Tópicos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * * *

Dia e noite na pele

Quando quero um dia quente, abrasador
tua boca me traz o fogo e a chama do amor
Meus e teus beijos trocados, ardor
arde o dia, mesmo no inverno, calor

Quando necessito da noite amena
tua boca me faz tranquila e serena
Nossas bocas delicadas, açucenas
arte diáfana do amor, me drenas

Se quero tua pele em arrepios
largo-me de todos os brios
e faço-me correnteza de rios

Se necessito da pele macia
finjo-me morta, fria
e percorro-me em tua mão esguia

Anorkinda


* * * * *

LIBERDADES

Livre
o espaço espalha
embaralha
seu corpo
no mar

Livre
a onda rola
embola
seu corpo
na areia

Livre
o tempo agrupa
ocupa
seu corpo
com o vento

Amélia de Morais


* * * * *


Alinhamento perene

Por que me chamastes, Mãezinha,
neste alinhamento astral
as dimensões misturaram-se
em mim, pequenina fractal.

Por que me abraçastes, Jurema,
nesta tarde ensolarada,
os verdes misturaram-se
em mim, que sou nada.

Porque me enviastes os amigos
neste momento solitário,
os corações misturaram-se
em mim, ato voluntário.

Porque me amastes sempre
nesta vida solene,
as energias misturaram-se
em mim, de forma perene.

Anorkinda



* * * * *

Tantos Segredos...


Tantos segredos...
Ai, tantos segredos espalhados,
Tatuados e machucados.

Tantos mistérios...
Ai, tantos mistérios pintados
Nas muralhas dos nossos corações.

E os olhos?
Ah, os olhos... eles são janelas trancadas
Nem o amigo sol toca nela

Nem os pingos da chuva batucam mais.
Ah, os olhos... os olhos são estradas bloqueadas
Nem o amigo sol o chama.

Tanta correria...
Ai, tanta correria pra acordar o mundo...
Mas hoje, hoje ele quer ficar quietinho
Debaixo dos cobertores
Não quer ouvir os lamentos da humanidade...

(Rod.Arcadia)


* * * * *

É por todo sempre

Quando tiver que ir, vá
Siga seu caminho então
Comigo sempre ficará
Amor em meu coração!

Amizade é mesmo assim
É liberdade de escolha
E Jamais terá um fim
Não é no outono, folha

Ela não tem estação
Nem fases como a lua
Amizade é pura doação
Ela é minha, também sua

Algum tempo que vier
É bem vindo e é aceito
Faça o que bem quiser
Abraço sem preconceito.


ღRaquel Ordonesღ


* * * *

Amormar!.

Todas as noites a estrela do mar
subia à tona para a lua namorar.
Levantava uma das mãozinhas daqui
e de lá a lua começava a piscar...

De tanto amar e de tanto amor,
lua e estrela do mar queriam se visitar,
a lua prateava na noite, na água, o luar
e chorava de saudades a linda estrela do mar...

tanto fizeram, que deles se compadeceram
e Deus que é Pai de todas as coisas do mar,
para perpetuar este amor tão grande e sonhado,

fez a lua descer ao fundo do mar e com a estrela casar...
Lua virou sereia e a linda estrela juntou-se as demais
e o céu participou do mar, no mais lindo amormar...

Godila Fernandes


* * * *

Chuva no sertão

Inverso à dor
Que lhe vai n’alma
É o verbo
Que o poeta
Em verso
Gera com palavra calma
Avesso
Ao olho, morto gesso
Feito terra ressequida
Onde a chuva
Já não água

Ara o peito
E lavra o chão
Seco leito
Até sulcar artérias
E minar
Liquefeito
O sopro
Da divina inspiração
Que verte
Em palavras amalgamadas
Em versos
Feito chuva no sertão

Célia Sena


* * * *

SEM NOÇÃO DE NOVEMBRO


gosto de ler no escuro
e antecipar a luz
que traz o sol

gosto de café ralo
e contrastar o fel
do meu mate Barão

gosto do lusco fusco
e amo ler neblinas
nas chuvas de quintal

gosto de andar descalça
com bike e unhas vinho
e o tempo no varal

Nina Araújo


* * * *

Procurando Estrelas

Meus olhos insones perdidos no horizonte
tentando desvendar a ausência das estrelas
ancoram logo na primeira fonte
na ilusão de no espelho d’água vê-las.

Mas parece que a luz dorme cansada
coberta pelo negro manto da escuridão...
Meu olhar à deriva na água ondulada,
afoga na solidão, a breve inspiração.

Mas um anjo me viu nesse abandono
e nas suas asas de plumas trazendo aconchego
veio embalar mais uma vez meu sono
envolvendo-me em seus braços num doce chamego

Carmen Vervloet


* * * *

A NOITE ENORME;TUDO DORME
MENOS O SEU NOME.

No silêncio que a longa noite traz
Entre sonhos tão sonhados entre meus ais
A fria ausência a entorpecida ilusão
Grita seu nome como fosse oração

Eu me debato na saudade que me toma
E o peito clama recordando essa demora
O sono em pesadelo se transforma
E a minha alma alquebrada agora chora

Voce não vê não sente e nem se importa
Com a enorme noite que agora é meu tormento
Com as lembranças que retornam solidárias
Com esta dor que fez morada no meu peito

E no vazio da tua falta tudo dorme
Somente eu derramo lágrimas sentidas
Por esse adeus onde levastes os meus anseios
Deixando a noite que não adormece esta ferida
A ferro e fogo demarcando minha vida.

NICE CANINI


* * * *

POESIA CÁRCERE

Não caibo
na poesia cárcere!
Não, não compreendo tal paradoxo!

Se busco a liberdade
de usar a minha pena
sem penas
Se busco a vastidão do
espaço sem fronteiras
Se busco o lúdico a me
acalentar o espírito...

Não aceito limites!

Quero ter meu tempo
de dispor belezas
de compor certezas
e dúvidas
de medir o peso
ou leveza

Quero construir
fluir
na forma e no tempo
em que o poema surgir.

Arabela Morais


* * * *


(clique para ampliar)


* * * *


(clique para ampliar)

.

Nenhum comentário: