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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



* * * *

Floração


Em silêncio
os dias
passam
e germinam

Com paciência
os meses
passam
e vicejam

Em anuência
os anos
passam
e florescem

Anorkinda

.


* * * *

***Tempo Passado***

Passa o tempo como vento altaneiro
a desvendar os mistérios além vida
Num enrolar inconstante alvissareiro
vai a brisa amanhecer em acolhida

Minha vida que eu quero bem vivida
é só luz que resplandece em amor
Mas se antes fui então a preterida
hoje sou um grande amor que dá valor

É no reflexo que repousa minha mente
que eu desfruto de uma paz incalculada
no guardião aprisionado na semente

Pois que ele vive embora adormecido
pra despertar bem na hora da magia
é um vencedor se fazendo de vencido
by
***RosaMel***

.


* * *

SÃ INOCÊNCIA


Não temo os sonhos, nem a morte
Não temo os cortes, nem as dores
Permito-me aos volúveis sabores
Que a vida tem para ofertar.

Em pequenos goles, sorvo segredos
De tudo um pouco desconheço
E do regalo ao descontentamento
Quero saborear...

Sem rumo, sem prumo, sem norte
Entrego-me nas mãos da sorte
Em amplo sentir e parco pensar.

Em plena consciência
Não perco a sã inocência
De amar, amar e amar...

Mavie Louzada

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* * *

Respingando Versos

Eu encharquei as minhas palavras no tinteiro.
Depois fui saindo por aí, respingando versos,
no coração de papel, meu pequeno universo,
reino da inspiração, musa, flor desse canteiro.

Versei roseiras, aromas de soneto alvissareiro.
Poemas sem eira nem beira vieram, conversos,
pequenas liras, plantar-se na jardineira,imersos.
Alma floresce em rimas; do som faz seu parceiro.

E nas catorze linhas vou arrimando esperanças.
Abraço da fé, que em cada estrofe vem aninhar
acalentadas utopias; os pés postos na confiança.

Vozes ao vento, um doce acalanto a se propagar.
Em cada folha deito o que no sentimento dança.
Páginas desveladas; o leito do meu eterno sonhar.

Rosemarie Schossig Torres

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* * *

Entre-tantos...

Penso que poemas
São segredos
Ocultos no óbvio
À solta no ar, na vida
Nos sentimentos todos,
Na lida
Estanques, ligeiros,
Prenúncios, certeiros,
À espera apenas
De que entre tantos entretantos,
Tantos surdos-mudos-cegos,
Haja um ou outro
Capaz de percebê-los,
Colher os sinais,
Traduzir em versos,
E assim, se possam vê-los

Célia Sena

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* * *


No potreiro do Aprendizado!.

Nas porteiras do céu,
São Pedro aqui no sul,
destaca-se como padroeiro.

Nasci nesta querência,
apegada até a raiz do cabelo,
nesta bailanta de ilusão,

O tiro de laço acertou-me,
levantei, desinflei, cai do carma,
e o estouro da boiada fez-se ouvir!

Na invernada de São Pedro,
uma prenda deixa-se enamorar
da espiritualidade: a filha pródiga.

É hora de se apresentar,
é do Pai a vontade e o merecimento,
a prenda sai da querência menor.

Na querência maior, no galpão do amor,
aprende-se a desapegar do chão,
começa-se uma leve evolução.

Metro e meio de aprendizado,
vai a prenda à coxilha para olhar o futuro,
aprende que nada mais há: só presente!

E enfim, aprende bem mais que lições,
descobre-se numa nova consciência,
que preenche seu interior de inocência.

Nas províncias deste pago o rebanho é maior,
talvez por toda a beleza destes rincões,
talvez porque na planície, o céu está pertinho do chão.

E a tropa segue tendo Cristo-piá à frente,
cheio de amor e luz, na ternura do infante,
na trilha das moradas de nosso Pai...

O dourado se enfeita no entorno da camperiada,
nas cores do arco-íris, em nova roupagem, anil,
a prenda segue solita pelos pampas do Brasil.

Descobre-se consciente das novas marcas do Pai
e vê que lá fora urge da Terra dimensão a Gaia,
um novo tempo, um novo alvorecer na querência.

Presta atenção meu povo, que agora se conhece,
o Bem, a Paz, a Plenitude a Alegria a Felicidade no Ser,
raiando num novo dia a dia, desta nova dimensão...

Tenha medo, não! Esqueça o tropel dos quatro cavaleiros,
pois o que vem pela frente são os sete anjos do Rei,
com trombetas, sim senhora, anunciando todo o Bem!

Nas águas santas dos pagos, no fogo que ora queima,
na chama do calor da alma, espírito trabalha a calma,
e a lei é, na roda da encarnação, a cada qual sua palma!

Godila Fernandes

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* * *

Carta ao tempo

Tempo amigo...
Sempre novo e antigo,
detentor das horas,
sempre distraído.
Mal sabes tu,
que é preciso tempo
pra aceitar as coisas
que não compreendo.
Senhor das incógnitas
que habitam nos homens,
dá-me tempo e espaço
pra sentir com calma,
toda dor e mágoa
dissovendo n´água.
Dá-me o verso certo,
como uma oração
para o desalento
do meu coração.
Quero sempre além
do tempo que passa,
um tempo sentido,
rio calmo e límpido
dentro e fora d´alma.
Dá-me luz e glória,
ilumine o cinza
das ruas sem vida
da minha memória.
Venha no vento,
com a força e a verdade
do pensamento.
E que o escasso tempo
da felicidade,
corra macio
sobre os minutos,
em gotas mansas
de eternidade.

Thiago Cardoso Sepriano

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* * *

Pensei...

que era fácil amar
compartilhar
e, enfim, felizes!

Penei...

a tentar amar
realizar
e, por fim, perdi!

Pesei...

prós e contras
e no final das contas...
Pendi!

Anorkinda

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* * *

Fantasias

Tudo que está na mente
Pode na realidade brotar
Feito a pequena semente
Em solo surgir, frutificar!

Distância impede a visão
Porém o olho da alma crê
Seja em qualquer direção
Sua essência sempre vê!

Que infeliz seria o poeta
Maltrapilho, cego na rua
Sem mão dada com a lua.

Mais deprimido inda seria
A poesia seria uma recusa
Ao longe, amar sua musa!

ღRaquel Ordonesღ

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* * *

In [ventar]

Amada, parentes, conhecidos
perdoem-me por não telefonar,
mas não há nada melhor
que escrever um poema
e viajar, viajar !
Sentar na varanda
e inventar um ar puro
com cheiro de jasmim.
Inventar flores, arbustos
e passarinhos pra conversar.
Tocar violão ao luar,
aguardando a aurora
dilatar-se sobre o silencioso
manto da noite,
até despertar.
E se a tristeza chegar,
in[vento] um vento
pra voar.

Thiago Cardoso Sepriano

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