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sexta-feira, 8 de abril de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

* * * * * *


Emoção Presente

As palavras eu cavo, embaralho.
Escavo pelas suas entrelinhas...
E aos pés de cada objeto talho
sentidos, injeto verdades minhas.

Sinônimos de vocábulos formulo.
São fábulas que minha alma diz.
Amalgamo outros ditos, acumulo;
várias vozes que têm mesma raiz.

Por mais composições que invente;
diferentes termos crie a imaginação,
estará sempre a emoção presente,
aquela primeira, que sente o coração.

Rosemarie Schossig Torres


 * * * * *


IN CÔMODO

Persiste
o nó na garganta
mais não grito
retiro força, sei de onde
mais não me digo

Sigo...

Não canto mais
mais não me encanto
mais não me agito

Sigo...

Forjando armadura
silêncio e repúdio
escudo com fuso
em um dos meus pés
tropeço, caindo, engulo perigo
mais não me engasgo
mais não persigo

Sigo...

Acomodo ao rasgo
os dóridos olhares
os vincos ocultos
as dobras lunares
as cobras, os vultos
mais não me assusto
mais não me insulto

(Lena Ferreira)

 



 * * * * *
A voz do Vento

Da onde venho o vento canta
Implacável percorre campos e matas
Zumbe altivo nas acácias.

O ar gélido produz arrepios
congela um a um amores meus
e as flores já fenecem no estio.

Soluça a brisa no cipreste esguio
enquanto eu, a alma em cacos,
só quero você e abrigar-me do frio.

Gladis Deble


 


* * * * *

Punhal

Minha pena é meu punhal
E minha verve a lâmina
Que o poeta empunha

Minha tinta preta do tinteiro
Torna-se rubra com o seu ferir
Cada escrita minha, de língua afiada

Dentro de mim, há alguém que grita
Na calada da minha inspiração
Cada assassinar de minha divina criação

Meu papel torna-se calabouço
Ontem eu fui, e hoje estou sendo
E amanhã este papel será sempre...

A minha fiel masmorra.

André Fernandes 



 * * * *


A Voz do Vento!.

E eis que em meu coração,
o vento assovia pelos cantos,
fazendo congelar a canção
de minha alma, uivar minha dor!

Por que o vento não acaricia,
por que o vento não mima?!
Mas pelo contrário dói-me,
fustiga meu coração a sofrer.

A voz do vento agora geme
em apupo a minha canção,
distancia-me da verdade.

A voz do vento é como a minha,
clamando por ti amor de alma,
sem vê-lo, nem escutá-lo, perdido.

Godila Fernandes




* * * *
RIO DE SANGUE E LÁGRIMAS.

Rio de Janeiro, rio de sangue e lágrimas.
Possessão - matança similar de Herodes
A atacar com furor inocentes crianças...
Corre-corre, terror, arma que explode...
Gritos de pavor... Uníssonas desesperanças...
Rio de Janeiro que clama: “quem me acode?!...”

Ri e zomba o demônio materializado!
Escoceia, espuma pela boca em fúria...
Blefa, mente, proclama-se sem pecado...
Diz odiar o mal, a indecência, a luxúria...
Rio de Janeiro, Rio de Abril em maldição.
Rio da desolação, Rio da amargura...

O Cristo, de braços abertos, perplexo e mudo,
Lança o Seu olhar divinal e misericordioso...
Vê o Rio em sangue a se banhar... Contudo,
Ora ao Pai por esse ato insano e impiedoso!
E chora, por ver a humanidade apodrecida,
Mergulhada no pecado vil e homicida!

Rio de Janeiro, rio de sangue e lágrimas.
Rio a gemer em suas sanguíneas águas
As dores cruciantes de pecados e mágoas...
Rio das inundações, das desgraças, das lástimas...
Ó meu Deus, por que esse Rio não é Jordão,
Para trazer ao seu povo a água da Salvação?!

Senhor derrama bênçãos de luz sobre o Rio!
Converte o teu povo. Dá-lhe a graça da Paz e do Amor!
Destruí – nele a iniqüidade, e o Mal em arrepio...
Que o sangue dos martirizados e inocentes
Sirva de penhor de benditas esperanças!
Ó Senhor, piedade do Rio, dos pais...das crianças!...

 J. Udine




* * * *
Cruel insanidade

R uptura na mente... Abriu à maldade
E ntre balas e sangue, tanta crueldade
A njos terrenos, seu desígnio foi feito
L onge de Deus, seu duelo é suspeito
E coam os berros, e mães desesperam
N o coração forte dor, filhos esperam
G anha no imo a ferida, imenso vazio
O sangue golfa no leito, no peito do Rio


ღRaquel Ordonesღ

* * * *
***Pensou Errado***

Nem vem que não tem
não sou passarinho
nem atire farelinho
que eu não caio nessa
não

comigo e na base
do carinho, chegue
de mansinho
venha com calma
e desarma
desce do pedestal
és apenas um homem
besta total..

por isso...
pega leve, seja breve
seja cauto
eu não desço
do salto
não sou isca
sou arisca
e não te arrisca

se enganou
pediu?
levou...

***RosaMel***
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quinta-feira, 7 de abril de 2011

6º Destaque

PGP In Love!


O ÚLTIMO VERSO

Quisera encontrar o verso
para fechar o poema seu,
não o encontrando porém

resolvi prender você na alma...
Só a soltarei ao terminar o Poema.

Tenha paciência, ando tão sem inspiração!

Marçal Filho

.

quarta-feira, 6 de abril de 2011


Do tópico


PARCERIA LIVRE




ABRIGO
.
Pego em tuas mãos
E de repente o medo passa
O tempo para
E a vida ganha novo sentido.

Em teu peito
Encontro abrigo
Em teu regaço
Faço minha morada

Teu sorriso
meu alento
ilumina meu juízo

Teu olhar
meu paraíso
água doce de chorar

Mavie Louzada e Amélia de Morais


Felicidade criança

Aos rodopios
me faço dança
voa a trança
ao vento frio

Sem percalços
me ponho linda
sou bem-vinda
aos céus me alço

Sem embaraço
Me faço livre
Rumo aos braços
Da eternidade

Sempre bem-vinda
Sou esperança
Sempre criança
FELICIDADE !

Anorkinda e Mavie Louzada


ALMA DE QUIMERA

Há nessa luz que me invade
Uma profusão de claridade
Aguça- me a inspiração
Despeço-me da transpiração

Nessa leveza incomum, flutuo
Convido alguém para um duo
Seja para falar dos amores
Ou até da beleza das flores

Chego com ares de primavera
colorida até a alma de quimera
Negaceio com o frio insistente
Floreio as horas, displicente

Há nesse poema que transcende
Um perfume forte que rescende
A amizade de grande porte
Faço-me estrelinha da sorte!

Diná Fernandes e Anorkinda

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terça-feira, 5 de abril de 2011


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

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QUEM É ESSA MULHER?

Quem é essa deusa alada,
linda fada onipresente,
que enfrenta toda jornada,
com garra, fervor resistente?

Quem é essa contorcionista,
gritando firme por revolução,
como quem diz de amor
para o amado no portão?

Quem é esta determinada,
que conhece tropeços, sendas,
ouve atenta a voz do povo,
clamando por um mundo novo?

Quem é ela, de raiva bendita,
de amar tão pecaminoso,
com tanta saúde nativa,
raio cortante, luminoso?

Quem é essa andarilha,
cujos passos não vão parar,
mais linda loba da matilha,
que ninguém ousa calar?

[gustavo drummond]


* * * *

Partitura

O amor é uma partitura
Às vezes é complicado ler
Outras vezes desafina
E até se faz coro
Minha partitura tem canção
Tem bis e refrão
Mas meu amor só eu canto
Dentro do meu coração...

André Fernandes


* * *
***CANSEI-ME DE RIR ***

Tantos anos se passaram a sós
e eu, remoendo a triste desilusão
pensando o que fizera de nós
de nossa vida de nossa paixão

Eu ria sim é verdade e sentia o efeito
do mal feito que acabara de fazer
mas hoje vejo que não tem jeito
não posso mais retroceder

Muito eu ri e na verdade choro
cansei-me de rir e sorrir
hoje eu realmente exploro
um bem que ainda possa existir

Quem dera voltar o tempo a tempo
de poder recomeçar e te amar
e não deixar nenhum contratempo
a minha alegria apagar.

***RosaMel***

* * *
OÁSIS NO DESERTO"

Eis-me aqui Senhor a pedir clemência
Por toda dor do mundo, pelos deserdados
Eis-me a pedir Senhor, pelo amor e a paciência
Por todos que se julgam desesperados

Nesse deserto de pedras e secura
Onde a maldade por vezes impera
abranda nosso coração, sem amargura
à buscar Teu Sol Tua quimera

E que o oásis do Teu sorriso nos brinde
Com a ternura desse Teu amor bondade
Que a esperança jamais nos finde
Que vivamos em paz, no amor e caridade

E que o orvalho molhe a plantação
Da boa vontade entre todos nós
Que haja assim em nosso coração
A fé e a misericórdia, que não estejamos sós


Maria Rita Bomfim

* * *
AGONIA

Que dor é essa que me rasga o peito
assola a minha mente de forma obsessiva
que de lágrimas faz chorar meu leito
e me torna uma eterna compulsiva?

Que dor é essa que parece não ter jeito
que derrama no escuro a lágrima escondida
transformando a vontade em preconceito
que não cura a dor mas abre a ferida?

Onde será que anda aquela velha saudade
da moça que não tem mais a idade
e de tristeza perdeu todo o encanto?

Como se não mais a vontade existisse
e o futuro fosse um eterno pranto
e a flor entristecida chorasse o canto?

Mary May

* *

Encontro na noite chuvosa.


E a passos largos
fugia da chuva fina,
quando outros ouvira.

De soslaio, olhou...
nada vira,aconchegara
na capa de chuva as mãos.

Novos passos apressados,
apressara-se também...
coração descompassado.

Noite alta e escura
chuva fina e fria...
Duas pessoas a sós.

Quebrara uma esquina
para certificar-se...
Dobrou a sombra de quina.

O coração disparara perdido,
a sombra apresentou-se,
não era bandido, era o marido!

Godila Fernandes


* *


TODA...SEREIA


Oh coração amalucado
Coração ferido, cansado
Coração sem paz
Oh coração! Escuta-me
Não te canses jamais
Ergue-te coração, esforça-te
Um novo amor vem aí
Revigora-te, vamos de novo insistir
Guie-me coração
Quero vê-lo de novo em ação
Esqueça a ingratidão
Mostre o tanto que tu és capaz
Entrega-te novamente
Vamos voltar a sorrir
Mais uma vez insistir
Quero-te bombeando de novo
O licor escarlate nas minhas veias
Fazendo de mim todo amor
E eu fazendo dela, toda... sereia


pedro costa


* *
Êxtase

Contemplando
A imensidão do mar,
Na paz da tarde
Que morria,
O pintor apaixonado
Dava asas à fantasia...
E, pintando sua aquarela,
Nela gravava extasiado
O amor que era a face dela.

Jane Moreira



* *

INSISTENTE.

Amanhã encherei o céu de vôos encantados,
minha alma voltará a se levantar...
Meu coração, por Deus abençoado,
boa energia disseminará no ar.

A alegria despertará junto ao sol
e a esperança soltará suas correntes...
De longe vislumbrarei um novo farol
e seguirei sua luz, outra vez, insistente.

Os gerânios estarão mais vermelhos
e todos serão mais felizes sem saber por quê...
A luz se refletirá num imenso espelho
que envolverá em brilho minha psiquê.

Caminharei sorrindo pelo caminho
de mãos dadas com a vida outra vez,
semeando pela estrada carinhos,
colhendo amor em vez de tanta insensatez!

Carmen Vervloet.



* *
REFAZENDO NOSSA HISTÓRIA


Ouvi dizer de você,
Em perguntas que não soube responder,
Mas que me aguçaram os sentidos,
Fizeram aflorar sentimentos,
Que há muito sossegavam esquecidos.

E quanto então fiquei só,
Inevitável foi remoer as lembranças,
Impossível não reviver as memórias,
Trancafiadas e já quase esquecidas,
Já em retalhos das nossas histórias.

Doeu recompor o enredo com final infeliz,
Lembrei das tantas vezes que refiz a trama,
Nas noites de solidão mudei os sentidos,
Recompunha as diferenças sempre com êxito,
Só não conseguia retroceder os tempos havidos.

Se pudesse voltar o tempo e corrigir caminhos,
Saberia responder as perguntas feitas há pouco,
Diria que continuas tão linda e somente minha,
Que compomos sim uma história mas sem final,
Que ainda sou teu rei e você sempre a rainha.

