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terça-feira, 11 de outubro de 2011

PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!


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Sozinha, jamais!

Desde sempre há um mundo a minha volta
Inda assim já me perdi; já me senti sozinha
Grito calada e me bate uma estranha revolta
O vento me toca e ao meu lado ele caminha.

Há tanta vida dentro de mim, ao meu derredor
A flor perfuma, o pingo molha, o verde colore
Os canários fecham os olhos e cantam de cor
O ermo que há em mim pede para que eu ore.

No desabitado da alma há carência de emoção
Por vezes amaldiçôo, me jogo ao abatimento
No máximo do silencio inda ouço o coração!

No cerne, há dias cinzentos, sol e forte chuva
Encaro, percebo que daqui a pouco vai passar
Refugio em Deus, força maior, em mim, luva!


Raquel Ordones

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* *
[IM]PRECISO...

O poema nasce na lástima
Morre na graça
Foge do ser...

Perfeito na imperfeição
Não precisa de razão
Basta entrecorrer...

Enreda os sentimentos
Subjuga os elementos
Entre fingir e ser....

Entre a pétala e a navalha
A verdade e a córdia
Existe para não ser....


Mavie Louzada

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* *

VERSOS DE AMOR PARA FABIANE


... a mulher que é a dona do meu corpo
e tem de minha alma uma veneração
menor apenas do que a que a Deus dedico,
na qual estão imbuídas (misteriosamente sem resumo,
todas as mulheres do mundo), entenda-se, Fabiane,
minha bela, inteligente, insubstituível e deliciosa esposa,
de vez em quando reclama, dizendo que não lhe escrevo
versos de amor, e que isso lhe parece muito estranho
“estranhíssimo, por sinal”, haja vista que a trato sempre
(mesmo nos momentos em que ela acha que está
a me encher o saco) sem nenhuma raiva, muita paciência
e uma delicadeza atenciosa e floral das quais ela
diz não se achar assim tão merecedora...

Segundo ela, quando sento à escrivaninha,
e ela olha para o homem que lá está sentado,
este lhe dá medo, pois não é mais o marido dela
que esta vê ali, mas uma divindade de semblante
tão terrível e relampejante que ela jura
que me transfiguro tanto quando estou escrevendo,
a ponto de me parecer (de fato, leitor,
o destino realmente é muito irônico)
facialmente com Apolo... Ao que respondo, me sentindo
nem 1 pouco lisonjeado mas sem me desligar
umbilicalmente do humour: Não, meu amor, com Apolo não,
por favor, com Apolo não, já que o dito cujo é meu grande
desafeto, devido ao fato de o mesmo haver esfolado Mársias,
não sem antes ameaçar as Ninfas, jurando lançá-las à metade
eqüina dos Centauros coso elas não o declarassem
(injustamente) melhor músico do que ele...

José Lindomar Cabral

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Dentro, em meu céu!.

Quero ao estar em ti,
ser como tu, amorosa,
deixe tuas mãos aqui,
nesta ternura gostosa!

Amor, não tire os olhos de mim,
assista meu dormitar insone,
deixe-me ser eterna, sem fim.
amor infante, que não consome.

Abro mão de tudo a volta,
para sentir teu corpo no meu,
segura-me e não solta...

Esquece o mundo lá fora,
nosso instante é único, aqui dentro,
sacia-me com teu carinho agora!

Godila Fernandes

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POETISA

Desfazendo da vida
Tirando bocados da lua
Ela refez uma estrada
Sem lembrar que estava nua

Garantiu à noite, beleza
Caminhou pela relva
Ela apostou na liberdade
Sem temer a grande selva

E seguiu o seu caminho
Com passos de luar
Alma nua a versejar
Em espontânea beleza.

Espalhou aos quatro cantos
Sementes de liberdade
Regadas pela coragem
De pagar o preço da independência.

Anorkinda e Mavie Louzada


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