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segunda-feira, 18 de julho de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


* * *

***A Vida em 78 Rotações***

Pelo ar que perambula a madrugada
pelo vento em rajadas na calçada
Pela aragem que ventila e destila
pela gota de orvalho que cintila

Na poeira que volteia as folhas mortas
vem á mente as imagens todas tortas
E na lua que minguante assim desfaz
o labirinto de uma vida incapaz

Minha vida gira feito um long play
Vai perdida em mil e uma rotações
33, 78, mas são loucas as estações

Que nesta era não existe um display
onde mostre o passado decomposto
aterrado, numa lama de desgosto

Segue a vida pela beira de um mangue
o ser humano incapaz de compreender
sem perdão a triste sina que exangue
by
***RosaMel ***

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* * *
O VENTO ESTÁ SOPRANDO

O vento sopra e me diz
Que tudo que está por aí
São restos de um dia feliz

Que os olhos tristes que vejo
Brilharam nos olhos do amado
Que um dia trocaram beijos

O vento sopra pra mim
Que já houve muito espaço
Que os homens trocavam abraços

Que a bola enferrujada no chão
Hoje enfeite de praça
Eram balas de algo chamado canhão

O vento sopra contando
Que é preciso que eu cante
E conquiste o mundo dançando

"Viver daqui pra diante
Limpando a água dos males
Lavando os olhos da vida
Plantando as flores nos vales
Curando no homem a ferida
Causada por seu semelhante

E o vento sopra constante..."

Amélia de Morais

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***BAZAR DA VIDA

A vida é um vasto bazar,
de secos e molhados,
varejo e atacado,
confunde o fregues,
com sua cor âmbar,
se encontra o impensado,
para o consumo do mes,
Arco-íris e seu tesouro,
tesouras sem cortes,
tecidos do oriente,
gemidos de prazer,
sandálias da humildade, de couro,
caixinhas da sorte,
exóticos presentes,
sonhos a granel,
carinhos no kilo,
retalhos de ilusão,
farelos de paciência,
sorvete de flocos do céu,
sortidos estilos, variedades,
no metro, insanidade,
perucas incolores
para proteger do frio interior
da alma.
panacéia para toda dor,
minúsculos frascos de amor,
cachos de esperança,
dúzias de sorrisos de criança.

[gustavo drummond]

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Pingo De Gente

Chegastes antes da hora...
Tantos planos atropelando.
Ai! E como vai ser agora?
Guri que veio alvoroçando.

Chupando o dedo, faminto,
exigindo cuidados, atenção.
Que sabedoria... O instinto!
Rio que vai dando a direção.

E me treinando em educar,
pingo de gente e meu guia!
E de repente, sem pensar...
Ensinava o que nem sabia.

Rebento que desabrochou,
já decidido; tão pequenino,
vai me dizendo...aqui estou;
chego lá, faço meu destino.

Rosemarie Schossig Torres

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Céu!.

Que respostas
podemos ter
para um céu
sob nuvens
sempre metido?!

Que sabemos
de encarnações,
ou de onde vimos,
para onde vamos,
se há muitos véus!

Nada é claro a nós,
como uma jornada
ascendente e outra
descendente, no fim,
somos todos, apenas pó?!


Godila Fernandes

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MENSAGEM

Eu , de pé , observando
Minha imagem no espelho , não compreendo
O olhar insistente da outra imagem
Querendo deixar uma mensagem .

Fitando os seus olhos
Diz-me , pausadamente
Em suas palavras , sussurros..
De querer minha felicidade , somente .

Não dê importância aos amargores
ânsias , angústias , padecimentos , dores ..
Sua vida é aprendizado; em qualquer estação .

Juntas , unidas , eu e você
As nossas almas suportarão;
Esse rosto de tanta expiação .

Ana Maria Marques

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***Hora de Tudo Acabar***

As lágrimas são confetes, e caem no batom gasto
rolando doidas vedetes, na pele o tapete vasto
Esgueirando pela porta, desce a sombra em raio gris
a mim nada mais importa, o que ilumina o chão de giz

Espantalhos em retalhos, na nesga a torturar
a miúdo, em farfalhos, eu não posso mais guardar
E hoje nesta solidão, que a mim assim devora
o bater do coração, é um grito que implora

Em devaneios disparo, olhares em profusão
isso sempre foi tão raro, fogo, raio de trovão
e as lágrimas violetas, num jardim que nunca vi

Voam tal qual borboletas, esperando o colibri
sem asas foram embora, sem beijos para secar
é então chegada a hora, a hora de tudo acabar
by
***RosaMel***

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O exemplo das flores

Era uma tarde de verão
o temporal anunciado
chegou nublando o dia
e as gotas de chuvas
se aproximavam rapidamente
misturadas com forte ventania

O vendaval agitava com violência
os pés de manjericão,
alfazema, e margaridas
estas, açoitadas pelo vento
dobravam-se liberando a fragrância
de suas suaves pétalas desprendidas

E mesmo maceradas
pela rudeza da vida
respondiam a agressão
com o perfume inconfundível,
era incrível aquela lição
de resignação impossível!


Por Joseph Dalmo

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