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sexta-feira, 9 de setembro de 2011


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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Memorial

Minha memória é uma ilha
perdida num mar revolto...
Passa frio, troca contornos.

Quando mudar o tempo
a tomar chuva no rosto
recebo tempestade, raio e vento.

As coisas tangíveis, irão apontar
Sensíveis ao toque,
Sempre iremos lembrar.

A lira foi dedilhada,
palavras rimadas ou não,
em encaixes formatadas.

Mas a emoção do pedido
e a alegria ao responder,
Para sempre vão ficar.

Gladis Deble

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* * *
Soneto do Amor Eterno

Eu tenho um amor que me completa
e traz cumplicidade a minha vida
com beijos e carinhos me aquieta
e torna a minha estrada colorida.

se por ventura a lágrima soletra
e desce pela face a ferida
o meu amor me abraça e desperta
minha felicidade escondida.

É amor que ultrapassa a paixão
trazendo tanta paz ao coração
é fruto recolhido na espera

Que veio com o tempo e a razão
e o amor que começou na primavera
em casamento já se fez verão.

Mary Bueno

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EXCOMUNHÃO

Dada a minha natureza humana,
Sou fadada a muitos pecados,
Haja vista a condenação
De todos os prazeres da carne.

Sou dependente do amor carnal
Que vicia, aquece e atiça.
Ainda que em pequena escala,
Dos sete pecados, cometo seis:
Luxúria, Inveja, Ira,
Orgulho, Gula e Preguiça.

Confesso que às vezes aponto o dedo
Para o defeito alheio, que feio
Separei o que Deus uniu,
Antes que a morte dividisse ao meio
Duvido das verdades absolutas
Foram impostas por humanos, como eu
E finalmente, eu matei
Sou assassina de muitos sonhos
Pela impossibilidade de realizá-los
E creio que o inferno é aqui
Onde as labaredas me consomem.
Certamente receberia a excomunhão
Por ser indigna da hóstia sagrada
Excomunguem-me, pouco se me dá.
Continuarei provando da hóstia da vida viva
E matando a minha fome de viver.
Sibila pagã.

Célia Sena

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***Bobo sem Máscara***

Arranquem a minha máscara, façam com que eu desperte
mostrem a minha face escancarada sem riso
a minha sina é ser louco, um disperso viandante

Ó... pois que sol ilumine meus traços tão puros
que faça da verdade, a transparência de uma alma
eis que se torna sutil, minha face pueril
quero abraçar meu corpo e sentir a mudança

Eu que me julgara seguro dos desatinos mundanos
numa prisão feita em troça, para riso dos humanos
liberdade, doce liberdade cantada em versos
por toda alma encantada, mascarada de inversos
quebrou-se o encanto, com a máscara arrancada

Já não sou escravo do riso alheio
se na multidão eu era a solidão
hoje solidão... sou uma multidão
pois que seguro de meu mundo interno
não mais preciso escravizar o sorriso
e vivo feito louco uma vida de improviso
by
***RosaMel***


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Verdades declaradas

Declaro a ti um amor ausente
De imperfeições e defeitos
Ciúmes e crimes perfeitos
De outras camas e leitos
De amores plangentes

Declaro a ti um amor presente
Inerente, plausível e ideal
No mais, afirmo e confirmo
Toda minha celeuma, que o calor
Do meu corpo, revela no “ato”

André Fernandes


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TEMPO


Tempo...
Onde mora o tempo?
Pra onde vai o tempo?
Quando o tempo volta?

Tempo...
Sempre tão implacável
Sempre impermeável
Sempre imutável, tempo...

Tempo
Senhor dos contra tempos
Às vezes desespera
Outra nos faz espera
Ou felicidade...

Tempo
Sempre sem argumentos
Sem amanhã
Sem ontem
Sempre senhor do agora.



Mavie Louzada.

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A Ferro e Fogo

Se é para queimar
Que seja por inteiro
E não chamuscar
A ponta dos dedos dóceis, ligeiros
Como quem toca a superfície
Da água quente na banheira cheia

Que seja de corpo e alma
Mergulho, cabeça aos pés,
Sem culpa, recuo ou revés.
Coração, brasa vermelha,
Fagulha, viva centelha
Acendido e incendiado
Um canto, um quarto, o quadro todo
Onde o amor desenhou
Paixão, a ferro e fogo.

Célia Sena

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OUTROS TEMPOS

Sou do tempo em que
desenhavam coração
em uma árvore

"Fulano ama fulana"

A árvore deve estar
em algum quarto
Virou cama

Sou do tempo em que
desenhavam coração
em uma árvore

Flechinha de cupido

A árvore deve ter virado
um guarda roupas
guarda vestidos

Sou do tempo que que
desenhavam coração
em uma árvore

Ninguém mais fala

A árvore deve ter virado
mesa com cadeiras
em alguma sala.

LCPVALLE

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Estrelinha acompanhante!.

Sou estrelinha cadente
de tristes olhos azuis,
busco não ser diferente,
entre meus pares de luz.

no alto onde todas morávamos
tinha entre nós, muito amor,
um manto azul que bordávamos,
no sol brilhante do Criador.

Desci por que precisava,
olhar de perto por ti,
saber por onde andavas.

Agora sinto saudades dali,
de meus amigos queridos,
enquanto protejo este daqui!

Godila Fernandes

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Meio dia

Pela janela aberta
tudo vejo, debruçada.
Da floreira, em flor
desperta das hastes
a trepadeira.
E os ponteiros
empilhados da
hora do meio dia.

Sentido de impermanência
discuto esta inquietude,
Sou meu próprio solilóquio
a discordar na poesia...
Não emito nenhum som,
O sol a pleno reflete luz.
O muro não faz nenhuma sombra,
Uma lâmina de lume
penetra a vidraça, agora.
Transpaça e recorta
os objetos e louças
que estão sobre a mesa.
Brincamos de estátua
na hora do almoço.

Gladis Deble

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Um comentário:

Janaina Cruz disse...

Poesias cheias de encantos e magias...

Amei tudo por aqui, sigo o blog com prazer!

Ótima semana