EACOELHO


* *

JANELA ABERTA

Como traduzir a canção
se não está nos olhos
no palpável, no horizonte...

É melodia suave, simples
que alça vôo no invisível
e ao mesmo tempo, no azul.

O belo, sim...o belo
eu vejo isso na canção
mas não existe tradução.

Porque é uma beleza perdida
escondida atrás da folha
esquecida num janela aberta.

Talvez seja eu, meu ser
esparramado no vazio
no visível que não enxergamos.

O belo é isso, tão palpável
e de repente distante...

Como um passarinho que canta
e tentamos ver o galho onde ele está
mas é inútil...

O pássaro pequeno se esconde
e só deixa a sua canção
como um azul na imaginação.

DANNIEL VALENTE


* *

Coração colorido

E o arco íris transpassa meu coração
Deixa todas as cores dentro de mim
E a cada lágrima perdida
Meu coração cinge de cor
E a cada pontada
Uma cor em evidência
Saudade na ponta
E no final do arco íris
Tesouro dos céus.

André Fernandes


* *
Arautos

Dizem os arautos da boa aventurança
Amai seus lindos poemas
Como eles amam a ti mesmo
Dizem os arautos selvagens
Trazeis suas quimeras
Pois eles serão a sua moradia
E doem suas inspirações
Aos que necessitam do calor
De um lar.

André Fernandes


* *

TOM MAIOR

Não pergunte à vida
O que ela não possa responder
Observe,ouça,perceba...
Somos instrumentos criados
Para tocar a sinfonia do bem viver

Dê o braço a torcer
Sem medo de reler partituras
Quebrar os padrões
Das tantas posturas
Equivocadas...

Entre sustenidos e bemóis
Maiores ou menores,
Está nosso destino
A nós cabe refinar o gosto
Pura questão de afinação...

Fazer escolhas e arranjos corretos
Numa perfeita composição do Ser
Usando a capacidade de soltar a voz
Em suave melodia,Tom Maior,
De paz,harmonia e esperança

Então poderemos gritar ao mundo
O quanto somos capazes de amar
Livremente,sem amarras,
Sem delegar respostas
A quem não as possui...

(Lage,Mazéh)


* *
PINTANDO SEUS OLHOS

Eu pinto seus olhos
nas cores de me olhar
pinto verde-esperança
pinto azul-da-cor-do-mar
Eu pinto seus olhos
nas cores de apenas me ver
pinto preto-escuridão
pinto castanho-amanhecer
Eu pinto seus lindos olhos
nas cores do mundo seu
com a tinta do arco-íris
que brota dos olhos meus

Amélia de Morais


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domingo, 3 de abril de 2011

POETA FÁBIO GRANVILLE!





Parque de diversões

Escorrega minha mão pelo seu corpo
E bate-bate acelerado o coração
No balanço desse amor eu me envolvo
É o carrossel girando em torno da paixão

Montanha-russa, sobe e desce, desce e sobe
No trem fantasma a solidão é que me invade
E o cinema cento e oitenta graus tonteia
Esse splash que é um banho de saudade

E a nossa noite do terror está completa
Se no La bamba eu ficar bambo de desejo
Chapéu de sol que faz girar minha cabeça
Túnel do amor, ponto final, enfim a beijo

(Fábio Granville)

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POETISA FABIANA MIRA!


PERÍMETRO

Na sala escura acolho a solidão
Janelas fechadas, porta trancada
Talvez uma luz, talvez não
Silêncio agudo, área desarejada.

Percorro as arestas, corro e escorro
Canso e descanso, busco o passo manso
Penso, repenso, na verdade, dispenso
Resta-me a sala, nada alem, uma sala.

(Fabiana Mira)


A CHEGADA DO POETA

O poeta vem chegando
E consigo a fantasia
Nas palavras cavalgando
Doa versos de alegria

Na bagagem do poeta
Há estrofes de doçura
Embalado está seu pranto
Nos mil lenços de ternura

O poeta, enfim, chega
Pede a todos atenção
Estendemos o tapete
Prá passar seu coração

Quem me dera ser um dia
O amor deste poeta
Acolher esta magia
Da paixão que me desperta.

(Fabiana Mira)