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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * * * * * * *

TRAGÉDIA

Ao buscar o lume tênue
nesta vida passageira
Posso de mim perder-me
arriscar-me, aventureira

Ao trilhar o insólito
desta vida incoerente
Posso de ti lembrar-me
provocar-te, inconsequente

Ao perder o rumo certo
nesta vida instigadora
Posso de nós arrepender-me
desperdiçar-me, perdedora

Ao morrer o instante
desta vida efêmera
Posso até converter-me
profetizar-me, gêmea

da tragédia e do fim do amor

Anorkinda


* * * * * *

Erro e desespero.


Muito fiz
E procurei...
Desisti do meu ideal,
Pela profetiza do Mal.
Dos meus planos primeiros,
Desisti.
Lutas, disputas,
Enfrentei.
Pelo poder, eu errei.
Pelo poder, me perdi.

No inferno em que me encerrei
A luta foi inglória
O remorso me corroeu
Desinventei minha história.
Pela profetiza do Mal
Na invencibilidade
Acreditei...
E por causa vil
Lutei,
Continuei...

Não temo
A criança nascida.
Entretanto,
A criança arrancada
Foi a minha derrocada.

Vivi, senti, traí.
Meus desejos violentei,
No meio do caminho, errei,
O caminho errado, tomei.
Mas sempre esperei
Surgir a criança,
Que me esperava,
Para me libertar.

Jane Moreira


* * * * * *

ORAÇÃO

Senhor, adorado e glorificado
que possamos estar no mesmo jardim
e partilharmos a beleza da obra.

Que tua vontade prevaleça
entre os homens, os anjos
e por toda criação divina.

Sou grato ao alimento do corpo
em especial pelo pão da tua palavra
e que eu tenha força para perdoar.

Que eu possa resistir as tempestades
e que as trevas sejam banidas da minha vida,
o amor sempre a salvação.

Que a oração Senhor, caminhe
junto com as ações
e que eu me aproxime da perfeição:
esse encontro com a tua presença.

Amém!

DANNIEL VALENTE


* * * *

NO MEU CANTO


É no meu canto que extravazo dores
invento amores, teço fantasias
exponho pecados sem pudor algum
sem culpa e sem medo de acusação

É no meu canto que finjo alegria
tenho nostalgia do que não vivi
solto minha voz, conto meus segredos
sinto-me guerreira de espada em punho

É no meu canto que sou o que sou
louca, delirante, paquerando a vida
aceno, seduzo, conduzo o destino
ao menino dou a mão e sigo em saga
sangro, exorcizo demônios, clamo aos anjos

Mantras, cânticos, baladas, serenatas, batuques
rock, xote, valsa, bossa nova; solto-me um tanto
e depois de cantar, volto novamente para meu canto
agora leve e abreviada; alma lavada das agonias reais

(Lena Ferreira)


* * * *

Aspirações de mim (poeta menino)

Aspiro voar sem ter asas
Aspiro correr sem ter pés
Alcançaria o infinito
Voaria a 30 mil pés

Inspiro aspirar ao ápice de mim
Na inteligência tímida
Na timidez de um menino
Na honradez de um poeta

Respiro minhas ações no auge da poesia
Mesmo não sendo minhas pretensões
Alçar vôo tão alto, apenas voar na brincadeira
Que um menino brinca apenas, sem ter ambições

Sou esse guri brincando de escrever
Escritas aspirações
Elogios são dinheiros depositados no coração
Isso é o alimento de um poeta

Meus valiosos avanços são os amigos feitos
São os risos soltos quando um ri do outro
É o abraço medido quando longe necessita de um
São os inúmeros atos de amizade ao dizer, tu és a escrita!

Mesmo a escrita fugindo dele quando não está inspirado
Mesmo quando o dia não é propício ao teu derramar
Mas derrama lágrimas em forma de sorriso quando assim
Torna-nos a aspiração recorrente incurável de nós poetas

Incansáveis...

André Fernandes


* * * *

ENCONTRO

Que a boca do amor, possa chamar teu nome
Em mar azul de encantos
Ondas de alegria
Que a chuva azul em prata, resgate a fantasia
Há muito já vivida, em tão sonhado conto.

Que olhos da ternura, possam te alcançar
Em grande luz silente, faça reluzir
Os sonhos mais ardentes, resguardados em ti
Libertos em poesias...Ondas deste mar.

Que nossas mãos, juntas possam seguir
por longas estradas, caminhos de ser feliz
jogando no ar sonhos de construir
colhendo da vida, a vida, pela raiz.

Mavie Louzada e Amélia Moraes.


* * * *

Há cerdas

Realmente, há cerdas em nosso coração
Pequenos filamentos de alegria
Fios de felicidade.

Realmente, há cerdas que vibram
Quanto toca e perfura-a fundo
Jorram filetes de amor profundo

Realmente, no coração humano
Onde o amor e ódio se instalam
Há cerdas que vibram, outras fenece

Seria melhor “perfurar” o amor
No coração da gente
Do que viver sem furo algum

De um coração vazio...

André Fernandes


* * * *

Quem me dera

Ah! Quem me dera
Ser uma nuvem passageira
Ter dias abarrotada de chuvas
E dias de puro ar...
Ter teus olhos me seguindo no céu
E teu desejo de em mim
Flutuar...
Ah! Quem me dera andar pertinho de ti
Estrela encantada a cantar...
Vejo-me nuvem
Em cada raiar do dia
Mas desapareço quando a lua vem
Ah! Quem me dera
Ser só a imagem branca
Que com tantos brancos se pinta...
Queria ser a chuva a me desfazer no céu
Entranhando teus pulmões de cheiro de água...
Ah quem me dera...

Quem me dera...

Márcia Poesia de Sá


* * * *

Doce delírio

Trago buquê de rosas
um pouco de mel pra adoçar
cheiro de ervas do campo
fazer nosso amor delirar

Cubro o leito com pétalas
flores de todos os jeitos
lençóis de puro algodão
macios pra serem desfeitos

Envoltos em suave aroma
velas aromáticas acesas
incenso purificando
desejos, amor, incertezas

Intensos são os sentidos
devaneio raro em chama
seres em pleno delírio
é corpo e alma que clama!

Eliane Thomas


* * *

Medo

Quero que meu medo
Não me aponte o dedo
Me deixe crer no meu sonho
Não pinte algo medonho!

Quero que o meu medo
Me lecione,me faça andar
Que em mim permaneça o ledo
Que ele venha só ponderar

Não quero medo, empecilho
Ofuscando a minha visão
Quero ver com olhos do coração

Não vou permitir que esse receio
Me faça refém, me prive segredo
Vôo em busca do meu anseio!


ღRaquel Ordonesღ


* * *

As dores e a poesia.

As dores ficam tão belas em poesia
sorrimos com elas, isso alivia

Quando trouxestes o verso bento
tiramos as vestes, ao vento

As dores ficam tão belas em poesia
abrimos janelas, voa a agonia

Quando entoastes a lira pura
jogamos os trastes fora, viva loucura

As dores ficam tão belas em poesia
unimos capelas, canta a alegria

Quando surgistes, poema-oração
apagamos os dias tristes, em coroação

Anorkinda


* * *

Ai, morena,
Como eu queria que estivesse aqui
Seduzindo esse flagelo ser.

Que inocente puro amor
Penetrou flecha cupido,
Lua Vênus a seduzir.

E desse corpo moreno,
Mil sonhos feitos
Cascata quero naufragar.

E me perder, em infinitas
Estrelas, doce planeta,
Que é você morena,

Raio de sol que sorri,
Sereia que entoou minha paixão,
Ninfa que entoa feitiços de sedução.


Ai, morena,
Em minha morada quero senti-la
E juntos procurarmos constelações

E de mãos dadas cantar canções de amor
E olhar seu rosto pintado no céu,
O seu sorriso, a sua alegria.

Ai, morena,
Aqui ficarei nessa solidão,
No silencio do quarto,

Admirando seu retrato,
Sentindo saudade,
Saudade que consome meu sofrer.

(Rod.Arcadia)


* * *

Natureza é Medicina

Minh’alma descobriu onde descansar
Um alívio das barbáries do dia a dia
Achou retiro, estadia
Agora brinca n’um parque a luz do luar.

Minh’alma é toda preguiça
Assentada em uma rede de paz
Olha pro horizonte e avista
O vôo das aves de rapina.

Saboreando a ceia mais farta
Sob olhares de dóceis animais
Use suas mãos e reparta
O mel do amor que aqui há.

Melhor que a natureza como pronto-socorro
Não existirá em quaisquer dimensões
Vive em sua beleza e adornos
E os ventos e águas que tocam com as mãos.

Médici sarati, natura curati
É uma ajuda aos reis com o seu ganha pão
Esquecer dos médicos seria um disparate
Medicina e natureza fazem grande união.

André Anlub


* * *

Memórias da rosa

Ainda posso sentir teu cheiro
E por mais que eu me banhe de dias novos

Aqueles dias não me saem da pele...
Replantei as margaridas
E tantas idas e vindas...

Mas no jardim floriu outras flores
Sinto tua presença na sua ausência
E aquele sorriso lindo
Ecoa firme e infindo dentro de minha saudade

Ah! A saudade das pétalas
Que deve sim! Sentir a Rosa
Quando é abandonada por elas a secar...

Do trono do caule
Ela apenas as observa voar
E chora, sei que chora!

Como choro eu...
Ao não te ver voltar.

Márcia Poesia de Sá

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