!

Meu sentimento é só verdade
Ele é teu, e não quero de volta
Amo-te; simples e sem revolta!

ღRaquel Ordonesღ


Súplica

Morro pouco a pouco na saudade
Na triste evasão de sua presença
E pago os pecados na sentença
Lançada quando você foi embora...

E choro
Em lamento
Torturo-me
Padeço sem temor
Mas em segredo

Abraço-me em desespero
Esmoreço
Na solidão que me deixa
Em pedaços

Suplico em desespero...
...Rogo ao vento
(Que é testemunha de todo meu lamento)
Que vente bem depressa ao seu encontro
E conte todo o meu sofrimento.

Mavie Louzada


Beija-me

Beija-me de tal maneira, arrebenta!
Desorienta o céu da boca, enlaça
A língua com a entrega e a ti rebenta
Entrega e devolve intacta a graça

Ata-me no envolver do corpo teu...
Prazer sem ócio, sem onerar, amar
O vinculo torpe, aprazido me deu
Amar com folga, folgar, namorar

Busque-me nu na cama, desenha
Contornos do lençol desarrumado
Beijo desalinhado não se contenha

Do artista o escrito calado, beijado
Manuscrito lascivo, feito resenha
O conteúdo? Beijos... Enamorado!

André Fernandes


Sussurros

Não pretendo a eternidade
Quero apenas querer-te
E no imenso desse mar de sonho
Que eu possa ter o infinito
Na palma da minha mão

Que o sem-fim do amor que sinto
Preencha meu coração
E a plenitude de cada instante
Seja sempre contemplação
Memória, doce canção

Que o tempo pare,
Pois fez-se o amor
Do azul do céu, ,
Do verde do mar
Dos fogos de artifício
Da paixão, doce suplício
A sussurrar segredos
Pequenos resquícios
Sonhos meus

Célia Sena


PÉ DE VENTO
.
O vento
beija o mar
suave
e perigosamente
levantando
suas águas
para vê-lo
arastar-se
a seus pés.

Amélia de Morais


.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

POETISA GODILA FERNANDES!


MILIMÉTRICO CAOS.



Nunca vi tamanho disparate:
teoria do caos organizar entendimentos,
sentir que um fractal esfusiante,
lança-nos a organizar pensamentos,
que milimetricamente somos o EU
e que a cada sistema solar pertencemos,
porém, sob a égide de nova mônada,
EU SOU, EU SOU, EU SOU!
Somos todos ecos sibilantes,
somos pedacinhos de amor,
somos o Pai, a Mãe e o Infante,
somos nós a falta de erro do caos,
a exatidão da Obra e Plano de Deus!


godila fernandes

.


Velhos caminhos....


Ah! meu preto, meu preto velho!
Cansado, arfante e ainda assim, contente!
Nada magoa-te! Sabedoria paciente.
Meu preto... meu velho, meu velho preto.
Juntos, neste rio de vidas, cruzamos caminhos,
sofremos senzalas, choramos chibatas...
Ah! arqueados sobre uma bengala,
Cá estamos, no Universo de AMOR,
Caminhos de nosso Pai/Mãe!
Cumprindo o espaço restante
de SHEKINAH, a Luz brilhante!
Ah! Meu preto velho... cá estamos,
Ambos a espera de nosso encontro,
na Senzala de Nosso Sinhô!


godila fernandes

.
POETISA GLADIS DEBLE!


Pedra

Do tribalismo original,
algo de origem vulcânica
sofre brusca mutação,
numa aparência tão pura,
dorme o sono do deserto.
Sobre a poeira das eras.
Para essa pedra perdida
de uma cidade esquecida,
a palavra que traduza
não existe ainda verbete.
Traz um símbolo sumério,
hipnotiza na hora.

