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sábado, 29 de maio de 2010

A POESIA DE ROZELANE MORAIS!

Longo caminho

Rodeado por árvores

Não sigo sozinho


Rozelane Morais

Mergulha o sol

Do galho da árvore

Refresco no dia


Rozelane Morais

ROSAMEL ... a poesia doce e perfumada!


OLHAR ESTRELAS

A noite estrelada convida e a valsa tocando ao léu
Eu amada constrangida por ti esperando em meu céu
E tuas mãos que acariciam o meu corpo acalorado
E os teus olhos que denunciam um forte desejo velado

Desenovelas meus cabelos com carinhos tão gentis
E como não recebê-los se me fazem tão feliz
E tirado tua vestimenta por sobre a grama orvalhada
É a mim que atormenta esta visão tão desejada

Me deitas suavemente me envolvendo em teu abraço
E eu sinto docemente do teu coração o compasso
Gira a noite por sobre as estrelas penso eu estar em sonho
Quero eu tê-las e vê-las sempre no teu semblante risonho

E abres com encantamento minhas vestes e a leve brisa
E sinto o encantamento da mão macia e lisa
A pele a arrepiar e assim você fareja
Este meu calmo gozar embora tu anteveja

A cena calma e serena de dois amantes sob a lua
Fazendo uma festa amena e eu delicada toda nua
Enrolo-me em teu desejo tão forte e tão fecundo
Também a ti eu farejo feito uma fera do mundo

Fecho os olhos e entre véus sinto-me ser possuída
E com as estrelas do céu eu posso ser confundida
E assim ao último bailado entre o êxtase e o gemido final
Eu sinto ter encontrado a minha luz existencial

RosaMel

"Grinalda de Amores"

Pensando nas dores da vida
Dos amores e dos dissabores.
Dor feita por alma querida
Que deixou só em ferida, amores.

Ferida que não cicatriza
E que num rasgo infinito
Abre um clarão e eletriza
Um longo eco de grito.

São tantas "Dores de Amores"
Que vão com o tempo murchando
Feito grinalda de flores.

Que o vento vai levando
Embora ainda nos doa
Um amor perpétuo que ecoa.

RosaMel

sexta-feira, 28 de maio de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!

Travessia

Quase fuso,temperado,não confundo ...
Vi o Mundo;vários mundos ...
Muitas cores ... !
São fatores que sensibilizam a breve matéria
Sendo alvos,caminhos,passagens ...
Pensamentos,sonhos,e miragens ...
Se declaro vão,não é vão !
"Fomos sendo,o que queremos"
Como o encontro nas esquinas do tempo,
Nas curvas do espaço,
Sob a luz dos astros ...

Claudenir

Jardim de estrelas

Senhores do tempo
De amores e beijos,
Nas luzes creditam paragens de alguém,
De cores e coisas,
De gestos e versos,
De passos imensos,
De amigos intensos,
Que aqui sempre cantam,
Declamam e ouvem,
transformando-se em flores
Iguais a você

Claudenir

Sê compassivo

Violência
corpos em jornais
moleques em profusão

Cenário
relativo aos normais.
Há que se prestar atenção:

Mendicância
e pobreza são sinais
de falta da boa educação

Discursos
e revoltas demais
oferecem nenhuma solução

Exercício
salutar e bem mais
efetivo é respeitar a condição

De ser humano
em variedade de ideais
mas no fundo exatamente iguais
a eu e você que nos danamos de presunção!

Anorkinda

Nosso Eu!.

Onde estás?
Sou eu quem te chama...
Teu outro lado, teu eu.
Vamos apareça e...
Saiamos enfim, daqui.
Venha, quero mostrar-te
o outro lado que desconheces,
eu, teu outro ângulo, o reto.
Venha, noventa graus a estibordo...
Estou eu, ou tu, que sei eu!
Cá estamos, apenas, nós!

godila fernandes


Noite de lua cheia

Nasci em lua cheia
Sou a luz que brilha no beijo
De um casal apaixonado
Já fui pintado com os olhos
Em lagrimas quando o amor
Esvai-se...
E dele renova outra noite
Como se o amor nos desse outra chance
O dia é forte o calor respinga
E chega a noite e fica cheia
O coração se incha e a luz
Clareia...
E a mão se pega eu sou a mão
Que a noite seduz
Você...

André Fernandes

ALUCINADO

Fico alucinado
quando penso em seu físico
seu corpo cheio de curvas
dentro daquele ousado vestido

Sua respiração no meu ouvido
é como o zumbido de um inseto
que voa cheio de alegria
à colher o néctar que extasia

Sem olhar eu vejo
o decote dos seus seios
de sua linda blusa
despertando meu desejo

A doçura que esconde na gruta
é como um fruto maduro
que guarda o doce líquido
dentro do oco da fruta


Por Joseph Dalmo

Ressurreição


Eu sabia que depois que vertesse
a última gota do veneno
Ela morreria em versos
Lentos, desatentos

Eu sabia que depois do fel
Viria doce, seduzir-me
Com os adjetivos mais rasgados
Em rimas límpidas

Eu a queria incerta,
deserta, sem nenhuma pretensão
Mas, sabia que assim não viria
afagar-me

E temi não mais encontrá-la
Tê-la perdido,
pelas madrugadas
geladas em que me dispersei

Receei que meu choro contido,
meu riso esquecido
e meu grito calado
tivessem levado-a

Mas, hoje ela renasceu,
viva em mim,
Em versos assimétricos
E egocêntricos, para falar de si

Deu-me a mão
e prometeu não mais fugir
se de novo a verve
em meu peito dormir.

Alexandre de Paula


Notas


É dó
de si
que o faz
ir de ré
prá além de lá

É sol
que não se põe
é dó na contramão
dó maior
dó menor
dó!

És só um pedaço
somente cansaço
cadê a canção?

Ana Luiza (coisas de Ana)


CACHOS D’ÁGUA

Andando na praia avistei
Sobre um pedestal de pedras
Enfeitando a visão do céu e do mar
Gaivotas contemplavam
Meu colírio do olhar
Alquimia das minhas meninas
Que insistiam em fitar
Metade humana
Talvez metade sereia
E cantava, e cantava
E sob efeito do seu canto
Dançavam as gaivotas
O balé dos pássaros
Causando inveja às andorinhas
Que não tinham sua semideusa
À beira mar, a brincar
Pondo em dança o seu pé
Como se acariciasse
Os cachos d’água
E as ondas chegavam mansas
Até ti, quebrando-se sempre
Como se curvassem-se
À singularidade
Daquela paisagem viva
Presente ali.

Poeta Urbano



Mergulha o sol

Do galho da árvore

Refresco no dia


Rozelane Morais

QUEM SOU?


SOU MOÇO
SOU VELHO
SOU PALHAÇO
SOU BELO

SOU BONECO
SOU GENTE
SOU AMANTE
SOU CRENTE

SOU A VIDA E A MORTE
SOU O AZAR E A SORTE
SOU POETA SOU REPENTE

SOU TUDO ... rsrsrs

ATÉ QUE'U AGUENTE


pedro costa


Sou vassala da emoção
Sirvo a Deus e as palavras
Sou inimiga da razão
Minha mente é despreparada


Trago em mim a força da repulsão
Impregnada no meu olhar
Que age contra a multidão
E solitária me deixa a poetizar


Cultivo flores despedaçadas
No oculto do meu ser
Essas flores são regadas
Pelo sangue que meus olhos fazem chover


Vivo no quarto, trancada
Não nasci para viver
Da solidão sou namorada
Minhas filhas, as lágrimas
Estão prestes a nascer

(Anna Eichman)

Emoção

Não entendo a emoção
Onde ficam os seus olhos?
A razão sucumbe ao coração
Poetas! Eis que faço a sensibilidade
Aferir meu sentimento
Já que a mente de um grande artista
Perde ao toque de uma
Delicadeza...

André Fernandes

SOSSEGUE!
.
Não me acorrente
os pés,
minha alma é leve,
flutua.
O gesto é meu, breve,
a saudade, é sua.
Quero correr campos,
nadar mares,
voara céus,
não me cubra o rosto
com véus!
Meu amor é livre, belo.
Durma, sossegue,
seu sono, eu velo.

Amélia de Morais

Amor e ego

Desdenha de mim quando amo
Esse amor falado é fácil de entender
Ao sentir não nos vale compreender
Resenha de um amor mal compreendido

Tudo o sente, mesmo que infimamente ama
Tudo o vê, mesmo que cegamente deseja
Tudo perdoa, mesmo que tristemente lhe seja
Tudo o sana, mesmo que a causa seja dura

Posso falar com emoção sobre o amor
Mas falar não é sentir
É nos mentir pra si mesmo
Fazer com que sejamos puros sentimentos
Sou esse Norte que a poesia me teve
A minha eterna família é a amizade
Pela qual percorro de um ponto ao outro
Meu amor não é pra um
Meu amor é infinito e pra todos
Mas somos mesquinhos e egoístas
Fazemos de nosso amor um capricho
O nosso ego inflado...

André Fernandes

CONSTRUÇÃO

Casa simples, caiada,
no alto da colina,
frente voltada
para o futuro,
belo horizonte,
livre, sem muro,
contornada por jardim
de flores astrais.
telhado transparente,
do paraíso, confim.
janelas enormes,
por onde passavam
sonhos fugitivos,
tanto mais...

Árvores centenárias,
sombra bem-vinda.
Escutando o canto
do regato pacato,
Aves em madrigal,
suaves acordes,
gostoso dormir.
Tempo não existia,
sempre era agora,
De longe se via
a pequena construção,
mais alto uma capela,
cruz de madeira,
um aroma de vela
acesa.
brisas saudosas,
Oásis campesino.
Bendita seja,
morada de meu ontem,
Descanso final.

[gustavo drummond]

Vem...sim...

Vem e dispa-me a poesia
rima a rima
sôfrego

Sim, desliza-me em verso
verbo a verbo
trôpego

Vem e declama o poema
sou a musa
Reticência...

Sim, proclama em voz
poética minha
clemência

Anorkinda

ENCANTAMENTO

Diga frases curtas,
profundo sentido;
nada fale
deixe o silêncio contar.
Se afaste só um pouco;
me abrace já.
Deixe que beije
seus beijos
gosto de manhã.
Fique quieta;
movimente febril;
colibri, arco-íris,
alvo, seta,
quem te viu;
quer te ver,
com este diamante
no olhar;
ousadia que afronta,
dança inconstante
na linha da ferrovia.
Mesmo que não ouça o som,
Escute duas músicas
simultâneas.
Não perca o tom,
a compostura,
delicadeza de gestos,
rodopie, gire,
mesmo que a roupa
não seja adequada,
se sinta molhada
de suor,
ou desejo.
Sem culpa,
Com corpo sensual,
infernize minha inspiração,
Estigma, do tempo, um sinal,
Te usarei sem moderação.

[gustavo drummond]

VERDADE

O coração pulsa
num tom diferente
quase descompassado
quando ficamos lado a lado

A respiração soluça
em espasmo eloquente
quase sufocada
quando a boca fala calada

A verdade avulsa
é devastadora e senciente
quase despudorada
e não precisa dizer nada!

Anorkinda

Minhas águas

Ha em mim um que de água que não finda
Rios e corregos fugindo para o mar
A cidade que nasci me ilumina
Com lanternas de ferro e vidro a brilhar

A veneza que assim se entitula
Tanta história em seus antigos casarios
E o rio que por ela se desbrava
Corta os anos, os sonhos e desvarios

Sou um mar em aguas doces flutuantes
Sinto as gôndolas passarem lentamente
Vasto céu azul anil lá adiante...
Ca dentro sempre brota uma semente

Da veneza brasileira comovente...
Nasce a poesia que embarca lentamente
Nascente do sol de um meio dia
Raia na imagem, um sonho azul...

... assim dormente

Márcia Poesia de Sá


A menina

Quieta e franzina quase não falava...
Não expressava a dor, nem tão pouco o amor que guardava
Rasurava sentimentos em cabos de guarda-chuva nas ladeiras íngremes de seus nadas
E os anos se passavam...
Ela mal percebia que seu corpo se modificava
Ia com a mãe à feira, e nem notava
Os olhares fortuitos dos rapazes, a ela, não diziam nada
Simplesmente a menina caminhava...
Calma e tranquilamente entre melões e folhas...
Todas tão viçosas, quanto ela poderia ser...
Se quisesse ser... Se pudesse ver.
A casa branca rodeada de flores do campo
Tinha janelas arqueadas... E um tom de romance inútil
Que embelezava a rua cinza griz
Os anos cambaleantes, num belo dia
Esbarraram na parede sem querer
...e começaram a cair da escada
Uma queda vertiginosa que findou por bater na menina
Que assustada, ao se olhar no espelho...
Talvez pela primeira vez em sua vida...
Surpreende-se com um som agudo
Que a perseguia pela cozinha limpa...

- Vovó, eu queria bolo!

Márcia Poesia de Sá

pedido



Aquele guardanapo
Debaixo da taça de vinho
Peço que leve contigo.

Pois nele deixei meu sorriso
Branco, vazio, sem motivo.

Leve,
Guarde naquela sua gaveta
De fotos.

Hoje o que eu quero
É permanecer
Em suas lembranças


Clayton Pires


SORRIA

A vida é bela
Sorria!
Mesmo a pé
Tenha fé!
Há magia...

Há um Deus
Meu e seu
Que nos ama!
Que nos fez
Deus é três
Plena chama!

Se o amor
Trouxe a dor
Sorria!
Morrem tantos
Sem seus encantos
Por um só dia

Se a vida for cruel
Se tiraram o céu
E a harmonia
Põe os joelhos no chão
Abre o teu coração
Sorria!

Poeta Urbano

Sublime

As palavras me consomem
Nessas horas.

Debaixo dessa sombra
Que as folhas fizeram
Com a luz da lua.

Porque seus olhos continuam
Me dissolvendo aos poucos?

Continuo te querendo
Tanto quanto minha língua
ácida, pede sua pele.

Não consigo fugir:
Nada me impede
De não deixa-la fazer.

A noite deixou de ser tédio.

Se estamos assim, tão inquietos
Só peço que o sol demore a amanhecer.

Clayton Pires

Transgressão poética

Aos olhos que nada vê
Sobram testemunhos
Rompidos na elegia
De um poema

Transgredimos a palavra
Com as formas azeitadas
Quadradinho e rimado
Bom verso ninguém vê!

Transgredir os olhos
É sentir que nos matou
O coração apenas sente
Mas ler e sentir são inerentes?

Pecado é não levar em consideração
A mão de obra do poeta
Emoção já dada ao infringir
Com formas e lampejos seu testemunho
Sejam elas brancas ou coloridas

Ah! Gosto assim, ah! Gosto desse jeito
Avaliar é desobedecermos a nós mesmos?
É dirigir a sensação lida pelo gostar
E gostamos do que? Avalie a sua escrita!
Assim analisará o seu gostar...

André Fernandes

DOMADORES DE PALAVRAS

Colher palavras não é fácil
Assim, como a harmonia racional,
Também, não é algo simples
É preciso semear a mente
Mergulhar, entregar-se, inteirar-se
Apatia não consta no teu ser
A sensibilidade brota-lhe dos poros
A amplitude enche-lhe os pólos
Sintetizando a sua visão
Mesmo em pleno silêncio
O grito é constante
Ainda que preso
O clamor vai distante
Cria amplos paraísos
A visão presenteia-lhe o nicho
A imaginação faz o capricho
Sua inspiração é peculiar
Seu coração um brando lugar
De várias faces, todas afáveis
De vários mundos e tantos oásis
Seu coração é seu universo
Em sua veia, correm versos
Seus instrumentos de cirurgias
São sempre papel e caneta
Das suas primaveras mais amenas
Brotas amores ainda que surreais
Suas mãos sempre escrevem à paz
Domadores de palavras
Assim, são os poetas.

Poeta Urbano

Mudança de rumo

Nessa estrada da vida
paguei pedágio
e do adágio
fiz a minha história

Paguei com ágio
e suplantei a lógica
e do sufrágio reneguei o voto
pra descobrir onde foi que errei

Associei idéias
antevi novos percalços
e garanti a mim mesmo
melhor trilha percorrer...

Há de ter nova saída
que o descaso dessa casta
que insiste apodrecer...

Que se dane quem me ache demodê!

Marçal Filho

Dom sagrado

No princípio não lia nada
E nada me avalia
Não sabia o que algo ser
Muito eu via pelos cantos
Quintana e suas crias
Nem mesmo eu sabia
Que destino iria ter
Já ouvi de nome Leminski
Transgressor, de fato!
No início não sabia nada
Quanto indício foi me dado
Pra aprender com esses mestres
Que eu tenho um dom
Sagrado...

André Fernandes

Intervalo ...

Divago fora dos tempos,numa faixa de luz.
Numa lâmina ferida que teu sentido conhece.
Desconheço se há vida ou o que ela é ...
Sequer suponho !

Claudenir

Rimo telha com abelha
E daí? Que mal há nisso?
Escrevo sem compromiso
Eu pego as letras no chão

Rimo esmo com torresmo
O que é que tem? Não faz doer
Não escrevo por dever
É feito café com pão

Rimo horário com armário
Incomoda? Não está na moda?
Então pega a baiana e roda
É popular, é pro povão

Rimo missa com noviça
Tem alguém que lê e cala
E é então que você fala:
Já vem com religião!

Rimo da forma que quero
Seja com jeito ou defeito
Escrevo o que vem do peito
Do fundo do coração.

LCPVALLE

CARÊNCIAS


Às vezes uma coisa pouca
Faz-nos arfar de sede
Com tanta água na boca.


LCPVALLE

Não me vi aqui
O que está a acontecer?
Será que não mereci?
Será que preciso morrer?

LCPVALLE


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PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


Sabe poesia?

Quando leio a mim...
Penso não ser eu quem
A te escrevi!
É coisa de outro mundo
Esse ser humano apenas
Caminha com a poesia
Ao seu lado.

É como se fosse um instrumento
Algo que foge de tudo
E de mim...
Lendo sempre a mim
Imagino... Fui eu?

André Fernandes


Duas polaridades

Mesmo que tudo esteja perfeito,
o corpo responda do certo jeito...
Mesmo que entre você e eu,
o amor seja o santo caduceu...

Mesmo que sejamos maestros
em nossa sinfonia de carícias...
Mesmo que estejamos destros
em deliciosas e novas malícias...

Ainda assim a criatura está só
em suas íntimas percepções
e suas próprias concepções...

Ainda que a paixão dê um nó,
seguimos particularidades
satisfeitas em polaridades

Anorkinda


VERSOS-ESPECTROS


Versos escritos quando dormia,
me acordam na madrugada
decadente,
parecem me ler com o olhar,
agudo, oxidante.
Paranóia? Heresia?
Alucinação exasperada,
apenas.
Um incauto instante
de insensatez,
Conflito exterior.
Atrito de personalidades,
Apêgo exarcebado,
Subjetivo amor.

Versos explicítos, em revoada,
De mãos dadas,
Voam soltos,
para o norte magnético,
Bando de ingratos,
almas desgarradas,
sem senso ético,
desleais, pérfidos
comeram no mesmo prato,
onde agora cospem.

Versos inscritos no caos,
apagados da memória,
desbotados, lívidos,
sem nunca existirem,
foram vivos,
numa ilusão que inventei,
Sem história,
Histéricos,
Herméticos,
Homogêneos,
Homônimos,
Sem pátria,
madrasta,
Párias
do sem fim.

[gustavo drummond]


Rimas

As musas namoram as rimas
São como beijo de namoradas
Ou como lutas de esgrimas
Não são apenas falas rimadas

Nos papéis são simples ou cultos
Palavras escritas no ato da cria
As linhas somente versos incultos
Pobres ou ricas que a nós criaria

Guardo meu acervo de canções
Escritas e falas que tanto aclamo
Cantam serenos em seus corações

Aclamada ode que dito declamo
Gritam com força som dos pulmões
Soprando rimas em poemas que amo

André Fernandes


Depois do amanhã

Depois do amanhã
a rotina desperta de manhã
você recupera o afã
e maquia-se tal qual flor louçã

Depois do final feliz
a vida segue por um triz
você disfarça a cicatriz
e orna-se tal qual flor-de-lis

Depois das utopias
a realidade segue vazia
se você negligencia
e abandona-se tal qual flor em apatia

Anorkinda


POESIA! GRITO DA ALMA!

Quando, em noites frias,
minha alma solitária
desesperada, gemia

Ofereci-lhe uma saída
nas pontas das canetas,
coloridas tintas, escrevia

Saíam-me versos-soluços,
gritos surdo-mudos,
escoamento na poesia!

Anorkinda


Teu corpo ........meu monumento !


O teu corpo me vicia
Ele tem algo que é diferente
místico e envolvente
Água da fonte que sacia.

É gostoso teu abraço
Eletriza meus desejos
É como droga , leva-me ao espaço
Em dose de licor jenipapo perco os sentidos.

Minha vida
renascida
Em teu ser - Agora é tua.

O seu corpo - é a vontade de ficar
É meu porto seguro
É minha parada obrigatória de amar.


Ana Maria Marques


Sol do meio dia!


Os raios do sol queimam
Os pés descalços teimam
O chão aquecido fere.

A pele forte resiste
A caminhada insiste
É longo o percurso

Persiste o coração valente
Sob a luz do sol quente
É preciso chegar!



ღRaquel Ordonesღ


Reta

Existem retas que nos levam distantes
Versos que nos levam a caminhos errantes
Algumas leves outras delirantes
Dessa forma retas nos formam poetas
Marcantes...

Existem diretas ou indiretas longas linhas
Ruas retilíneas que nos fazem sumir
Mas das minhas faço curvas desenhadas
Não são retas nem são longas setas
Somente um poeta, que fez delas
Suas carinhosas metas...

André Fernandes


ENTRE OS LÁBIOS

Por vezes ele é esperado, planejado
Em outras é simplesmente roubado
E quando ele é recíproco
Algo mais forte faz o raciocínio
Perder seu domínio
E o que se sente é simplesmente emoção...

Quando as bocas se juntam
E o desejo sede espaço aos lábios
Que se tocam em ardente paixão
Tudo perde seu sentido
E o mundo em volta é despercebido
Já não há mais tempo nem razão...

O que importa é o momento
A sincronia entre o toque e a respiração
Mas que ofegante respiração
Tão constante quanto ao ritmo do coração
E os mais puros dos beijos
Marca ocasiões...

Léo Messias


Pobre leitor inocente

Há poemas criados de pura catarse, eles não fazem muito sentido mesmo... Muitas vezes começam como brisa e viram ventania na mente do poeta, bagunçando todas as folhas que a faxineira, atentamente havia arrumado no dia anterior...
Das folhas já escritas, desprendem-se as frases e em saltos acrobáticos pulam no tal dito, poema...esbarrando umas nas outras como jogo de dominó...é um nó...
Fico a pensar, em quantas vezes o próprio escritor se lê e pouco compreende... Tem apenas na memória o cheiro de algumas linhas, e algumas “poucas” palavras realmente podem ser digeridas pelos olhos dele, Só os dele!
E o poema sai assim embolando ladeira abaixo, como feno em filme de bang-bang americano
Coitadinho do pobre leitor desavisado que não conhece a loucura do poeta... Pensa, repensa... lê e imagina...como ele é inteligente!
Sem saber que poeta é tudo louco...escreve de tudo um pouco, e em nada se segura...abre a janela com força, e da alma desses seres sempre voam poesia. Se com verdade ou fantasia?
Bem, isso depende do dia!

