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segunda-feira, 11 de outubro de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



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Metade De Mim Que Arde

Nas vezes em que anseio o verso
impeço-o de andar ligeiro
o mote faz tudo que peço
maior do que um braseiro

Preciso tapar os ouvidos
quando ele traz novidade
nem sempre quero alaridos
para versar a verdade

metade de mim que arde
na astúcia dos poemas
vem dos receios que nego
quando os versos tem dilemas

(e ainda assim eu grito
com a acústica modulada)

um pouco para ser ouvida
pela minh'alma entocada.
um pouco para ser valente
e não ter medo de nada.


Nina Araújo.

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Meu silêncio

Há na min’alma ecos de risos
Triscos de sonhos imprecisos

Contudo, há nuvens de puro som
Bom saber-me um improviso

Força do medo, releio
Reescrevo a coragem que arde
Alarde em gritos e textos
Frações de mim, escarlate

Meu som já te busca em silêncio
E brada quando a noite cai...

Sou só um pedaço de sonho
Um tanto que componho
Outro tanto que se esvai

Abraço então meu silêncio
Composto de dor e solidão
E o planto na colina...

Para que brote
Imensidão.

Márcia Poesia de Sá

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Meu meio

Entre o sono existe o acordar
Descanso e obra do criador
Entre um sonho, um encantar
Descanso e obra de um sonhador

Entre um rio e outro, algo de mim
Navegando em águas calmas
Entre um poema e outro, um fim
Navegando poesia, rio das almas

O poeta é de fato um rio corrente
Corre no fundo de sua alma
Uma inigualável paixão torrente
Poesia navega em ti e acalma

Sou o meio do sono a madorna
O meu meio que muito me enleva
Sou o meio do sonho que adorna
Flerta! Sou o poema que me leva

Meu meio entre o sono e o sonhar
É um personagem querendo viver
Um poeta querendo entender
Que palavras são rios de encantar!

André Fernandes

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Libélulas Amarelas

Sempre admirei girassóis
Encantam-me quando sós
Ou estendidos aos pares, muitos
Em amarelos infindos lençóis

Dançam no mesmo passo
E giram à roda baila
Reverenciando o Sol, seu astro
Brilhante estrela, que no céu paira

Girassol, também sou eu
Solitária margarida amarela
Que o destino à esmo escolheu
Pra seguir sua estrela mais bela

Bailo o traçado do compasso
Dando voltas penitentes
Em cada círculo renasço
E sigo a luz do Sol Nascente

À bordo dessa sina de carrossel
Seguimos eu e os girassóis
Devorando a luz do meio-dia
Atraídos pelo Iluminado do Céu.

Somos libélulas amarelas
Seguindo o eixo da Luz.

Célia Sena

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DOCE OBSESSÃO

ABRO A PORTA QUE DÁ PARA A RUA.
NO ROSTO UM SOPRO DE AR FRIO,
MAS NÃO SINTO NADA...
MIL PALAVRAS GIRAM NA MENTE,
ECLIPSANDO TODOS OS SENTIDOS.

UM PÁSSARO CANTA NA JANELA,
MAS NÃO OUÇO NADA...
EM PENSAMENTO RECITO MIL POEMAS.

MEU FILHO ME PEDE ALGO.
NÃO LHE RESPONDO.
É QUE NO CORAÇÃO
BATE UM SONETO POR MINUTO.

PALAVRAS
SÃO UMA DOCE OBSESSÃO...
E O UNIVERSO:
UM PUNHADO DE VERSOS POR DIZER.

ROSEMARIE SCHOSSIG TORRES

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Versos Que Brotam


Os versos brotam assim:
Do sorriso do sol,
Da nascente da manhã,
Da planta que foi banhada pela água cristalina.

Da alegria boa de uma criança,
Das cores que enfeitam um lindo jardim,
A carência de uma mulher,
E o terno abraço forte.

Os versos em suas linhas cantam,
Os seus diversos sentimentos,
São instrumentos, rica lira
De palavras e dança

Ah... Os versos
Evocam suspiros,
Emoções, delírios,
Devaneios...

