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sábado, 22 de janeiro de 2011


Do tópico

PARCERIA LIVRE!


NOSSA POESIA
.
Debaixo do pano da manga
Escondeu-se um verso
Tímido, em pele de pitanga

Espiava os movimentos
fluidos e inversos
dos puros encantamentos

Esperava o momento exato
de ser parte do universo
no grito forte do parto

Nos dedos da minha e da sua mão
estava ele imerso
até a revelação

Ei-lo que surge, então.

Anorkinda Neide & Amélia de Morais

..


A ÚLTIMA NOTA

Ir embora, pra quê?
Troquemos a rota
Retire da viola
a última nota

Cubra-nos de melodia
Oriente o rumo
deste pedido uno
retiremos da fruta, o sumo

Sustenta-nos com sustenidos
compassos e bemóis
recorda dos tempos idos
entre tantas luas e sóis

Façamos juntos a refeição
das palavras e das cores
liberta a solidão
no leito dos nossos amores

Anorkinda Neide & Amélia de Morais

..


Atração

O teu corpo me ilumina
Feito uma lua prateada
É um amor de intuição divina
Duma vaga alegria sentida


Você é o meu rei moreno
De sorriso encantador e sereno
Seu querer me trança
Em pote de carinho e esperança .


Tendo você no peito
acelera meu coração
Seu amor, não rejeito
Você é minha paixâo

Fique, em vez de partir...
Necessito da sua presença.
Já é hora de assumir...
Esquecendo as diferenças.

Ana Maria Marques & Marcia Brum

..

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * *
O ultimo sorriso

Deus abençoe aquelas crianças
E ilumine seus sorrisos`
Porque a vida às vezes é dura
Transforma tudo em desesperança

Houve um tempo
que elas não tinham medo da noite
e as sombras não assustavam
porque os anjos por elas zelavam

Hoje o cenário assusta
modificou tudo
pau, pedra, entulho
o ar ficou mudo

Só restou a esperança
que os dias de nuvens
e de chuva sem fim
não magoe mais aquelas crianças

Joseph Dalmo


* * *
Alma Sem Dono.

Solidão é só estar
E não ser...
Se tenho o entardecer
prá contemplar...

Entra pelos olhos
colore as retinas
retira os abrolhos
de minhas esquinas...

Abandono é tingir
a alma sem dono
no azul a fulgir...
Dormir nesse trono...

Olvido é só entrega
a esse vale verde
que nunca se nega
a matar minha sede...

Então... O estar só
não é amargar solidão
mas se largar , sem dó.
Ser gás, ar ; amplidão.

Rosemarie Schossig Torres


* * *
Desertos De Concreto

Olho pasma a desconstrução do horizonte.
Até o meu galo, com asma, já não canta...
Ao longe: uma árvore cai; um poste levanta.
Verde se esvai; não reconheço meu monte.

A cerca amplia o endereço, profana jardins;
engatinha movida pela grana das grilagens.
Ágil sobe e desce; ávida come a paisagem.
Cresce na terra o cimento e some o capim.

Por fim, um apito; aumenta meu espanto.
Fito pegadas cinza sujando o teto azul...
Para onde olho, perto; longe; norte e sul:
desertos de concreto; fica o desencanto.

Rosemarie Schossig Torres


* * *
O Valor de Um Sorriso

Divino clarão que vem da entranha
Que ilumina o vale tão profundo
Só sabe o valor aquele que ganha
Treme alicerces e abala o mundo

Sorriso é um riso um tanto escondido
Camuflado de dengo sutil e manhoso
Que brinca nos lábios assim escondido
Que amanhece na boca tão radioso

Um sorriso é livre quando espalha
Na face tão triste alegria que gera
É lágrima de luz que rola na calha

Sorriso divino daquele que esmera
Que em fatias de amor então retalha
É pérola luzente uma doce quimera.

RosaMel


* * *
Deu branco!

