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sexta-feira, 1 de outubro de 2010



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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* * * * *

PRANTO

Ah...chorar, as vezes choro.
Por tanto, por nada,
por viver, sei lá.

Mas é um pranto que escuto
sei o que me diz,
como a narração de um drama.

Como a visão de um mundo novo,
como viajar na música
no filme da vida inteira.

Aprendi a chorar com as crianças
que lamentam a dor,
mas trocam o sofrimento por um brinquedo.

Chorar é dizer...sinto, vivo, vejo, viajo
ouço a dor do mundo,
escuto os sinos do paraíso.

Demorei muito para entender
a beleza do pranto,
correr para os braços da mãe,
chorar de amor.


Hoje, não há encantamento
que me faça privar minhas lágrimas
de sorrir comigo.

DANNIEL VALENTE

* * * * *

A Espera


O poeta é um maldito
Que seduz todos com sua poesia.
Poesia ingrata! Ela nos leva a dor.

O coração palpita descontrolado,
No peito um livro de capa dura,
Há uma janela de onde pode ver a estrada.

O livro é aberto e dele cai uma folha.
Sem ser percebida ela permanece.
Lá fora só há o vazio, uma estrada de terra,
O céu, o sol, o campo e o silencio.

Escuta um suspiro,
Uma fome de ansiedade,
Um olhar de estudo lá fora
Nada, apenas o vazio e o silencio.


A folha permanece no chão, esquecida.
Saúvas utilizavam como passagem
Numa fila hindiana e discreta
(Escuta novamente um suspiro)

O poeta é um maldito
Que com sua poesia nos encanta.
Poesia lírica, ela nos leva a dor.

Lã fora, os galhos das arvores tremiam
Era tarde e o frio invadia,
O sol logo desapareceria.
Ao longo o coaxar das rãs,
A orquestra dos grilos.

Um ultimo olhar pra fora, nada.
A folha no chão finalmente é encontrada,
Mãos suaves a pegam,
O som seco é ouvido.

Suspiro de desanimo e a folha caindo
Rolando no chão de terra.
Fecha-se a janela.
Lá fora, somente o vazio.

(Rod.Arcadia)


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VESTIR-SE DE POESIA
.
Vestido assim,
da cabeça aos pés,
acontece pouco.
Ás vezes sou mouco
às vozes da poesia,
às vezes não a vejo
e nem sempre a sinto
então, eu minto.

Já vesti as luvas da poesia
e ela brotava das mãos
Já coloquei o chapéu dos versos
eles queimavam meu juízo
Já calcei os sapatos das rimas
nasceram poemas andarilhos

Me visto de poesia
mas é roupa curta
de chita estampada de rimas pobres;
vestido de baile
é raro ingresso das noites de festa,
quase sempre estou nu,
espiando as palavras pela fresta.

Amélia de Morais


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Flores De Ar

O jardineiro sempre a podar
regar; tinha tanto a fazer!
De suas plantinhas cuidar...

Era só abrir a janela e ver:
Roseiras à casa se abraçam.
E os perfumes a embevecer.

Ao seu vizinho não enlaçam.
Vive ao lado,ocioso ;distraído.
Sonhos! O olhar embaçam...

Pensa no jardim construído
em sua mente; monumental.
Devaneios o mantém entretido.

Pouco trabalho lhe dá, afinal!
Nem sequer repara nas rosas
Tão pertinho, no canteiro real.

Quer flores caras, preciosas.
Nem percebe! Nada tem!
Só flores de ar; pétalas gasosas.

Rosemarie Schossig Torres


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CORAIS

Preciso falar do mar...
é como ver barcos
portos... rebocadores,
a lua no espelho.

Gaivotas, garças,
cardumes, faróis,
corais...

As ondas nas pedras,
Jorge Amado...
a folha, perdida.

Esse é meu mar,
com jangadas fincadas
na memória...

E a solidão,
nunca sozinha...

DANNIEL VALENTE


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Mil vezes te amarei

Mil vezes te amarei
A qualquer hora do dia
Ou nas noites de luar

Mil vezes no amor me recriarei
Com o mesmo sentimento aflorado
Como carne e unha sem espaço vazio

Mil vezes um amor doado
Mil vezes sem medo de amar
Como não, se és tu o meu vício?

Diná Fernandes


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Fingidores

Se teu verso finge perfeitamente
Todas as dores que sente
Se teu verso nos atinge calmamente
La na alma ele vem serenamente

Se teu verso é cria do seu fingir
Como fingir o amor que sente
Como disfarçar em palavras o sentir
O sentimento nosso e inerente

Se tua rima fosse não só disfarce
De todo o seu sentimento
Fosse sua prova mais eloqüente
Magnitude amor sem mais no momento

Se tua verve mais nobre me calasse
Quando lesse do seu fingimento
Serei eu o mais! De todos os fingidores
Todas as dores! O meu nobre... Lamento!

André Fernandes

(parafraseando Fernando Pessoa)


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Algo Mais

Na poesia há o encanto
Do luar, da inspiração
Da musa, da amada,
E também da emoção.

Salve Bandeira,
De uma vida inteira.
Salve Alberto,
Álvaro, Ricardo,
Fernando, quarteto
De uma só Pessoa.

Salve Quintana,
Clarice, Cecília, Drummond,
Evoé, Poetas românticos,
Parnasianos, modernistas.

Salve a Poesia
Que rima com Fantasia,
E na Fantasia da Poesia,
Entra em cena toda a magia
Que o Poeta sabe fazer.

Evoé, poesia do bem-querer,
Do mar do luar do sertão.
Do Tejo, os navegantes,
Dos bêbados e dos amantes,
Das pálidas meretrizes,
Das noites nas tavernas
E da “musa antiga”
Grega e troiana de então.

Salve o cordel,
Salve o soneto,
E um indriso vai bem.
Salve a métrica e a rima,
Ou a falta disso tudo também.
Fazer poema é arte.
Poesia é algo mais.

Jane Moreira


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RONDEL DA PRIMAVERA


Na primavera floresço e me mostro
Como a margarida singela e casta.
É tempo fértil , então me prostro
Frente ao papel. A poesia me basta.

Falo da vida que floresce vasta
Falo de amores. Desses, como gosto!
Na primavera floresço e me mostro
Como a margarida singela e casta.

E se o outono as flores arrasta
Junto, a poesia também vai, aposto!
Vai, mas retorna, pois a dor afasta
E em esplêndido jardim reposto
Na primavera floresço e me mostro!

Arabela Morais


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Infinitude

Eles não sabem
Mas não podem impedir-me
Não mais

Taparam-me a boca
Vendaram-me os olhos
Ataram-me as mãos
Prenderam-me os pés
Mataram-me em vida

Do que ainda ignoram
Há o amor,
E este não morre
Não careço de corpo
Para conjugá-lo
Basta-me a alma
E esta,
Embora arranhada,
Ainda vive
E ama
Aquém e além
De todos os tempo e verbos.

Célia Sena


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Os ventos nas velas claras

Meu olhar não alcançou a ilusão dos ventos
Nunca fui íntima das horas mais claras
Meu amor reescreveu a lua nova dos momentos
De perdão e ternura com as rimas raras

Meu poema não desprezou o castelo em ruínas
Nunca desisti de sonhar com príncipes
Meu perdão descosturou os nós das esquinas
Da covardia e acariciamo-nos, cúmplices

Para escapar da maldade do mundo
icei as velas da insensatez
A poesia traçou um certeiro rumo

Em versos da cor do puro sangue
saciei-me de brisa e maciez
A vida nunca mais me viu exangue

Anorkinda


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Verônica


Quero ver maré
Recender o mar de brisa,
Escutar o canto das musas.

E o brilho da água emitir
A nostalgia do aroma
Que dela fluir.

Que o zéfiro em mim rebata
A dor consumida neste lugar encantador,
Que eu caia de joelhos.

E com a cabeça erguida para o céu
Clamar: “Verônica, com seu manto
Enxugou meu rosto de lagrima,

Com sua piedade limpou o meu pecado,
Com seu lábio batizou meu rosto,
Expulsou para longe a danação

Que com veracidade de suas orações
E preces salvou-me da perdição.”
Enfeite sua coroa de margaridas,

E com a letra na areia apague
A solidão que em nós perfura
Lentamente sem anestesia.

(Rod.Arcadia)


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quarta-feira, 29 de setembro de 2010


POETISA TERE&TERE!


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POETISA TELMA MOREIRA!


ARCO E FLECHA

Há um quarto de século foi lançado,
Pelas mãos da vida, em definitivo,
Mas já lhe havia um destino certo
Traçado, rumo ao seu, o escolhido...

Desde então, voa livre e ao vento,
Por céus e mares, vias do infinito,
Entre a aventura e o compromisso,
A competência e o dever cumprido,

Leve, rápido, tão distante ou perto,
Através do tempo (ainda seu aliado)
E, sob o portal da noite, reluzente,
Deixa um rastro de brilho no trajeto...

Nessa rota, não há dúvida aparente,
Busca firme e seguro seu contento
E o arco, pelo qual foi arremessado,
Segue-o distante, de amor repleto!

Telma Moreira




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segunda-feira, 27 de setembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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RETRATO DE MINAS
.
Minas é o barroco que define
a amplitude do viver
um desenho de anjos e arcanjos
que dão forma ao bem querer
Minas é o mistério morando em casarões
é o aconchego de um povo
que tem marca definida nos acordes e canções
.
Ser mineiro é ter altivez
mas, jamais ser arrogante
é sorrir de modo simples
com a liberdade dos amantes
Minas é o abraço do amor
no calor terno e bonito
é o solfejo que ensaia os corais do infinito
.
Minas é da alma, a calma,
a chama, o afago e o beijo
Minas é olhar um horizonte
matizado de desejo
é renunciar a intriga
e na querência acreditar
é trazer paz e cultura pra ter direito de sonhar
.
Minas é sempre um enigma
nos portais da solidão
são quermesses, são igrejas
e as fogueiras de São João
emoção no jeito simples
abraçando a todo irmão
Minas traz serenidade e a verdade é seu brasão...


Minas é da vida do Brasil, o coração,
é o causo caipira onde a graça é definida
pra florir o riso então...
Minas é o Estado do espírito brasileiro,
onde tudo é altaneiro, da cidade ao rincão
Minas traz nas estrelas que fascinam,
O amor, a Amizade e o Perdão...
.
Minas vive enclausurada entre montanhas
e, estas são perfeitas molduras de Deus!
.
Marçal Filho


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Amargo o Doce


Seguem meus dias
E eu me distraio com as delícias
De um novo paladar
Mas o preço pago, pesa
E já sinto no corpo, pesar!

Pesos tantos que já carrego
Em meu tortuoso silêncio
Sempre tão propensos a aumentar.

Sigo meus dias pesados
Os envolvo em doces melados
Para não sentir
Tua ausência amargar.


Viviane Ramos


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AUSÊNCIA

Às vezes, uma ausência
permanentemente percebida
é uma presença muito forte
em nossa vida.

LCPVALLE


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PROVOCAÇÃO... (do tempo)

Não sei se me prendo à beleza anterior
Ou se desejo, a tal da beleza interior.

Com a beleza "interior"já convivo,
Desde que nasci, numa cidadezinha
Bem longe, escondidinha no mapa.

A beleza anterior,fica espiando, lá detrás
Dos montes de tantos "ites"
Gastrite, bursite, rinite
Sinusite, dermatite , tendinite...

Sendo assim,escolho a beleza interior
Dizem que ela é melhor e bem superior

Oh! Céus...Oh! Dor ...
Meio tonta, paro para examinar
A curva do tempo, sempre ap(r)ontando

Cuidado ... perigo!
Terreno bastante acidentado
Marcas na pista, mantenha distância
Altos riscos de desmoronamento.

Devagar no acostamento,fico tentando encontrar
Forma digna para o tempo passar... sem me atropelar

(Lage,Mazéh)



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Chuva paixão

É quando as gotas transformam-se
trocando o estado líquido
pela audácia de voar

que o céu apaixonado
recebe a carícia
troveja a paixão

em total felicidade
chora seu cântaro
e banha-se de emoção

Anorkinda


* * * *
Vazio de linhas e letras.

Por todas as linhas, procuro-te em vão,
vasculho cada cantinho a te buscar
linha após linha engano a razão,
apenas letras vazias em grande solidão...

Há "bês" e "gês" em grande profusão,
nenhum informa ao que teimo em perguntar,
quem ajuda, no verso, este pobre coração,
que de redondilhas e quartetos só sabe rimar...

Deixo cair o lápis sobre o papel que rola para o chão,
a poesia, com sua metrificação tomou rumo errado,
debulhou-se em ais sobre o papel amarelado...

Busco novamente saciar a desesperada saudade,
que abate em cada estrofe ainda mais real,
um sinal de ausência... um adeus virtual!

Godila Fernandes


* * * *
MENINA DO SONHO*

Poesia é uma menina,
cara lavada, nem usa batom.
Quer ser minha obra prima,
este encanto de botão.

Tiro brilho da aquarela,
coloco nos olhos dela,
Cor de rosa, leve, sutil,
tem corredeira esse rio.

Horizonte, logo adiante,
impõe limite ao olhar,
mas, pra ela, é indiferente,

Sonho segue na frente,
certo está que irá chegar,
abrir os braços, amar!


*Carmen Regina


* * *
Quem é meu amor?.


Como se água do rio pudesse parar,
ou todo o sal do mar pudesse secar,
e toda a pureza deste amor espiritual
pudesse curar as almas da vivência...

Um amor distante, partícipe de longas eras,
vem ao encontro do outro que agora vive,
e bate no peito um saudoso coração ardente
de uma alma iludida em um corpo mui viril...

