Tópicos

quarta-feira, 7 de abril de 2010


Do tópico Em eloquente silêncio: Ânderlo Strwsk!

"A metade..."


De tudo quis o mais breve
sem entretanto ou coisa assim
Ser quem le ou quem escreve
Ser quem comeca ou quem poe fim?

De todos fui o mais estranho
O mais calado e o mais curioso
Nem nunca bato, nem nunca apanho
Nem tao opaco, nem tao vistoso

E sempre tive essa tal mania
De oscilar na vontade extrema
De estar sozinho, de ter companhia
Pois tudo cabe para o meu poema

Eu, como todos, sou diferente
Nem solucao ou sequer problema
Sou a metade do que todos sentem
Quando se veem neste meu poema...


A.R.S.

..


A divina leveza de todas as coisas


Meu poema não me pede peso
Não me ausenta a calma
Nem me rouba sonhos

Nem me mente.
Não me entende o erro
Meu poema não me afasta as vestes,

Meu poema não me canta samba
Não me acorrenta à verdade
Nem me arromba em mentiras

O meu poema não é exato,
Não é mistério ou salvação.
Não está oculto, ou exposto
Não me é pedaço, nem me faz parte

O meu poema não tem força
Não tem cheiro
Nem som.


Meu poema não ama,
Não odeia,
Nem dói.

Nem se está só,
Não é companhia
Meu poema não tem matéria.

Mas sua valsa de cores no branco da folha,
Dança a divina leveza de todas as coisas.

A.R.S.


Nenhum comentário: