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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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Canção Calada


Vento, porque tiras assim minha calma?
Sopras o desengano pela janela aberta.
E um vazio, insano, invade minha alma,
que nesse instante estava descoberta.

Dentro, meu canto de silêncio absoluto,
recanto onde se encaixa a melancolia...
Entoa canção calada, que só eu escuto.
Toada a modular em dó maior a agonia.

Adverso, do lado de fora, o dia anoitece.
E entre brumas o firmamento faz motim.
Escondido um sol, menor, desaquece.
Peço: tragam o céu de volta prá mim...

Rosemarie Schossig Torres

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* * * * *
Caminho de Minhoca

Rastejamos nesta terra
procuramos melhoria.
Somos poeira de estrela
Ou chuvisco do meio dia

Pegadiça a poça dágua
é um espelho a refletir.
Nossas escolhas erradas
ou acertos a influir

O rombo que o tempo faz
é um túnel de minhocas.
Aprendo como se faz ,
Volto de novo prá toca

No mergulho que dou em mim
a lanterna ilumina o trilho.
No bicho que animo assim
Sou uma minhoca e brilho.

Gladis Deble

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* * * *
Quero deixar

A lembrança de meu olhar
que pousou docemente
em pessoas
em lugares
em palavras

Quero deixar

A lembrança de minha voz
que falou docemente
de histórias
de memórias
de paisagens

Quero deixar

A lembrança mais fugaz
do que falei bruscamente
sem razão
sem paixão
sem paciência

Quero deixar

A lembrança mais salutar
do que vi rapidamente
sem emoção
sem atenção
sem participação

Talvez, assim, salvar
o que dei de mim
quando passei por aqui

Anorkinda

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* * * *
Entre parêntesis

Jorra o liquido das verdades brandas
das mentiras tantas, do importante gomo
Sumo das verdades em laranjas
pingo ardente dança
nas retinas rubras

Falácia do tempo em marcha ré
dó re mi ecoa
na dúvida sonora do ontem

Falo das palavras já não ditas
apenas sentidas,
nos parênteses planos

Jorra esta saudade
que se perde
na curva da linha, rodopia
e vira interrogação

Exclama a dor que assim berra!
silenciosa mansidão
em reticências infinitas
como um eco de não.


Márcia Poesia de Sá

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* * * *
Estio d'alma

Que venha então a paz,
Curar-me a insônia d'alma,
Apaziguar-me o coração

Venha, pois, a calmaria
Que serena a tempestade,
Suscita bênçãos, luz do dia.

Apresente-se a tranquilidade,
Ilha envolta de águas mansas,
De sossego, claridade,
Sementes em mente calma
Trazendo felicidade.

Célia Sena

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SENTIDO DA PALAVRA

Gestação
Da palavra
Procura sentido exato
De nascer
E cumprir séria missão
A responsabilidade
Da mensagem.

Se inexata,
Gera pânico
Altera planos
Muitos desenganos
Gestos desumanos
Sensações possíveis
Incríveis...Terríveis...

Se mal dita,
Não pode ser recolhida
Feito tiro detonado
Na mira do alvo...
Como dose errada
Mal aviada...
Resposta letal !

Se chega e cai
Como prece, enternece
Uns dão a vida por ela
Outros tiram...
Pequenas,frágeis,
Gigantes,ágeis,
Cortantes...

Na grandeza do significado
Reside a intenção do gesto...

(Lage,Mazéh)


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(CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR)

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***A Vida Em Retalhos ***

Trouxe um saco de retalhos, alguns estão em frangalhos
Muitos deles estão bons, são simples com vários tons
Coloridos bem vistosos, foram vestidos garbosos
Aventais trabalhadores, com bolsinhos multicores

Trouxe também já bem feita, a minha colcha perfeita
com esmero agasalho, feita toda de retalho
Assim procede na vida, que as vezes colorida
segue enfeitada cores, em retalhos de amores

Quem sabe e faz bem feito, juntar pedaço perfeito
Vai fazendo a tecitura, lamenta chora e jura
por cima do véu oculto, naquele pano de luto

Onde esconde um segredo, que foi para o degredo
Apesar da confissão, jurando sempre que não
Segue a vida satisfeita, e em simples costura ajeita
by
***RosaMel***

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Um comentário:

Raquel Ordones disse...

lindo espaço...jardim cuidado com perfeição...beijos!!!