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sexta-feira, 25 de março de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * * *


Dizendo com as palavras

É simples quando as palavras saem
elas penetram, tocam o coração
elas chegam a muitas maneiras

Em cartas de amor, pela voz no telefone
numa mensagem, em canções
numa música de ninar

Às vezes são amargas e duras
outras, leves e doces
algumas são sufocadas ou saem quebradas

E as palavras tem o poder de mudar
de mudar o mundo, de abrir esperanças
e fazem dela um hino

E das palavras há gestos
sentimentos que na palavra brota
assim abrimos poetas com as nossas palavras

Rod. Arcádia


* * * *


Transmissão às centelhas.

Que a Paz desça em vossos corações,
iluminando o ser estelar que vós sois.

Que seja sereno vosso caminho estelar
e todos aqueles a quem vossa Luz alcançar!

Que vossa mente se deixe usar apenas para telepatia
do Cosmos através dos cristais de vossa glândula Pineal.

Que vossa famíla estelar leve a Sabedoria do Pai a todos,
que vossos corpos de Luz transportem vossos espíritos
pelas sendas da rede cristal da Terra ao Universo, no amor!

Que a vossa vontade seja a mesma do Pai e possais ser canal
de vossa família cósmica em prol de irmãos de outras galáxias.
Que a Paz e a Luz serene vossa alma no amor multidimensional!


Godila Fernandes


* * * *



Corrente

Há uma corrente em mim que queima
Um vento quente que a mim incendeia
Há de fato dentro algo que me teima
Intrínseco e indissolúvel amor na veia

Há uma prisão invisível que me corta
Cada elo, cada junção um sentimento
Há em cada escuridão... Fé que aporta!
Cada caminho, cada curso, um alento

Há um oceano que banha meu viver
E a cada metro de onda uma corrente
Há um navegante que indica meu ser

E a cada arrebentação, minha torrente
Há um quebra mar que não faz conter
Esta correnteza dentro de mim, inerente!

André Fernandes


* * *

Tua presença

tua imagem em mim
é sombra e vulto
efígie e semblante
névoa delicada
desejo inebriante

entre meu suspiro
e tua partida
sobra ardor
falta alimento
rola lágrima rebelde
nego consentimento

invadiste minha vida
como febre,vício, vertigem
não me parta em fragmentos
não te ausentes sem licença
- nesse esvaziamento
em que lugar de minha alma
vai morar tua presença?


Helenice Priedols



* * *

Sem ilhar-me

Preciso sair de mim,
não pretendo ter limite;
O orbe me espera,
tenho muito a caminhar
isso o mundo me permite.

Meu ilhado é pequeno
as flores estão lá fora
sempre a perfumar.
Quero conhecer pessoas
disponíveis à amar.

Quero ir além,
muito mais que só observar.
Quero tomar o mar pela mão
Sem fronteira para sonhar
navegando no segredo da vastidão.

No céu dos corações; velejar;
Em paz, com prateada alma
Em escuras noites ou dia de sol
poder descansar com calma!

ღRaquel Ordonesღ



* * *
MEU NOME
.
Até que se prove o contrário
sou Maria, entre tantas
sou João, entre vários
sou anjo, deus e santa

Do Contrário, meu caro
me chame pelo meu nome
próprio, comum e raro
sou sonho, tropeço e fome

Amélia de Morais



* * *
O dia da ira

Na brisa da manhã, chovia
e trazia do mar o cheiro da maresia
longe um relâmpago cegante iluminou
o ventre das sujas nuvens
que cobriam o sol
em resposta, um trovão seco ecoou
Ondas de energia cósmicas
trazem do mar fortes ventos em fúria
e nuvens negras cor de chumbo
que não deixam passar
os tímidos raios do astro solar.
O vento com força, balança
os leques das palmeiras
que se dobram para acompanhar
a trilha de Éolo iracundo
que deixa pra trás um rastro profundo
Quando a natureza brada furiosa
com todo seu esplendor
em todos lugares do mundo
mostra sua força
ao homem que a desafia
ao esquentar o oceano
e quando chega um tufão ou uma tsunami
treme de pavor pelos danos
vive momentos de agonia
e chora como uma criança
da sombra da desgraça
que tornou sua herança.

Joseph Dalmo



* * *
LEITE DE TEMPO E DE VENTO
.
... às vezes quando não estou dormindo nem acordado
(pois é assim que escrevo: arrebatado pelos sentidos)
eu ouço o vento mugindo e vejo o tempo pastando, ruminando
as horas... os textos... os fatos... os acontecimentos...
como o boi pasta e remói a erva do campo; e então
ponho-me a ordenhar o tempo e a puxar verbalmente
as curtas e arrochadas tetas do vento
das quais extraio, quente e espumante, o leite
mais racional que existe, que é a essência dos temas
que antes de serem transformados em poemas
primeiro os faço descer ao centro magmático, convulsivo
e eruptivo do meu ser
que é o lugar onde fica situado o Templo do Assopro
que herdamos de Adão, vulgo Espírito
(os budistas chamam-no Nirvana)
para que ali os mesmos sejam passados purgativamente
pela chama branca do altar que lá existe
para só então, purgados, voltarem à tona, virarem versos
e serem, enfim, apresentados ao público,
a um público que, infelizmente,
está sendo tornado cardiomentalmente
cada vez menos distinto,
como se a humanidade inteira,
salvo raríssimas exceções,
tivesse sido completamente
biochipada e abduzida...


José Lindomar Cabral

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