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segunda-feira, 7 de março de 2011



RESULTADO 5º CONCURSO DE POEMAS

PEQUENOS GRANDES POETAS!


SAUDADES DOS ANTIGOS CARNAVAIS.

Oh! Que saudades que eu sinto
Dos carnavais de outrora,
Tão doces como a aurora
Dos meus tempos de rapaz!
Que sambas, hinos e marchinhas,
Naqueles dias ditosos,
Que em ritmos calorosos
Bem sei que não voltam mais!

Como eram belas as festas
Das ruas e dos salões
Ao agitar dos balões,
Confetes e serpentinas!
E eu, feliz a cantar,
Qual pierrô apaixonado,
Pulava alegre, assanhado,
Entre lindas columbinas!

Tudo era sonho e amor
Alegria, paz, prazer,
Que da noite ao amanhecer
Só me trazia alegria!
Cansado, mas satisfeito,
Voltava ao lar, bem contente,
E cantava alegremente
A mais doce Poesia!

Entre sonhos, fantasias,
Ilusões e devaneios
Eu brincava, sem receios,
Os meus dias de folia!
Tudo em mim se completava
Na doçura da ilusão,
Que ao pulsar da emoção
O meu peito consumia!

Ouvia canções saudosas
Da mais pura poesia.
Lembro uma que assim dizia:
"Tristeza, por favor, vá embora..."
E ao relembrar esse Canto
A saudade me corrói,
Dentro de mim ela dói,
Minh'alma se cala e chora!

Hoje, velho e sem saúde,
Sem amor e fantasia,
Triste é a minha alegria,
Que se queda em tristes ais!
Já se foram os meus amores,
Não há mais sonho dourado,
Tudo remonta ao passado,
Aos meus antigos carnavais!...

Guardo apenas na lembrança
Essas quimeras saudosas
Dos meus tempos cor-de-rosa,
Que sei que não voltam mais!
A saudosa juventude
Partiu de mim, foi embora...
Já não sinto o alvor da aurora,
Dos antigos carnavais!

Oh! como sinto saudades
Dos carnavais de outrora
Tão doces como a aurora
Dos meus tempos de rapaz!
Que sambas, hinos e marchinhas,
Daqueles dias ditosos,
Que em ritmos calorosos,
Bem sei que não voltam mais!

J. Udine.


Carnaval

Quando chega o carnaval,
Não tem por que, nem senão...
Não existe nenhum mal
Em tirar o pé do chão.

Nesses dias de euforia,
A vida é alegoria...
O povo esquece a agonia,
Vai vestir a fantasia...

Acha tudo uma beleza!

E o samba esquenta a alma e a avenida...
Beleza de cores, entorpecimento de dores...
E fica tão linda essa vida!
Encontra-se até mil amores!

Mas quando acaba a magia,
Tudo volta a seu normal...
A princesa é só Maria,
Ou é fulana de tal...

E assim, até o outro carnaval...

Jane Moreira




FANTASIAS

Junto-me à multidão dos aflitos,
Fantasiados do brilho da ilusão,
Assim podemos soltar os gritos
Sem culpa, sem dar explicação...

Enfeito-me, como tantos, da cor
Que a mentira leva no disfarce,
Misturando no riso a mesma dor
Escorrido o ano todo pela face...

E quando esse povo se dispersa
Ao som do silêncio do tamborim,
Meu lado solitário quer conversa...

Repreende o meu juízo sem jeito...
E da purpurina que ficou em mim
Salpica estrelas sobre meu leito!

Telma Moreira

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