Tópicos

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * * * *

Os ventos nas velas claras

Meu olhar não alcançou a ilusão dos ventos
Nunca fui íntima das horas mais claras
Meu amor reescreveu a lua nova dos momentos
De perdão e ternura com as rimas raras

Meu poema não desprezou o castelo em ruínas
Nunca desisti de sonhar com príncipes
Meu perdão descosturou os nós das esquinas
Da covardia e acariciamo-nos, cúmplices

Para escapar da maldade do mundo
icei as velas da insensatez
A poesia traçou um certeiro rumo

Em versos da cor do puro sangue
saciei-me de brisa e maciez
A vida nunca mais me viu exangue

Anorkinda


* * * * * * *

ESTAGNADA EM VOCÊ

Ah...foi importante
forte emoção...pulsou
Mas o tempo passou
e você escolheu...

Ah...foi instigante
morte em ação...doeu
A promessa secou
e em mim pereceu...

Ah...estagnada fiquei
à sorte dei de mão
Mas o tempo passou
e você desapareceu...

Ah...renovada me dei
o corte de precisão
A promessa refiz
e escolhi ser feliz...

Anorkinda

* * * * *

ÁGUA E FOGO


Acordamos o sol por dias
em subversões azuladas
permissivas e cúmplices
di versos assuntos sãos

Somos?

Insones viajantes de cometas
e estrelas rebrilhantes
nos vigiam os pensamentos
em galopes estridentes

Insanos?

Com versando madrugada
inventamos vãs verdades
aquecendo a paciência
já tão fria

Podemos?

Ares me incendeiam
Um câncer te consome
Fogo que apago
Água que atea

Estamos?

E nesse precipício
nos lançamos
noite afora


Dançando
ao som da lua
deixamo-nos nas estrelas
e só depois de um doce beijo
é que deitamo-nos com o sol

Sonhamos..

(Lena Ferreira)

* * * * *
Réquiem para um poeta

Tecia versos de ouro
E os bordava tmbém.
Foi-se embora
Para outras galáxias
Quem me fazia tanto bem.
E foi...
Atravessou a via láctea,
À velocidade da luz.
Andou pelos canteiros do céu,
Colheu estrelas
E enfeitou a Tábua sagrada...
Dos mandamentos
Fez poemas.
E andou à cata de bardos,
Na imensidão do espaço...
Colheu gotas de prata,
Que caíam do luar
E vestiu-se de branco para poder
Com os anjos cantar.
O poeta não morreu.
Só trocou de dimensão.

Jane Moreira


* * * * *



* * * *
Como pode?

Perguntei à Mãe Natureza, quando em dia de passeio, meu céu fez-se triste...reparei nos maus-tratos humanos.
- Mãe querida, como suportas a poluição, a matança, a agressão gratuita e egoísta do Homem a seus encantos?
Numa lufada morna de compreensão, um consolo gigantesco abraçou meu coração...lembrarei pra sempre da voz mansa que me falou:
- Com amor, minha filha, com amor...com muito amor!
Mas, teimosa, ainda em dúvida, novamente perguntei:
- Mãezinha, não estás a vingar-te?
Com aquela doçura a expressar-se aos bebês, ela respondeu pacienciosamente:
-Jamais me revoltei, nem revoltarei...não conheço isto. Estou remodelando-me afim de abraçar melhor a vida que renasce sempre em meu seio, infinitamente...Sentes meu eterno amor?

Anorkinda


* * * *

DEVANEIOS

Mergulhada
Em devaneios
À espera
De um grande amor,
A bela donzela
Se deixou levar
Pela esperança
Do desejo saciar
Entre borboletas
E flores,viaja
Pela imaginação
Na busca
Da porção exata
Para completar
O vazio deixado
Pelo fim do caso
Que o acaso
Deixou assim...
Pelo ar!

(Lage,Mazéh)


* * * *

Quem é meu amor?.


Como se água do rio pudesse parar,
ou todo o sal do mar pudesse secar,
e toda a pureza deste amor espiritual
pudesse curar as almas da vivência...

Um amor distante, partícipe de longas eras,
vem ao encontro do outro que agora vive,
e bate no peito um saudoso coração ardente
de uma alma iludida em um corpo mui viril...

Ambos reconhecem-se e seguem suas jornadas,
apesar de lânguidos olhares se encontrarem,
sem se aperceberem do quão importantes são.

Há um momento definitivo nos planos do Pai,
ambos encontrar-se-ão, após longo aprendizado
e juntos, libertarão almas imensamente endividadas !

Godila Fernandes

* * * *

Pinceladas de Carinho


No vespertino crepúsculo
dormitava o poeta embalado
pela sonoridade das ondas
que arrebentavam no rochedo.
Sonhava com um poema
deslumbrante tal qual
a imagem que passeava
em seu sonho.
Seria apenas açoite do vento
ou estímulo poético
a ditar versos involuntários?
O cansaço de fim de tarde,
os olhos pesados, que insistiam
não despertar do sonho.
A folha solitária sobre a mesa
inquieta, movia-se ao
som do vento, num repente
pousou sobre a tela do cavalete.
Implorava pinceladas
de carinho poético.
Tudo que desejava era
absorver os versos multicores
estampando sua face branca.
O véu que havia naqueles olhos
pesados,rasga-se num despertar célere.
Um estupefato brilho se fez presente.

Enfim, era hora emoldurar
a paisagem com a qual
acabara de sonhar.


Diná Fernandes


* * * *

A primavera
Chegou...
Vou buscá-la
Na estação!

(Zia Marinho)


* * * *
Antídoto Da Imaginação

Range monótona a rotina.
Com o seu ritmo arrastado
os meus ouvidos azucrina,
feito um disco arranhado.

Veste a roupa da mesmice
rabugenta, mofada senhora.
Distribui dias com sovinice,
e a chatice de hora em hora.

Aos minutos nada adiciona
Enche os desejos de poeira.
Quase desanimo; vou à lona.
O ânimo sem eira nem beira.

Mas vem me valer , imaginação.
Antídoto que a minha sorte vira.
Desaperto o nó da vil repetição.
E o cotidiano arejado, respira!

Rosemarie Schossig Torres

.

Nenhum comentário: