Tópicos

terça-feira, 18 de maio de 2010




PEQUENAS GRANDES PÉROLAS DA SEMANA!

(clique para ampliar)

POR HORA

O céu é azul
E a verde esperança, infinita...

Entre sonhos e danças
A alma canta
Tendo no espelho
O reflexo da vida...

Entre reflexos e cantos
A alma grita
Aos pés da realidade...

A verde esperança é infinita
De fato, o céu é azul...
Por hora, nada mais importa.

Mavie Louzada




Dante

Fez a sua divina comédia
Eu fiz de minha farsa
Teatros de poesias

André Fernandes



Presente de grego

É assim...
Quando não decepciona
Mata!
Calma! nos tempos atuais
Apenas nos mata de
Raiva...

André Fernandes



AFLORA

O que aflora vem da verve
Que pulsa, inspira e ferve
O que aflora vem da veia
Que toca, tange, permeia

O que aflora vem da energia
Que planta, cuida e cria
O que aflora vem de dentro
Do núcleo, do gen, do centro

O que aflora vem do ar
Do peito, do sangue, do fundo
E se a poesia fizesse matar
O que aflora, mataria todo mundo.


LCPVALLE



DESAMOR

Meu amor se foi, levado talvez pelo vento,
Carregou em sua garupa, talvez na mochila,
Todos os sonhos que desenhamos em pergaminho,
Para sobreviver ao tempo e às tempestades,
Mas não resistiu aos dias e se fez assim em nada.

Os mesmos ventos que balançavam seus cabelos,
Nas noites que ficávamos ao relento, à luz da lua,
Contando as estrelas e nos banhando em seu brilho,
Certamente eles é que a levaram de mim, sorrateiramente,
Sem aviso, sem reclame, sem piedade que fosse.

Eu não sabia de tudo que estava impregnado a ela,
Nem imaginava esse vazio infindo que se faria,
Vácuo dos sonhos então ricos em cores e acordes,
Lacuna tosca de esperanças nos dias que se seguem,
Nem acreditava que tamanha tristeza existia.

Fiquei assim, pálido de ânimo e de vontades,
Vida inerte, sem velas, nem ventos, nem rumo,
Ausência de expectativas, que dói, arde e corrói,
E nem mesmo o tino e o senso me fazem revigorar,
Nem as lembranças tantas logram qualquer recomeço.

Quero ficar assim, caladinho encurralado nesse canto,
Esperando talvez novos ventos, que tragam boas novas,
Remoendo as lembranças ainda vivas em todos os espaços,
Rebuscando o outro caminho, que deixei na última encruzilhada,
Retomá-lo e reescrever meu novo destino,
Agora gravado em mármore bruto e frio.

EACOELHO


Sobre o teu céu

Chamam de saudade.
Mas bem sabes que
Não é porque tenho muitas,
Que nunca me desocupo de ti.

Logro conciliar-te com
Minha lida aturada...
Inventando momentos teus.

Sequer reputo meus,
Os instantes fecundos:
Só resulto com jeito de efeito,
Sob a tua inspiração.

E na falta de uma luz que se
Esparja noturna no teu céu,
Não deixa que as lágrimas
Tomem o lugar da minha ausência.

Outra noite virá mais iluminada,
Depondo-se como véu
Sobre teu rosto.

Nada é mais habitual, em mim,
Do que enviar-te a lua.

Gui Bassalo



EU

Eu sou silêncio e confusão
Sou terra e constelação
Bendita filha da luz

Eu sou flecha e escudo
Sou verso desnudo
A sorte por um triz

Eu, aquarela sem cor

Sou febre de amor

Anorkinda


EXTÂSE E DOR

quatro flechas envenenadas,
quatro letras agudas,
curare e imperativo,
tempo de estio,
tempo do verbo,
tantas rosas mudas,
passáros radioativos.
hipnose em alta dose,
para te encantar, condessa.
vaso de porcelana, de versos,
cesto de silêncio em hebraico,
pálio vermelho para te cobrir,
prece recitada por um laico,
exorcizadora de bruxas,
fantasmas da mente, vermes.
quatro letras instigantes,
em quatro estações presentes,
alinhadas com convicção,
definem o sentimento mor:
A M O R.

[gustavo drummond]


Amo-te em silêncio...

essa frase é impossível
que eu decifre...
que eu diga...
que eu realize!

Amo e quando amo
se não falo engasgo
sufoco...
perco o tino
desafino!

Amo-te em barulho
em verso e grito
que me mostra...
que me expõe...
que me impõe!

Amo e somente amo
em transparência
incoerência
fluência
luminescência!

Anorkinda


MEU NOME

Gravado no papel meu nome é Neide
Entranhado na minha história é Anorkinda
Pedaço do papel que represento com deleite
Esculpido na minha memória que não finda

Reavivado nome xamânico dos meus dias
Superficie indígena onde me revelo
Espirito renomeado nas noites frias
Pedaço do meu ser que é mais belo

Sem pestanejar dedico minha filiação
Na terra do branco vindo do sul
Uma alma antiga cheia de vibração

É com um grande festejar que abdico
Do nome Neide personalidade útil
Mas Anorkinda revive e a ela me dedico

Anorkinda


FLOR MULHER...!

Debruço-me à janela
aberta aos pensamentos
e por ela
qual sentinelas
vejo passar momentos...

Tantos e marcantes
em variados matizes
das cores de outrora
marcos de cada hora
quando fomos tão felizes.

Eu e tu, complementos
de sólida unidade...
Hoje separados
mergulhados,
divididos na saudade...

Da janela eu te vejo
lá onde fixo a retina...
Meu primeiro amor
vejo-te como botão flor
deixando de ser menina.

Desabrochada, vejo-te em mim
num lampejo qualquer
registrado no instante
em que no afã de amante
fiz de ti uma flor mulher...!

Rui E L Tavares



Vazio

É démodé não se usa
Fora de moda
O vazio é apenas
Algo que não conseguimos
Preencher...

É velho vem de muito tempo
E o novo é completar
A falta que nos faz
Desocupar a solidão
Com a ocupação

De um sentimento...

André Fernandes



Embora

Fosse apenas um rabisco
Era o inicio de uma palavra
Embora fosse uma palavrinha
Eram todos os meus sentimentos
Escritos!

André Fernandes



Ontem... .


Quando vivi no fundo do mar,
Quando senti o amor do elemental,
O coração partiu-se em outros mil,
E a vida na água tornou-se bela!

Então, brinquei de luz, de navegar,
De amar e contar estrelas do mar,
De ter a ti, juntinho de mim, no fundo
Do oceano-coração, nas brumas do amor!

Ontem, naveguei contigo, meu golfinho azul!
Hoje, flutuo em auras num céu anil!
E encontramo-nos, sempre, no horizonte.

Quando nossos mundos novamente alinharem,
Seremos um só, sereia e golfinho, caçando estrelas do mar...
Um mar de amor, no firmamento azul , lá longe...

godila fernandes


VELHO TEMPO

Um corpo que caminha já lento,
Passos compassados, caminho a fora,
Uma mente que espreita o que passa,
E vai passando a vida enquanto caminha.

Corpo já judiado pelos anos, pelo tempo,
Costas curvadas, movimentos brandos,
E os cabelos branqueados pela vida,
E os olhos correndo até onde a lembrança chega.

Passam carros, passa gente, passa a rua,
Vai ficando para traz mais alguns minutos,
E assim a vida também passa e passa o tempo,
Só não passam as lembranças do tempo e da vida.

Se as pernas já mal sustentam o corpo,
E o corpo já não vigora como outrora,
Fortes são as histórias contidas nesse andar,
Vigorosas lembranças sob esses brancos cabelos.

Olhos jovens que passam e nem o notam
Ignorância abstrata, muda, surda e besta,
Não sabem da história que caminha ao lado,
Nem da sabedoria que o tempo ali acumula.

Que passe a gente toda, atentos ou ignorantes,
Que passe o sol, a chuva, os dias, o tempo,
Mas não passará da mente do velho atento,
As memórias das histórias de uma vida,
E das tantas outras vidas que entrelaça.

EACOELHO


LOBOS

Vendar os olhos
Privar a luz
Dar o brilho...
Do tato, dos beijos
Da boca seca
À língua molhada
Sedenta!
Roçam-se os corpos
De repente
Rompeu-se o estopim
Que segurava a libido
Que maneirava o tesão
Saliva nos picos
Movimento das mandíbulas
Lábios, língua e molares
A trilogia perfeita
O ofício no busto
Uma súplica ao ouvido
Uma ação por vir
Um querer convulsivo
Massagens no abdômen
Por fora e por dentro
Ir e vir... Sob e sobre ti
Parecemos um minotauro
De aparência estranha
Dou força ao teu movimento
Teu quadril busca-me
A cada recuo sinto-o mais faminto
Loba faminta devora-me
Lobo faminto devoro-te
Somos recíprocos cordeiros um d’outro
Voluntariamente postos à mesa.

