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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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UROBORU

São uns riscos concêntricos
estes ensaios de monotonia...
Se por terrível descuido do destino
o círculo fechar-se num anel de fadas
e a monótona roda da vida ,
não apontar saída, é signo atroz.

Se por seu corpo de serpente
enroscada na fímbria da mata
ou no mosaico facetado onde
o tempo nos escapa, a paz do universo
nos embala e acaricia.

Aí viajo num espiral de energias
arquiteto alguns afagos ...
Começo tudo de novo.
Minha alma carrega o símbolo
de um poema em construção
Musgos e algas trago na mão.
Pedras e conchas sinalizam meu chão
e no esboço que traço,
Sou uma viagem de fim e começo
UROBORU.

Gladis Deble

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PAPO DE SEREIAS

Alguns momentos de luz
singrando por essas águas
Tem a leveza de espelhos
para um encontro de fadas.

A claridade da tarde
mergulha no azul aquoso
A umidade do lago
no rosto doces afagos.

As ervas da sua margem
e as pedras nas areias
o ambiente perfeito
para um papo de sereias.

Gladis Deble

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***Noite de Desejos***

Ó noite que te quedas serenosa
que nos envolve em úmida orvalhada
E nossos passos que na terra arenosa
vão ecoando ao romper da madrugada

Luar tão triste que palpita no infinito
emoldurando os teus fios prateados
E o vento morno que sussurra num só grito
unindo aos meus teus cabelos anelados

Que volte o tempo que passado tão depressa
tão fugidio que se foi arrebanhando
Não dando tempo de cumprir nossa promessa
com tantos fios em nós dois emaranhando

E neste passo que vai sendo acelerado
pois eis que surge uma pressa infinita
Lembrando assim o que não foi consumado
num grande amor que no peito se agita

Perante a lua que desnuda a face tua
eu vejo o brilho de um olhar não incontido
Mostrando assim a tua alma semi nua
ao grande amor que por eras prometido

Não vem ao caso a vivência que perdida
foi incontida na doçura do desejo
Por encontrar-se uma alma tão ferida
na quietude e doçura de um beijo.
by
***RosaMel***


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Espólio

Agora e sempre sou a soma
De cada coisa que vivi.
Estas rugas do olhar, do canto
São os leitos onde vez em quando
Escapuliu o mar salgado,
Escapulário de saudades tantas
Resquício, umas das outras,
Que inundaram meu destino

Cada sulco destes
Foi hospedeiro de muitos risos
Já que nem todo choro foi tristeza,
Tantos foram alívio, leveza

Confesso a vida.
E as marcas, dela nascidas
São como prendas,
Mais que merecias,
Pedágios pagos
A cada chegada ou partida
De cada etapa vivida

Careço agora
Apenas lápis e papel
Para ser eterna, imortal
Nessa permuta fingida
Entre um poeta e o céu.

Célia Sena


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Um comentário:

Gladis Deble disse...

Esse blog não pode ser abandonado.
Boa parte de nossa história escrita
está aqui reunida.
Isso tem que ter continuidade.
Bjks Kinda, bola prá frente!!!