E como planta que é banhada,
Brota o verso, é o velho navio
Que navega, é o amor
Que segue nas rimas do coração.

(Rod.Arcadia)

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Horas

Revira-se na núvem...e cai
Caindo em distâncias, distrai
Retrai realidades. Se exvai
Em horas de sonhos...

Escreve em cometas, eleva
Apaga as paletas, revela
Insônia de louco, poeta
Correnteza de rios...e rimas

Fantástica Noite, se segue
Palavras de açote, na neve
O branco das horas, releve...
Manhã ja chegando...

Cheirinho de café,
Uma doce mulher...
As horas e sonhos
Insones tempos

Textos, seus rebentos...
contrações dos momentos
Em gritos e silêncios,
Parindo a manhã.

Márcia Poesia de Sá

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ÚNICA

Toda mulher
tem um rosto
e um gosto

E o mais
está muito além
do pressuposto.

LCPVALLE


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Senhor!

Sinto-me tão pequena,
mas sinto também,
que assim devo permanecer.

Quão vaidoso seria
pensar em superioridade,
quando vejo em vós
tamanha humildade!


Tudo que preciso
é de um coração
de bondade
que transborde
de amor por ti!

Quando em oração
rendo-me a vós,
sinto que há tanta a paz,
que harmoniza
meu todo...
E tudo em mim se renova!

Obrigada senhor,
por me fazer mansa de coração,
para que eu possa amar
igualmente a todos
sem distinção.

Diná Fernandes

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APRENDIZAGEM

O vento frágil soprou meu céu
negras nuvens enfurecidas
cuspiram na minha luz.

E eu que pensei ser aço
pensei estar fincado na rocha,
segurei a cruz em desespero.

Li tudo sobre paciência,
fiz pós-graduação...
mas desabei no primeiro sopro.

Ponho-me de pé outra vez,
agora desconfio do que sei,
tiro o terno de prata
visto meus trapos de vento.


DANNIEL VALENTE

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PROVAÇÃO

A provação que se faz viva
Me faz provar a todo instante
Do doce mel
Ao fel de amargor
Deixando-me alerta, para os transes da vida.

O que seria, se tudo fosse contentamento...
Sem meus lamentos, confesso
Não viveria...
A dor me leva à coragem fervorosa
Do renascer do pó, em brasas vivas.

Provo a vida
E por ela sou provada
Dela, tenho sede
Insaciável e inconstante
Que me renova e da coragem a cada instante
Nas provações, quase sempre renovadas.

Mavie Louzada.

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Pseudo-Escarlatina

De onde vem?
Não sei, nem atino
Qual a cor da paixão latente?
Disso sou consciente
É vermelho incandescente
Como brasa, muito quente
Queimando em labareda,
Também vermelha
Basta reles centelha
De paixão tinta
Como vinho que embriaga
Deixando-me afogueada
Da aurora ao por do sol
Vem visitar-me não sei donde
Acendendo os lampiões
Que alumiam meus porões
Até chegar a hora
Que precisa ir embora
E o vermelho vira névoa
Tomando dores de saudade
Branca Paloma
Sobrevoando meus olhos nublados
De nuvens cinza, carregados
Despencando em tempestade
Até que volte o sol poente
De vermelho incandescente
A corar-me a palidez
Da alma desbotada
E ruborizar-me, outra vez
De paixão avermelhada.

Célia Sena

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VALLEU, AMIGOS!

Um dia alguém dirá que eu morri
É sempre assim
A gente morre
Sem direito de contar

Alguns dirão que fui um santo
Mas que porre
A gente às vezes vira santo
Quando morre

Um dia alguém dirá que eu já era
É sempre assim
A gente morre
Sem saber se um dia foi

Alguns dirão que fui o tal
Nem penso nisso, nem peço
Não poderei voltar e agradecer
Pelo sucesso

Por isso conto meus amigos
Dedo a dedo
E de morrer sem ter alguns
Não tenho medo

Não me estressa essa ilusão
Os meus amigos
Sempre cabem
Em minhas mãos

Como as palavras que digito no teclado
Eles estão por todo lado em cada verso
E em minhas mãos
Sempre cabe o Universo.

LCPVALLE

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COMPRO PALAVRAS


Eu compro um quilo delas,
E duzentos gramas de frases,
Mas quero-as bem eficazes,
Com metáforas mais belas.
E se alguma sucumbir,
Vou pedir que virem troças,
Dessas BEM libidinosas,
Com dedos de tecer prosas,
Para se morrer de rir.

Palavras com jeito de sala,
De morador nordestino,
A rede embalando o destino,
Enquanto a tristeza rala,
Palavras com notas de banda,
Vai que a minha fé desanda...
E eu fico sem ter aonde ir.
Também compro palavras aqui!
Na verdade preciso de trinta,
Umas que tenham bondade,
Outras que cheirem a trufas,
Aquelas que emanam saudade
Eu engulo e como as frutas
Quero as distintas, as capazes...
As inomináveis eu prezo,
As contumazes, não quero.
E também desprezo as brutas,

Ademais, só vou comprar as que casem!
E as que vençam as minhas lutas!

Nina Araújo

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Uma fina sintonia!.

Na infância longínqua,
a fantasia era tanta,
que a gente duvidava,
entre o real e o ilusório.
Muitas fadinhas e gnomos
faziam parte da ilusão...
Hoje, duvidamos do real
e o cremos fantasia...
nossos amigos invisíveis,
hoje são tão visíveis
quanto os anjos da guarda.
A vitória está em sermos
e não no termos...
sermos espíritos em matéria,
vivenciando a ilusão e,
agora, fadinhas e gnomos,
são nossos elementais
de mônada, na evolução:
amigos reais que nos ajudam.
Hoje entre o real e o ilusório,
sou do real, que crê em fantasia!

Godila Fernandes

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Uivos


E que uivem os lobos dos tempos
E que chamam a matilha ao luar
Já não temo o peso dos anos
E jamais baixarei meu olhar
Tenho em retas as notas da vida
Horizonte de tanta placidez
Meu olhar não revolta-se nem teme
Ele apenas observa a pequenez
É tranqüilo e certo de tudo
De que tudo um dia passará
Meu olhar já não teme o futuro
E meu peito já aceita te amar
Degluti minha paz nesta vida
E ela aflita, deixou-se ficar

Mas com os uivos do vento, no tempo
Aprendo apenas a respirar...
Sei que arfando não leio os momentos
Sei que as lágrimas me tapam a visão...
Sei que o tempo é mestre de tudo...
Sei que a calma...
Pintou minha amplidão.
...e se há uivos de lobos ferozes...
Pois que uivem sua solidão.


Márcia Poesia de Sá

* * * *


Só,
tu com tua voz de enternecer muralhas sólidas de pensares
é capaz de acordar a minha razão, adormecida à conveniências

Só,
tu presencias meu despertar após devaneios tantos, alucinações
entre as letras animadas de um verso mais que perfeito

Só,
tu com teus olhos de enxergar com a alma é capaz de ver
em cada rima que escorre pelos meus dedos o que vai de mim


Só,
tu com tuas mãos de acalentar anjinhos em plena madrugada
é capaz de acordar-me os versos mais serenos da poesia

Só,
tu é capaz de embalar minha insônia, adormecer minhas agonias
acalentando os meus pesadelos, fazendo-me acordar ao sol em plena lua

Só tu...

(Lena Ferreira)

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Vertedouros

Lembro-me de seres o rio
A deitar em meu vasto leito
E a correr ao meu abraço
No regaço do meu peito

Lembro-me de margear-te
No calor de entre meus braços
Em represa caudalosa
Que desagua em beijos laços

Lembro-me do amor oceano
Em meu ser contido, estanque
Refletindo nos teus olhos
Meu espelho D'água amante

E por tanto amor corrido
Nas entranhas, nas artérias, n'alma
É que somos um no outro
Batizados em vertente aberta palma.

Célia Sena

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(clique na imagem para ampliar)

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