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sexta-feira, 10 de setembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * * *
IMPERMANÊNCIA


Poeta, olha pra mim!
Estás vendo um poeta aqui?
Nem eu!
Passei a madrugada a procurá-lo na Terra do Sem Fim.

Nem sinal!

Por onde andaria esse filho de Netuno?
Veja: minhas mãos estão cheias de poesia mas,
sem o olhar do poeta, a paixão esfria,

não se completa a poesia.

Eu vos convoco, poetas
dos quatro cantos do uni versus,
Vinde, ó amigos da alma! Juntos, o haveremos de achar!

Olhai, olhai, olhai!...

Que nada fique sem vistoria,
pétalas de flor, relva, sombras, raios de sol;
das pedras do chão, cuidai,

com elas, são horas a filosofar...

Levantai vossos olhos aos telhados e arranha-céus,
fazei pente fino nos outeiros,
grão a grão, buscai nas areias, à beira mar,
nos ninhos de passarinhos,

em toda brisa que passar.

Olhai os lírios dos campos, as crianças, os animais,
asas de beija flores, índios, mendigos,
ancião, catadores de papel e, quando a noite chegar,
olhai para o céu, sondai as estrelas,

detei-vos ao luar,

E então, fechai vossos olhos ... Silenciai...
Cessai vossos pensamentos, e ouvi
o que nos diz o coração nesse momento:

– “Ouça-me...”


Carmen Regina


* * * * * * *
Milagre Do Dia Seguinte

Eu guardei, dos dias lindos,
o azul do céu em pinceladas,
véu nas retinas, abarrotadas
de anil, contra o mal infindo.


Arrebóis pretéritos na alma,
arquivei contra intempéries.
Para aturar com muita calma
o cinza de dias ruins em série.

Espírito imerso nessa placidez,
ignoro o chumbo dos percalços
do lado de fora. Torno a aridez
da rotina um mero alarme falso.

Esse esmero meu, tudo suaviza.
Assim vou para além das janelas.
Visto a roupa nova, de poetisa,
E vou reescrevendo nova tela...

Assim agüento as horas mortas
conservo o melhor; o requinte.
À esperança nunca fecho portas.
Quero o milagre do dia seguinte.

Rosemarie Schossig Torres


* * * * *
Gestação do tempo

É, já são nove horas e tal qual os meses, eu estou grávida...
Grávida de idéias que como fetos crescem dentro de mim
Enfim um batimento quase sem força, busca sem nexo a porta
Aborta-se o vazio, o silêncio que ensurdece
A dor no tímpano das horas...
Eu estou grávida!
Grávida de letras que se modificam, somam-se e se sub-dividem como células de mim
Mas mesmo assim, não sou eu...
Faz parte, está dentro e pulsa, e bate e mexe... Quer sair...
Já são nove horas! E tal quais os meses, é hora do parto...
Meus olhos só vêem o branco
E como era branco as vestes da luz
Medico de linhas, papel
Ajuda-me...
Confio em ti
Um olho no olho, um beijo na testa...
A fé na pena e ela vêm...
Coração dispara mãos suando...
E enfim ela chora...
Nasceu!
E é uma menina...
Mais uma prosa

Márcia Poesia de Sá

* * * * *



* * * *
Encontros Cósmicos!.

Há belas flores de lótus,
nos jardins do grande Buda,
buscam energias das mil pétalas,
a antakarana que as ligue,
através de Samadhi todo o dia.
Somos grandes buscadoras
das verdades de Deus, Pai/Mãe,
evoluindo na Sansara do equilibrio,
na dualidade de ser aprendiz de mestre!
Que o grande sol possa iluminar-nos
as jornadas tortuosas, por quais andamos,
e por onde , com certeza, atingiremos,
a vitória de sermos sementes estelares.
As irmãs-estrelas queridas Lena e Márcia,
Flores de Lótus em minha extensa vida!

Godila Fernandes


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Feitiço de Flor

Dia cinza e frio
Antecede a negra noite nua
Tamanho véu de breu
Rescende a luz da lua

O corpo antes gélido
Aquece na prata luzente
Desabrochando em branca for
Bela-Dona, simplesmente

Ampla saia enviesada
Abre-se linda e perfumada
Pra o negro céu namorar

O cinza rendido, cintila
E a Bela-Dona, sibila
Dança, adorando o jardim

Entre outras flores desfila
Feiticeira, acorda, enfim
E ferve o frio

Célia Sena


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O Vôo Kamikaze De Ícaro

A imaginação é combustível, carvão.
Fogo místico que alimenta a chama,
Lume criador da divina inspiração.
Aviva a idéia que o verso derrama.

Devaneio, fogueira que me incendeia.
Salva da solidão e contorna o abismo.
A mente trota nas nuvens sem correia,
o corpo, relegado, vaga no ostracismo.

Cruzo tempo e espaço. Vou no vento.
Veículo que conduz ao céu. Mais prá lá.
Sem lei da gravidade. Só em pensamento.
Um guia ao horizonte perdido, Shangri-lá.

Nau para sair do ermo; criar novo arrebol.
Ao zênite cheguei com o quixotesco elmo.
Sou Ícaro em vôo Kamikaze, rumo ao sol.
Volto a bordo dos raios azuis de Santelmo

Rosemarie Schossig Torres


* * * *

Era uma lágrima pequenina,
perdida em sonhos,
ardia em febre no meu colo;

levei-a para dormir,
deitei-a em meu travesseiro de plumas
e logo vieram suas irmãs,
infantes, como ela,
inconsoláveis;

cantei um canto melancólico
a ver se dormiam
e elas foram chegando, dezenas, centenas,
milhares de lágrimas gêmeas,
como bebês, chorando;

não pude fazer nada
alem de cantar para elas,
desconsolada;

supliquei aos anjos
para acalmá-las, dar- lhes sono,
sonhos macios
como os meus,
ainda que impalpáveis,
irrealizáveis,
sonhos doces de sonhar;

desliguei as luzes da ribalta,
os modens, as mídias,
só ficou o vento gemendo na janela.

Dormi a sós com ela, minha lágrima menina,
herdeira do amor, futura rainha
dos anelos .

Quando o sol surgiu
por detrás das magnólias,
acordamos, abraçadas;

agora, vou levá- la ao jardim
para ver a seca devastadora
nos canteiros de lírios
que circundam a moradia

e que sobrevivem,
apesar da secura,
tão somente
pela graça da poesia
e da ternura.


Carmen Regina


* * *
UM PRESENTE DIVINO

Que grande verdade esta,
Kinda e eu, duas estrelas,
nos caminhos de Deus...
encontro muito "casual",
Ele faz parecer assim...
e depois, encontro Kinda,
a brilhar com as letrinhas,
cheia de amor e poesia,
acolherava-as como fôssem
objetos coloridos de criança,
que encaixam umas nas outras,
um colar de pérolas de letras.
A partir de então,Kindinha,
passa a ser coração, cada vez maior...
Minha doce amiga de encontro Divino,
Sou grata ao Pai por este presente,
a colorir de flores-letras, minha jornada,
e ser, ainda,uma tiara, arco-íris, por sobre ela.

Godila Fernandes


* * *
Ser em lavas

De natureza ardente, surpreendente
É fogo que cursa na veia, incendeia
A imaginação é asa, na pele abrasa
Berra o desejo, a alma sente o beijo

E no ouvido o som, a causar frisson
De palavras loucas, gosto de bocas
Precisão do retoque a um leve toque
Imenso ardor sufocante, no instante

O céu rebaixa ao chão, e toca a mão
Corpo ao corpo se cola então decola
Ápice da explosão, imo em pulsação

Gosto, olor, sensação, pós-excitação
Repouso da beleza, sentir de leveza
Ao saber o que quer, instinto mulher.

ღRaquel Ordonesღ


* * *
(Con)versando
...
.
..
Bom mesmo é conversa de Bar
Com bom chopp ou cerveja gelada
Poesia em semente a brotar
Relembrando a memória passada
.
Entre um gole e outro então
As palavras se soltam; universo
Tendo ao fundo alegre canção
Vão nascendo, um a um, lindos versos
.
A conversa...Os poetas alegres
A fio, as horas, por horas
Mais parecem segundos; breves
.
Os relógios-poetas em greve
Nas horas a passar se demoram
Nem dão conta do romper d'aurora.
.

Lena Ferreira
II ENCONTRO POETAS DEL MUNDO EM BÚZIOS-RJ


* * *
* ficaria mais

se você deixasse
se você quisesse
se você chamasse
e

se você viesse
e me abraçasse
e me beijasse
e

adivinhasse
meus desejos
e
me amasse

ficaria...


* Carmen Regina


* * *
A cor azul da violeta.

E do pranto se fez mais pranto,
e do lilás se fez lindo amor-perfeito,
e a esperança deixou-se colorir,
da flama violeta, que purifica e reluz!

O pranto azul da violeta é prata a noite,
É ouro, ao sol escaldante de verão,
É magenta ao entardecer de nosso dia,
É lindo, é a mais linda e breve melodia.

Do pranto não mais do que pranto, saudade,
é a flor azul do dia, é a violeta quase negra,
que lança suave perfume, aos lilases...

E, no peito de qualquer vivente, o amor...
a dor da saudade que aperta o coração
é a cor azul da violeta sempre conivente!

Godila Fernandes


* * *
Quando a luz brilhou

Alva manhã de nuvens doces
E no jardim havia flores
Raiava lindo o deus dourado
Iluminado o arrebol de anjos.

Cantava assim uma sonata
Um passarinho de cor lilás
Pintando uma manhã enamorada
Com notas límpidas demais

Uma florzinha distraída
Dançava a dança da alegria
Ela era simples, muito linda!
E a chamavam Margarida

Quando no céu, surgiu a luz
Como o beijo vindo do Olimpo
E almas irmãs em equilíbrio
Sentiram n’alma sua chegada

Todas as fadas à janela
Sorriam seu mais lindo riso
Chegou Godila flor mais bela
A luz mais linda do infinito.

Unindo mundos e estações
A sapiência do futuro
O amor de várias encarnações
Evolução do nosso mundo

Ela condensa assim, bondade
Num raio puro azul anil
E decompõe os arco ires
Como diamante que a fundiu

É jóia rara de simplicidade
A mão mais terna da emoção
Conhecê-la é uma felicidade
Calor gostoso em meu coração.

Márcia Poesia de Sá


* * *

A sua essência me é um perfume raro

Me nego a viver em prantos
se em meus olhos ainda te guardo.
Se o medo nos provoca desencontros
O destino se curva à inocência
de nossos passos.

Se um dia por estarmos juntos
o pra sempre prometemos,
O tempo marcou o encanto,
e de tantos sonhos silênciados
a Paixão se perdeu em algum canto.

Mas meu coração ainda acelera
quando sua face me é palpável.
Não quero que este sentimento
(mais uma vez) hiberne no passado.
- Eu que já me perdi em outras tantas-
te faço este último pedido:
Um beijo, e juntos iremos pro espaço.

Clayton Pires

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

POETISA RAQUEL ORDONES!


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Pássaro livre

Saudades de uma liberdade que nunca tive
De poder voejar ao infinito em sua direção
Com as asas da alma bater palmas inclusive.
E assentar na volta do braço do seu coração.

Um pássaro ligeiro e livre eu gostaria de ser
Isento das arapucas, visgos e gaiolas da vida
Alçar vôo, mesmo errante, sem nada a temer
Me desvencilhando das pedras e sem ferida!

Cantar livremente a serenata do nosso amor
Imune de qualquer resquício na nota, de dor
Achegada ao seu sol, sentir e tocar seu calor

Necessito viver minha vida de forma suave!
Liberdade, onde está a minha de ser essa ave
No meu direito de amar porque tanto entrave?

ღRaquel Ordonesღ


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segunda-feira, 6 de setembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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Águas de março.

E a bossa fez jorrar as águas
Na voz de um brasileiro
Que março caiu o tempo
Inteiro...

E a bossa fez o fino molhar
A alegria estampada
Que março cantou com
Voz molhada...

Mas que a bossa é água de março
Que o verão secou de ti
Os versos que nos foram
Cantados por ti...

Mas que essa bossa é o trato
A letra marcada, a melodia
A chuva, os versos que tanto
Marcou-nos dia a dia...

São águas de março que tanto
Enfeitaram o verão, caíram
Feito poema dentro de mim
Em vozes calmas saíram...

E Tom deu o tom de seu dom
Foste a canção, foi a menção
Que suas águas de março
Cantou o verão...

André Fernandes


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Sementes que o vento semeia

Somos captadores
Poetas, atores, pintores...
Escritores.

Temos muitos amores
Pessoas, estações, estrelas e cometas
Não temas! Escrevas!

Há um jardim encantado
Pautado, desenhado, pintado
Escrito

Seja no coração do poeta
Ou nos telhados de vidro...

Nos olhos e mãos de todo um infinito
Sementes que o vento semeia
Molha, rega, aduba, prateia...

Ah! Quem me dera...
Que em meu jardim só nascessem camélias.
Mas há plantações de begônias...
Orquídeas e verberas

E em alguns raros momentos sem luz
Nascem também ervas daninhas
Que trato de retirar
Para que não poluam
Minhas mal traçadas linhas.

Sementes?
O vento leva...
Sopre alegria, amor, cortesia...
Quem sabe assim, algum dia
Tenhamos um jardim d’amour.

Márcia Poesia de Sá


* * * * *

AQUI MESMO

Quero mesmo é criar aqui
neste mundo real
tudo aquilo que sonhei

Quero ver o lado bonito
que tudo tem
e saborear quitutes de rei

Quero consolar o aflito
e lhe dizer
que tudo é como convém

Quero ensinar o que li
mostrar o astral
que tem a palavra Amém

Quero mesmo é viajar
no alegre trem
da poesia em que entrei

Quero ter como namorado
o doce prazer
de viver com o que se tem

Quero ver imortalizado
tudo o que é natural
e sentir o vento que soprei

abrandar o coração de alguém!

Anorkinda


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Canção Para Ninar Uma Rosa

A rosa ao vento se despenteia.
Cabeleira agitada no ar glacial.
Qual rubras centelhas, as melenas
caem em procissão.
Pétalas vermelhas, um filão.
sem sangue nas veias
Veste cor invernal.
Rosa lívida em trajes de açucena.

Gota a gota foi dessangrando
a seiva em torrente carmim.
O mundo está em rebuliço;
Vergel convertido em deserto;
Coração a céu aberto.
Voz embargada vai rogando:
Que ressuscite o jardim!
Rosa anêmica. Perdeu o viço.

Plantada no meio do nada
com os espinhos, e mais ninguém,
ela compartilha amarguras de flor.
A tristeza de repente falece
É um doce canto que aparece,
faz a alma sentir-se ninada.
Adormece como um neném.
Rosa acariciada recupera a cor.

Abre os olhos. Vê seu novo amigo,
Ave sem teto nem guarida.
Ainda implume; um passarinho,
que traz nas asas sua canção,
e na garganta um sol, rincão
onde a alma encontra abrigo.
Com ternura, das pétalas caídas
A Rosa feliz lhe faz um ninho

Rosemarie Schossig Torres


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Tenho três inimigos

Por cinco anos, deixou-me livre, leve e solta a brincar pelas comunidades,
a fazer amizades mais do que reais...imortais, deixou-me versar dia e noite,
espalhar poesia! Mas certo dia, ouvindo más línguas, Sr Orkut se voltou
contra mim e excluiu-me!
Duas vezes, pois duplicada eu estava, tamanha era a liberdade!

Ao voltar, sob olhares suspeitos e suspeitando também de todos os olhares,
Pensei em continuar em liberdade, mesmo que fingida, mas nada é igual quando
quebram-se os cristais!
Não consegui resgatar nem a metade dos contatos, nem a metade das comunidades
e fiquei com assuntos pendurados no vácuo virtual das palavras.

Muitos poemas meus voltaram a ser inéditos, estão fechadinhos nos cadernos
pequenos e espirais, eles gritam dia e noite pedindo ar. Sufocados, querem
espalhar versos a plenos pulmões.

Pensei: Podia ser a deixa pra publicá-los em livro impresso. Bastou pensar
e ele levantou-se a minha frente, dizendo um peremptório NÃO, o Sr Dinheiro
nunca gostou de minha cara insossa.

Não suporto ouvir meus poemas em choradeira, e voltei a digitá-los no orkut
mas também outras paragens. São 14 caderninhos repletos, tem poema até na vertical,na diagonal, nas capas...superlotação!

Problema: um dia de 24 horas não rende, a inspiração ainda quer poemas novos e
me azucrina com ideias. Eu a amo e nunca lhe digo não, mas às vezes, o verso novo
impaciente, vai embora sem nem despedidas por eu não tê-lo lapidado em tempo hábil.

Pedi, implorei ao Sr Tempo por um dia maior, eu também administro os Pequenos
Grandes Poetas, pois sem eles eu não vou a lugar nenhum, não voo sozinha.
Sabem o que ele disse: Te vira, guria!

Anorkinda


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Um lugar muito distante

Nada é distante quando amamos
E o lugar muito menos ainda
Um ambiente que imaginamos
Morar assim, por mais que não finda

Nada é longe, nem é tão perto
Nem longínquo nem mesmo remoto
Quando os dois se completam!
O lugar é o menos que se importam

André Fernandes


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Ah, saudades!!!

Misteriosa e complexa,
vilã e companheira,
a saudade vem anexa
à paixão pura e verdadeira

Também se une ao amor,
assim como à amizade,
machucando como dor
ou consolando, com bondade

Ah, saudade da minha terra,
saudades do meu pai, do meu irmão!
saudade que em si encerra
desterro ou abolição

Amélia de Morais


* * * *

AMOR

Amor,
que vejo no sol e na lua
que busco na língua tua
que sinto na pele, louca...

Amor,
que me deixa rouca
de tanto sussurrar
obscenas ternuras
no ato de te amar...

Amor,
que me eleva em enlevos
ao desvendar teu corpo
em malícia...

Amor,
livre de amarras
sem rótulo
sem medo...

Amor,
que transcende o desejo
que desnuda o corpo
que habita a alma
me eterniza tua.
.

Mavie Louzada.


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Céu aberto

Céu aberto
As andorinhas voam
Em céu de brigadeiro
Percorrem o infinito
Nas asas da liberdade
Quisera ser pássaro
A cortar o céu
Desenhar o firmamento
Com minhas asas
Voar feito um passarinho
Que sai do seu ninho
E pousa mansamente
Nos braços abertos
De nossa inspiração.

André Fernandes


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O TEMPO DO SIM

Porque chegaste tempo...sempre misterioso, efêmero, passageiro.Enigma.
Chegaste tempo do sim...sempre dadivoso, abundante, hospedeiro.Benigno.
Porque chegaste, sim...chegaste com o vento da mudança, com o sol da
temperança. Digno.
Chegaste, sim chegaste...com a mão estendida, com a vida refeita. Paradigma.
Porque chegaste pra querer o mais belo...pra vigorar como o broto singelo daquela flor do amor...Estigma

Anorkinda


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TEMPERANÇA
.
Um olhar passou e me arrastou
Conheci os mistérios do amar, amando
Entre o frio e o calor

Um vento passou e me levou
conheci os mistérios do ar, voando
entre a saudade e o amor

Amélia de Morais


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OBRIGADA!

