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segunda-feira, 22 de novembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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VEM!

Vem! não deixes que eu escorra entre seus dedos
Vem me amar porque eu tenho medo
Que com teu parco amor ,tão em segredo
Me deixes escapar, inda me percas

Vem desaguar em mim sua luxuria
Antes que o dia vire noite escura
Não vês que eu te amo ; então não sabes
Que morro um pouco em mim nessa procura?

...E esse amor que em dores transformastes
Um rio que agora é oceano
Clama por ti e grita em desvario
Vem me fazer feliz, porque te amo!


NICE CANINI


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Apenas Posso Te Amar

As palavras de quase nada me valem.
E contar-te dos meus desejos é pouco.
Que as ternuras que eu te dei, falem...
Desse amor que me perturba; louco.

Turva essa paixão; pudera ser elixir;
curativo para o teu coração partido...
Tudo faço para ver-te outra vez sorrir
feito criança; mandar a dor ao olvido.

Queria dar-te a paz; não a tenho mais.
Perdi-a indo a deriva desse teu olhar.
Tua alegria é prece; razão de meus ais.
Se eu pudesse! Apenas posso te amar.

Rosemarie Schossig Torres


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Enfeites

Sou lua plena; noite serena
No escuro do eu
Laço de cetim
Sou tudo aquilo que criei pra mim

Não me arredo
Nem me arrendo
Sonho até
Mas sempre caio de pé

Finco beleza
Onde impera a ingratidão
Sou o não
Sou coragem transformada em coração.

Digo não! a dor e ao sofrimento
de ter existido num remoto tempo
De um planeta negro
Sou um breve aviso
Apenas de passagem
E enfeito a vida com um sorriso.


Nice Canini


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CLASSE PO(ÉTICA)

Uma poesia nobre
Habita um castelo de versos
Cercado de rimas ricas
Com grandes e brilhantes medidas
A inspiração flui do sangue azul

Uma poesia classe A
Vive numa mansão gramatical
Mobiliada com palavras de ouro
Cheia de cristais de reflexão
Desfilando em traje de gala
Sobre as linhas do tapete vermelho

Uma poesia classe média
Perde-se entre uma sílaba e outra
Morando numa casa confortável
Na rua das entrelinhas soltas
Veste o nome da etiqueta
E vai mantendo o juro do cartão

Uma poesia pobre
Cobre-se com temas rasgados
Dentro de uma casa de letras
Vazia de sentido e direito
Sem notar o buraco na telha

Uma poesia...
Mendiga pelas ruas
O papelão é casa, roupa, cama
Come sobras de letras, sílabas
Palavras, versos
Mas vomita um poema silencioso
Ah, poeta miserável
Calaram sua boca de novo!

Janete do Carmo


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Preconceito Racial

Tenho massa cinzenta,
tenho alma,
e sou capaz.

Meu sangue,
também é rutilante.

Meu arcabouço,
não difere dos demais

Minha carne,
também apodrecerá
igualmente a de todos.

Meu cabelo é encarapinhado,
é natural, e dele
não me envergonho.

Sou negro!
Sou autêntico!

Diná Fernandes


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A Primavera


Eu contei as pétalas de rosas no chão,
Contei os dias que me foram perdidos,
Os dias que você segurava minha mão.

Eu lembrei das pétalas de rosas que caíram,
Dos dias que elas caíram em mim
E os dias que outrora lembrava de você.

Ai de mim que contei meus poemas
Numa folha de papel pão
E que me demonstraram tamanha tristeza.

O outono se foi e junto com a estação
Deixei de contar meus poemas de saudade,
E agora contarei meus poemas de triunfo
Para anunciar a entrada da primavera.