O branco simboliza a paz
Quando “eu” poeta vejo tudo branco
É onde tudo se faz
É uma guerra que travo
E a cada dia um novo alento me traz
Hoje estou ausente dessa guerra
Já nem mato, nem socorro minhas rimas
Nem batalho cada verso
Nem atiro cada sentença
O branco ficou de vez...
Hasteado em minhas
Lembranças!

André Fernandes


* * *
Viver

Quero agradecer a Deus, agora
em oração cheia de fé e amor
pela vida que em mim demora
pela chama que é esse clamor

Aos pés do Criador, se pudesse
deixaria essa minha lágrima doída
traria comigo o calor que aquece
abençoando toda e qualquer vida

Senhor, quanto agradeço a Ti
quanto ainda quero aprender
se confiei sempre, até aqui
é porque me fizeste entender

que Teu amor sempre ilumina
que Tua paz nos dá mais calma
e tudo que a vivêncai nos ensina
é amarmos mais, de corpo e alma

Maria Rita Bomfim


* *
CANÇÃO AFINADA

Me vale a voz afinada
Nos momentos de puro amor
Derramo então os meus versos
Entoados em melodias
Declamo, clamo, amo
Na voz muda do olhar
Toda a paixão do momento
Que dura um tempo qualquer
o tempo exato
entre o primeiro e o último acorde
Até que o sonho me acorde.

Amélia de Morais


* *


Sorrir

É a mais linda representação
Existente em nosso interior
Belo, o não forjar do coração

Pintura do que vem de dentro
Esboçada através dos lábios
Pelas ondas do sentimento

É como o desabrochar da flor

É a espontaneidade de calor!

ღRaquel Ordonesღ


* *
A LUA E SUAS VESTES.

"À noite, a Lua reina soberana,
Em luz, como rainha e cortesã...
Como uma Vênus - a deusa romana -
Baila no céu na imensidão louçã...

Dissimulada, logo se engalana:
De nuvens brancas, veste-se no afã
De se exibir pudica e bem bacana
Aos olhos ávidos dos vários fãs...

Mas, de repente, a deusa se desnuda:
Das níveas roupas, logo se desfaz,
Revelando-se cheia e sensual...

A própria noite fica silente e muda
Ante a bela visão da Lua assaz
Em beleza e nudez, em seu astral..."

J. Udine


* *
Reflexos


Tênues toques do inverno
latejam sem parar

Doces sabores do verão
derreteram
pingaram

evaporam...

Ha um outono de folhas caídas
um alaranjar em minhas feridas

Primavera?
só o ano que vem.


Reflito
Pensamentos
em pirâmides de vento

Cores apenas...
De um calendário
esquecido.

Márcia Poesia de Sá


* *
Bucólico

As imagens que tenho nas mãos
são a minha companhia
(não posso queixar-me de solidão)
há um lago, há sol, há a vida
e o vento no rosto ingênuo que sorri
cantando palavras que já me são melodia

no terreiro um varal riscando o céu
cheio de lençóis brancos dançando
borboletas coloridas beijando jasmins
girassóis sorridentes se bronzeando

há o violão que dormiu com a lua no sereno
envolto de umas tantas garrafas amigas
há a sede pelo torpor da noite no dia
saciada por beijos e beijos mais doces,

há também o abraço e a preguiça
um tapete amarelo completo de flores
e recordações de quando tudo eram só palavras

há uma espreguiçadeira indolente no alpendre
o chamego de um pé que namora o outro
e debaixo da rede os olhos amigos de um cachorro

ao som da sinfonia de pintassilgos e bem-te-vis
(convidados constantes da nossa morada)

e isto é arte, a nossa frente tela aquarelada

um mundo inteiro pra ser só nosso, em nossas mãos posto.

(Yvanna Oliveira)

.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011


POETA CLAUDENIR!


Amor da minha vida

Cresce sem aparente sentido.
Agiganta-se, toma-me, e devolve-me mais seco...
Mais solto!
Desejo e corro...
Amor sem face...
Amor da minha vida!

