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segunda-feira, 7 de junho de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS


SAUDADE

Sal dá de escorrer aguado
E o olho arde,

Sal dá de lavar a alma
E o olho mágoa,

Sal dá de banhar tristeza
E o olho areia,

Sal dá de correr no canto
E o olho inunda,

Sal dá de minar em pranto
E o olho água,

Sal dá de brotar nos olhos
Saudade chora.

Célia Sena


Vida de um pequeno grande jardim!


O solo foi generoso, flores ali nasceram
De todas as cores, dispersas cresceram
Pequenos beija-flores ornavam o jardim
Levando sementes, a plantação sem fim

Eis que surge à tempestade, inundação
Tudo que era florido, pisoteado no chão
Dos beija-flores lágrimas tristes caíram
No coração, marca do que construíram

A coragem e a intrepidez vieram à tona
Das flores socadas salvaram a semente
E em cada canteiro espargiram contente

O jardim refeito, a alegria então se refez
Venturosos estão os pequenos voadores
Emoção!Não se lembram mais das dores.


ღRaquel Ordonesღ

Embora

Fosse apenas um rabisco
Era o inicio de uma palavra
Embora fosse uma palavrinha
Eram todos os meus sentimentos
Escritos!

André Fernandes

ENTRELINHAS
.
Passeando sobre os versos
te descobri imenso, imerso
na minha pequena poesia.

Amélia de Morais


Eu queria


Eu queria submergir em sua vida
Viver lá no fundo do seu coração
Queria me aquecer no seu abraço
Navegar muito além com emoção.

Eu queria ser a garota ou mulher
Ter o seu carinho, sem cobrança
Ser da maneira que você quiser
E no colo não passar de criança.

Trafegar no seu ser, na contramão
Eu queria seu certo e seu proibido
Invadir seu corpo sem sinalização.

Queria seu brilho sendo meu sol
Queria cobrir minha louca paixão
Entregue, embaixo do seu lençol.


ღRaquel Ordonesღ

Aos Poetas
.
Poetas de tantos versos,
Versos de tantas vivências
Que trazem em sua essência,
Sja qual for o teor,
O mesmo supremo amor
Enaltecendo a querência.
.
Se poetas já cantaram
Exaltando suas paisagens,
E prestaram homenagens
Com telúrico talento;
Se cantam aos quatro ventos
A terra de seus amores,
Hoje é o pago que abre o peito
Pra saudar seus payadores.
.
Tapete verde estendido
Em campeira deferência
É a natureza saudando
Os poetas de consciência;
Uma sanga murmurando
Em genuína melodia,
É o nosso pago cantando
Rima, poeta e poesia.
.
Pois que seria da terra
Se não fosse exaltada;
Se em altas madrugadas
Não existisse um luzeiro
De versos brotando livres
No brasedo do Galpão,
Uma chucra inspiração
Ao som do vento pampeiro.
.
Por isso que hoje é o pago
Que sauda seus cantores,
Poetas e trovadores
Numa humilde reverência,
Pois se uma terra se faz
Valoroza e promissora
É por força de um povo
Que não cansa de lutar
E mesmo ao não ter palavras
Trazem poesia no olhar!
.

Rozelane Morais

Das Sensações

Ah, quando o vento do id ruge
os pensamentos ruflam.
É o momento do rumorejar das palavras,
da simbiose ideográfica,
da irracionalidade ideológica,
do pipilar dos sentidos.

Das odes, dos lírios, dos ídolos, dos idos.

E o pirilampo que gera energia transcendental
promove o show pirotécnico ao transe.
O imaginário transita transgênico
sobrevoando o campo da concentração
que aleatória segue o traslado.

Transformador, transtornado, transitório, tênue , tenaz.

As abelhas agitadas batem disritmicas
encurtando distâncias,
suprimindo espaços,
descortinando o horizonte oculto.

Da morte, dos medos, das metas, das mentes.

Aglaure Corrêa Martins

O Que é a Verdade?

Sereníssima Esfinge
E um enigma e tanto
A queimar-me os neurônios!
E serena ela exulta
Só faz isso porque gosta
De ver, assim, os passantes
Perdidos e delirantes
A procura de resposta!
Mas, afinal, o que é?
Acaso é apenas uma?
Eu te digo que são tantas
Povoando este vasto mundo
Pois cada um tem a sua
E, a rigor, não há nenhuma!

Rozelane Morais


SER MAR
.
Sob os efeitos lunares, transbordo...
E por mais que meus líquidos vazem
A cada sol, em sal, se recompõem
Pondo-me novamente no turbilhão
De cheia e vazante e marés infindas
Ondas e ondas e ondas que engolem
E vomitam espumas de fel, de mel
De ar, de céu, de sol, de terra, vento
E o alento que me cobre é essa brisa
Serena e morna que vem, toda tarde,
Sem fazer alarde, beijar a minha alma
Lavar a minha boca e me devolver
À luta de mais uma noite e um dia
Contra essa doce agonia que é ser Mar...
.
(Lena Ferreira)

Escutando...

Silencio...paro e apenas silencio...
Ao ouvir as asas de um beija-flor
me envolvo na música cósmica...

Absorvo...sinto e apenas absorvo...
O sentido da vida e do amor
revela-se sem palavras escolhidas...

Pouso...relaxo e apenas pouso...
Ao escutar a canção de esplendor
me permito ser divina e bucólica...

Pulso...atento e apenas pulso...
O coração no compasso do amor
manifesta-se em canções de vida!

Anorkinda

Pronuncia sem pronúncia


Pára com o que está fazendo
É melhor, para não morrer
O que você faz te deixa doida
E doída sua alma vai sofrer.

Calma, sua mente é sábia, sabia?
Seus pais estão com toda a razão
O país precisa de metros de saber
E não de simples metrôs a correr

Se amássemos, seria muito bom,
Mas é séria essa situação...
Não nos amassemos, então

E aí... Ai do nosso coração
E por ele devemos lutar
Outro pôr do sol vai chegar!


ღRaquel Ordonesღ



A culpa não tem culpa de ser!

A culpa já nasceu
assim, se impregnou
em você e também em mim.
as vezes não somos
culpados, por horas
somos equivocados
e carregamos a culpa
mesmo sem ter errado!

Barbara Rosa


BARRADA


em traje de gala
aporto em equívocos
vejo festa pela fresta
observo, me deleito
sem proveito
o encanto acaba
é meia noite
não permaneço
pago o preço
volto aos farrapos ...


Eliane Thomas


CAMUFLAGEM


Acordo... espelhos...
Como primeiro ato do dia,
Contemplar a minha imagem.


Batom... vermelho...
A face se irradia,
Sob o efeito da maquiagem.


Penteio... o cabelo...
Visto-me de alegria...
Para completar a camuflagem!

Viviane Ramos


-Evocando o passado-

da vida
do futuro
pai, fica aqui do meu lado

Mãe, me carrega de novo?
no seu ventre
que me protegia
que me deixava
todo coberto
de amor
afeto

Meu irmão
vamos correr?
como antes no quintal
lembras?

Onde estão?
me pergunto
triste, infeliz
nesta vida amarga
de solidão.


Ozeias Alves Júnior



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