Afogo-me
Num mar de reconhecimento
Afagam-me
Tantas ondas de carinho

Pelo caminho das águas
Rio de emoção
Pela curva do abraço
Um lago largo de afeição

Danço leve
Sob uma chuva de aplausos
Giro e me elevo
Sob o efeito dum tornado que me cerca

Assim, sempre
Inundada, encharcada, úmida
Por inúmeros sentimentos
Chega-me, também
A busca, o desejo, a dificuldade
Para encontrar um agradecimento
Que carregue uma enxurrada de gratidão

Então, derramo poucas palavras:

Pingo d'água! Pingo d'água!

Janete do Carmo


* * *

NOITE ROMÂNTICA

Acendemos velas
E belas
Chamas

Abrimos champanha
E sorrisos
Borbulhantes

Provamos a maciez
Do tapete
E dos pelos

Respiramos nossos anseios
E o perfume do meio
Ambiente

Degustamos frutas
Maduras e doces
Ilusões

Saciamo-nos na água
No fogo, no ar
Na terra, no céu

Assim foi nossa noite
Foi ontem
Mas a vela ainda chama...

Janete do Carmo


* * *

DIA DE SORTE...

Hoje acordei
Com a cabeça
Nas nuvens...
Pensamentos brancos
Feito algodão
Entre o lázuli do céu
O esmeralda da folhagem

Olhei no entorno
A paisagem
Convite a uma viagem
Pelas veias preciosas
Do artista
Através de pinceladas
Precisas,vibrantes...

Ditando o norte
Deste dia de sorte,
Pedra preciosa,
Bela qual diamante,
Lapidado,
Surge majestade
Em perfeito brilhante!

Lage,Mazéh

* * *

PRIVILÉGIO

A vida é plena em mistérios
desvendáveis a todo o disposto
a retirar a fina máscara do rosto
e enxergar além do tudo etéreo

Visão aguçada é um privilégio
para poucos mas é apreendível
absorvida e muito compreensível
à quem tem amor inteiro, régio

À vida, dê somente passagem
para bons fluidos e muita energia
não acumule em sua bagagem
o que não pode transpor em poesia

(Lena Ferreira)


* * *

PÉROLA

Era uma vez uma perolinha
de cor bem branquinha
Nascida em concha fina
onda do mar era cortina

Espiava a vida praiana
seus sonhos, seu prana
Oferecia seu pequeno brilho
ao mar, inocente vitrilho

Da poeira dos dias
incorporava harmonias
Canções pequeninas
entoava às meninas

dos olhos da lua

Anorkinda


* * *

O INSTANTE DO NADA
.
tu és
o vácuo
o instante do nada
o silêncio da dor
a carta sem resposta
a tela branca
o poema não escrito
a flor sem corola
a ostra vazia
quando se espera uma pérola

Amélia de Morais


* * *

Nãovoltomais...nãovoltomais!

A paisagem vista da janela do trem
diz que ficou lá longe um grande amor,
uma esperança cinza de sonho vão,
diz: tealcançojá, tealcançojá, tealcançojá...

E a luz do sol que adentra o vidro da janela,
impede de ver a verde paisagem lá fora,
e a melancólica, porém doce vida que há nela,
diz: nãová, nãová, nãová, nãová, nãová...

O coração escorregando pelo peito afora,
grita de dor em plena janela contra a paisagem,
vemcá,vemcá,vem,vemcá, vem cávemcá vemcá...

A paisagem mudando sempre, deixa pra trás você,
que perfeito, puro e ingênuo deu-me o único amor,
que com o trem diz: jáfuiembora,fuiemborafuiembora...

Godila Fernandes


* * *

LETRAS BAILARINAS

Letras são bailarinas perfeitas
que bailam lépidas no papel
em piruetas chegam ao céu
e a toda alma enfeitam

Formando versos tão bonitos
em sincronia maravilhosa
escrevem, poemas e prosa
e alcançam o além, o infinito

Letras nos fazer voar tão alto
advertimos ao leitor incauto
que desprezam a imaginação:

Letras são perfeitas bailarinas
que embriagam as nossas retinas
se o poeta é pleno em inspiração

(Lena Ferreira)


* * *


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