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segunda-feira, 12 de abril de 2010


PEQUENAS GRANDES PÉROLAS DA SEMANA!

Transformação...

Como árvores
No outono
Se fazem nuas
E num amanhecer
Ao abrirmos a janela
Assistimos ao belo
E misterioso espetáculo
Da transformação,
Esperanças
Também se renovam...

Lage,Mazéh

Porque sumi?

Eu sumi porque não me sentia mais
Não me cabia inteiramente no meio.
Talvez por não me achar mais capaz
Quem sabe por que senti desnorteio.

Sumi, mas meu coração é presente.
Eu sumi porque de mim tive medo.
Quem sabe fiz mal, inconseqüente.
Ou medo que vissem meu segredo.

Eu sumi, por que usei a tal máscara.
Nada justifica, quem nunca atreveu.
Quis esconder o triste do olhar meu.

Tenho perfeito rosto e doce coração
Mas não combina com o que eu faço
Me escondi. A vista está minha ação!


ღRaquel Ordonesღ

Saudades , você não vem ...

o tempo passa arrastado
forçado
mal humorado
acabrunhado
embaçado...
saudades, vc não vem,
o tempo sente
a dor que agora sinto
pois é a dele também !

Eliane Thomas

CAÇANDO TESOUROS

Do outro lado do mundo,
Cem dias abaixo do nível do mar,
dizem existir um tesouro perdido,
que só o acha, quem tem olhar profundo,
olheiras de tres luas,
tem-se que cavar
com o lado direito da mente,
ter aguçado sentido,
brilho no âmago,
amor generalizado
instinto apurado,
sensitivo sensível,
só assim o encontrará.

Escaravelhos de brilhantes,
borboletas de turmalinas.
pingentes de esmeraldas,
Safiras felizes,
Cachos de diamante,
salinas de ouro branco,
pérolas em calda,
broches de paz interior.
sensíveis ao toque,
encharcados de amor.

Tem-se que superar um labirinto
de cobras coral.
esfinges tridimensionais,
insistente temporal,
de lágrimas importadas,
ferozes, agressivos animais
semi-humanos.
armadilhas inteligentes,
areias movediças.
estacas pontiagudas,
estáticas.
raros chegam ao outro lado
do mundo,
poucos sobrevivem,
ao convívio, com as jóias
preciosas,
os valores sem preço,
a amizade, amor, apreço,
e conseguem sair ilesos,
da estigmatizante caverna,
desta lenda moderna!

[gustavo drummond]

Pós amor

Ninguém sabe o quanto doeu em mim
As palavras jogadas ao vento
O tanto dito trocado pelo silêncio.

Ninguém sabe o quanto remoeu em mim,
O cheiro grudado em meu corpo
Nas noites mal dormidas sentindo
Sonhado acordado

Ninguém sabe o quanto foi duro
Implorar para a mente esquecer
Mentindo a mim mesmo
Com o coração pedindo a voltar
Sentindo a falta de sua parte

Ninguém sabe o quanto doeu em mim
As lágrimas ácidas que escorriam em minha face
Esperando por uma faísca de aviso
Ou até uma surpresa que me contentasse

Ninguém sabe o quanto doeu em mim
Os sonhos pisoteados
Quebrados, estraçalhados
Junto com o orgulho
E serem jogados de lado.

Ninguém sabe o quanto doeu em mim
Acreditar que fosse certo
Que teria forças para suportar
E ver que sozinho nada poderia mudar

Ninguém sabe quanto medo que tive
De viver o resto da vida sozinho
Sem olhos, sem alma, sem razão
Sem nenhum motivo para me levantar.

Ninguém sabe o quanto doeu em mim
A falta de fôlego, a falta de palavras
A falta de apetite, a falta de saber o que faltava
O que restava do desgosto, da saudade

Ninguém sabe o inverso
De bem pensar em alguém
E o de mesmo sem querer
Só pensar em alguém

Nem eu sei por quanto tempo
Esses fantasmas vão passar
Em meus caminhos

Clayton Pires

Sem sentido


São falsos os versos
Que saem de mim

São copiados
De árvores, livros
Flores de jardins

São meias verdades
Escritas sem razão

Que saem pelos
vãos escuros
das cidades

Ecoam como grandes palavras

mas são tão fracas
solitárias

francamente,
Elas ja existem!

São cegas
E saem desnorteadas
de minhas mãos

E podem fingir serem palavras
De qualquer coração.

Clayton Pires

PRECE PELO RIO DE JANEIRO

Senhor eu não sou santo,
eu sei...
Sou pecador
confesso.
Ontem não rezei
mas hoje rezo
com fervor.

Ouve-me Senhor,
te imploro
com os apelos da humildade,
assim como um filho se dirige ao pai.
Ouve-me pois eu choro
não por mim,
mas pelas vítimas da calamidade.

Perdoa-me Deus, meu pai
se blasfemo chorando
a tua decisão...
Mas, por favor, atende este filho que clamando
olha para o céu na esperança de falar contigo
e esquece que estás tão perto
dentro do seu próprio coração.

Então, olhando para ti, que estás em mim
sinto que secas minhas lágrimas
e me abraças por inteiro...
Ao teu santo amor meu Pai
eu suplico, de joelhos...
Manda a tua luz divina
para o Rio de Janeiro!

Rui E L Tavares



SEUS LÁBIOS

Cor de sangue positivo,
úmidos, transpiram mel,
hábil, ávidos, sensivos,
gosto de azul do céu.

