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quinta-feira, 11 de março de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS DA SEMANA!


PARA QUEM CHOROU

P erdidas foram as horas vazias
A margas em saudade quente
R arefeitos foram os ares vadios
A lucinados em verdade intermitente

Q uais são as razões do mito?
U ns quantos enganos coloridos
E mbrulham sonhos em realidade
M astigam suores de vaidade

C heios são os dias das emoções
H omologadas em insanidade
O rdinárias manhãs vão embora
R astreando novos desafetos
O os melhores momentos vem agora
U medecidos em lágrimas de felicidade

Anorkinda



CARNAVAL COLORIDO


Da paleta de cores da poesia
Pinto o meu rosto e a fantasia
E das cintilações das estrelas
As faíscas eu vou buscar e
Inflamo de chamas meu olhar

Quero estar colorida a brilhar
Espalhando pelo salão as cores
E transformar com meu tocar
As faces pálidas das dores

Aproveite esses três dias de viver colorido
E venha urgente me amar
Sem fim
Antes de entrarmos em combustão
Pois nossas cores logo se esvairão e
Na quarta feira seremos
Um punhado de cinza enfim

Marlene Caminhoto Nassa




MEMÓRIA DA PELE


Memória do teu corpo
Em minha pele
Ficou impregnada para sempre
Teu cheiro tua textura
Temperatura calor

Até tua altura
E teu suor

Como um santo sudário
Que a imagem de Cristo
Gravou
Num lençol a sangue
Por anos sem fim

Trago marcada
Em minha pele
Para sempre gravada
Tua memória em mim

Marlene Caminhoto Nassa


Teus braços meu porto

Sou veleiro perdido
Nas divagações de teu mar
Sombra de branco num verde
Raios de luz de luar

Calma me deixo levar
Por entre tuas tempestades de vento
E quando a calmaria te abraça
Sou eu que trabalho meus remos

Nademos então assim juntos!
Vasta imensidão de sentires
Teu amor me faz navegar
Encontrar as rotas do destino
Na bussola, que é teu olhar

Tenho ilhas em meus oceanos
E nelas te deixo pousar
Meu coração tem teu nome
Jamais consegui apagar

E quando teus olhos eu fito
Perco-me no verde deste olhar

Já me deixei à deriva
Nos dias em que me perdi
Pensei que nosso amor estava morto
Não lembrei que teus braços, são meu porto

Em um braço de mar, te encontrei
Nas profundezes do azul te amei
Escrevendo em ondas teu nome

Sei que jamais zarparei
Do teu peito em forma de labirinto

Sinto que sempre estarei
E neste amor de um mar infinito
Sou veleiro perdido
Em meu coração, que te dei.

Márcia Poesia de Sá



MEU POEMA É...

Meu poema é um fósforo riscado,
A espantar a escuridão.
E a deixar os olhos ofuscados.

Sim, meu poema nada faz:
É tão somente o clarão
Que num instante, o breu, desfaz...

Eu, menino, descobrindo tudo,

Acendo mais um poema na solidão do escuro...

Isaías Gresmés


UM CANTO À VIDA

Encare o bem como sendo a brisa
Que lhe traz o perfume a todo instante
E sinta sua força que assim harmoniza
Qualquer ambiente de forma brilhante

Contemple a vida como sendo um filhote
Que precisa de carinho e de atenção
Dê beijos suaves no seu cangote
E a ela ensine o dom do coração

Projete seus sonhos no céu infinito
E exiba-os a todos aos quais você ama
Pois eles representam seu tesouro bendito
Que lhe renderá os louros da fama

Cultive as lições do mestre Amado
Como a natureza que fez as florestas
Multiplique a bondade para todos os lados
E dedique à vida suas melhores serestas


Isaías Gresmés




TERRESTRES


Muitos fazem da vida um blefe
escondem a cara,
não entram na briga.

Muitos ferem-se nas farpas
arrecadadas pelos caminhos
ou com balas perdidas
e, achadas.

Muitos atravessam desertos
em plena colheita, seara...
desgraçados.

Muitos nascem em berço de metal nobre,
navegam nas nuvem mansas...
enquanto os famintos
acalantam suas proles.

Há rios de dinheiro e lama podre.
Há mortos no cativeiro da sanha
assanhada da famigerada
luta pela sobrevivência.

Todos juntos, separados por enormes muralhas...
Feras de dentes ou desdentadas,
ruminando ensinamentos
ou não comendo nada.

Humanamente inteligível,
é a sangria desatada
pela estabelecida
Geopolítica globalizada.

JULENI ANDRADE


UM RESUMO

Como um feixe de luz na alma
Prisma de paz e harmonia no coração
Decorei com palavras minha vida
Sobretudo sobre a verdade e a emoção

Sem palavras, com argumentos
Com intenções, sem pretensões
Sem cenas, com acontecimentos
Com e sem acomodações

Vou levando iluminado e iluminando
Voando, nadando ou andando
O importante é chegar
Em algum plano e lugar

Com calma e paciência
Inteligência sem demência
Muita inspiração e imaginação

Escrevo nas linhas os poemas
Os sentimentos, histórias e momentos
O âmago da minha emoção

André Anlub [Poeteideser]



Papel ao Vento



E assim voa,
Voa na bruma da manhã,
Voa, voa no sossego.

E no corpo que voa no momento,
Entrega na beleza o tempo,
Voa, voa, na maravilha do mundo.

É um versar de amor,
Uma valsa dos cisnes em leves passos.

Ah... Há também o devaneio que embriaga
E penetra, não machuca, mas penetra.
É um versar de amor...

Que voa, voa no firmamento,
Abrindo o assobio do vento
E vai voando, voando...

Na polpa do tempo, no beijo carente,
Voando, voando na leveza,
Sem nenhum olhar decadente.

É um versar de amor,
Uma velha cantiga de infância,
É um papel ao vento, voando, voando, voando...

( Rod.Arcadia)



SEM QUERER

Sem querer vou compondo versos,
Sem rimas, sem eiras, nem beiras,
Vou costurando os momentos,
Vou rompendo com o tempo,
Vou me acostumando aos fatos.

Mesmo querendo não tenho a chave,
Que abra as portas herméticas da razão,
Que desvende os mistérios da vontade,
Nem apazigúe o anseio do tudo que se quer.

E sem querer vou cortando a carne,
Sangrando as veias e os olhos,
Se lágrimas correm rosto abaixo,
Não sei dizer se de alegria ou tristeza,
Pois, sem querer me divido em conclusões.

Mesmo sem querer vou correndo versos,
Em cada verbo se faz um derrame,
Cada afirmação encuba uma metáfora,
Em cada palavra se faz uma sangria.

Mesmo querendo esconder a ilusão na história,
Mostro os cortes da navalha nas palavras,
Que expõem até as intenções implícitas,
Em cada verso que escrevo sem querer.

EACOELHO



POR ONDE

Onde andará meu amor,
Que caminhos serão que lhe acolhe,
Que sonhos embalam seus dias,
Quem sabe lembranças de nós,
Quisera só pensando em mim.

Tomara que aquele riso ainda vigore,
Emoldurando seu rosto ainda tão meu,
Não haverá de estar triste, talvez calada,
Lembrando meus braços e meu abraço,
Rogando um beijo dos tantos que lhe dei.

Imagino-a caminhando cabisbaixa,
Pés descalços na areia, na praia,
Ventos saudosos vindo do mar,
Acariciando seus cabelos revoltos,
Bem do jeito que eu queria fazer.

Talvez ouvindo a mesma música,
Que coloria nossas madrugadas,
Que entendíamos somente nossa,
Que aconselhava nossos sonhos,
Interrompidos pelos destemperos.

Não quero em seu rosto nenhuma lágrima,
Nem dor, nem tristeza nas lembranças nossas,
Nenhuma mágoa haverá de estar represada,
Pois, melancolia já basta em um só coração,
E as lágrimas do meu rosto já valem para dois.

EACOELHO



CONVICÇÃO

Sei do luxo e vejo o lixo
e por capricho
não os vejo misturar

Sei do lixo e vejo o luxo
e por certeza
essa mistura não se dá

Então decepcionado...

Leio o novo letreiro
com a velha mensagem:

......Vote pra mudar......

...

- Mulher: você sabe onde está meu molinete?
.................Volto depois da eleição.

Marçal Filho



Um Futuro Ser Completo

Saber viver, saber esperar
Tudo no contra tempo da situação
Montar no mundo e cavalgar
Largar o cogente por só querer
Se o tempo é sua Nêmesis
Levante e corra em qualquer direção
Saia do ostracismo de um abrigo
Essa solução é só enganação

No adjunto de tudo que te faz feliz
Vale a pena o tempo perdido
Se por um lado desce ralo abaixo
Por outro alimenta sua alma
Com sabedoria, tempo e muita calma
O mundo estará em sua mão
Com paz, integridade e humildade
Tornar-se-á muito mais do que aprendiz

Ser um monge na pura meditação
Paira o silêncio ao se encontrar
Passeando ao redor do espaço tempo
Sem sequer ter hora para chegar

Totalmente de bem com sua vida
Sabiamente convida ao vivo o bem
Com sua mente muito bem na vida sã
Para conviver sabiamente com sua vida zen.

André Anlub


I M A G E M

Estava eu sentado na beira da baia,
Tantas pedras na grama, na relva,
Eu numa delas, a mais formosa.

Olhar correndo as águas tranqüilas,
Serras ao longe, do outro lado,
Gaivotas brincando no céu,
Mergulhos vezes em quando.

Meu olhar buscando o barquinho,
Ao longe, cruzando as águas, indo.
E lá se ia outro, preguiçoso, vagaroso.
E olhos de preguiça, deixando o tempo passar.

Vento vinha e soprava meu rosto, delicadamente,
E junto vinha o cheiro forte das águas, do manguezal,
Aroma de mar, de lodo, de sal, da natureza crua,
E minha tristeza nua calava e se deixava na inércia,
Sossegada como as águas da baía.

E o vento assim continuava, suave, brando,
Como a querer me fazer carinhos,
Dizer que do que tinha atrás lá dos montes,
Do outro lado, além dos meus pensamentos,
Bem pra cá donde estava meu amor.

E ele me dizia, que ela lembrava de mim,
Todos os dias, todas as tardes, sempre que olhava o mar.
E me trazia imagens do seu rosto também triste,
Dos seus cabelos soprados, caídos no ombro,
E dos seus olhos que me buscam além do mar.

O vento então já nem me dizia mais nada,
Nem precisava, os barcos sumiram na baia,
Também o monte do outro se foi, nem as gaivotas eu via,
As lágrimas que se faziam ofuscavam tudo.

EACOELHO

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