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quarta-feira, 11 de julho de 2012



PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



* * *

Em não sendo...


Quando o tempo,
em linha reta,
liga-se numa direta,

o horizonte pardacento,
enevoa a alma tristonha,
deixa antever -se a direita,

O tempo não passa lento,
ele escoa em anos-luz,
e derruba até mesmo o vento.

No marulhar da onda,
a eterna vivência espera
a tormenta com paciência,

mas o bravio mar,
não quer saber de amor
e retorna com toda a dor,

A gaivota parece não perceber,
voa em círculos concêntricos,
até o anoitecer...

E na linha do tempo no horizonte,
só a vertical traz-nos da Fonte,
notícias de eterno desmonte.

Sofremos todos a ruína,
dos sentimentos matreiros,
nos tornamos na Luz, grandes obreiros.

Entre o tempo que escoa horizontal,
prefiro a neblina, do vertical
às sombras do terrífico dual!

Godila Fernandes

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* * *


GRACIAS

Por mais um dia,
pelo pão e companhia,
o dom do pulsar,
o encanto do amor,
jardim da fantasia,
bosque das ilusões,
a dança nos trilhos,
pela força da fé,
idéias, ideais,
água da nascente,
pelos filhos da gente,
versos e estribilhos;
agradeço a Deus,
renovo minhas juras,
os sonhos meus,
a paz emergente,
pela dor e a cura,
pelo tudo e pelo nada,
Amém!

[gustavo drummond]


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* * 
Entre Brisas E Aguaceiros

Ah vil brisa! Chegou fazendo alvoroço, rebuliço. 
Um bulício revirou guardados, a minha história. 
E foi virando as páginas do livro da memória...
Alentando de saudade fiquei presa nesse feitiço.

Indefesa, à mercê de um tempo, doce ou avesso,
que me levou de volta até você (ai) meigo Amor...
Perdi todo fôlego e nesse hálito cego, num sopor,
chafurdei no lodo das lembranças; o ar espesso...

...Pleno de nostalgia; veio junto a dor da ausência. 
Entre fotografias, vozes ternas que não valem mais
sorvi cheiro bom de esperanças passadas, estivais.
Mas veio um aguaceiro lavando as velhas dolências.

O que era pretérito voltou ao seu lugar quase inteiro.
Sobrou só um hálito singular, vácuo entre palavras,
acusando o vazio, que a recordação ainda lavra...  
Coração, antes de olvidar dá seu suspiro derradeiro.

Rosemarie Schossig Torres


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Em nome do amor

Piso gramas úmidas
a combater as feras,
desvio afiadas garras.
Vou ao encontro das veias
do novo poema.
A confluência dos rios
segue o esquema do amor.
O que se faz em seu nome
estará acima de qualquer valor.

Gladis Deble

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Imperfeito

Não, eu não vi
O colorido do sol ao nascer.
Não vi a madrugada, o alvorecer...
Perdi o espetáculo da manhã.

Eu não vi a flor brotar,
Não vi o esplendor do luar...
Olhei, mas não consegui enxergar
A beleza explodindo na natureza.

Não, eu não vi a flor desabrochar
E nem percebi a primavera chegar.
Não vi o sorriso no rosto angelical
E nem estava lá quando a criança nasceu.

E eu só percebi os sons e os aromas,
A estonteante beleza do mar
E o verde  alimento dos campos,
Quando eu já estava no anoitecer.

Jane Moreira

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Na Ave-Maria!

Eu vi o pôr do sol,
vi a dor do sol também,
vi a despedida e lençol,
a tristeza do vai e não vem!

Não queria ver mais a Luz,
sorrir para a tristeza da cruz,
mas impossível no outono,
o coração não ter dono.

Vivi a trégua do momento,
a doce canção do firmamento
a visão do inferno no adeus.

Agora sem tempo, nem hora
esqueço os amores meus
e vivo a triste e doce Senhora!

Godila Fernandes

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DIA DE SOL


O sol radiante surgiu entre as nuvens
Gotas de amizade caíram em minh’alma
Palavras, canções e outros tantos bens
Fizeram-me enxergar, com calma
Além, muito, muito além dos homens!
Agora caminho, aberta, esperta, certa.

Amélia de Morais

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