(Rod.Arcadia)


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Num espelho d"gua um rosto apareceu
E a vida em volta então emudeceu
Com os cabelos brilhando ao luar
A mãe da noite pois-se a cantar

E o canto altivo vívido e latente
Era um chamado às fadas e duendes
Que num silêncio feito luz na serra
Reverenciavam a doce mãe da terra

Então o céu se fez jardim de flores
E a bondade se espalhou no mundo
Sanando vidas e sarando dores
Cantava a mãe a salpicar amores

Do espelho d"gua com o lindo rosto
Surgiu a vida em toda sua beleza
E a voz maviosa que encantava as fadas
Pedia em cantos à todos os viventes
Paz e respeito pela natureza!


NICE CANINI


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De volta às paredes

Conversei com as paredes nos tempos da delicadeza.
Lembro quadros pendurados de ternura e beleza,
Noites infinitas, chuva lá fora, fogo no fogão...
E as paredes...
Volto a esses momentos
Das noites de tempestade...
Fujo da hoje realidade...
Quero rever os quadros, alguns são de meu rosto,
Pendurados nas paredes...
Não, não é tristeza.
É saudade, melancolia...
É a melodia
Dos assobios que o silêncio gerava
Da inquietude juvenil que esperava
A tormenta passar...
Horas a conversar,
Às vezes assobiar,
Nossos olhos grudados,
Nos quadros
Das paredes...
E, hoje, voltando ao passado,
Do sonho realizado,
Sinto que a melodia
Tomou dimensões de sinfonia;
A parede acolhedora
Tornou-se a Mãe Protetora.
Respiro a nova Luz
E volto ao tempo da delicadeza,
Do fogão a aquecer,
Da tempestade a temer,
Das paredes a namorar,
Esperando a chuva passar...
E o espírito criava autonomia
E ia buscar o hoje,
Que volta no olhar
Que deixei pendurado na parede.

Jane Moreira


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Transmutação


Fui pedra.
Fui onda na rocha.
Sou o mundo que inspira.

Estou longe,
Às vezes bem perto de você,
Tocando de leve sua pele.

Muitas vezes fui uma flor
Que a abelha utilizou para criar seu mel,
Fui à folha que desabou no outono.

Ah... fui o medo de não tentar,
Fui o medo de não me calar
E de não percorrer certos caminhos.

E a coragem, esse sentimento,
Sempre bateu em minha porta,
Dando-me um viva, um olá,

Tocando no ombro e dizendo: “Vá, estou aqui.”
E eu correria, cheio de energia,
Porque a coragem iluminaria meu ser,

Correria, com as forças do vento,
Com os pés de asas e o medo bobo
Trancava-se no seu castelo de areia.

E nessa transmutação, eu sigo,
Na velocidade de um cometa,
No mundo que inspira.

(Rod.Arcadia)


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MEU PÃO

minha poesia nasce
como fornada
na mão do dia

desde os quatro ela assa
tamanha é a fome

não é brioche,
nem croissant
é pão caseiro
receita de vó gaúcha
(sovado ao natural...)

algumas vezes é temperada
com todo sal da cumbuca

mas quando acerto
Ah...ela é uma cuca !...


Nina Araújo


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Desejos

Mais profundos escritos
Aflora a pele a deflora nua!
A flor dos desejos pós, ditos
Nuances e contornos que sua.

Alimenta a pobre mente
Fogoso e faminto garboso
Que de fato vem contundente
Do indecente escritor brioso

Não é fato tal elegância viril
Do mais Bocage ser notável
Nem do personagem ser gentil
Aqui saliente e inabalável

Desejos escondidos nas linhas
Entre inspiração do mais banal
De o poeta ser nas entrelinhas
Implícito verso e explicito cabal

André Fernandes


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Por outro prisma

Qual a minha cor?
Sou da cor deste instante
Carrego os tons de tudo o que vivi
E serei ainda, tingida no por vir distante

Às vezes sou desbotada
Quando desando, desanimada
E há dias de cor vibrante
Quando feliz, sou da vida amante

Posso ser preta como jabuticaba madura
Branca como iceberg que flutua
Branca, no branco dos olhos
Negra como noite sem lua

Sou de todas as tantas cores
Preto, branco, azul, vermelho, verde, lilás
Sou arco-íris, aquarela, tanto faz
A cor de mim é o instante quem traz

Célia Sena

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