Claudenir


Desvairio

Me encanto vivendo as flores,
mas as suas vidas me confundem!
Guardo o perfume de épocas,
e duvido dessas cores...
Eu sinto a brisa tépida
constrastando com o olhar frio.
Toco o frio e esqueço
me aqueço...
Sorrio!

As graças do Céu chegaram,
e trouxeram um devairio...!
Fazer dessa terra o mar,
de uma flor um lar...
Dessa sede um rio.

Claudenir

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POETA CELSO MENDES!


Entropia


falo num idioma que entende noites
e dialoga com estrelas

meu dizer não é meu, é do universo
pois não sou de mim ou de ninguém
fui gerado para romper fronteiras
e só agora me descobri

busco a magia escondida em cumes
e a essência do átomo

semeio e me desfaço lentamente

o risco na pele é um sinal
eu sinto
mudo a cada segundo

(Celso Mendes)



OBSERVATÓRIO

leve-branda
brinca-brisa
verde-calma
viva-folha

lenta-lagarta-veste-cores
dança-asas-voo

longe-branco
pássaro-nuvem
vibrato-vertigem-viagem

passa-passos-passo
guardo-tempo-aguardo
e-aqui-fico-a-ficar

(Celso Mendes)

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terça-feira, 18 de janeiro de 2011


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS


* * * *

O AZUL

O azul...
doce viagem
coragem
sangue dos nobres
cofres encantados
mundo infantil
pensamentos a fio.

O azul...
poemas de Neruda
pedra no caminho
Quintaneares
novos ares,
Drummond.

O azul...
acorda a Coralina
os becos de Goiás
estrelas das manhãs
pasárgadas...Manuel Bandeira.

O azul...
que só me remete à poesia
a viagem (de Cecília)
e nós...anônimos, no cais
esse azul, que é lilás.

Danniel Valente


* * *
PEQUENEZ

Diante da amplidão do universo,
sinto-me como um bonsai discreto,
miniatura de mínimas proporções,
um cisco, um átomo, um grão apenas,
solitário e curto verso,
pouco, mas completo,
minúsculas interrogações,
uma só rua de Atenas,
único filete d'água turva,
inseto invisível a olho nú,
uma maquete de curva,
filhote prematuro de anú,
ponto que não se vê,
agulha na floresta,
fonte de letra que não se vê,
anão entre gigantes,
a menor de todas frestas,
milésimo de segundo,
milímetro de futuro pó,
menor bactéria do mundo,
reconhecendo seu espaço,
se conhecendo passo a passo!

[gustavo drummond]


* * *
Ah...se fosse

Se cada nota ouvida
fosse um carinho
ou um beijo

Se todo verso cantado
fosse um abraço
ou um afago

Ah...se fosse assim
se a música
substituísse
a presença...

Se ao contrário

Todo olhar apaixonado
fosse um novo tom
ou uma melodia

E todo sonho bom
fosse uma canção de amor
ou uma afinada cantoria

Ah...se fosse assim
se o prazer
invadisse
a cena...

Anorkinda


* * *
Antes só...

Dei a quem não merecia
O que, de melhor eu podia
Meus melhores anos
Minha toda alegria

E tudo foi pouco
Porque o amor, que era ateu
Pouco a pouco se fez à toa
E pela falta de fé, morreu

Dei os pêsames ao viúvo
Segui sem olhar pra trás
Sem voltar a ser aquela
Sem aceitar poucas querelas

Não apedrejo ninguém
Agradeço e digo amém
Reconheço, felizmente,
Há males que vêm pra bem

Rompeu-se invisível grade
Que tolhia a liberdade
Hoje, sou de mim, senhora
Minha vida comemora.

Célia Sena


* * *

Os meninos do mundo.

São tantos os infantes,
tantos meninos bons,
tantas crianças tristes,
tantos dependentes...

São a solução da matrix,
para desespero dos pais,
meninos de boa índole,
levados pelos demais...

Corra menino levado,
brinque com seu estilingue,
comece pelos passarinhos,
o teu amor, nunca ódio...

Não deixe que o vírus da guerra
corrompa tua mente sadia...
Deixa pra trás armas brancas,
aproveita do bolo, a fatia!

Anda menino, brinca, corre com teu pião,
Lindas lembranças ficam da rua e folguedos,
brinquedos de gurizada: polícia e bandido,
que a matrix torna verdade e mata teu irmão.

Anda criança levada, coloca o mundo no bolso,
Coloca o sonho de amor em teu coração...
Volta homem à casa, sem manchas, corrupção,
deixa pra traz as domas de teu patrão. Matrix!

Godila Fernandes


* * *
Indecifrável

No espelho me busquei...
Logo num enigma esbarrei.
Enleei-me;diálogo de esfinge.
A imagem não decifra, finge...

Conclusão: quanta bobagem!
Alma vai bem além da miragem.
Sou mais que esse reflexo frio!
Vidro sem nexo; lampejo vazio.

Ah! Já sei! Sou a mãe; vejo-me aí.
Sim, mas depois alma caiu em si.
Momento pela metade me cortou.
Por trás dela outra já se assomou.

E num zás trás sou essa poetisa...
Começa escrever... Letra precisa.
Coitada! Não soletra meio verso.
Levada de supetão; vento adverso.

Lá do sótão, camuflada, veio essa.
Meio sisuda e sempre com pressa...
Que também muito tempo não dura.
Num beijo terno some a amargura...

Com tanta mistura desisto de tentar...
Ver em mim um só lado; pedra angular.
O meu eu verdadeiro está num enlace
do tempo, que me esculpiu a multiface.

A cada passo dado vou me revelando.
Reconheço, mas logo me estranhando.
Vária e única, sou eternamente mutável.
Serenamente me confesso: indecifrável!

Rosemarie Schossig torres


* * *
Hoje sou como as ondas

Feito um rio sossegado em seu leito
Eu movia devagar as gotas de viver
Porém em uma curva do meu peito
Encontrei pressa cabal de escorrer

Em minha frente divisei o seu mar
De olhar lindo de tirar a respiração
Quando dei por mim já era só amar
Minhas gotas se fizeram: turbilhão.

Agitada pela vastidão do seu afeto
Joguei-me em suas águas; baralhei
Nas suas escorrências fiz meu teto.

Hoje você me provoca, me fiz ondas
Seus ventos me induzem às encostas
E nas praias de nós, fazemos rondas!

ღRaquel Ordonesღ


* *
PRAZO DE VENCIMENTO
.
Venci os muros
que me escondiam,
os moinhos
que me espalhavam,
o silêncio
que me queimava.
Venci a distância
que me afastava,
a tempestade
que me impedia,
a certeza
que me corrompia.
Venci o medo
que me interrompia,
a saudade
que me amolava
as cordas
que me amarravam.

Sou eu os olhos meus.
Sem prazo de vencimento.

Amélia de Morais


* *
Romeu sem Julieta

Amor, meu roto amor !
O amor pela coisa desejada
já não basta.
Quero tudo que circunde
minha amada.

Faíscas de segundos
Cada palavra proferida,
cada migalha caída
do olhar que não é
pra mim.

Quero ser o batom
que toca tacitamente
seus lábios.
Ser a sombra brincalhona
que te faz sorrir.

Quero escrever-te em mim,
gravar-te em meu peito.
Levar-te em meus olhos
como a última imagem
desse mundo vil.

Thiago Cardoso Sepriano

* *

Ao seu encontro

Caminho ao seu encontro a cada momento
Cada passo que dou você é minha chegada
Desejaria ser tão ligeira feito o suave vento

Amaria a urgência, em você, minha estada.
Há uma poesia fascinante suspensa no ar
Simples,impossível de ser escrita por mim

Em você, apeteço os verbos bons conjugar

Nada explica a condição da espera, enfim.


ღRaquel Ordonesღ


* *
Comunicação Alternativa

No sopro do silêncio
Que aos poucos me invade
Ecoam palavras nunca ditas
Diálogos inteiros

Que atravessaram apenas
A fronteira dos olhos
E nisso, a certeza de haver dito
Tudo quanto então cabia

O que eu, agora não daria
Para ouvir-te a voz
Inda que fosse tu’alma
Em muda prece
Dizendo sem palavras
Do quanto não me esqueces

Talvez o cinza desanuviasse
E em rosa desabrochasse
O espinho que me dilacera
É pranto que nunca seca

Célia Sena


* *
Tocando meu ar

Umas notas bailam em minha mente e me levam em braços de vento
ao âmago de mim...ha um vento frio e pequenas gotas caem dos céus anis...
sou, apenas sou, e mesmo assim duvido.
Não há verdades bastantes, nem mentiras presentes, só o som...
o bailar de minhas asas transparentes e um rodopiar de uma seda
branca em meio a todo este azul...
Sinto o meu ar que entra e sai outro, com outra face, outro nome...
Permito-me voar...e adormeço na canção, para acordar pisando o infinito...
E deste lugar sinto-me parte. Assim como se partem os fios dos pensamentos permitindo-me
não mais ser este ser que se busca, para me transformar finalmente
Neste ser que se encontra.

Márcia Poesia de Sá


* *
MUITO PRAZER EM ME CONHECER

Quando me conheci realmente,
vislumbrando meu interior,
soube de meu real valor,
escancarei a porta da mente,
conhecei defeitos, virtudes,
a verdadeira amplitude,
do ser que menos sabia.
Sondei poços, armários
uma carruagem de heresias,
um profundo inventário,
franco, aberto; necessário,
descobri telhados por repor,
pisos danificados,
travas nos olhos áridos,
alicerce inconsistente,
um arremêdo de gente,
pensamentos ácidos,
tantas reformas por fazer;
fui a luta com coragem,
obra é para vida inteira,
revisar a roupagem
que veste o mais valioso,
me inteirei do primordial;
nova vida espiritual,
mais ameno, amoroso.
Ainda, não somos amigos,
vamos nos conhecendo,
noto meu eu antigo,
lentamente perecendo!

[gustavo drummond]


* *
Ontem fui rio manso

Eu era um riozinho manso
de águas cristalinas,
que descia do planalto
em direção ao mar
bem devagarzinho
O povo que vivia as margens
não ligavam muito pra mim

Jogava-me muito lixo
e me tiravam muita areia
Perdi o meu leito natural
ao me fazerem uns tais canais
os peixes não me visitavam mais
Perdi a sombras das bananeiras
e não ouvia o canto do sabiá-coleira

Um dia a nuvem o céu cobriu
veio uma chuva forte
e de riacho virei um rio
minha calha estava surja e estreita
que impedia as águas passarem
e de riozinho pequeno
ganhei força de corredeira

As águas lá de cima me empurram
com enorme violência
levando tudo pela frente
uma verdadeira cachoeira
e muita lama arrastei
Passei levando casas e ruas inteiras
e tudo devastei

Não mandei ocuparem o lugar
onde eu deveria passar
que foi obrigado a buscar
Não tenho culpa se muita gente morreu
se essa gente construiu
onde eu corria, sabiam
que isso poderia acontecer

Posso ser água, lama ou estrela
riacho, rio ou corredeira
se me fizerem guerra ou paz
se me mostrarem fogo ou ternura
serei a estrela da pintura
se respeitarem meu bem estar.

Joseph Dalmo


* *
VENTRE LIVRO

“Livros, livros à mão cheia.” (Castro Alves)
A lei do ventre livro
que corre em minhas veias
não é livre dos ventos
que espalham as areias.

Espalho espumas no tempo
limpado nossas idéias.
A minha mente vagueia
procurando novas opções...

Sinto a responsabilidade
de tudo que escrevo.
De grão em grão as areias
fazem as dunas.

Eu integro-me no espaço
e desintegro-me nos laços
que prendem-me à sociedade...

Tudo que me invade,
eu computo,
eu sepulto,
eu modifico.

A.J. Cardiais

.