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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * *

OXIDÁVEL


Andei observando o vai e vem da porta
e o ruído incômodo da dobradiça enferrujada
acordou os pensamentos insossos
acerca de um destino tolo, ilusório
onde a sua volta seria a chave mestra
para uma felicidade terna eternizada

Mas o desgaste causado pelo tempo
- implacável nos momentos imprecisos -
fez ranger os muitos dentes magoados
das memórias doloridas por descaso

Andei observando o vai e vem da porta
e o desconforto no ouvido enlouquecido
fechou os meus olhos para a cena oxidada
onde os pedaços de nós já corroídos
escorreriam pelos vãos dos poucos dedos
e os segredos nunca mais seriam meus...

Lena Ferreira

* * *
Imensurável

E se eu te amo
Como eu te amo
Com todas as forças
Da minha vida
Do meu coração
Do meu corpo
E da minha alma

É só porque me dizes
De todo amor que sentes
Muito além
Do que as palavras falam

Gritas no olhar
No riso
No cheiro
No beijo
No toque
Nas mãos

E o tamanho desse amor
É dito
Mesmo quando as palavras calam

Célia Sena


* * *
BATENDO ASAS

Calo o grito
Escrevo o verso
Peito contrito
Sentimento desperto

E eu verso
Como antes
O tento inverso
Do que me possuía

Este desejo imenso
De revoar na vida
Batendo as asas
Na letra desta poesia.

Viviane Ramos


* * *
Milagres.

Milagre é a lágrima,
Que corre solta,
Na face triste...

Milagre é poder sorrir
E alegria sentir.
Milagre é poder amar.

Milagre é dormir
E sonhar...
E, depois, acordar...

Milagre é um ser,
Que transmite a um outro ser,
Suas características Genéticas.

Milagre é a amizade,
O carinho e a certeza,
E a solidariedade...

E a própria natureza,
A luz varando a escuridão,
É a mão na mão.

Milagre é o pensamento
Tão extenso como o firmamento
E os astros em movimento.

É milagre a energia pulsante,
O Universo em movimento constante,
E a claridade do sol vibrante.

Milagre é sentir saudade,
Milagre é a Vida e a Verdade,
Milagre é a Luz.

Milagre é ter vivido Jesus,
Num tempo remoto e distante,
E ser hoje, ainda presente, no ser pensante.

Milagre é ser capaz de perdoar,
Milagre é ter sido capaz de tentar descobrir,
O que o arbítrio, quando quis, tentou ocultar...

São milagres tudo o que já foi mistério, segredo,
Desvendados e que, no Poder Medieval,
Causavam estranheza, causavam medo...

E, na Idade da Escuridão,
Poucos milagres havia...
Aquele que ousasse, praticava feitiçaria...

O próprio mistério que envolve
A Vida, a morte, a ciência, o mal e o bem,
São todos milagres também.

Milagres são a Música, a Poesia, todo tipo de Amor,
O leite que jorra do seio da mãe,
O amor eterno, incondicional, até mesmo a dor...

Jane Moreira


* * *
A idéia

A idéia prefere cabeça pensante
Que absorva e decifre com clareza
A mensagem transmitida.
Se clara, e ou errante
Manifesta-se com algum objetivo.

A idéia é o grito da mente
Que instiga o homem
A entender conceitos
A criar e praticar algo impactante
Virar a mesa e sair da mesmice.

O novo é desafio do potencial,
é vereda que se explorada com intensidade
pode levar ao sucesso.
Pisar fundo e persistência
Bagagem indispensável


Diná Fernandes


* * *

LIGEIRO

Paisagem pelo quintal...
Cabelos pela manhã...
Desejo, meu amor espera
beijo, sorriso de romã.

Pensando perceber quem queira,
sendo e procurando você,
ofereço peito aberto em festa,
a mão , a boca, o ser...

Claudenir



* * *
Meu Varal

Entrego-te meu varal.
Varal de esperanças,
Há vida e harmonia penduradas.

O vento sopra lá do norte,
Há o sol que aquece do leste
Há uma cantoria pra acalmar.

Meu varal balança.
Olha o sorriso, olha os desejos,
Entrego-te para que você seja feliz.

Tome. É todo seu.
O vento sopra, o sol aquece,
A esperança balança sem medo.

E assim eu abro a porta.
Abro a porta do meu coração.
Pra você ficar segura, pra te confortar.

Há tranqüilidade, um ar fresquinho.
Dou a chave dessa porta
E lá dentro você terá todo amor do meu coração.

(Rod.Arcadia)


* * *
Desígnios Divinos

Dos propósitos de Deus
Eu pouco ou nada sei
Mal sei explicar os meus,
Essa verdade direi

Reconhecendo aqui,
Minha ignorância infinita
Ouso arriscar palpite:
Creio que Deus traduza a vida

Ante tal magnitude,
Onipotência, onisciência
E onipresença divinas
Recuso-me a crer
Que o infinito do Universo
Que cabe agora nesse verso
Possa destinar-se apenas,
Exclusivamente,
A uma única forma de vida
E a ilustrar meus poemas

Se o próprio Deus
Divide-Se em três
Seria presunção extrema
Acreditarmo-nos únicos
No sem fim dos mistérios
Dos divinos dilemas

Célia Sena

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


POETISA DINÁ FERNANDES!



Vamos Ler?


Que tal dividir aquele tempinho
Dedicado à mídia com um bom livro?


O lazer mexe no bolso,
é caro, mas é preciso... Faz bem a alma,
leitura também.


Você já foi a um Sarau de Poesia?
Custa tão pouco! Pode-se consumir
apenas poesia!
Ler pode custar caro, não ler, custa mais ainda.
O gostar de ler, o dar um trato no “Padrão Intelectual”,
rechear a mente com informações que contribuam
para o engrandecimento do ego, é um ato de amor,
de você para você.


O conhecer é a mola que move o mundo.
Não há transformação sem conhecimento,
Querer é opção!
Ler é primordial!


Diná Fernandes


Recusa à Tristeza

Noite morna de outono
meus pensamentos
se vão como que varridos
pelos ventos errantes.

Vai tristeza!
Não tente
em mim instalar-se,
saudades? Sim!
Não o bastante
pra me sucumbir!

A noite é mística
o mar está bravio,
cheiro de maresia no ar
e o marulhar das ondas
aquieta minh'alma...
invade-me a Paz!

Não me apraz...
nem saudade
nem abismo
sou muito mais
que uma mensagem
de otimismo!

Diná Fernandes





POETA DANNIEL VALENTE!


PERSEVERANÇA

Tenho colhido flores
Plantado luas
Fincado estrelas.

Vem a tempestade
O caminho errante,
E as flores se espalham
Voam as estrelas.

Então eu recolho as pétalas
Construo outro luar
Semeio estrelas.

Outra vez a ventania
A fragilidade da carne,
O céu ferido.

Mas eu avanço
Com uma estrela na mão
Com a mesma lua
E outra vez com a flor.

DANNIEL VALENTE


DA PALAVRA

Não existe palavra ou temas antigos,
o que existe
é a ausência de maquiagem...
um jeito novo de dizer.

DANNIEL VALENTE

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

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BRANDURA

Já andei por esses caminhos
resgatando almas de abismos
puxando os fios de suas vidas
até sangrarem-me as mãos
em lutas e malabarismos
tentando estancar feridas
expostas por todos os vãos

Sempre a mesma pergunta
na boca, nos olhos, na dor:
Por quê? Por quê? Por quê?
E nesse papel de inquisidor
palavras eram lâminas afiadas
feriam como pedras lançadas
de efeito devastador

E foi nessas tristes andanças
que aprendi a lição da brandura
e abandonei as cobranças
- em vez de ser a borrasca
eu procuro ser o farol
a mão no ombro é a mão que cura
o abraço é o laço que refaz a confiança
palavra de estímulo é acupuntura
e nos cantos onde a palavra não alcança
sorriso é janela aberta para um novo sol

Helenice Priedols

* * * * *
Sem Casca

Quero despojar-me
Não do que não me serve,
Mas daquilo pra o que
Eu já não sirvo mais:
Medidas exatas,
Verdades eternas
Respostas prontas
Horas inteiras

Saí do molde
Já não caibo como antes.
Transbordei

Entre queixos caídos,
Bocas abertas
E olhos incrédulos,
Eis-me aqui
Fora dos padrões
Andando fora do quadrado
Versando sem rima.

Célia Sena


* * * *
Camisa

Cobri o meu
corpo com a
transparência
da sua camisa.
O seu perfume
em mim impregnou
voou em minh'alma,
leve brisa.

Me vesti de você.

Meus desejos
Pelos seus foram
libertos!

Saltaram,

escorreram por entre os
botões abertos!

ღRaquel Ordonesღ


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ESTRADA NOVA

Minha Paz, meu Amor, minha Vida
serenava na Luz de Fevereiro
e o passado aparece falando em Anjos
com seu manto cintilando de luzeiros

que mostravam atos, perfumes e desejos
que cresciam e mostravam e estendiam um caminho
quando enfim apareci como criança
suplicando presença de carinho.

São dez dores (meus amores) que resumem
o destino que se abre ao coração
com escolhas que definem todas chaves
pra estrada de uma nova dimensão.

Claudenir


* * *
PÓS-PREMATURO

Ainda inato, já existia,
na memória congestionada
da mãe pobre e analfabeta.
Pós nascido, já dizia,
teria uma vida menos judiada,
estudaria para se tornar colibri,
líder religioso ou poeta.
Criança, já adulto,
vivia nos viadutos,
soltando pipas de plástico,
abortando utopias indiscretas;
nem se formou bem-te-vi,
nem tomou gosto por trabalho;
perfurava noites, nas mesas
forradas de feltro, de baralho.
sempre perdia; pedia mais crédito,
sabedor com universal certeza,
seria interrompido antes do fim.
semi vivo, estava morto;
não essas mortes de velório,
pranto e sepultamento.
Pior das mortes:
sem sonhos para embalar,
coragem para seguir,
nem um único amor
para conquistar.
sem filhos,
árvores,
poemas;
nada gerou,
nem iria fecundar.
Veio antes da hora,
antes do tempo partiu.
Ninguém notou,
para ele próprio,
nada mudou.

[gustavo drummond]


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DECLARAÇÃO DE DESAMOR

Deveria ter pedido perdão
por tantas coisas que fiz.
Eu deixei-me levar
pela falsa falta de amar.

Vieram dias de ilusão,
cerquei seu coração,
moldei uma convivência,
movediça.

A inevitável separação
doeu em mim também.
Pois o perdido tempo não volta mais.
Todos os beijos eram mentirosos,
os afagos não ficavam atrás.

Por favor,
esqueça meu nome...
para seu próprio bem.
Não perca tempo chorando
pela face mascarada que conheceu.

Deveria ter tido coragem
de avisar que eu era miragem,
que à noite voava sozinha,
que sonhava com outra paisagem.


JULENI ANDRADE


* * *
Afogueada

Afogueada pelas lembranças
passo a mão no corpo
e mergulho no copo

Independente de minhas desconfianças
a vigília desta noite profunda
confirma o que penso.

Sei que amar não é aceitar tudo,
racionalmente todas sabemos
mas quando fala mais alto o coração

A lógica da pele é que se impõe...
Mais bêbada do que Baco
ao lembrar seu beijo, tombei

Pálida, pintada e ruiva eu espero
abatida por seu míssel de mel
Desconfio que todas as mulheres
ficariam perturbadas, meu bem
com sua falta de propósitos
e de propostas também.

Gladis Deble


* * *

FELICIDADE

Como não ser feliz
diante de um poema?

É uma sensação
de missão cumprida.

É como pegar um soneto
com as próprias mãos
e molhar-se em suas ondas.

Completamente deslumbrado
com o sol que os versos fazem
dizer que o soneto virou mar.

E um soneto, um poema
é tudo que preciso
para navegar.

Como não ser feliz
diante de um poema?

Danniel Valente