Gladis Deble





CHAMAS

"Geada na lama
Chuva na cama"
Diz o dito popular.
Vem mais frio da Argentina
Sinto a pele arrepiar...
Gelada até os ossos
retorno para casa.
Chovia a cântaros
ainda bem que ninguem viu
meu guarda-chuva se partiu
Igual ao meu coração
e o pau de lenha
que abro em duas partes
separo com raiva
e jogo no fogo,
onde se encontram
coadunam-se perfeitos
soltam faíscas, se encaixam
e até virar cinzas
tem muita lenha prá queimar.
Áh, essas chamas
no fogo sempre
se acham.

Gladis Deble

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * *
Eu, água

O luar me oferta pérolas-luz
quando o brilho-pingo-d'água
me adorna o límpido viver

O curso do rio, trilho de luz
me forma, ser-sereia-d'água
num livre transcorrer

A pedra do percurso reluz
lapidada em diamante-d'água
num profundo merecer

A vida intensa me seduz
quando o doce leito-d'água
me conforma em mavioso-ser

Anorkinda


* * * * *


HEMORRAGIA POÉTICA



Quando a inspiração

me invade, transcende

demarcações, divisas,

bússolas, azimute,

uma só inquietude,

escorre, quente,

por vasos, castiçais,

versos, vendavais,

pelo veio da mina,

é iminente:

fico a mercê

de uma hemorragia

poética.



[gustavo drummond]



* * * *

Utopia

Entre caminhos perfeitos
Entre bocas e mais bocas
Há uma utopia sentida
Não beijada... Falada
Fingida!

Entre caminhos tortos
Ditos entrelaçamentos
Sobre uma utopia crivada
De beijos falsos, planos
Feitos, desfeitos!

Entre uma encruzilhada
E ruas cortadas sem sinal
Há uma utopia muda
Entre a minha boca
E a tua!

André Fernandes

* * * *
RETICÊNCIAS
.
...

as reticências
preenchem minha vida
cheia de pausas
e longas ausências

Amélia de Morais


* * * *


VOZ DE MIM

Procuro em mim uma razão
pra levantar a voz.
Procuro um pedaço de sentido
pra descarrregar a voz.

Procuro te encontrar,
não escondida em antigos discos riscados,
não em fitas cassetes empoeiradas,
mas te procuro, mesmo você não sabendo.

Mesmo que seu olhar desconfiado desperte,
Você não sabe que te procuro.
Eu solto a voz e ele nã vai desaparecer
e nem desfalecer ou sequestrado pelo vento.

E essa voz, a minha voz,
teu belo nome vai chamar
e tocará os teus mais amorosos pensamentos
e a sua lembrança em mim permanecerá.

Aqui na voz triunfante
procuro em mim uma razão
pra levantar a voz
mesmo você não sabendo.

Rod. Arcadia


* * * *
Das Coisas que preciso...
...
Preciso afrouxar os nos
Desatar os laços
Soltar a voz
Subir até o céu
Me perder ao léu
Sem deixar rastros....

Preciso seguir meu caminho
Conquistar espaço
Ser menos sozinho
Não temer o embaraço
Vencer o cansaço
Sem me cansar...

Preciso exigir menos de mim
Desfazer as malas
Bagunçar a sala
Desarrumar a cama
Ficar de pernas para o ar
Sem me preocupar.

Preciso Fazer as pazes com o tempo
Esquecer o trabalho
O condomínio
As contas
As compras
A casa
O armário...

Rapidamente enlouquecer
Não pagar para ver e
Contar estrelas
Falar besteiras
Voar com borboletas
Fazer bolinhas de sabão

Deixar fluir a ilusão
Sair na contramão
Tomar chá de sumiço
Gastar o asfalto
Sem usar saltos
Com os pés no chão

Preciso urgente me amar
Com sinceridade, me libertar
De tudo aquilo que Não preciso...
Deixar de ter que ter, amor para dar
Simplesmente fluir
Livremente de mim
Toda felicidade
Sem cobrança
Sem pressa
Sem tempo
Sem medos
Sem meios
Sem fim.


