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segunda-feira, 19 de abril de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS DA SEMANA!


PRAZER E DOR

Se o gozo e a dor se confundem,
Quero decantar para descartar a dor,
Resta-me a vontade do prazer do gozo,
Com as dores que fiquem os masoquistas.

Quero descartar o joio em meio ao trigo,
Só me alimento do que me sustenta a alma,
Não carrego pecados voluntários que a dor perdoa,
A mochila da minha consciência está leve e livre.

A vida é boa, não requer penitência,
Rir e zombar da dor e meu maior prazer,
Não preciso de alívio, não sou mártir costumas.
Nem carrego a cruz, pois não atiro pedras ao léu.

Das dores passo a distância segura,
Sei muito bem do quanto atrai e imanta,
Quero distância das vivas almas penadas,
Que transportam trevas até onde reina a luz.

Quero sim é ser feliz.

EACOELHO


DESCOBERTAS


Quando vim para degustar estes ares,
não sabia ainda de sabores.
Vagarosa e mansamente deslizei
entre originais doçuras descobertas.
Vigorosa e afoitamente mergulhei
nas funduras indormidas dos silêncios,
voei desertos, matas e montanhas,
até que, na sempreclara manhã de gêmeos sóis
encontrei-me no aroma desses campos,
feliz em ser, somente,
mera semente que se parte e se transforma.

Aline de Mello Brandão


R..U..M..O.

Duas pegadas na areia
Eu camInhando sozinho
Parece que a maré cheia
Apagou o meu caminho
Minha cabeça meneia
Não escrevi pergaminho

Eu venho de um tempo obscuro
Que a própria história apagou
Não sei o outro lado do muro
De onde vim ou quem sou
Talvez eu seja um "furo"
Que o Impensável pensou

Me falam de um Big-Bang
Pra explicar minha história
Que não explica o perrengue
Minha única memória
E meus passos de merengue
Rumam pra morte ou pra glória

Vejo na areia as pegadas
E a maré cheia subindo
Vejo as pegadas apagadas
E o meu corpo caindo
Mas no fim de tal estrada
Vejo o horizonte...que lindo!

LCPVALLE - 11/06/06


POR ONDE ANDEI

Estive andando por aí
Visitando estrelas

Flutuei nas copas das árvores
E vi as mais belas

Subi nas cores do arco íris
Gostei da amarela

Surfei nas ondas dos rios
Que coisa singela...!

Pulei de sonho em sonho
Sem porta ou janela

Atravessei dimensões
Criei aquarelas

Desenhei um por do sol
Fui pintor e tela

Invadi muitos castelos
Libertei donzelas

Inventei naves de vento
Viajei por elas

Venci a velocidade da luz
Fui mais luz que ela

Construí um universo
Destruí as celas

Não acreditam no que digo?
Então por que dão trela?


LCPVALLE-11/09/09


Pintando a vida


Gosto da felicidade
com ela sempre encontro
um jeito amável de ser
cúmplice da realidade...

Gosto dos momentos
Com eles marco lembranças
E guardo bons amigos no peito

Para fazer alegria
Quando bater a saudade

Gosto de viver intensamente
E acreditar que o impossível
Está na minha frente

Gosto de voar na imaginação
Misturar meus sonhos
Com tinha guache

Fazer deles arco iris
com potes de ouro


E fazer uma canção
Falando do meu tesouro


Eliane Thomas e Clayton Pires



Brincando de viver

O artista das lembranças
Dribla o labirinto sem saída
Marca desencontros com a saudade

Simula o brilho de criança
E quebra a frieza empedernida
Só para garantir sanidade

O artista de passos elegantes
Dança nos bailes das estrelas
Ouvindo as batidas dos ventos
Desnorteados nas costas do mar

Revisita eventos distantes
Para banhar-se nas belezas
E na essência dos tempos
Coisa de quem sabe voar

O artista mágico
Desenha planos abstratos
Como em sua infância
Diz suas verdades

Simpatizante de sonhos
Constrói o amanhã
Com simples gentileza

O artista converte o trágico
Para colher frutos iluminados
E não ver a cor das maldades

Mas é nas noites insones
Que entende que a dor é vã
Eis sua única certeza.