Ambos reconhecem-se e seguem suas jornadas,
apesar de lânguidos olhares se encontrarem,
sem se aperceberem do quão importantes são.

Há um momento definitivo nos planos do Pai,
ambos encontrar-se-ão, após longo aprendizado
e juntos, libertarão almas imensamente endividadas !

Godila Fernandes


* * *
Invocação

Meu Pai, minha mãe, Suprema Verdade,
Que rege a vida, a morte e a eternidade,
Deus ou Deusa que habita os espaços,
Que habita em mim,
Que habita no pobre, meu irmão,
Que habita no rico, meu irmão.

Pai, que infunde coragem,
Mãe, que infunde ternura,
São dois lados da mesma moeda,
O Alfa e o Omega,
O princípio e o fim.

Tu sabes, Ó Força, das nossas necessidades!
Tu sabes o que de Ti esperamos.
Tu sabes do que precisamos.

Ilumina, Ó Força Superior,
Quem passa transido de dor,
Quem só semeia o amor,
E aqueles que cultivam o rancor.

Ilumina a mente dos poderosos
Ilumina a estrada dos caridosos
Perfuma a vida dos amorosos
Desfaz a guerra
E a dor, desterra.


Pai, Mãe, Deus ou Deusa,
Força maior que nos guia
Tu que reges Universo
Manda para nós um milésimo
Da Tua Luz.

Jane Moreira


* * *
Alma de poeta

Ousadia
Que não finda
Brinda
Brinca
Com as palavras
Encanta
Canta
Esperança
Dança
Criatividade
Alma de poeta
Infinda
De surpresas
Sem pressa
Na calma
Na hora
In[exata]
Concreta
Abstrata
Infinita
Linda
Suavemente
Eterna ...

Mavie Louzada.


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Mil vezes te amarei

Mil vezes te amarei
A qualquer hora do dia
Ou nas noites de luar

Mil vezes no amor me recriarei
Com o mesmo sentimento aflorado
Como carne e unha sem espaço vazio

Mil vezes um amor doado
Mil vezes sem medo de amar
Como não, se és tu o meu vício?

Diná Fernandes


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Uma perfeição

Sou chamado de imperfeito
Nascido de uma perfeição
Sou uma criação com defeito
E o meu defeito eu concerto irmão

Sou o que eu escrevo, ou não!
Sou poeta, ou quem sabe apenas
Ser humano de uma só perfeição
Escrevo o que sinto a duras penas!

Sou uma escrita... Somos assim
Precisamos ser lidos... Somos textos
E a vida nos escreve do inicio ao fim

Sou uma obra perfeita de um contexto
Que ao longo de minha vida... Enfim
Fiz dessa obra, ideal, não ser pretexto.

André Fernandes


* * *

VAGA


Das contas
incontáveis
numerários
nem se dá
conta; lua

gasta
o suor alheio
sem remorso
ou culpa; sua

sente
o que mente
com sendo
verdade tua

absoluta
mente
salto agulha
farpa; nua

peito
rotativo
vaga
farta; rua

(Lena Ferreira)


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TÊNUE

O que está
entre o sóbrio e o sono
é a proximidade do bom
no abandono.

LCPVALLE
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domingo, 26 de setembro de 2010



POETA RUI E L TAVARES!

MEU SONHO, MINHA VIDA!

Um sonho, nada mais que isso
ronda as minhas noites e vela
momentos de sono, depois disso,
as eternidades pensando nela.

Já é um sonho vivo, permanente
tão vivo quanto o passar das horas,
vivo nele e ele em mim, eternamente
numa sequência infinita de agoras.

Está em mim, na fórmula da essência
que me torna um ser espiritual
tornando-se fagulha de consciência
que faz lembrar minha origem divinal.

Amo essa mulher com tal pureza
que jorra amor das vazantes dos meus veios
escorrendo neste sonho e na certeza
que jamais secarão os meus anseios.

Mas é um sonho, ...Sonho da minha vida
que entristece o lume do meu cenho
pois dessa santa mulher querida
nem ao menos um sorriso eu tenho!

Rui E L Tavares

A SAUDADE DÓI...

Se não me queres, diga
eu faço figa
e desconjuro...

Esquece, não liga
qualquer coisa que eu diga
pois te amo, eu juro!

Tanto que não aceito
esse teu jeito
desinteressado...

Sei que dentro do peito
embora o ar contrafeito
eu também sou teu amado!

Vem, não me despreza
ouve a minha reza
que faço com ardor...

A saudade dói e lesa
este amante que te preza
e tem por ti tanto amor!

Rui E L Tavares

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