Mavie Louzada.


* * * *


SIMPLES

O belo surpreende:
lua
montanha
mar
praia
universo...

Mas às vezes,
o espírito do poeta
navega simples:
à sombra de um barquinho.

Danniel Valente

* * * *
SOLIDÃO EM ORAÇÃO.

Senhor, tenho vivido em solidão!
Um vazio de amor sempre em mim se instala...
Quando a noite me vem, meu coração
Tomba como que alvejado por u'a bala...

No meu silêncio, penso em Ti, nessa hora,
E a solidão em mim logo se esvai,
Porque Tua presença é Luz de Aurora,
É áurea de Amor da Face do Pai!

Ó meu Bom Deus, tem de mim compaixão!
Livra-me da nefasta solidão,
E põe nas minhas noites Tua Luz!

Tu és Suavidade, Paz, Amor!
Tu és a Luz em Beleza e fulgor:
Já não sou solidão, amado Jesus!

J. Udine


* * * *
***Destino Avariado***

Se estava escrito e eu não vi
não podes dizer-me que aceitei
Não és bem o fruto que escolhi
e nem o amor que eu plantei

Dizem que nós já nascemos
com o nosso destino traçado
Muitas das vezes perecemos
por um castigo não planejado

Destino é mais um desatino
da nossa insana consciência
Que dentro da mente comprimo
ao sabor da triste existência

Então o destino desatinado
com seu traçado em desalinho
Vem se mostrar tão avariado
amassado feito um pergaminho

***RosaMel***


* * * *



Em vãos, perdidos no tempo
vão cacos de riso em ensaio
vão colchas e contas do vento
vão dias de sol em desmaio

Vão laços e nós esgarçados
vão nesgas de contentamento
vão os passos incapacitados
vão versos de nós; sofrimento

Perdidos, lutando em esgrima
duelam em pedra de mó
com dona alta, auto estima
vencidos, vão virando pó

(Lena Ferreira)

* * * *

Há um sonho

Há um sonho
a ser escrito.

Há um sonho
que sorri, chora,
que brinca de amarelinha.

A escola
deve ser um pássaro
que leva ao futuro.

Todas as pedras do caminho
devem ser retiradas
e desarmadas.
Há um sonho
que precisa voltar para casa.

Danniel Valente

* * * *

INTEIROS


Metades complementares
ensaiam um cálido beijo
enquanto trocam olhares
aumenta mais o desejo

Despidos mas não vulgares
pois em amor são tão puros
fluíndo em seus pensares
a força que transpõe muros

Metades mas tão inteiros
dividem seus silêncios breves
provando do amor verdadeiro
em toques suaves e leves

(Lena Ferreira)


* * *
Cavalos Marinhos

Do mar a ardentia , bafejos..
Os seus carinhos
São cantos , dia a dia
Atiçando - Minha e tua geografia .

Meu amor
É puro mar
Feito uma flor
Necessitando desabrochar.

Os cavalos marinhos
Ouvindo minha soletração em poesia
Se perdem nas chaves submarinas dos teus sentidos ..


Imaginando ser tua um dia
Relembro causos e causos
Dos gozos da maresia em harmonia .


Ana Maria Marques


* * *
Perfil de mulher

Plena serena
encerro em mim
fadas feiticeiras
plebe realeza
seus gozos seus risos
dores gemidos
tradução completa
dos sentidos
síntese da femina...

Eliane Thomas


* * *
Sensibilidade

alma delicada
humana , compassiva
por vezes melindrada

alma a flor da pele
apaixonada, sensível
arrepio ao toque invisível

alma que tudo pressente

alma de evidente Poesia !

Eliane Thomas


* * *
DIGITAIS


Certos versos
carregam digitais
tão marcantes que...

...mesmo anônimos
identificamos o seu
autor.

(a alma poética deixa
sua assinatura.)

(Lena Ferreira)

.