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terça-feira, 26 de julho de 2011




PEQUENAS GRANDES PÉROLAS!



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Solitário.

Olho através da vidraça,
janela escancarada ao mundo,
dia gris e a chuva de ameaça
num outonal dia ao fundo.

Nada entristece mais que a solidão
e um olhar vago perdido no espaço,
a suave brisa que dança as folhas no chão,
uma cabeça adormecida sobre o braço.

Preparado para o desconforto a sós,
já no vislumbre de um eterno inverno,
preparo o coração e hiberno

esqueço que o amor desistiu ali,
que a vida segue com seus nós,
como as folhas, no balé do vento terno.

Godila Fernandes

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CANTO A-TOA

Andorinha balança o fio
Feliz em fazer verão.
Junta-se ao bando a cantar
A-toa fazem canção.

Eu canto cá no meu canto
Pelos dias que virão.
Meu coração vai a-toa
Entoa com as andorinhas
Cantos prá nova estação.

Gladis Deble

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INSÔNIA...

No ritmo
da taquicardia
do mundo
Vou seguindo...
Fiada que sou
Na sensatez
de me saber
"Vagamundo"
Ou melhor dizendo
"Vagabunda",
no melhor sentido
da palavra...

Sem eira, nem beira
Vou seguindo
Na rolante esteira
Da vida...
Que besteira
Pensar que num passo
Vislumbro a saída...
Qual delas?
Por agora
sòmente a cura
da pura insônia
que me invade!

(Lage,Mazéh)

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Jogo Dual.

Tudo na vida resume-se
em morte, vida, ômega, alfa,
do dual que partilha-se,
no compromisso de alma.

Resgata o pobre, o rico,
o novo, o idoso, o feio,
os contrastes do Universo
num único e grande cenário.

Alma em vivência próspera
ou mesmo em triste sina,
no brilho da luz a espera,

retorna a grande Seara,
à casa Paterna, o Lar,
na mesma condição que viera!

Godila Fernandes

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Fuga do Fogo Eterno

Eis que os pés ganham asas
E voam por sobre as casas
Onde residem os anjos,
Guardiões da chama eterna.
Serafins, querubins, arcanjos
Aplaudem os serpenteios,
Os pés, as pernas
Que rodopiam os passos, laços,
Os braços, as brasas rasas
Acesas, coesas às chamas
Que misturam-se à fogueira,
Fagueira, faceira, arteira
Pulsando a artéria aorta
Abrindo de vez a porta
De entrada do coração.
Começa a dança da vida
Bailarina, fina, atrevida
Que rouba o fogo que não se apaga
Pra acender cada um de nós.

Célia Sena

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***Trem das Montanhas Azuis***

Quem diria que o bem e o mal, num romance astral
desceriam do céu deslizando, em ondas de mil megatons
E as trombetas que soam, é o tão aguardado sinal
que alardeiam em crentes, descrentes em ecos e sons

São lindos, divinos, anjos que vem com seus guardiões
descendo, fazendo a escala com seu trem condutor
Parando, esperando, as almas que sopram refrões
quem vai partir, de longa data, se faz sabedor

Este céu que eu vejo, mudou seu tom, para mil sobretons
e este rastro de luz que irradia, em tal corte celeste
percorrendo os tempos da nova esfera, em novos éons

Assim segue a trilha escarpada, em serpentes de fogo
deslizado feliz nas montanhas azuis e na mata frondosa
a fumaça que solta se espalha, formando o seu logo

Que se acheguem, aqueles que esperam e sabem do trem
que já vem, carregado de boas mensagens que vem para alguém
donde habita o ser que acredita, na imagem que fita o ser do além.
by
***RosaMel***

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Caixa de Sonhos

Tons de outono
Sombrearam meu destino
Em nuances de carmim fino,
Laranja, ouro-envelhecido,
Feito sol em fim de tarde,
Quase já tendo ido.
Chega-me leve o som adocicado
Que tilinta o realejo,
Desejo já desbotado
Ao fundo do meu quintal.
Ali descansa minha sorte,
Dia vida, dia morte,
Desfolhada em bem-me-quer.
Pousa em pequena caixa sortida
De fiapos, linhas da vida
Tecendo um destino só.
Quiçá seja hoje o dia
De calar essa cantoria
De sol, lá, si, fá, sem dó.
Toque-se uma valsa
Não quero mais dançar só
Amarrei minha sorte em nó
E a ordem do realejo
É sorrir meu destino em beijo
Chegou-me o amor,
Fruto do meu desejo.

Célia Sena

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O SEXTO SENTIDO

Quem mais me vê
Além dos olhos penetrantes
Do cair da noite?

Quem mais me ouve
Além dos ouvidos avantajados
Dos trovões da tarde?

Quem mais me toca
Além dos ventos arrepiantes
Dos meados do ano?

Quem mais me sente
Além do aroma incomparável
Da floresta verde?

Quem mais me gosta
Além das ondas amaciantes
Do Arpoador?

Quem mais...
Além de você,... com seu
Imenso amor?

LCPVALLE

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O POETA COM ALMA DE CRIANÇA

Retirava a embalagem das palavras,
Usava-as bem nuas,
com expostas fraturas,
que chamava de metáforas.
tripudiava o convencional,
versos escancarados,
sem cadeados, grades,
idioma universal
da sensibilidade.
Arrepiavam, seus adjetivos,
um roçar de rimas,
um rimar de rosas,
subjetivo,
renomeava as coisas,
alternava o clima.

Entre tragos de vinho,
Florescia em sonhos,
Transgredindo o tempo,
se fazendo orvalho,
voando com o rouxinol,
fazendo de si a própria arte,
a escorrer liberdade pelos
cantos dos lábios.
Como se fizesse parte
do poema.
Dedilhava versos,
como se beijam os amantes,
com emoção.
domando métricas,
recolhendo
o que sobrou no chão.

[gustavo drummond]

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