Poeta Urbano


SONETO SEM AMARRAS.

Meu soneto é formal:uma gaiola
Urdida por catorze simples versos...
No entanto, ele se faz, para mim, escola,
Se nele eu ponho sonhos de universos...

Meu soneto, apesar de conter rima,
Cadência e melodia, e a tal de métrica,
Ele passeia leve, em alta estima,
Por amor à Poesia, em sua estética...

Na verdade, o soneto é sem amarras:
É livre albatroz com asas e garras
A alçar voo sob o céu e sobre os mares...

O soneto, enfim, nutre a nossa voz:
Mesmo em fundo e forma, é livre albatroz,
Que nos faz contemplar e beber luares...

J. Udine


Qualquer Dia Eu Volto




Qualquer dia eu volto,
Carregando na mala meu destino, meu encanto,
Na mochila vou levando uma fada, uma bruxa pra assustar,

Vou levando a estrela cadente, um arco-íris que brotou bem longe,
Levo também os cânticos mais belos, o suspirar de uma criança,
A leveza nos olhos de quem poetisa os movimentos.

Qualquer dia eu volto,
Pra junto de um gostoso abraço,
De um estalado beijo na bochecha mais fofa,
No aconchego que vai me aquecer.

Levo na mochila estrelas e brilhos,
Fantasias e confetes, musas e rosas,
Minha poesia e o meu cantar.

E assim vou qualquer dia voltar,
Carregando no olhar, meu encanto,
Meu feitiço lançado, meu devanear,
Qualquer dia eu volto, nos carinhos do seu abraço.

(Rod.Arcadia)



O ANJO DA POESIA

Ele carrega sussurros
em rimas e versos
O anjo da poesia
não flecha, mas acerta

Ele acerta murmúrios
em mentes poetas
O anjo da poesia
é inspirado e alerta

Ele traz no vento
palavras e ritmos
O anjo da poesia
não grita, mas canta

Ele canta lamento
risada e desejos
O anjo da poesia
é afinado e acalanta

Anorkinda




Das sobras
Preciso das fotos
Das horas
Imprevistas

Preciso da voz
Ecoando calmaria
Em sua boca

Preciso dos medos
Misturando
Com os sonhos

Preciso dos cacos
Se juntando
Na vitrine

Preciso da corrente
Longe
Da correnteza

Procuro parar
De precisar
Entre tanta coisa.

Clayton Pires


Cardápio poesia

E poesia não se come? Ou nos enternece?
Não mata a fome? Mas da alma aquece
Vem de várias formas que nos carece
No acalmar do verso não se esquece

E poesia tem cardápio, tem que comer
Tem conteúdo a toda prova, e prosa...
Tem verso solto, livre se faz garbosa
Quando se faz lida, nos faz querer

Poema é refeição dos poetas, é manjar
Poesia é bebida é néctar do mais gostoso
Verso é manancial que não irá acabar
Não finda ou morre desse alimento brioso

Em saraus degustamos e sentimos ler
Em discursos valorosos soltamos a fome
A quem nos faz tanto querer escrever
E ela é parte do que se pode comer

Voamos sem asas... Imaginamos!
Andamos sem pés... Viajamos!
Comemos sem boca... Lemos!

André Fernandes


Nosso sexo

Pensamentos, a espera
A chegada do momento
Sinto acuada minha fera.

Corpos a se abocanharem
Ainda por cima da roupa
Pernas a se entrelaçarem.

Suores que se misturam
À pele e aos perfumes
Minutos que se perduram.

Mãos que se apavoram
Roupas no chão caindo
Desejos que nos devoram.

Sexo que se endurece
Línguas a se lamberem
Sexo que se umedece.

Sexos se descobrindo
Um percorre o caminho
O outro louco se abrindo.

Desejos em explosão
Insanos movimentos
Fastígio da excitação.

Deflagra o odor de sexo
Vindo do gozo soberano
Junto a palavras sem nexo.

Enfim o relaxamento
Realizada satisfação
Ainda tremendo por dentro.

ღRaquel Ordonesღ


Nunca Estaremos Sozinhos

A noite clara soma-se com seu olhar
A jóia rara de um vago amor
Luzes que querem se acalorar
Esperança renovada no ar

O iluminado e o iluminando
Sons de harmônicos violinos
Um toque de Vivaldi
Sentimento de voltar a ser menino
Pintura de Anita Malfatti
Emoção da nostalgia

O dia soma-se com sua beleza
Rotina de amar
Espelha tudo que é encanto
Clareza

O desejo e o desejado
Toque do mais puro algodão egípcio
Esculturas de Aleijadinho
Nunca estaremos sozinhos
Enamorados

Amor é casca de ovo
Caminhada sobre as nuvens
Mil vezes tentaremos de novo
Tirando as ferrugens.

André Anlub


Velas ao vento

Hoje sou um pássaro liberto
cheio de contentamento
bebendo satisfeito água da fonte
esperando que o Sol desponte

Ou sou aquele veleiro branco
com suas velas ao vento
como um leve hidroplano
sobre as águas do oceano
sem encontrar solavancos

Então puxei minha fantasia de lado
desliguei o ponteiro do segundo
e viajei por um caminho estrelado
pelos quatro cantos do mundo.


Joseph Dalmo


Infinito de nós dois

Guardo nos olhos a luz que
emana dos seus.

No rosto, sinto ainda o cálido toque
dos beijos.
No pensamento, o eco da voz
que se faz presente a cada instante
e a ternura das carinhosas palavras.

No coração o seu amor ardente,
um amor sem juras nem amarras
apenas doado com a sinceridade
do sorriso de uma criança,
e que nos faz caminhar
em direção ao infinito de nós dois!

Diná Fernandes


FUTURO BOM

Futuro bom é olhar o quintal
E notar que brotou tua semente
Futuro bom é mirar o mal
E ver que ele não teve vez na tua mente

Tu és o dono das palavras
E para que elas tenham um futuro bom
É preciso que as lance sem amarras
Mas na entonação certa do bom tom

Que seu conteúdo seja sério mas ameno
E umedeça e enterneça qualquer coração
E que essas palavras caiam como um sereno
Em qualquer lugar qualquer canto ou terreno

Futuro bom é permanecer rodeado
Da família dos amigos e de quem te ama
É ter sempre um bom prato para ser doado
É possuir saúde na mesa e na cama

A sensação do dever cumprido
A seriedade e a leveza em viver
O bom humor e o gesto com sentido
Da mão estendida sempre para oferecer

Futuro bom só será realmente bom
Se colocares amor no tecer
E se fores comedido no dizer

Futuro bom é poder tranqüilo adormecer
E ter certeza de um doce e iluminado alvorecer...

Marlene Caminhoto Nassa


SÓ DEPENDE DE TI

Tu tens teu futuro entre os dedos
Caminhar ou não só depende de ti
Não sei se muito perdi ou lucrei
Mas cresci quando chorei ou sorri

Talvez uma só porta não surja
E não haja uma seta a seguir
Talvez haja grades nas janelas
E as circunstâncias tentem-te a desistir.

Talvez a glória, essa coisa tão desejada,
Pareça no mínimo um “elefante branco”
E a nossa busca dia após dia
Seja árdua e canse tanto...

E a cada estrada uma nova muralha
Que uma só fresta, uma brecha tem...
O que fazer? Para onde ir?
Para onde olhar? Não há ninguém.

Mas não parar a caminhada
Desviar ou desistir
Ao final um pódio aguarda-te
Saberás então, que chegastes ao fim.

Poeta Urbano


Penso

Há tanto ainda para leres
Desvendar os papiros enrolados
Pelos cantos de telhados
Onde ronda minha alma
Há tanto canto por todo canto
Milhares de prantos
Há o ar
Que circula como vento
Rodopiante intento
De te fazer te perder
Não siga as rotas obvias
Sinta o clima
Não te afobas
Há um tanto de magia
Em ler a alma de uma poesia
Vaga na imensidão
Um eternizar de imaginação
Continuação que quica
E sai descendo ribanceiras
Como criança que brinca...
Sorrio a te ver passar, sabias?
Sombria montanha de interrogações
Querem casar comigo.
Fecho os olhos, sinto o vento mais uma vez
E me abandono, apenas observando
Tua passagem
Aragem...
Paisagem de nós.

Márcia Poesia de Sá


RENOVAÇÃO

Presenciei o desmaiar da noite
Com os meus olhos rasos d'água
Quase afoguei-me; tanta mágoa
Quase rendi-me a tanto açoite

Vaguei no escuro em vã procura
Por um passado que não tem volta
Busquei por horas; uma certa revolta
Tornou minha mente tão obscura...

Nem percebi o sol despontando
Com o intenso brilho anunciando
A renovação que traz o raiar do dia!

Aos poucos, o calor foi me aquecendo
Da obscura noite, fui me esquecendo
Retornei à vida com muito mais alegria!

(Lena Ferreira)



Deguste

Meus versos não são de comer
Não são de alimentar o corpo
São degustes da alma
São sustentos da vida
E a rima a receita
De um poeta

André Fernandes



Caminho Novo!.

Olha só , menina,
um novo caminho,
uma rota sutil,
um finíssmo lenço,
enrolado a cachecol!
Olha só garota,
o caminho é diferente,
as trilhas são latentes,
uma fina camisa de seda,
posta por sobre ombros!
Olha só minha jovem,
o mundo e seus caminhos,
são estradas vazias,
onde o lenço e a camisa
desfilam ardentemente.
Olha só senhora,
a terra não se lamenta
seus ricos veios sulcados
num lindo dia azul,
trazendo anel de turqueza,
no dedo anular, casada!
Olha só anciã,
que te resta agora,
teus caminhos límpidos,
brilham ao sol da aurora,
tua roupa violeta,
não nos deixa outro alento,
a mortalha foi tecida,
voltas a ser semente,
Terminada esta vida!

godila fernandes


Em preto e Branco


Preto...Branco...Preto...Branco...
Amor, dor, tristeza, espanto

Preto, branco, preto
vazia constelação no peito

Branco, preto, branco
Elegância se transforma em pranto


Listras de lágrimas
xadrêz...nós três
um rei sem trono
nosso amor, já sem tez

Monotonia das cores
e começo outra vez

Preto, branco, preto, branco...
tudo se repete, insensatez


Márcia Poesia de Sá



FÁSICA

Sei-me fásica
E essa ciência
- embora aponte
um mar de
inconstâncias -
é meu alento
argumento
instrumento
para que eu prove
sem constrangimento
o gosto de todas as luas

(Lena Ferreira)




AH, SE EU PUDESSE ...


Viveria em seu viver,
te faria um jardim de versos,
um poema de rosas azuis,
te cobriria com manto sagrado,
de tons diversos.
Te daria um anel de safira,
Um pingente de branco ouro,
Pintaria uma tela de sua imagem,
Comporia uma opéra suave,
Estaria, em estado permanente,
coladinho em voce.
Te vestiria de beijos silvestres,
Banharia com petálas lunares,
Te guardaria numa redoma de
cristal.
Trocaria a noite
por uma primavera,
Tocaria seu corpo adormecido,
tingido de sol.
Com desejo abissal,
Tiraria acordes de sua beleza,
sutenido e bemol.

[gustavo drummond]



DOCE INFÂNCIA

Lembro dos anos lá na roça
Capinar, arar o chão
Plantar aipim pra fazer farinha
Em panela de barro aprontava o feijão

Arapuca para as rolinhas,
Nambus, perdizes e juritis
Laço para os coelhos e cutias
Sinto falta dos araçás e licurís

A gostosa moqueca de aruás
Que nos arranca um suor frio
À noite pegar tocha e facão
E ir fachear na beira do rio

Cajus, mangas e mangabas
Lá sempre foi fartura
Pinhas, jacas, graviolas
E o coco lá nas alturas

O rio ali tão pertinho
O leite quentinho bem cedo
Banana de tudo que é jeito
Não tinha luz, não tinha medo.

Poeta Urbano


Soneto

Aqui já jaz um poeta de língua mansa
De fala calma, de rimas leves e ternas
Esse tal artista viveu em tarde remansa
Sua poesia é clara, são suas artes eternas

Aqui um dia o recato do seu verso nasceu
Fez a homilia de um soneto pouco perfeito
Mas a voz do menino em palavras direito
Feito voz de passarinho logo ele aprendeu

Agora sou soneto sem arte, a arte vem tal
Como nasce o dia, naturalmente ele aquece
A perfeição desse poema não o fez magistral

Viveu a eternidade de um momento de prece
Em orações que esse menino o fez seu recital
Aqui jaz um poema de palavras que enternece!

André Fernandes


Quero um amor


Quero um amor tranquilo
diferente de tudo que vivi
um amor imenso intenso,
nem faça lembrar o que perdi


quero vasta mansidão das águas
do belo horizonte perdido
da terra de cheiro de chuva
do fogo nas veias ardido


respirar o mesmo fôlego
em sincronia total e marcada
quero o manto estrelado


velando minha hora encantada !
sentindo-me radiante então
plena , adorada e amada !


Eliane Thomas



AH, SE EU PUDESSE ...


Viveria em seu viver,
te faria um jardim de versos,
um poema de rosas azuis,
te cobriria com manto sagrado,
de tons diversos.
Te daria um anel de safira,
Um pingente de branco ouro,
Pintaria uma tela de sua imagem,
Comporia uma opéra suave,
Estaria, em estado permanente,
coladinho em voce.
Te vestiria de beijos silvestres,
Banharia com petálas lunares,
Te guardaria numa redoma de
cristal.
Trocaria a noite
por uma primavera,
Tocaria seu corpo adormecido,
tingido de sol.
Com desejo abissal,
Tiraria acordes de sua beleza,
sutenido e bemol.

[gustavo drummond]




POETISA DE MEL

Doce poetisa doce,
qual é seu país?
quem te gerou?
para gerar
tão belos versos,
sensíveis,
insensatos,
coloridos ao luar.
De onve vem este encanto
que me encanta?
Alma perfumada...
Naturalmente bendita ...
Fala de amor suavemente,
Doa-se ao cantar a dor
que não é sua.
Soa bem seu ritmo,
Compasso com passos
de quase levitar.
Beija-flor,
arco-íris,
rosa cor
amena.
Poetise esta vida,
viva sua poesia,
Seja apenas
voce;
Será tanto,
muito,
o bastante
para me comover.

[gustavo drummond]


DAS TRIPAS, CORAÇÃO
.
Faço das tripas, coração
pra fazer um bom poema
espremo versos,
às vezes, sem inspiração
às vezes, pura emoção
e vem você, de modo diverso
propondo esse difícil tema!!
Bom, taí a minha percepção.

Amélia de Morais


O OVO OU A GALINHA?


Um urubu solitário
em suas planagens pelos céus
encontrou uma águia também solitária.

Apaixonaram-se
juntaram suas penas
- apesar das diferenças -
e da união nasceu um ovo
que gerou uma galinha
que deu origem à nova espécie.

- Mas por quê o urubu e a águia voam
e as galinhas não?

- Porque a geração
foi punida pelo pecado
De seus pais.

LCPVALLE


Calendário

No meu não existem dias
Existem momentos
Pelas quais são feitas
Dos meus anseios
365 meios de mostrar
O pouco que sou feito...

André Fernandes



OLHOS DE LUAR
.
Teus olhos de luar me enfeitiçam
Trazendo sensações inexplicáveis
Acordam meus sentidos e atiçam
Os cantos de encantos improváveis
.
Provocas um alvoroço no meu peito
Ao lançar teu olhar tão envolvente
Eu tento, em vão, esconder o efeito
Mas meu corpo fala, mesmo silente
.
Seguindo a noite - lindo luar lá fora -
No leito, os teus olhos me devoram
Estrelas presenciam essa magia
.
O dia vem surgindo; o luar some
Mas teu olhar-luar ainda consome
Deixando rastro em minha poesia
.
(Lena Ferreira)


Pensamento

Sobras minhas... Cujas palavras
Não foram ditas...

Hoje pensei em escrever ao que o dito
Não passou de pensamento apenas

Algumas divergem como devo fazer
Antes de colocar em pratica meu adágio

No contento de ser mais que um simples
Pensar!
Sobras de algo que nunca fora evocado

André Fernandes


(clique para ampliar)



4 comentários:

Unknown disse...

Querida Anorkinda! Teu trabalho está simplesmente fantástico. Parabéns!

Unknown disse...

Kinda , maravilhoso o teu trabalho ! Está querendo mais espaço ? Estamos perolando muito ?
Estamos dando muito trabalho a vc??? Avisa , por favor ! kkkkkkkkkkk Por mim , encho suas pérolas ! rsrsrsr Beijos amiga !

Anorkinda disse...

kkkkkkkkkk

podem encher...pérolas sao preciosas!!! ficaremos riquíssimos!!!

Alex, q bom te ter por aqui!! huhu!!!

Unknown disse...

Já estou com saudades de vocês.