Wasil Sacharuk e Clayton Pires



Deixa queimar

Rasguem-se palavras malditas...
Derretam-se por entre linhas
E pinguem...pinguem...escorram...

Sequem ao chão do abandono!

Quero mais é uma labareda de sonho!
Uma tela em carmim Vico!
Que vibre da retina a alma
Quero o absurdo
O improviso
O indecifrável

Quero as palavras ditas com olhares
E aquelas nem ditas assim...
Apenas sentidas em espasmos

Como guerra em oceano estático...
Qual vulcões eclodem abaixo da superfície lisa

Percam-se, meus silêncios!!!
Vão bradar por ai...

Porque a alma clama pelo verso
Imperativo, como amor por vir

Rasguem-se as proibições da inquisição
E que bombas de tesão caiam na humanidade
Matem todas as iniqüidades
E as pseudo pressões

Quero ser arte na veia e na tela
Na morte e na janela
Na cama e nas abstenções

Voto em minha verdade
E não faria a deslealdade
De votar no partido das feras
Lobos, raposas e plebéias...
No teatro sujo, e sem clarões

Não aceito proibições...
Sou o pincel solto no vento
Pintando estrela de verde
E folhas de rosa ameno

Gosto da liberdade da arte
E faço dela por toda parte
Minhas asas em vôos sedentos.

Márcia Poesia de Sá


Surpresas

A felicidade é efemera
doce ilusão de quem pensa
que a vida não surpreende
prega peça num repente
coração ,
desavisado ,
arrebenta !


Eliane Thomas



PRIMEIRO AMOR

Mal dei o primeiro passo
e as pernas já tremiam
não seguiam o compasso
dos olhos que de longe viam

as mãos trocavam os dedos
quase tocando uma harpa
entoavam meus medos
trancados na boca em farpas

Eu era a menina apaixonada
tímida e fechada na solidão
esperando na escada
a passagem da paixão

A passagem do sorriso
e da saudação
era tão somente o paraíso
sem juízo e sem razão

Amélia de Morais


Cartinha comum



sem querer
de primeira
verdadeiro
de graça

mais que
intenso
imenso
propenso

Como presságio
mágico

Por susto
tão curto

marcante
rápido

agora
foragido
perdido

Donde estás?


Clayton Pires


Inmundo

O homo Insapiente
Insiste em se dizer humano

Vive na superfície dos olhos
das casas

Vazio, mestre das friezas
Lucro e consumo

Na Tv, se passa desgraça
E vemos,
concordamos
e
Silênciamos

Onde estás agora
Coragem?

Homem com arma
Garoto pede bala

Revolver?

Estoura cérebro!

Um segundo
Mal pensado

Cômodos de coração
De mãe

Batem vazios
Triturados
Emudecidos

Falta o pedaço
Difundido

Esquecido no ontem

Mente...mente

Mente!

Preciso dormir
Estou cansado
de tentar esquecer

O céu era mais azul
Agora chove, cinzas

Mesmo que minta
Sinto o peso do agora

Penso, inexisto

Há algo cheio
Minha mente

Cheio, cheio cheio.

Clayton Pires



Cansado



Impertinetes
Ilusões de
Visões turvas

Os sorrisos
Brilham falsos

Demonstram
O interesse de fugir
Da solidão

Máscaras sobre máscaras
a mais pura realidade

Palavras soltas
De pensamentos fúteis

E caminhos fáceis
Só me fazem sentir

O contrário desse mundo
Sujo e cego

Clayton Pires


Sonora solidão

Pousou em minha janela
um pássaro , ensaiava um canto...
Saltitava como se quisesse alegrar-me.

Da sua garganta afinada,
Ouvi seu canto de protesto
à minha solidão.
Alegrou o meu dia
Bateu asas e voou!

Diná Fernandes



Que sei eu ...


para falar da vida
enquanto meus neuronios
quase a falencia
retorcem
contorcem
no que se consomem
pensando ser poesia
a barata filosofia


não vejo terra a vista
olhos da mente blindados
por nevoeiro importuno
navego em águas escuras
meu momento taciturno ...


