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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A POESIA [em segredo] de CELSO MENDES!

A cor do remédio



Hoje amanheci chovendo.

E a mesma garoa fina, que me acinzenta os ossos,
também descolore minhas retinas
e escurece-me a voz úmida,
que nem é mais rouca
posto emudece,
solitária.

Minha angústia se cerca de pessoas em preto e branco.

Mas, no corredor sombrio
dos que esperam por socorro,
um sorriso de cabelos vermelhos
salva minha vida.

Celso Mendes

...

CICLORAMA

Nestes dias de sol-açoite
Que dominam a claridade,
O fulgor da vida
A esperança do novo...

Nestas noites de densas sombras
Sono após paixão
O descanso
Após matar a sede

Reinvenção do eterno

E meu corpo anoitece
(Exausto)
Onde minha alma amanhece
(Leve)

E se o destino assim me aceita
De minha vida-pó
Pretendo a eterna luz
E só.

Celso Mendes

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