Márcia Poesia de Sá


Sedução


Jamais digo não
A um pedido teu
Pra mim é uma ordem
que merece toda minha atenção

Trato este pedido
Com a maior prioridade
E fico seduzido
Em compartilhar teu sorriso

É preciso ter sensibilidade
Pra não te deixar constrangida
Pois não posso perder a oportunidade
De te conquistar minha querida.


Joseph Dalmo


SOU EU?

Sou sim, de fato,
O meu último ato
Quase perdido...

Sou eu um deserto
De rumo incerto
No vazio esquecido...

Sou ainda pequena
Na anciã plena
Que crê na vida...

Sou o sorriso triste
Do amor que insiste
Em abrir a ferida...

E sou eu que digo
Ainda crer no amigo
Pra não morrer só!

Telma Moreira


VIDA MINHA

Eu aprendi bem mais...
Com o silêncio dos seus olhos e a simplicidade dos seus olhares; com a beleza dos seus lábios e a naturalidade dos seus sorrisos; com a inverbalidade das suas mãos e a linguagem dos seus toques; com leveza em seu ser e a precisão em seus movimentos; com a sensualidade em sua voz e a conveniência e exatidão em suas palavras...
Do que em todo o estudo e ciência da minha vida.

Poeta Urbano


NÃO HÁ...

Não há amor tão verdadeiro
Tampouco dor tão forte
Nem orgulho ou preconceito
Que não padeça diante a morte

Não há ser por mais belo
Que não pereça perante o tempo
Nem sonho grandioso ou singelo
Materializado só de pensamentos

Não tempestade tão forte
Que oculte a luz após ela
Aquilo que nos é feio
Pra outro, já é a coisa mais bela

Não há flor por mais simples
Que não fascine uma abelha
Muitas das grandes catástrofes
Surgiram d’uma ínfima centelha

Não há religião que salve
Aquele que a fé perdeu
Aquele que não trilha à luz
Aquele que não serve a Deus.

Poeta Urbano


Saudade noturna

A noite em seu silêncio, é minha conivente
Remoendo uma saudade que tenho em mim
Me faz rememorar, vejo o filme nitidamente
Um vídeo clipe colorido, do começo ao fim.

Vejo um retângulo no chão, feito de claridade
A lua entra e improvisa os contornos da janela.
Sentada no chão assiste comigo minha saudade
Às vezes suas lágrimas borram sua cor amarela.

Meus olhos lacrimejados ofuscam com sua luz
Por horas me transporto para o passado, enfim
É um amor tão aberto que ainda hoje me seduz.

O sono entra sem ao menos pedir autorização
A claridade lá fora permanece na noite, a lua
Meus olhos se fecham e o filme vira escuridão.

ღRaquel Ordonesღ


Simplesmente(mente)
.
A poesia amordaçada
não tem senso, nem sentido
é como uma corda no pescoço
do poeta, com seu verso proibido...
.
Poetar não é regra de três
é muito mais que discutir filosofia
é ter na mente a vastidão
da amplidão no pensar do dia a dia...
.
Um verso a esmo, só bate, não ressoa
é que verso preso não ecoa
simplesmente(mente)...
porque um poeta tolhido, não voa.
.
Marçal Filho


Segredos


Eu tento te contar, Maria
Tenho medo dos olhos
Das horas, dos sinaleiros.

Tenho medo, Maria
As máscaras
Nas vitrines e nas praças,
São falsas e falam.

Eu tenho medo, Maria
Dessa mania
De amar intensamente
E cuidar sem esperar
As palavras, que mentem.

Eu tento te contar maria,
Dos meus segredos
Mas meus pulmões
Vivem encharcados
Pesando, tremendo
E engolindo sonhos

Eu tenho medo, maria.

Clayton Pires


Equívoco

Apaixonou-se pela minha arte?
Digo- lhe num cochicho à parte
Já não me perduro em exposições

Não sou tela para abate
Nem ranhura de textura
Cara dura, vã beleza
Eu não sou a arte pura

Não sou suave nem brilhante
Ando de espadas na rua
Vassoura, ficou escondida
Na fogueira da bravura

Não sou o mais denso papel
Estrago na aquarela
Destaco as fibras insanas
Que pintas, a luz de velas

Já não sei se fui poesia
Se um dia eu rimei
Não sou verso, sou controverso
Confusas linhas, criei

Sou o berro da criança
Abandonada da vida
O estilhaço do carro
Jogado La na avenida

Apaixonou pela arte?
Permita-me fazer um adendo
Guarde tudo meu, ai dentro...