Formato de beijo inclemente,
Jeito sensual de ser; e é.
Gosto gostoso de menta,
Sacia, incendeia, alimenta.

Sonho de consumo,
com sumo viçoso,
de se perder o rumo,
documentos, endereço.

Lábios de prece,
làbios de messe,
lábios de quem merece,
e mais ninguém!

[gustavo drummond]



MINHA MEDIDA


Retomei o meu domínio
Galgo os passos do meu dia
Hoje sou meu próprio abrigo
A lágrima não inunda minha vida

Determinada, sigo avante
Sem tornar ao ponto de partida
Mantenho a falsa paz constante
Sem me deixar estar combalida

Aprendi as regras do jogo sujo
Já não me importa a medida
Do sangue que é o custo
Para recriar-me, destemida

Recrio-me do sangue inocente, meu!
Retiro entranhas pela ferida
Mas a dor quem me causa, sou eu
E não mais tua mão erguida.


Viviane Ramos


O amor quebra barreiras

Então criou asas
o amor

Alçou vôo

Sem limites!

Se perdeu na gravidade
Bateu na parede

não tinha forças para voltar.

Clayton Pires

Soneto

Um soneto! Ah! Um só são soneto
Há quanto quero que venhas sonoro
Claro, como lágrimas que não choro
Mas, não me vens, és-me arisco, discreto

Eu, há tanto tempo tenho tentado
Ter-te todo derramado, perfeito
Porém, falta-me esmero, talvez jeito
Para ver-te pronto ,enfim, estupentado

Qual teve-te Bilac toda vida
Ora tu me dirás: "Perdeste o senso,
Dele não és nem sombra combalida"

Mesmo assim, ainda espero-te intenso
Quando abrasar-me a dor da despedida
Ou quando a morte roubar o que penso.

Alexandre de Paula

CONSTRUINDO O AMOR

Escolhi o amor construir
dessa matéria transcendental,
eterna e perecível,
que possa fluir
sem limitações.
seja doce; contenha sal,
espirtualmente visível,
minuciosamente ousado,
que se fragmente em carinho,
individualidades agregadas
dois seres vizinhos,
mais..
tão pertos,
inseparáveis,
falem mesmo idioma,
onde um bebe, que outro coma.
relativamente estáveis.

Cumplíces aliados,
lutando pela paz,
lendo igual livro,
ouvindo idêntico jazz.
amados, livres,
prontos para o que der
e vier.
personifiquem o próprio amor,
corações e mãos dadas,
pintem da imaginária cor,
tanto tempo por vir,
porvir auspicioso,
atemporal,
ligeiramente eterno.
Até que esteja maduro,
concretizado em nós.
Pecaminosamente puro
cereja e noz.

[gustavo drummond]

Matéria humana


Queria viver ao lado das estrelas
ser cego ao mundo
sem questionar mistérios
ser o vazio exposto no horizonte

E o homem fosse tinta dissolvida
pura essência, sem matéria nem estátua

Meu deus porque tanto dizem
sem ter nada a dizer?
será o mundo tão ruim assim?

serão os homens?

temo o futuro
tenho algo mais a temer?
homens... homens
Maquinas?

Lógica lucrativa
Dispersos desastres naturais
Me distraio com a desgraça alheia

Dispenso o tempo
abro uma caixa de surpresas
e olho para o instante

vejo somente um lado da esfera
nunca completo minha visão

Seguindo a história
O passado
simplesmente gira
em torno do agora

Como se tudo tivesse acontecido antes.

Clayton Pires

Bate coração


Coração em desatino
bate que nem desesperado
quer viver mais que a vida
e não consegue ser controlado !


Anti arritmico nada resulta
sem solução, afirma o doutor
no descompasso do meu peito
pulsa vida pulsa amor


O pronto-cor está anotado
sob o íma na geladeira
no caso de uma emergência
não tem vela nem choradeira


E vivendo eu vou sem passo
desalinhado no seu descaso
não há pânico , é indolor,
tresloucado e sonhador...


Eliane Thomas

NA PONTA DOS PÉS

Muito tempo vivi em ponta de pé
Com medo de magoar, de te ofender
Em vão, pois até respirar te feria!

Muito tempo torci a ponta do pé
Tentando te agradar, te satisfazer
Bobagem, nada te alcançaria!

Muito tempo vivi sem a minha fé
Com medo de me encontrar e te perder
Bobagem, nunca houve garantia!

Muito tempo torci o sentido da fé
Tentando controlar o que não era pra ser
Então desisti dessa relação vazia

Sustentada na ponta dos pés!

Anorkinda
PRAZER E DOR

Se o gozo e a dor se confundem,
Quero decantar para descartar a dor,
Resta-me a vontade do prazer do gozo,
Com as dores que fiquem os masoquistas.

Quero descartar o joio em meio ao trigo,
Só me alimento do que me sustenta a alma,
Não carrego pecados voluntários que a dor perdoa,
A mochila da minha consciência está leve e livre.

A vida é boa, não requer penitência,
Rir e zombar da dor e meu maior prazer,
Não preciso de alívio, não sou mártir costumas.
Nem carrego a cruz, pois não atiro pedras ao léu.

Das dores passo a distância segura,
Sei muito bem do quanto atrai e imanta,
Quero distância das vivas almas penadas,
Que transportam trevas até onde reina a luz.

Quero sim é ser feliz.

EACOELHO

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