Tópicos

terça-feira, 5 de junho de 2012




PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



* * *

Até Que A Alegria Desponte

Num minuto pudera eu ser qual leviana pluma.
Dizer adeus à dor; fazer com as nuvens asas. 
E num incolor firmamento erguer a minha casa.
Então entorpecer até que todo meu ser suma...

Feito um grão de ar,  pairar em outro horizonte,
onde...Quem dera! Amanhecer sem tormentos.
Na atmosfera ver só a beleza; o encantamento.
Admirar a aurora até que a alegria desponte...

E sem pés esquecer a angústia que importuna.
Ser vapor d’água, não chorar, mas... Liquefazer.
Deixar aquelas mágoas olvidadas no alvorecer.
Ganhar novos olhos, a Iris  deságua na fortuna.

De volta ao chão, as velhas névoas em negrito,
que me rodeiam já não me aprisionam tanto...
Os pensamentos vagueiam livres, sem pranto.
Sou um pouco da pluma que sonhei. Acredito!

Rosemarie Schossig Torres

.





* *


DEDOS INDO

Eu "me amarro"
 nos cadarços dos meus tênis
e mais ainda
 nos dedos dos meus pés
que prendem a respiração
 a cada jornada.

LCPVALLE

.


* *

.


* * 


MESMISMO

O mesmo riso fácil
o mesmo olhar frágil
o mesmo andar malemolente
o mesmo gesto insistente

Não embarco nesse braço
não me prendo nesse abraço
Meu rumo é a vida
estou cada dia mais atrevida.

Amélia de Morais

.

* *

Fora da torre

Se a vida sem amor
é um mar de tédio,
Tipo um livro sem letras
um extenso torpor ...

O amor quando vem
tudo permeia
e o líquido elemento
corre na veia...

Abre toda a corrente
da alma escrava
e um tecido de memórias
esgaçado, renova-se

Reinvento alguns motes
Subtraio tormentos.
Sobre setas planando
A centelha entre as asas,
Incendeia o poema ...

O Mestre fez tudo assim;
minha mente encastelada
sai da torre...
entre a pedra e a flor,
germino...

Gladis Deble

.


* * 
TÃO FRÁGIL, TÃO FORTE

Sou grande, sou forte
E frágil é o tempo
Se busco conforto
Alguém me sufoca
Descubro o caminho
E frágil é o tempo

Sou feia, sou bela
E larga é a estrada
Que cresce nervosa
E frágil é o tempo
Se sigo na vida
Eu levo as histórias

Sou gente, sou coisa
E frágil é o tempo

O tempo que passa
Ou corre ou se arrasta
Sou eu contra ele
Tão frágil é a vida

Sou eu nessa vida
Tão frágil...
Tão frágil...
Tão forte é o tempo.

Arabela Morais

.


* * 



.


* * 

O sonho que dorme cabe na palma de minha mão
Tão curto quanto a ilusão
Tão breve quanto a vida...
Intenso não vê saída
A não ser despertar (sem nenhum argumento)
Para felicidade.

[Mavie Louzada]

.


* * 

Leveza

Ao som do silêncio,
fico deitada na grama,
à luz do sol que me desnuda
e seus raios derrama...

A Mãe me saúda,
as flores em volta
e os pássaros cantantes
fazem desse instante
aquarela singular.

Somos, na tela,
obras de arte,
de tamanha beleza,
simbolizando a pureza
e a leveza da Arte Maior...

É a natureza
cumprindo seu papel,
ditado pelo Maior Arquiteto,
Pintor e Escultor
do lápis, do pincel e do
cinzel.

Jane Moreira

.

* *



.


* * 
Um Homem Qualquer


Hoje o mundo perde
Um grande homem
Que não era um intelectual,
Um grande jogador,
Um líder político,
Ou espiritual.
Que não tinha posses
Status, nem poder.
Não era famoso
Nunca apareceu na tv.

Hoje o mundo perde 
Esse grande homem
Que não era um musico,
Um letrista genial,
Um grande filósofo,
Ou poeta nacional.
Que não foi um Presidente,
Governador, nem bandido.
Não era jornalista
Nunca escreveu um artigo.

Hoje o mundo se despede
Desse grande homem
Que a nação não conheceu
Que os livros não relatam
E a historia se esqueceu.
Hoje o mundo diz adeus 
E a nação não vai chorar
A morte do Zé...
Um homem comum,
Um homem qualquer.

(Thiago Grijó Silva)

.

* *

DRUMONNIANDO

Amor, bicho danado
que corre, pula, salta
que gruda, coça, arde
que some e faz falta
que surge mais tarde
abrindo ou fechando ferida
entrando ou saindo da vida
deixando na alma a cicatriz
que às vezes é só lembrança
mas nem sempre é feliz.

Amélia de Morais

.


* *
REVIRAVOLTA
Buscando equilíbrar minha vida
Corri atrás da verdade
Pensei que estava escondida
Quando me vi envolvida
Em tão grande falsidade.
Desisti em meus tropeços
Em trôpegos passos me curvei
Como andarilho reconheço
Mesmo embriagada, me levantei.
Pesei na balança meus pecados
E vi que não fazia sentido
Tanto rancor em meu peito acumulado
E forte; vomitei meu grito contido.
Cambaleante, prostituída...
Nua, inconstante, suja e cega
Quão esmolante, pedinte, pobre
Ainda resta um pedaço nobre
Neste corpo que rastejante navega.
TIAGILLA

.

.














Nenhum comentário: