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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Do tópico O VERSO FORTE DE RÔ ELKEYN!

Silêncios


A chuva cai
molhando as copas
molhando as damas,
molhando o chão

Desce calma
a rua solitária
com seus chinelos gastos
dividindo espaço com ratos

Deitado sobre o chão sem voz
silenciosa e calmamente dorme
e a sorte nem ruído faz

Ainda que o grito saia
quem passa desdenha mudamente
os olhos pidões em meio à calamidades
ja não sentem mais a civilidade, descrentes.

Rô Elkeyn

.....
ACIDEZ


Corrói o que resta
ainda que nas minhas ultimas esperanças
de tudo eu desista;
guarde o que ainda há de mim numa caixa
me leve pra onde for, despedaçado
dissolvido pelo tempo
remoído por minhas culpas.
Minhas memórias estao bem arrumadas
e mesmo que eu jamais te recorde
mantenha viva em você uma ultima gota
um ultimo desejo
um ultimo suspiro, que na calada da madrugada
eu tenha dado;
Sim, te dei muito e nada pedi
me despi, eu cuspi na calçada
amaldiçoando quem passava;
Pouco fez diferença as atitudes que tomei
me envenenei da mesma forma
traguei de tua fumaça dissolvida
e me queimei....
sim, quemei.....
o coração palpitava
e na lingua um gosto amargo
sem chance de retorno ou recomeço
te deixei me dominar
e fui
lentamente fui
dissolvendo tudo que havia dentro de mim
morosamente fechando os olhos
desesperadamente
me calei, silenciei algo que nao tinha saída.
Acidez silenciosa, desespero consciente.
Suspirei e fim!

Rô Elkeyn

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