Pois meu coração já morreu
O que há lá é uma rocha
De granito escurecida
Baforadas destas idas
Ilhas tantas de Romeu

Ele já não ama nada
Como disse...
Não sou arte
Pois a arte...
Enlouqueceu

Márcia Poesia de Sá


QUANDO SERÁ


no meu peito
o vazio

cadê aquele preencher
de você

o tempo é infindo
mas, escorre entre meus dedos

questiono o mar, as estrelas
quero explicações

não encontro-as
por que elas se calam
diante da tua ordem

tu, musa minha
onde escondestes
o meu agir

devolve os meus sentimentos
a minha inspiração

rogo à ti, senhora suprema
me dê esperanças...

onde habitas tu
e o meu amor
que foi embora contigo?

n'alguma constelação?

quem sabe
terei resposta um dia

[...]

quando será... ???????


pedro costa


Vastidão

E cresce um vazio, e dentro há!
O silencio absurdamente sombrio
E desce! Feito lágrima e a cairá
Ferirá a dor do silêncio febril!

A vastidão sela o nome é solidão
É buraco seja qual for sua forma
Deveras sim é sombra na imensidão
Que o solitário causa e a deforma

O mar é imenso, é azul e navegável
Mas torna inquieto e bravo afunda
O poeta é intenso, escrever ser amável

Mas vê formar palavras que inunda
Quando dada a prova... És infindável
Imenso, sentido, sólido verso que oriunda

André Fernandes



Afinidades

Almas afins
estão sempre unidas
lado a lado
frente a frente
mãos dadas
ou ainda que jamais
se toquem
neste espaço
ou neste tempo

não importa

sempre haverá
um fio invisível
a enlaçá-las
e um leve sobressalto
nos roçares
e nos pressentimentos


Helenice Priedols



VISITA INESPERADA

Creia-me... Eu não sou triste!
Apenas, me deixei ser visitada
Por um sopro que não existe...
Mas suga almas abandonadas!

Ele apaga cruel, meu sorriso,
Faz-me abrigo e sua morada,
Tira-me o ar que eu preciso,
Diz que viver não vale nada!

Minha alma fica então, assim,
Tão ilogicamente amargurada,
Que se esvai e some de mim...

E nem entende o meu desgosto!
Queria minha alegria resgatada
E o riso de volta ao meu rosto!

Telma Moreira


Por qualquer caminho...

Eu que ando tanto
e tanto já andei
Eu que ainda muito andarei...

Eu que já caminhei por estradas erradas
cai em valas, debrucei em barrancos
e aos trancos por elas passei...

Eu que já percorri lugares lindos
e o mundo atravessei
Eu que já sai sem rumo
e por pouco não voltei...

Eu hoje dou meus passos firmes
e com cautela olho por onde pisarei
Eu que finjo ter todo este cuidado
mas na verdade me deixo mesmo é ser
pelo vento
levado...

Léo Messias


Espera

Ao pé das páginas que escrevo,
sob um traço,
encontra-se sempre impresso
o meu nome...

A levantar suspeitas de que
escuto a fala de tua boca.

Sei que isso corresponde
a esperar que o tempo
engendre meio de diminuir
a distância...

E o peso de uma realidade.

Mas, tudo, não é isto...

Que se pode ler esperado
em meus papéis!

É que o amor revela-se
de golpe à nossa alma,
apenas parecendo
o que se pode dizer
de parecido sobre ele.

Que eu tomo nota...

Lendo a tua,
parada diante da minha!

Não é estranho, portanto,
que eu te espere chegar!

Nem é por acaso que faço
duvidarem do que trago,
quando chegas,
para cima do meu traço...

Suspeito, inclusive,
de estar inserido
em tua esperança.

_________
Gui Bassalo



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