Eliane Thomas


VERSOS NOTURNOS


Poderiam
Ser soturnos
Esses versos
Noturnos
Que te
Quero enviar

Recolhidos
De um canto
Da mente
Tristes
Um tanto

Mas quero
Entretanto
Que me sejam
O acalanto
Nesta noite
Sem luar

É tudo o que
Posso
Por hora
Te dar

Versos noturnos
Que te ponho
A mandar
São pedaços
De um sonho
Que eu ainda
Tento sonhar...

Marlene Caminhoto Nassa


Deixa

Deixa,
que eu sinta
teu peito tão inflamado
de amor quanto o meu.

Deixa,
que eu sinta
a prova do
amor concreto
nas batidas
do teu coração.

Mostre-me,
se o grau de intensidade
do teu envolvimento
estar em sincronia com o meu!

Diná Fernandes



Poetisa Temática

Penso, considero, então escrevo;
Sinto, ausculto, logo transcrevo...
Sou minhas idéias, poetisa temática.
Métrica? Cabulei aulas de matemática...

Batucam no coração do poeta, os temas
Como cutucam em minha alma, os dilemas.
A caneta derrapa em curvas de des-inspiração
E o piloto tenta não perder o rumo da emoção

Sigo aquele velho caminho; o meu instinto
E a poesia é a estrela-guia, não minto...
Quero derramar no papPel meu pensamento,
E feito verso, viajar aos quatro ventos.


Rosemarie Schossig Torres


De A a Z

Ah,se as coisas fossem como antes!
Boas,bonitas,bem feitas...
Crianças e seus sonhos
Dando a impressao de tranquilidade.
Escolas não são como eram,
Funcionam às avessas.
Grandes homens são poucos
Hoje estão quase extintos.
Inútil pensar que a "coisa ta preta"
Ja que o pior ainda virá.
Leões matando nossos sonhos...
Medos,manias,monstros.
Nada tem lógica
Ou nós perdemos o senso?
Precisamos de ajuda.
Quem fará caridade hoje?
Respostas!Só o que queremos...
Se não for pedir muito,claro!
Tempo temos de sobra
Uma das coisas que ainda podemos ter
Viva o mundo!Viva por quê?
Zeremos os contadores e vamos à luta outra vez!!!


Rô Elkeyn



ENTRANHAS DE PAPEL

Ao revisar os meus antigos escritos,
vejo sentimentos da alma, inscritos.
Vou folheando entranhas de papel,
onde o coração se desvenda, é fiel.

Faço com as linhas o meu espelho;
auto-divã; quero um bom conselho.
Aí vejo todos os pontos nevrálgicos.
Os momentos felizes e os trágicos.

Olho o processo entre atônita e crítica.
Busco um diagnóstico; visão analítica.
De tanto treinar abandonei o umbigo.
Já não há catarse; ofício de poetar sigo.

Rosemarie Schossig Torres



CANÇÃO DE AMOR

Notas de suave melodia
ecoam no teatro fechado
rouxinol a cantar poesia
atrás do palco cortinado...

O silêncio por platéia
por ovações, meus passos
melódicos acordes de uma idéia
que já simbolizou nossos laços...

É influência, talvez, do ambiente
imagino o ato, é pressuposto
mas e esta lágrima quente
que molha as rugas do meu rosto?

O piano, ah! Doce acompanhamento
com a voz, perfeita harmonia
extasiado vivo o momento
que já vivi, outrora, noutro dia...

Abrem-se as cortinas do passado
e como do além, surgida flor
no palco, agora iluminado
cantas nossa canção de amor!

Rui E L Tavares



Silêncio insuportável pela casa

O dia nasceu quente, azul vestido
E a boca da brisa em batom lilás.
Desperto, um sono mal dormido
Do índigo do jeans do dia atrás

A minha volta, nada a se mover
Tudo quieto, à sombra dos olhos
O rímel negro da noite a escorrer.
Flores rosa no jardim, aos molhos.

O silêncio despido ocupa a casa
Sua cor cinzenta é insuportável
Me sinto sem emoção e sem asa.

Respiro, o silêncio me faz ouvir
A ânsia contorna a alma de preto
Silencio sem motivo para sorrir.

ღRaquel Ordonesღ


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